ACADEMIA VERMELHA DE
ARTE MILITAR PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA MIKHAIL V. FRUNZE :
A ARTE
PROLETÁRIA DA INSURREIÇÃO SOCIALISTA
ASPECTOS
INTRODUTÓRIOS
Importância da Apreciação das Características da Cidade
Para a Insurreição Proletária Socialista :
As Ações de Luta dos Sublevados Durante uma Insurreição
MIKHAIL N. TUKHATCHEVSKY[1]
Concepção e Organização, Compilação e Tradução Rochel von Gennevilliers
Fevereiro 2005 emilvonmuenchen@web.de
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“A força não se encontra nos números, mas sim nas
táticas revolucionárias.”
Jakob
M. Sverdlov
citado em E. N. Burdjalov. Acerca da Tática dos
Bolcheviques
em Março e Abril de 1917, in : Voprossy Istorii
(Questões da História), Nr. 4,
Abril de 1956, p. 54.
Uma dificuldade que possui a
direção revolucionária das lutas de rua é condicionada pelo caráter da cidade,
por seu plano urbanístico, por suas características arquitetônicas.
Para os que não estão
familiarizados com as características da cidade, surge esta como um gigantesco
amontoado de construções de pedras e de prédios
irregularmente imbricados, tais qual um labirinto
de ruas, ruelas, praças etc., no interior do qual seriam inconcebíveis
quaisquer tipos de ações planejadas de luta, onde
tudo tem de permanecer reservado à improvisação, ao poder
do acaso.
Por isso, pareceria absolutamente
inútil que até mesmo existisse uma direção revolucionária para as lutas,
desenroladas nas ruas de uma grande cidade moderna.
INDISPENSABILIDADE DE DIREÇÃO REVOLUCIONÁRIA
NAS AÇÕES DE LUTA EM UMA CIDADE
Sem embargo, é, em verdade,
indispensável a existência de uma direção revolucionária, para que se vise ao empreendimento de exitosas ações de luta em uma
cidade.
Essa direção deve possuir os
seguintes requisitos :
1)
exato conhecimento da cidade como um todo ;
2)
apreciação tática dos bairros, ruas, praças, prédios e grupos de prédios
da cidade em questão, considerados especificadamente, partindo seja do ponto de
vista ofensivo, seja do ponto de vista defensivo;
3)
construção de mecanismos de defesa ;
4)
conhecimento do sistema de trânsito municipal - ferrovias, linhas de metrô, linhas aéreas,
linhas de ônibus etc. -, familiaridade com os meios de interligação com outras regiões
do país, bem como experiência com o sistema de serviço de interconexão, seja no
interior da cidade, seja entre o interior da cidade e o mundo externo ;
5)
capacidade de análise da composição de classes da população da cidade
etc. etc.
SOBRE O ASSALTO CONCÊNTRICO GERAL
DESFERIDO CONTRA O CENTRO DA CIDADE
A história econômica da cidade determina, de antemão, objetivamente, a correlação de forças da
revolução e da contra-revolução, assim como o movimento de avanço territorial,
no interior de uma certa cidade.
Nas cidades industriais, a população
proletária prepondera sobre as demais camadas sociais,
povoando, em essência, as áreas dos subúrbios.
Nessas áreas ou justamente nas
proximidades da cidade, situam-se também, em regra, os pontos
de localização das tropas que pertencem à guarnição, na
forma de quartéis militares.
As instituições governamentais,
os centros de correio, de telégrafo e de trânsito, as organizações econômicas -
os bancos, as câmaras comerciais, as direções das diferentes organizações
empresariais -, encontram-se instaladas preponderantemente no centro
da cidade.
Em certa medida, essa estrutura
da vida pública de uma cidade e a mobilização das classes da população na
cidade decide, de antemão, em sentido histórico, a forma e o tipo de
procedimento do proletariado durante a insurreição.
Esta deve partir
das regiões suburbanas, com redirecionamentos
simultâneos, rumo às demais partes da cidade, onde tem lugar o assalto concêntrico geral, desferido contra o centro da cidade.
DEFINIÇÃO DA TÁTICA DE LUTA
EM CONFORMIDADE COM A CIDADE EM CAUSA
A antigüidade, a situação
geográfica, a grandeza de uma cidade possuem relevante influência na definição
da tática de luta, a ser dinamizada em seu
interior.
Cidades situadas em regiões montanhosas são mais descentralizadas.
O sistema segundo o qual são
distribuídos seus prédios e posicionadas suas ruas é menos regular, assim como
suas instalações são mais incoerentes e caóticas do que o sistema existente naquelas
cidades, concentradas sobre solo aplainado.
