ACADEMIA VERMELHA DE
ARTE MILITAR PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA MIKHAIL V. FRUNZE :
A
ARTE PROLETÁRIA DA INSURREIÇÃO SOCIALISTA
ASPECTOS
INTRODUTÓRIOS
Apresentação
ANÍBAL CIENFUEGOS, ROCHEL VON GENNEVILLIERS & EMIL
ASTURIG VON MÜNCHEN
Concepção e Organização, Compilação e
Tradução Lo Scaltro von Genua
Agosto de 2003 emilvonmuenchen@web.de
Voltar ao Índice Geral http://www.scientific-socialism.de/ArteCapa.htm
“Não basta agrupar as pessoas, segundo sua compreensão das consignas
políticas :
além disso, é imprescindível agrupá-las, segundo seu posicionamento em
relação à insurreição armada.
Quem for contra a insurreição, quem não se preparar para ela,
deve ser riscado, impiedosamente, do número dos adeptos da revolução
e ser contado entre os seus adversários, entre os traidores ou covardes,
pois aproxima-se o dia em que o curso dos acontecimentos,
a situação da luta, forçar-nos-á a separar inimigos e amigos,
uns dos outros, segundo esse critério.”
Vladimir I. Lenin
As Lições da Insurreição de Moscou (26 de Agosto de 1906),
in : W. I. Lenin Werke (Obras de V. I. Lenin),
Vol. XI, Berlim : Dietz Verlag, p. 162.
Publicar “A ARTE DA INSURREIÇÃO SOCIALISTA -
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS”, com autores como Marx, Engels, Lenin, Trotsky, Tukhatchevsky, entre outros experimentados especialistas no domínio
militar-proletário da Revolução Socialista, já constitui, por si
mesmo, sem qualquer margem de dúvida, uma iniciativa cultural inovadora e de
grande importância para o engradecimento das letras políticas sul-americanas.
No entanto, existem inúmeros motivos político-práticos e
teórico-doutrinários que contribuem ainda mais para justificar a elaboração
deste empreendimento literário marcante.
Para que permaneçam citados aqui
apenas dois deles, bastará elencarmos, em um primeiro passo, a situação política
extremamente polarizada da luta de classes deste início de século XXI, travada
em escala mundial e, em particular, em nosso continente americano, bem como, em
um segundo passo, as diversas polêmicas teóricas e políticas que estão
trespassando a maioria das organizações operárias, envolvidas no torvelinho
destes acontecimentos decisivos.
Tendo-se em consideração ao menos estes dois elementos
fáticos de nossa atualidade contemporânea, veremos que o presente livro adquire
suprema relevância pedagógica e destacada importância histórica, pois seus
materiais – muitos deles inéditos no idioma português - sempre possuíram o
objetivo de formar e preparar os trabalhadores explorados e seus mais
autênticos aliados político-estratégicos para intervirem, ativamente, nos
processos revolucionários, lutando pela tomada do poder em suas mãos, a fim de
impulsionarem a grandiosa tarefa de construção de uma sociedade
socialista-emancipadora.
Sob o ponto de vista mundial, a nova configuração de
forças que interagem no contexto político-internacional posterior ao 11 de Setembro de 2001
e às Guerras do Afeganistão e do Iraque apresenta uma série de
modificações de peso para a realidade contemporânea. Se é bem verdade que, na
alvorada do século XXI, o imperialismo, concebido enquanto fase derradeira e
lutuosa do capitalismo, continua sendo, em sua essência, o mesmo, a náusea
mortal que vem impondo ao conjunto da humanidade adquire, agora, inauditos
contornos, não tendo sido jamais conhecida antes, em nenhum lugar do passado.
Decididamente, a derrota do imperialismo passou a ser uma
questão de sobrevivência para as forças edificadoras do novo mundo socialista.
Sua violência opressora e reacionária, despregada para a consolidação da
ofensiva recolonizadora em todo mundo, seu caráter parasitário e belicista, bem
como a realidade militarista que nos impõem, marcada por um balanço de chacinas
e mutilações, reasselvajamento de grandes massas humanas, dizimação de
conquistas sociais, desvastação de criações culturais, produzidas através de
séculos, em meio a uma torrente de padecimentos e sangue : tudo isso nos indica
que, de fato, estamos vivendo inquestionavelmente uma época de guerras e
revoluções.
Esta realidade conduz, também, ao limite a contradição da
crise de direção revolucionária, comprovando a espetacular clarevidência da
lapidar afirmação de Trotsky, contida no Programa de
Transição para a Revolução Socialista : “a crise histórica da humanidade
reduz-se à crise da direção revolucionária”[1].
Presentemente, defrontamo-nos com uma autêntica situação
mundial revolucionária, em que se conjugam três elementos fundamentais
: a crise econômica do capitalismo mundial com ascenso das massas, as lutas
revolucionárias dos trabalhadores do mundo inteiro e a irreversível capitulação
dos grandes aparatos políticos contra-revolucionários.
Hoje, a crise econômica se manifesta, com toda a força,
já mesmo no coração do imperialismo. Como exemplos, bastará referir a
estagnação da economia do Japão, a recessão ecônomica da Alemanha,
a explosão da “bolha financeira bursátil”, a crise
econômica que atinge até mesmo os EUA, marcada por deflação e
estagnação. Eis aí, pois, exemplos categóricos da crise imperialista de
superprodução de capitais e da generalização da miséria das grandes massas da
população.
Para enfrentar esta contundente agonia das relações
capitalistas de mercado, o imperialismo aguça a exploração e a opressão
perpetrada pela tirania do capital em escala mundial, intensificando o processo
de recolonização em todo o globo, promovendo guerras no Oriente Médio,
aprofundando a dominação política e econômica no continente americano, via ALCA,
subjulgando, de modo desenfreado, econômica e financeiramente o Leste
Europeu, nesse período posterior à dissolução da URSS,
acelerando a restauração capitalista na China e em todos os seus
países satélites. Trata-se, inapelavelmente, de uma política de rapina,
conformada no estilo de uma verdadeira guerra contra-revolucionária, revestida,
porém, do cognome formal “guerra contra o terror”.
Ela tem por objetivo avançar na recolonização de largos
territórios do planteta, de modo a assegurar o processo de reprodução e
valorização da exploração do capital, atacando duramente os direitos dos
trabalhadores, assenhorando-se diretamente das fontes de riqueza e de regiões
estratégicas das nações oprimidas, destruindo toda e qualquer tentativa de
oposição e resistência corajosamente erigida contra seus desígnios despóticos.
Ao aumentar as verbas dos orçamentos militares, o imperialismo busca intimidar
e, sendo necessário, aniquilar pela violência de seu arbítrio toda e qualquer
tentativa de manifestação e resistência combativa.
Sem embargo, o contraponto destes ataques é o
rescrudescimento da crise política da ordem mundial, acompanhada do acirramento
da luta da classe trabalhadora, em todos os hemisférios, conduzindo a picos
revolucionários e a um espetacular avanço na consciência anti-imperialista das
massas, sobretudo na América Latina.
Este ascenso de lutas, protestos e resistências tem, também, um de seus
principais pontos em plena Europa Ocidental, estando coroado com
o peso direto de um proletariado dinâmico, dotado de grande força estrutural e
tradição histórica. As tremendas mobilizações contra a Guerra do Iraque,
registrada em diversos países da União Européia - significaram o
maior movimento anti-imperialista verificado desde o término da II Guerra
Mundial Imperialista. Elas refletem não apenas uma marcante oposição à
política belicista dos Senhores Mundiais da Guerra, senão ainda
uma luta encarniçada contra a estagnação econômica do velho continente. Marchas
multitudinárias em Londres e Berlim, greves na França,
Espanha, Portugal e Itália, despertaram o
ímpeto das mobilizações contra as reformas que as forças do imperialismo
subalterno-europeu ousa promover contra operários, camponeneses pobres,
sem-tetos, emigrantes e demais camadas da população oprimida.
No Oriente
Médio, a segunda Intifada completou dois anos, externando
sinais de fortalecimento e os massacres sionistas não conseguiram fazer recuar
a resistência. No Iraque, o imperialismo anglo-norte-americano
ganhou a conflagração bélica, mas defronta-se, agora, com escaramuças militares
que causam inúmeras baixas em suas tropas. O mesmo ocorre no presente período
do após guerra do Afeganistão, ainda que em menor escala.
Hoje, a
América Latina é um epicentro da revolução mundial, estando
marcada por movimentos de massas e revoluções. Há países que vivem ou viveram processos diretamente
revolucionários, como é o caso da Argentina e da Venezuela.
Neste último país, em particular, uma tentativa de Golpe de Estado
e um Lockout foram derrotados pela insurreição e a mobilização
das massas. Na Argentina, mesmo com a diminuição do impulso
revolucionário, piqueteiros e operários de fábricas ocupadas dão o tom ao atual
processo de luta, assim como cocaleros, na Bolívia, encabeçaram
uma insurreição contra Losada, a exemplo das sublevações
vitoriosas e mobilizações grevístiscas, havidas no Perú. E mais
ainda : mesmo com o aumento da repressão e o Estatuto Antiterror,
mesmo com o auxílio dos paramilitares e a assessoria logística direta dos EUA,
o governo pró-imperialista da Colômbia não consegue derrotar a
guerrilha daquele país. Uribe se embaraça, desalentadoramente,
com seu referendo e a sua assim proclamada “Reforma Política”.
Outro
símbolo marcante do processo de luta na América Latina, foram as
derrotas eleitorais dos projetos neoliberais, com a vitória de governos de
frente popular e de conciliação de classes.
Esses governos acalentam sentimentos de confiança e de mudança em amplas
massas populares, porém comprometem-se, hoje, abertamente, com o projeto
pró-imperialista da ALCA, com o pagamento da dívida ao FMI e
aos banqueiros e especuladores internacionais, com os planos recolonizadores,
de tal sorte que acabam inevitavelmente enfrentando-se com setores importantes
da classe trabalhadora de seus países. O caso do Governo Lula, no Brasil,
e o do Governo Gutierrez,
no Equador, são as expressões mais nítidas desse considerável
processo de escoriação e desgaste permanente.