Cidades perpassadas por rios exigem particularidades táticas que devem ser consideradas pela direção
revolucionária das lutas da cidade.
Nas grandes cidades, as lutas de rua são incomparavelmente mais complicadas do que nas pequenas
cidades.
As amplas ruas que conduzem, de modo centrífugo, através do centro de uma grande cidade
são adequadas para a direção revolucionária de combates ofensivos, empreendidos
por setores de tropa proporcionalmente grandes.
Inversamente, as ruas
estreitas e os becos das velhas cidades - ou das partes contíguas da cidade velha, situadas no interior das
cidades modernas - são mais adequados para a defesa e para o ataque com
pequenos grupos de luta.
NOÇÕES INSURRECIONAIS
DE APRECIAÇÃO DE UMA CIDADE
O Regulamento Provisório de
Campo do Exército Vermelho da União Soviética
fornece as seguintes noções características para a apreciação de uma cidade :
"As construções das cidades oferecem uma série de incômodos
para a luta.
Nas grandes cidades, é muito dificultoso obter uma visão global do
território, observar os movimentos do adversário de classe, dirigir as tropas
revolucionárias, organizar o serviço de interconexão, reunir as posições de
luta, fornecer apoio recíproco etc.
Ao mesmo tempo, os edifícios de pedra das cidades conferem uma perfeita proteção
contra o fogo das armas, propiciando segurança, em certa dimensão, contra os
obuses da artilharia e - se certas medidas forem adotadas - também contra os
meios de luta compostos por gases venenosos.
Esses edifícios asseguram refúgio à guarnição contra o mau tempo,
oferecendo uma camuflagem acabada contra o reconhecimento realizado pelo
sistema aéreo, facilitando, assim, a aplicação do princípio
da surpresa nas lutas de rua.
A plástica de uma área, o plano urbanístico de uma cidade, sua
arquitetura, seu nível cultural influenciam o caráter das lutas de rua.
Em toda e qualquer cidade, considerada em específico, as lutas adquirirão
uma caráter específico.
A complexidade do exercício de direção revolucionária das lutas de rua
torna-se tanto mais elevada quanto maior for a grandeza da cidade.
Para essas lutas, resulta particularmente característica a influência
da população da cidade sobre o caráter geral das operações militares.
A intervenção da população na
luta pode
revelar-se como fator decisivo, de acordo com a passagem de sua parte mais
ativa para um determinado lado combatente."[2]
SOBRE OS MEIOS DE TRANSPORTE E DE INTERCONEXÃO
Os meios de transporte e de
interconexão, as ruas e avenidas de uma cidade moderna, podem ser
empregados, com grande utilidade, pelos sublevados, segundo as relações
correspondentes, em prol de seus objetivos de luta.
As vias subterrâneas dos metrôs
elétricos constituem, p.ex., um meio bastante cômodo para o
avanço e para a concentração das forças de combate.
As vias de ônibus, as vias de transportes elétricos elevados, os automóveis
podem servir também para redirecionar as forças de combate de um setor ao outro.
Os caminhões podem, rapidamente, ser transformados em viaturas blindadas, mediante a instalação de
placas de ferro, em intensidade eqüivalente, e aprovisionamento desses veículos
com metralhadoras.
Do mesmo modo, podem ser criadas colunas
blindadas, a partir dos vagões ferroviários.
Os meios do serviço de
interconexão da cidade - no essencial, os departamentos
de correios e telégrafo, as emissoras de rádio e televisão - podem e devem ser
utilizados, inteiramente, em prol dos objetivos das ações de luta dos
sublevados.
MECANISMOS DE DEFESA DOS SUBLEVADOS
A construção de mecanismos de
defesa pelos sublevados pode ter lugar, de modo extraordinariamente simples e
rápido, em conformidade com as condições de luta na cidade, graças ao material
de auxílio existente e à participação da população nas conflagrações.
As lutas travadas nas ruas
concedem aos sublevados uma ampla possibilidade de manobra com grupos separados
de combate, na medida em que estes podem passar, rápida e inesperadamente, da
defesa ao ataque e vice-versa, recorrendo, de modo abrangente, à utilização da
camuflagem e dos métodos de desvios etc.
SOBRE AS LUTAS NOTURNAS DURANTE UMA INSURREIÇÃO
Para os setores de tropa das
forças armadas regulares, a condução de lutas noturnas contra os sublevados
oferece grandes dificuldades.
W. Balk
escreve, no artigo já citado, que :
"... com o surgir da escuridão, as lutas são,
em regra, suspensas."[3]
Em um comentário feito ao artigo
de W. Balk, C. Muratov, conhecido escritor militar
russo, também declara-se solidário a essa concepção.
Se essa observação de W.
Balk possui relativa justificação no que concerne às forças
armadas regulares, não se adequa, de nenhuma
forma, às atividades dos sublevados.
A experiência das insurreições
ensina, precisamente, o oposto : as ações originais da organização de luta iniciam-se,
em regra, pela noite ou durante o crepúsculo matutino (Reval, Cantão, Hamburg etc.).
Se forem vitoriosas as lutas
noturnas - travadas se possível no início da insurreição -
sê-lo-ão, também, no curso de todo o período das ações de luta, empreendidas
nas ruas de uma determinada cidade.
Valendo-se da escuridão, do conhecimento da cidade, do apoio
prestado pela população, os sublevados devem,
precisamente, travar combates noturnos, a fim de desmoralizar as tropas regulares, por meio de assaltos
repentinos e incomparavelmente intrépidos,
destruindo o sistema de seu serviço de interconexão, liquidando o corpo de
oficiais etc.
As lutas noturnas dos sublevados
devem ser consideradas como um tipo de luta costumeiro e normal, assegurador de
certas vantagens.
A cidade, enquanto palco de
guerra, favorece, em virtude de suas particularidades, a
condução de combates noturnos por
parte dos sublevados.
INICIATIVA E AUTONOMIA NAS LUTAS DE RUA
NO ESPÍRITO DO PLANO GERAL DAS AÇÕES
As condições das lutas de rua
ditam a necessidade de aplicação e desenvolvimento da mais ampla iniciativa
e autonomia, durante as operações, por parte de cada um
dos dirigentes das unidades revolucionárias da insurreição, assim como por
parte de cada um dos membros individuais das unidades de luta.
A dificuldade da produção de uma
firme interconexão entre os dirigentes e suas subdivisões nas lutas de rua pode
forçá-las, não raramente, a procederem, com o próprio punho, no espírito
do plano geral das ações de luta.
Em conseqüência disso, cumpre
dedicar a mais rigorosa atenção à seleção dos comandantes das unidades de luta e das tropas dos sublevados.
ACADEMIA VERMELHA DE ARTE MILITAR
PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA MIKHAIL V. FRUNZE
ESTUDOS MILITARES SOCIALISTAS-INTERNACIONALISTAS
DEDICADOS À FORMAÇÃO
DE TRABALHADORES, SOLDADOS E MARINHEIROS MARXISTAS
REVOLUCIONÁRIOS
EDITORA
DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA J. M. SVERDLOV”
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU -
_______________________________________
BREVES REFERÊNCIAS
BIOGRÁFICAS DE
TUKHATCHEVSKY, MIKHAIL
por
Rochel von Gennevilliers
Mikhail Tukhatchevsky nasceu em 1893,
na cidade de Slednevo, na Rússia Czarista, no seio
de uma família nobre.
Sem embargo, tornou-se, ao longo de sua vida, uma das
mais expressivas personalidades revolucionárias das Forças Armadas
Vermelhas.
Em 1914, graduou-se na Academia Militar
Aleksandersk.
Como cadete e tenente das Forças Armadas Czaristas,
combateu ativamente na I Guerra Mundial Imperialista.
Após a vitória da Revolução Socialista de Outubro
de 1917, Tukhatchevsky aderiu, de corpo e alma, ao bolchevismo,
tornando-se oficial das Forças Armadas Vermelhas.
Já em 1918, assumiu a defesa militar revolucionária de Moscou.
Acerca desse fato, assinalou Trotsky :
“Tukhatchevsky
não apenas ofereceu seus serviços às Forças
Armadas Vermelhas, senão ainda se tornou comunista.
Distinguiu-se, quase imediatamente, no fronte e, dentro
de um ano, tornou-se General do Exército
Vermelho.
Seu brilhantismo como estrategista foi reconhecido por
inimigos de classe que o admiravam, dele caindo como vítimas.”[4]
Em 1920, Trotsky investiu-o no Comando
do V Exército Vermelho. Nessa condição, Tukhatchevsky organizou
a captura da Sibéria e a derrota do General Branco
Alexander Koltchak.
Ainda em 1920, contribuiu resolutamente para a derrota do
General Branco Anton Denikin, na região da Criméia.
Combateu na Campanha da Polônia de 1920,
exercendo funções de principal comandante das Forças Armadas Vermelhas.
Como um dos principais dirigentes militares, foi, em
março de 1921, incumbido do esmagamento da Insurreição Armada
Contra-Revolucionária de Kronstadt.
Mesmo opondo-se a Stalin e Voroshilov, serviu,
a seguir, entre 1925 e 1928, como Chefe do Corpo de Comando e Vice-Comissário
da Defesa, quando deu início a um amplo processo de reorganização do
sistema militar soviético.