Na
hipótese de o cronograma da ALCA acelerar-se e os acordos
bilaterais anteciparem, ainda que em parte, os acordos recolonizadores, a
tendência é a de que esse panorama se agrave. O avanço da recolonização
produzirá, conseqüentemente, o maior acorrentamento dos povos, o agravamento da
miséria e da fome, a multiplicação das crises da economia capitalista de
mercado e das democracias burguesas, conduzindo a processos mais agudos da luta
de classes.
Presentemente,
cresce a polarização política, econômica e social, ao mesmo tempo e no mesmo
passo em que se aprofunda a adaptação institucional da maioria das organizações
de esquerda, seja no Brasil, seja em todo mundo. Essas últimas
abandonaram integralmente os fundamentos científico-socialistas embasadores da
necessidade da revolução violenta e da insurreição armada como única forma de
atingimento de uma sociedade socialista livre, sem classes e sem Estado.
Enquanto perspectiva míope, exclusiva e absoluta para o movimento dos
explorados e oprimidos pelo capital e pelo latifúndio, apregoam, puramente, as
seduções reformistas dos processos eleitorais burgueses, as ilusórias promessas
de garantias constituicionais e a manutenção da suposta legitimidade da “República
Democrática” e do “Estado de Direito”, com sua mais
absoluta subordinação à “legalidade” e aos “Tribunais” dos
patrões e latifundiários. Assim, capitulam, inteiramente, antigos dirigentes
reformistas à ordem burguesa-capitalista, embriagados em sua luta deflagrada
exclusivamente pela conquista de maiorias parlamentares nominais.
No Brasil,
o PT e a CUT
submetem-se ao governo frente-populista e pró-imperialista de Lula.
No Equador, a direção da CONAIE sustenta o governo
de Lúcio Gutierrez. Na Bolívia, o MAS
e Evo Morales buscam saídas institucionais. Na Argentina,
a nova esquerda “trotskista-gramsciana” busca, em pleno raiar do
século XXI, saídas eleitorais de aberta conciliação de classes do estilo :
convocação de uma Assembléia Constituinte, apoiada sobre órgãos
de poder proletário. Fortalecida por este contexto funéreo, a reação
democrática segue tendo peso importante na política imperialista
contra-revolucionária, ao lado do avanço das posturas militaristas mais
insolentes dos EUA.
Somadas
as novas direções que surgem – tal como o PT, Gutierrez,
o MAS Boliviano -, às antigas direções que já vinham perdendo seu
prestígio, encontraremos a emergência de um grande processo de capitulação,
adaptação e decomposição das direções tradicionais e reformistas, fundado sobre
o denominador comum da mais categórica renúncia aos princípios e corolários
revolucionários da luta por uma sociedade socialista, livre de toda exploração
e opressão humana.
Esse
processo de grande magnitude possibilita, porém, a dinâmica reorganização das
forças solidárias com a via revolucionária, abrindo a possibilidade de
tornar-se efetivamente materializável, na época do imperialismo capitalista, a
perspectiva formulada originariamente por Marx e Engels de
derrubada violenta de toda exploração sócio-econômica e dominação
intelectual-ideológica, geradas inevitavelmente pela subsistência das
decrépitas leis internas inerentes ao despotismo do capital.
Precisamente nesse contexto da atualidade
histórico-contemporânea, insere-se o surgimento do presente livro, trazido
agora ao público sul-americano. Sua temática central trata, sistematicamente,
do “ápice da cadeia de montanhas” que compõe a Revolução
Socialista, i.e. a contemplação, a preparação, a deflagração e a
direção da insurreição armada, tal como investigada, analisada e
difundida pelos mais perspicazes doutrinadores do marxismo-revolucionário.
Sendo assim, desde uma perpectiva introdutória,
condensa-se, nas páginas a seguir, muitas das lições e ensinamentos, muitos dos
conceitos teóricos e regras práticas que orientam o plano estratégico e a linha
tática revolucionário-insurrecional para a tomada do poder pelo proletariado,
no quadro de sua coalizão selada com seus mais autênticos aliados históricos,
explorados e oprimidos pelo capital e pelo latifúndio.
“Na realidade, a força
de nosso partido reside nas massas e não em maiorias parlamentares
nominais.”[2]
A imprescindibilidade do despedaçamento do aparelho do
Estado colocado a serviço das ínfimas minorias exploradoras e opressoras,
latifundiárias e burguesas, lacaias do imperialismo mundial, resulta, pois,
aqui, confirmada, ressaltando-se o necessário fenômeno histórico da insurreição
armada, imprescindível para a edificação da Ditadura
Revolucionária do Proletariado, incorporadora da mais ampla e
historicamente mais avançada Democracia Proletária, via de
transição efetiva rumo ao atingimento de uma sociedade socialista mundial
humanizada, livre da opressão de todo Estado e imune às dilacerações
decorrentes dos embates sangrentos, travados entre classes sociais
irreconciliavelmente hostis : primeiro estágio para o estabelecimento de
relações sociais autenticamente comunistas.
Na parte introdutória do
presente volume, o leitor encontrará um notável texto de Vladimir I.
Lenin que referencia a leitura de todos demais, compendiados,
selecionados, organizados e dividos nos três capítulos subseqüentes.
Considerando-se um
programa como uma verdadeira proclamação ou conclamação de concepções e
consignas – palavra de origem grega πρόγραμμα
-, o texto em referência de Lenin, intitulado “O
Programa Militar da Revolução Proletária”, possui um extraordinário
significado para as atividades de luta do proletariado e dos marxistas
revolucionários de todo o mundo.
Nele, sintetizando
devidamente as principais conclusões extraídas de seus prévios estudos
realizados acerca da desigualdade do desenvolvimento econômico e político dos
países capitalistas na época imperialista, Lenin formulou,
inovadoramente, sua concepção acerca da possibilidade da vitória insurrecional
da Revolução Socialista, de início em alguns países capitalistas - ou, até mesmo, em um
único deles, considerado isoladamente – os quais, dando os primeiros passos na
trilha do longo processo de construção do socialismo, levantar-se-iam, em
armas, contra o mundo capitalista restante[3].
Em perfeita coerência
com tal pressuposto, Lenin posicionou-se, programaticamente, em
favor das consignas de “milícia” e “armamento do povo”, fundadas
no fomento da instrução militar do proletariado pela organização
marxista-revolucionária, visando à necessária deflagração da insurreição,
repudiando, inversamente, as reinvidicações de “desarmamento”, “social-pacifismo”
e “repúdio de todas as formas de guerra”.
Também nesse mesmo texto
introdutório, Lenin apresenta sua precisas formulações no sentido
de que os marxistas revolucionários devem ser fervorsos adeptos e ativos
participantes das Guerras Civis Revolucionárias e de Libertação
Nacional, ao mesmo tempo em que as desenvolve, articuladamente, em
todos as suas conseqüências mais essencias.
A seguir, no Capítulo
I da presente obra, são apresentados textos
que possuem a nítida função de colocar em evidência, de maneira singela e
instrutiva, o grandioso papel revolucionário, desempenhado pelos mais notáveis
teórico-doutrinários e dirigentes político-práticos dos processos
insurrecionais-socialistas de todos os tempos : Karl Marx e
Friedrich Engels, Vladimir I. Lenin e
Jakob M. Sverdlov, Léon D. Trotsky e Vladimir A.
Antonov-Ovseienko, Nikolai Podvoisk e Michail N. Tukhatchevsky entre
outros.
Por ocasião da leitura
desse primeiro capítulo, o leitor se dará conta de que alguns dos artigos aqui
selecionados representam traduções inéditas em língua portuguesa, elaboradas a
partir do idioma alemão, de diversos fragmentos histórico-biográficos extraídos
do livro intitulado “Engels e Lenin. Escritos Político-Militares”, de
autoria de Erich Wollenberg antigo revolucionário alemão de
orientação leninista-trotskysta, instrutor das escolas militares de Moscou,
dedicadas à formação de revolucionários alemães, especialistas em processos
insurrecionais.
Os depoimentos de Wollenberg contidos no livro de autoria fantasma de A. Neuberg, intitulado “A Insurreição Armada. Tentativa de uma Apresentação Teórica”, surgido, pela primeira vez, em 1928, enquanto resultado de uma produção literária elaborada, separadamente, por diversos autores individuais, também foram contemplados nesse capítulo inicial.
Assim, Wollenberg introduz
ao público leitor, de uma maneira bem nítida e pedagógica, o significado
especificamente proletário-insurrecional não apenas das grandes personalidades
revolucionárias de Marx e Engels, senão também de Lenin,
Trotsky e Tukhatchevsky,
com alguns dos quais teve a oportunidade de diretamente conviver, em Moscou,
nos anos posteriores à vitória da Grande Revolução de Outubro de
1917.
Nada obstante, na medida
em que nem Wollenberg nem qualquer outro autor individual do
livro de autoria fantasma nada referem acerca da indiscutível e decisiva
genialidade proletário-insurrecional de Sverdlov, Antonov-Ovseienko e
Podvoisky, entendemos conveniente apresentar considerações específicas
sobre esses três dirigentes e ativos participantes da Grande Revolução
Socialista de Outubro de 1917, fundando-nos em escritos elaborados por Klavdia
N. Sverdlova e Léon D. Trotsky.
Na medida em que grande
parte dos textos sobre o Jakob M. Sverdlov seguem sendo inéditos,
em quase todos os idiomas do universo, o texto aqui apresentado por Klavdia
Sverdlova constitui, inegavelmente, mais uma inteira inovação produzida
no cenário das letras políticas sul-americanas.
No Capítulo II do
presente livro, surgem, a seguir, elencados diveros textos clássicos do
marxismo revolucionário acerca dos fundamentos essenciais da insurreição
socialista. Eles elucidam, sistematicamente, a indispensabilidade de
contemplação teórica e de tratamento prático da insurreição como uma arte
de intervenção aberta das classes exploradas e oprimidas visando à
derrubada, com armas nas mãos, de seus adversários de classe, representantes da
velha estrutura social fundada na exploração e na repressão da grande maioria
da população.