Tornou-se, ainda, em 1935, Marechal das Forças
Armadas Vermelhas, quando demonstrou possuir expressiva ousadia e
independência, em seu intento de proteger o sistema militar soviético em face
das intromissões desmedidas, efetuadas pela GPU stalinista nesse
domínio do Estado Soviético.
Em junho de 1937, Tukhatchevsky e outros
sete altos comandantes soviéticos foram presos e acusados pelo stalinismo
burocrático-soviético contra-revolucionário de atuarem como
conspiradores em defesa dos interesses da Polícia Secreta Alemã
(Gestapo).
Denunciado por Karl Radek como um dos Marechais
Soviéticos colaboradores da oposição democrático-soviética, foi,
em 1937, julgado culpado e sumariamente executado.
Acerca das falaciosas acusações levantadas pelo
stalinismo contra Tukhatchevsky e todos os comandantes das Forças
Armadas Vermelhas da Guerra Civil, Trotsky escreveu, com
grande retidão :
“Todos os que dirigiram as Forças Armadas Vermelhas durante o período stalinista – Tukhatchevsky, Yegorov, Blücher, Budenny,
Yakir, Uborevitch, Garmarnik, Dybenko, Fedko, Kork, Putna, Feldman, Alksnis,
Eidemann, Primakov e muitos outros – foram, cada qual a seu tempo,
promovidos a postos de responsabilidade militar quando estive à cabeça do Comissariado de Guerra.
Foram, na maioria dos casos, promovidos por mim
pessoalmente, durante minhas rondas nos frontes e minha direta observação de
seus trabalhos de guerra.
Ainda que o meu próprio comando houvesse sido ruim, foi,
aparentemente, bom o suficiente para ter selecionado os melhores dirigentes
militares disponíveis, uma vez que Stalin,
por mais de dez anos, não pôde encontrar ninguém para substituí-los.
Em verdade, quase todos os comandantes das Forças Armadas Vermelhas da Guerra Civil,
todos os que subseqüentemente construíram nossas Forças Armadas, revelaram-se, no final das contas, «traidores» e «espiões». Porém, isso não altera a questão : foram esses homens
que defenderam a Revolução e o país.”[5]
E, além disso, enfatizou :
“O Governo
Soviético não apenas prendeu e executou seu Comissário da Guerra em
exercício, Tukhatchevsky, senão além
disso e sobretudo, exterminou todo o
corpo de comando mais antigo do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
Auxiliado por correspondentes estrangeiros complacentes,
situados em Moscou, a propaganda da
máquina stalinista tem enganado sistematicamente a opinião pública do mundo
sobre o estado atual das coisas na União
Soviética.
O governo
stalinista monolítico é um mito.”[6]
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MIKHAIL V. FRUNZE
ESTUDOS MILITARES SOCIALISTAS-INTERNACIONALISTAS
DEDICADOS À FORMAÇÃO
DE TRABALHADORES, SOLDADOS E MARINHEIROS MARXISTAS
REVOLUCIONÁRIOS
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DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA J. M. SVERDLOV”
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU -
[1] Cf. TUKHATCHEVSKY,
MIKHAIL N. Die Kampfhandlungen von Aufständischen zu Beginn eines Aufstandes.
Grundlegende taktische Regeln (As Ações de Luta dos Sublevados no Início de uma
Insurreição. Regras Táticas Fundamentais), in : A. Neuberg. Der bewaffnete
Aufstand. Versuch einer theoretischen Darstellung(A Insurreição Armada.
Tentativa de uma Apresentação Teórica), Frankfurt a. M. : Georg Wagner, 1971,
pp. 239 e s.
[2] Cf. PROVISORISCHES FELDREGLEMENT DER ROTEN ARMEE DER
SOWJETUNION (Regulamento Provisório de Campo do Exército Vermelho da União
Soviética), §§ 1321 - 1324.
[3] Cf. W.
BALK. Die Taktik des Straßenkampfes (A Tática da Luta de Rua), in : Monatshefte
für Politik und Wehrmacht (Revista Mensal para Política e Poder Militar), 1919.
[4] Cf. TROTSKY, LEV DAVIDOVITCH. Stalin (1941), Capítulo
: The Civil War (A Guerra Civil), Londres : Hollis and Carter, 1947, p. 327.
[5] Cf. IDEM. ibidem, Livro II, Capítulo : A Guerra Civil, Benson-Vermont:
Felshtinsky, 1985, p. 269.
[6] Cf. IDEM. ibidem, Livro II, Capítulo : Kinto no Poder, Benson-Vermont:
Felshtinsky, 1985, pp. 420 e s.