Nesse segundo passo,
deverá emergir a insurreição socialista, enquanto arte
contemporânea dos movimentos revolucionários que hauriu inúmeras lições e ensinamentos históricos
preciosos, advindos não apenas das insurreições armadas vitoriosas que levaram
à derrubada da sociedade feudal pela burguesia capitalista em ascensão, no
século XVIII, mas também amealhou diversas doutrinações severas e inflexíveis,
extraídas das diversas derrotas proletárias, no curso de sua longa marcha
estratégica e permanentista rumo à edificação da Ditadura Revolucionária
do Proletariado, enquanto
instrumento de impulsionamento proletário-democrático da revolução socialista
dos trabalhadores e demais socialmente oprimidos, regime transitório para o atingimento do socialismo, fase
inferior do comunismo.
Preocupado com a
necessidade de desenvolver uma devida compreensão teórico-doutrinária e
prático-política dessa concepção dialético-materialista da insurreição
socialista, o presente livro exibe ao leitor, ordenadamente, em um
primeiro momento, os mais importantes textos introdutórios e conclusivos de Friedrich
Engels dedicados ao estudo seja dos processos insurrecionais da França
de 1789, seja das lutas revolucionárias e contra-revolucionárias na Alemanha
de 1848.
Aqui, surgirá diante do leitor a figura impávida e audaz de Georges Jacques Danton, considerado por Marx e Engels como “o maior mestre de tática revolucionária conhecido até o presente momento.”
A seguir, ao reproduzir as lições extraídas
por Engels acerca movimento insurrecional da Comuna de
Paris, apresenta-se ao leitor fragmentos redigidos por Karl Marx –
possivelmente inéditos em língua portuguesa - acerca dos mais categóricos erros
que conduziram à fragorosa e impiedosa derrota militar dos communards,
em 1871.
A arte da insurreição socialista
será enriquecida, a seguir, de maneira colossal, com as lições da Insurreição
de Moscou de 1905, colhidas no quadro de uma Revolução Democrático-Burguesa,
sendo que para tanto o presente livro seleciona um dos mais estupendos escritos
de Lenin que detalhadamente versa sobre esse tema histórico,
enfocando, precisamente, o papel decisivo a ser cumprido pela organização
marxista-revolucionária nas atividades de difusão, organização,
preparação, direção e consolidação da insurreição armada.
A partir de fevereiro de 1917 - aberta
categoricamente a via da Revolução Socialista e aniquilada no
interior do Partido Bolchevique, já em abril do mesmo ano, a
orientação frente-populista de esquerda e classista-colaboracionista de Stalin
e Kamenev -, postula-se na ordem do dia, pela primeira
vez da maneira mais nítida possível, as tarefas concretas de impulsionamento da
insurreição socialista pelo partido marxista-revolucionário,
enquanto execução de uma arte dotada de um rigoroso conjunto de princípios e
regras para a talentosa e hábil obtenção da vitória política e militar nas
conflagrações armadas, travadas pelo proletariado e seus aliados contra seus
inimigos burgueses e latifundiários irreconciliáveis.
Precisamente aqui, surge apresentada por Lenin,
em três extraordinários artigos, a posição edificada pelo marxismo
revolucionário, ao longo de mais de meio século de efetivas experiências
revolucionárias, em face da questão da insurreição, enquanto
pressuposto essencial para a vitória da Revolução Socialista.
A conclusão dessa segunda parte, traz à luz
do grande público as brilhantes e precisas análises de Trotsky sobre
a necessidade de conceber-se, em sentido marxista-revolucionário, a insurreição
precisamente como uma arte, em suas interpenetrações necessárias como as
atividades relacionadas com o valioso método da conspiração, bem
como de entrever-se, devidamente, a interrelação imprescindível que deve existir
entre o partido marxista-revolucionário insurrecional e os organismos de massa
da revolução proletário-socialista, tais como os Sovietes e
aqueles surgidos nas suas mais diversas configurações
histórico-existenciais.
Precisamente, com as formulações de Trotsky,
verificar-se-á que os sociais-reformistas e oportunistas de todos os matizes
podem, até mesmo, não rejeitar a Revolução Socialista, enquanto
uma verdadeira catástrofe social – tal como não negam a
existência de “terremotos, irrupções vulcânicas, eclipses solares e epidemias de peste”
– mas que rejeitam, sempre e
sistematicamente, o cumprimento consciente das tarefas revolucionárias de
conspiração, organização e direção da insurreição socialista.
Por fim, o Capítulo
III do presente livro possui o objetivo de familiarizar, inicialmente,
o leitor seja com a estratégia e a tática das ações militares do proletariado,
seja ainda com a organização do trabalho militar revolucionário, no quadro do
impulsionamento da Revolução Socialista e preparação da
insurreição armada.
No que tange ao primeiro
desses temas, o presente livro selecionou textos magistrais de Trotsky e
Tukhatchevsky relacionados com as ações revolucionárias dos
sublevados a serem empreendidas, segundo um plano estratégico e uma linha
tático-concreta, no início e durante um processo insurrecional e,
adicionalemente, nos momentos mais decisivos de defesa da Revolução
Socialista.
Constituindo a estratégia das ações militares um autêntico método de direção de guerra – no idioma grego στρατηγíα, de στρατός: guerra e άγω: direção –, aplicando-se essa última integralmente à arte da insurreição socialista, deve subordinar-se rigorosamente ao programa e à disciplina, à direção e à política definida de modo democraticamente centralista pela organização marxista-revolucionária do proletariado.
Toda e qualquer
estratégia revolucionária das ações militares, enquanto método de direção de
guerra, representa, pois, nada mais senão a continuação da política com o
emprego de outros meios.
Sendo assim, mister é
concluir-se que insurreição socialista, sendo uma arte - tal como
a guerra o é -, representa apenas a continuação da política com outros meios,
i.e. com meios violentos insurrecionais e possui, como toda a arte, seus princípios e corolários, suas leis
e regras procedimentais.
Nesse sentido, a insurreição
socialista deve ter sempre presente a formulação da política
revolucionária definida pelo partido marxista-revolucionário insurrecional,
que, nesse domínio, deve acatar sempre a seguinte Lei Fundamental da
Revolução, nos termos precisos em que Lenin a definiu :
“A Lei
Fundamental da Revolução que foi confirmada por todas as revoluções e, em
particular, por todas as três revoluções russas do século XX, consiste no
seguinte :
Para a
revolução, não basta que as massas exploradas e oprimidas tornem-se conscientes
acerca da impossibilidade de seguir vivendo segundo a velho modo de vida e
exigirem uma mudança.
Para a
revolução é indispensável que os exploradores não possam mais governar e viver
segundo o velho modo.
Só
então, quando as “camadas de baixo” não quiserem mais o velho e as “camadas de
cima” não puderem mais segundo o velho modo, só então uma revolução poderá ser
vitoriosa.
Em
outras palavras, pode-se expressar essa verdade da seguinte forma : a revolução
é impossível sem uma crise nacional de conjunto que abranja explorados e
exploradores.
Consegüintemente,
para a revolução é necessário :
Em
primeiro lugar, que a maioria dos trabalhadores (ou, conforme o caso, a maioria
dos trabalhadores pensantes, ativamente políticos e dotados de consciência de
classe) compreendam, inteiramente, a necessidade da derrubada, estando
dispostos a, por sua causa, irem ao encontro da morte.
Em
segundo lugar, que as classes dominantes passem por uma crise de governo que
envolva na política até mesmo as massas mais atrasadas (pois, a característica
de toda autêntica revolução é a rápida decuplicação ou mesmo centuplicação do
número dos representantes das massas trabalhadoras e exploradas, capazes de
lutar politicamente), torne impotente o governo e possibilite aos
revolucionários rapidamente derrubá-lo.”[4]
Na
Lei Fundamental da Revolução encontram-se contidos, portanto, os
pressupostos de uma insurreição vitoriosa.
Enquanto
elemento meramente exemplicativo dessa temática político-fundamental, bastará
assinalar que, durante os anos de 1897 a 1902, Lenin e os
bolcheviques retiraram da ordem do dia de suas atividades revolucionárias a
consigna da insurreição das massas, ressaltando, em contraste, toda a importância do trabalho parlamentar,
em momentos em que não se possa cogitar de uma insurreição das massas. Retomaram-na,
entre 1902 e 1905, porém apenas enquanto chamado para uma preparação geral e,
tão somente após o 9 de janeiro de 1905, data lendária do Domingo
Sangrento, passaram, então, a tratar a questão da insurreição armada,
enquanto uma exigência imediata[5].
Com
isso, demonstraram, claramente, que, para os marxistas revolucionários, a
insurreição não pode ser jamais considerada com uma questão abstrata e
aleatória.
Derrotada
a Insurreição de Dezembro de 1905, em Moscou, em
suas análises acerca das deficiências contidas nas resoluções do IV
Congresso do Partido Operário Social-Democrático Russo (POSDR), Lenin foi
eminentemente categórico em sacar o seguinte balanço político, decisivo para a
compreensão da segura e corajosa retomada das atividades insurrecionais :
“Nas
resoluções sobre a Insurreição Armada, o Congresso não formulou igualmente o que havia de
ser necessário, i.e. : uma crítica completa dos erros do proletariado, uma
clara apreciação da experiência de outubro a dezembro de 1905.
Ele nem sequer empreendeu a tentativa de investigar a
interrelação existente entre greve e insurreição.
Pelo contrário, preponderam nas resoluções reservas
temerosas contra a insurreição armada.
O Congresso não disse aberta e claramente à classe
trabalhadora que a Insurreição de Dezembro foi um erro, ao mesmo tempo
em que, porém, condenou-o, de maneira acobertada.
Entendemos
que, desse modo, confunde-se mais do que clarifica-se a consciência
revolucionária do proletariado.”[6]
A
correta concepção política acerca da natureza das atividades militares do proletariado
adquire, pois, extraordinariamente importância, pois representa, em grande
parte, um verdadeiro antídoto contra possíveis deformações tecnicistas no trato
das questões revolucionárias-insurrecionais.
Essa
experiência vale especialmente para a Alemanha, de 1924 a 1933,
quando os Comitês Militares do Partido Comunista Alemão
reivindicaram até mesmo uma posição de autonomia e de supremacia em relação à
direção político-partidária.
Essa
tendência registrou-se também na Rússia revolucionária,
sendo que Lenin e os bolcheviques lutaram, durante cerca duas
décadas, agüerrida e custosamente, contra o fenômeno militar-autonomista.
Constituindo a tática
das ações militares uma autêntica técnica de construção de guerra – no idioma
grego τακτιχή, de τέχνη
: técnica e τάσσω : construção
de guerra -, aplicando-se essa última também, de modo integral, à arte da
insurreição socialista, subordina-se ao próprio nível de
aperfeiçoamento da técnica militar disponível, em determinado momento histórico-concretamente,
à organização das forças revolucionárias do proletariado.
Esse nível de
aperfeiçoamento da técnica militar e as formas de organização e de luta das
forças revolucionárias do proletariado são, necessariamente, de natureza
cambiáveis e combináveis, devendo tranformarem-se e articularem-se, hábil e
engenhosamente, em função dos mais diversos períodos históricos, das múltiplas
situações geográficas concretas e das variáveis massas militantes disponíveis,
com as quais o proletariado insurgente pode contar para assestar golpes
intrépidos e profundos contra seus inimigos burgueses e latifundiários.
Eis porque a tática da
luta de barricadas pôde, em determinado momento histórico e geográfico, já em
fins do século XIX, perder sua primazia e exclusividade - sem deixar de
absolutamente poder vir a ser empregada -, em face da guerra de partisãos e
essa última, por sua vez, ceder espaço, em determinado contexto específico
pós-revolucionário, marcado pela vitória da Grande Revolução de Outubro, à formação de regulares Forças Armadas
Vermelhas proletárias, situadas sob uma rigorosa direção
político-militar centralizada, dotada de muito melhores condições para impor
derrotas às forças brancas e imperialistas contra-revolucionárias.
Estamos certos de que os
precisos e paradigmáticos textos adiante apresentados de autoria de Trotsky e Tukhatchevsky poderão contribuir em muito
para iluminar, largamente, a temática nessa sede brevemente referida.
No que tange, porém, à questão da organização e preparação do trabalho
militar revolucionário, surgem elencados, então, textos redigidos por Yaroslavsky
e Unschlicht que, embora dediquem-se detidamente e de
maneira bastante especializada à temática em destaque, possuem a desvatagem de
estarem eivados, em sua forma originária, com o ranço do burocratismo
soviético-stalinista, tal como surgiram publicados no livro de autoria fantasma
de A. Neuberg, intitulado “A Insurreição Armada. Tentativa
de uma Apresentação Teórica”, surgido, pela primeira vez, em 1928.
Tendo em conta esse
risco, julgamos, ainda assim, ser positivo apresentá-los ao grande público,
mesmo porque operou-se, no presente livro, a substração de algumas poucas
passagens, visivelmente dedicadas à difusão da ideologia stalinista do Terceiro
Período.
Restaram selecionados,
pois, considerações especializadas acerca das tarefas de organização e
preparação militar da classe trabalhadora insurrecional e, em particular,
aspectos clarificadores do impulsionamento do trabalho revolucionário entre as
forças armadas da burguesia.
Cremos, ademais disso,
que a leitura desses últimos materiais poderá ser perfeitamente empreendida de
maneira crítica, cautelosa e reflexiva por nossos leitores, sobretudo tendo-se
em conta os precisos argumentos de Trotsky em sua polêmica
travada contra Yaroslavsky acerca da Insurreição de Outubro
e a História da Revolução de Outubro, reproduzida na segunda parte do
presente livro.
Derradeiramente, cumpre destacar que apostamos
no sucesso desta publicação e pretendemos continuar produzindo mais livros
sobre temas militares e insurrecionais, voltados ao impulsionamento da Revolução
Socialista.
Entre
os novos projetos já encontram-se sob nossa alça de mira a publicação
sistemática dos escritos militares de Marx e Engels, Lenin
e Trotsky e também de outros grandes especialistas insurrecionais da luta mundial do proletariado.
Os
escritos militares sobre a I Comuna Revolucionária de Paris (1792), aqueles
dedicados à II Comuna de Paris (1871), e os concernentes à Revolução
Socialista-Internacionalista de Outubro (1917) - entre outros
relacionados com a Guerra Imperialista e o Anti-Militarismo e Revoluções Socialistas Posteriores a
Outubro de 17 - deverão, igualmente, assumir um lugar literário de
grande relevância, no quadro de nossa iniciativa literário-pedagógica.
Prometemos um bom cabedal de estudo para os que aspiram à
construção de uma sociedade autenticamente socialista e acreditam na via
insurrecional para a chegada ao poder.
Sendo assim, despedimo-nos de nosso público leitor,
desejando-lhe bons momentos de estudos acerca da Insurreição Socialista
concebida enquanto Arte e recordando as inesquecíveis
palavras do Grande Organizador das Vitórias Revolucionárias dos bolcheviques :
“Até logo, amigos.
Mantenham suas armas nas mãos e
recordem-se sempre
contra quem devem elas ser
dirigidas.
Em um futuro não muito distante,
nós nos encontraremos, novamente, em
Petrogrado !
E vamos mais uma ver trabalhar
juntos !”
Jakob M. Sverdlov
citado em Boris I. Ivanov. J. M.
Sverdlov no Exílio de Turukhansk,
in : Istoritchesky Arkhiv (Arquivo
Histórico), Nr. 5,
Setembro – Outubro de 1956, p.
169.
Buenos Aires, agosto de 2003
Aníbal Cienfuegos
Rochel von Gennevilliers
ACADEMIA VERMELHA DE ARTE MILITAR PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA
MIKHAIL V. FRUNZE
ESTUDOS MILITARES SOCIALISTAS-INTERNACIONALISTAS
DEDICADOS À FORMAÇÃO
DE TRABALHADORES, SOLDADOS E MARINHEIROS MARXISTAS
REVOLUCIONÁRIOS
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU – BUENOS AIRES -
MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. TROTSKY, LÉON D. Agonia Kapitalizma i Zadatchi IV Internatsionala. Mobilizatsia Mass Vokruk Pererrodnyrr Trebovanii kak Podgotovka k Zavoievanniu Vlasti (A Agonia do Capitalismo e as Tarefas da IV Internacional. A Mobilização das Massas em torno de Consignas Transitórias para Preparar a Conquista do Poder), especialmente Pressupostos Objetivos da Revolução Socialista, in : Biulietien Opozitsi Bolschevikov-Lenintsev (Boletim de Oposição Bolchevique-Leninista), Nr. 66/67, Paris, 1938, pp. 14 e s.
[2] Cf. SVERDLOV, JAKOB M. citado em Boris Z. Schumiatsky, Vosvraschenie Tcherez G.
Krasnoiarsk iz Ssylki t. J. M. Sverdlov (O Regresso do Companheiro J. M.
Sverdlov do Exílio pela Cidade de Krasnoiarsk), in : Jakob Mikhailovitch
Sverdlov. Sbornik Vospominanii i Statei, ed. ISPART : Otdel TS.K.R.K.P.(b.) po
Izutcheniiu Istorii Oktiabrskoi Revoliutsii i R.K.P.(b.), Leningrad :
Gosudarstvennoe Izdatelstvo Leningrad, 1926, pp. 126.
[3] Acerca desse tema, vide, mais detidamente, LENIN, VLADIMIR I. Über die Losung der Vereinigten Staaten von
Europa (Acerca da Consigna dos Estados Unidos da Europa) (23 de Agosto de 1915)
in : W. I. Lenin Werke (Obras de V. I. Lenin),
Vol. XXI, Berlim : Dietz Verlag, 1962, pp. 342 e s.; IDEM. Der Imperialismus als höchstes Stadium des Kapitalismus.
Gemeinverständlicher Abriß (O Imperialismo enquanto Estágio Suprema do
Capitalismo. Lineamentos de Compreensão Geral), in : ibidem, Vol. XXII, Berlim
: Dietz Verlag, 1960, pp. 191 e s.
[4] Cf. IDEM. Der „linke Radikalismus“, die
Kinderkrankheit im Kommunismus (O „Radicalismo de Esquerda“ : Enfermidade
Infantil do Comunismo) (Abril – Maio de 1920), in : ibidem, Vol. XXXI, Berlim :
Dietz Verlag, 1960, pp. 71 e 72. Anote-se, por oportuno, que as principais
teses e conclusões do livro de Lenin aqui referido constituíram o
principal fundamento das Resoluções do II Congresso da Internacional
Comunista (Komintern), ocorrido em meados de 1920.
[5] Acerca do tema em destaque, vide, mais precisamente, IDEM.
Parlamentsspielerei (Maluquices Parlamentares) (26 de Setembro de 1905), in
: ibidem, Vol IX, Berlim : Dietz Verlag,
1960, pp. 268 e s. Nessa sede, Lenin, fundando-se nas precisas
lições ministradas por Karl Marx acerca da arte da
insurreição, escreve precisamente : “Para nós, sociais-democratas revolucionários,
a insurreição não é nenhuma consigna abstrata, mas sim constitui uma consigna
concreta. Em
1897, nós a retiramos da ordem do dia. Em 1902, nós a levantamos, no sentido de
uma preparação geral e, apenas em 1905, depois do 9 de janeiro, colocamo-la na
ordem do dia enquanto exigência imediata. Nós não nos esquecemos do fato que Marx
estava em favor do levante, em 1848, mas que, em 1850, condenou as fantasias e
o palavreado acerca de uma insurreição. Nós não nos esquecemos que Wilhem
Liebknecht condenou, até a Guerra de 1870/1871, a participação
no Parlamento Alemão, mas que, depois da guerra, dele tomou parte
pessoalmente. Constatamos, de antemão, no Nr. 12, de “Proletari(O Proletário)”,
que seria ridículo louvar-se o fato de, no futuro, nao virmos a lutar sobre o
terreno da Duma. Sabemos que não apenas o Parlamento, senão ainda a paródia acerca de um
Parlamento, pode constituir o centro principal de toda a agitação, enquanto os
pressupostos para uma insurreição não estão dados, e, em verdade, durante todo
o tempo em que não se possa pensar em uma insurreição popular.”
[6] Cf. IDEM. Appell an die Partei von den
Delegierten des Vereinigungsparteitags, die der ehemaligen Fraktion der
„Bolschewiki“ angehört haben) (Apelo ao Partido feito pelos pelos Delegados do
Congresso de Unificação que pertenceram à antiga Fração Bolchevique) (25 e 26
de Abril de 1906), in : W. I. Lenin Werke, Vol. X, Berlim : Dietz Verlag, 1959,
pp. 315.