ACADEMIA VERMELHA DE ARTE MILITAR PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA MIKHAIL V. FRUNZE :

A ARTE PROLETÁRIA DA INSURREIÇÃO SOCIALISTA

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

 

Organização Militar Revolucionária das Forças do Proletariado

 

IOSSIF S. UNSCHLICHT[1]

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução Rochel von Gennevilliers

Fevereiro 2005 emilvonmuenchen@web.de

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Uma das tarefas da direção revolucionária do proletariado em uma situação diretamente revolucionária consiste em criar as Forças Armadas Vermelhas, bem como uma organização de luta das massas.

A necessidade de criação de organização do gênero resulta ser evidente.

A partir da experiência obtida nas insurreições armadas dos trabalhadores, em uma série de países, sabe-se que, mesmo quando o trabalho militar revolucionário do proletariado entre as tropas regulares do exército, da polícia, da marinha, da aeronáutica, as forças para-militares etc., i.e. entre as forças armadas do Estado Burguês é realizado, em geral, de maneira tão satisfatória, jamais conseguirá, até o momento da insurreição, desintegrar as forças armadas burguesas, apenas através dos métodos de tratamento político, conquistando-as para  a revolução proletária, ou mesmo não será completamente capaz de neutralizá-las.

 

SOBRE OS SETORES DAS TROPAS REGULARES QUE PERMANECERÃO FIÉIS AO NÚCLEO REACIONÁRIO DE COMANDO

 

Alguns setores das tropas regulares e dos grupos das forças armadas burguesas permanecerão sempre fiéis ao seu núcleo reacionário de comando, dedicando-se ativamente à luta travada contra o proletariado revolucionário.

No artigo “As Lições da Insurreição de Moscou”, Lenin escreveu, em 1906, as seguintes palavras :

 

“Temos organizado um “tratamento” espiritual das tropas regulares que  tem de ser ainda impulsionado de modo mais intenso.

Revelar-nos-emos como grandes pendantes se esquecermos que, no momento da insurreição, será também necessária uma luta física, deflagrada em torno das tropas regulares.”[2]

 

Todas as forças armadas do Estado Burguês possuem uma série de setores de tropa bem treinados  e também os possuirá no futuro.

Esses setores são bem remunerados e recrutam os filhinhos dos senhores das camadas da população fiéis à burguesia - escolas de cadetes e sub-oficiais, pelotões militares e policiais, destinados a intervenções especiais, tais quais os pelotões armados com pistolas Mauser, na China etc. -, incluindo, além disso, todas as possíveis organizações militares de voluntários da burguesia, propagadas fortemente, em particular, nos países da Europa Ocidental, cuja decisiva determinação consiste na luta, ativa e armada contra o proletariado revolucionário.

É imprescindível, ademais, recordar o fato de que, nos momentos de uma insurreição proletária, a burguesia empregará todos os meios possíveis - corrupção, estelionato, festas gratuitas com distribuição de churrasco e cerveja, represálias etc. -, a fim de que conservar em suas mãos as tropas hesitantes.

Em decorrência disso, pode-se afirmar com certeza que o proletariado jamais conseguirá desprender, inteiramente, todos os setores das tropas regulares do Estado Burguês da influência das classes dominantes, arrancando as massas de soldados hesitantes do núcleo de comando contra-revolucionário, para arrastá-las para o lado da revolução proletária.

Precisamente por isso a desintegração e a neutralização desses setores das tropas regulares e de suas organizações é apenas possível mediante o seu desarmamento pelas forças do proletariado.

Eis a razão, portanto, da necessidade imperiosa da oportuna criação das forças armadas de combate da classe trabalhadora, capazes de, juntamente com os setores das tropas regulares, passados para a revolução, danificar e aniquilar, finalmente, os sustentáculos armados do velho poder do Estado Burguês.

 

ATUALIDADE E IMPORTÂNCIA DA GUARDA VERMELHA

EM FACE DAS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS

 

Nas futuras insurreições proletárias – particularmente se uma situação diretamente revolucionária não surgir em decorrência de uma guerra – ocorrerá, freqüentemente, de as unidades revolucionárias da Guarda Vermelha terem de suportar o peso inteiro de golpes decisivos, sem serem apoiadas por Forças Armadas Revolucionárias, compostas pelo Exército, Marinha e Aeronáutica Vermelhas.

Sem embargo, a construção das Forças Armadas Vermelhas é indispensável :

 

“O Exército Revolucionário é necessário para a luta militar e para a direção militar das massas populares contra o resto do poder militar do absolutismo.

É imprescindível porque os grandes problemas históricos podem ser apenas solucionados mediante violência.

O organização da violência na luta moderna adquire, porém, o caráter de uma organização militar.”[3]

 

A estrutura constitutiva das organizações de luta do proletariado nos diversos países há de ser efetivamente diferenciada.

Porém, um coisa é clara: o embasamento das unidades revolucionárias das organizações de luta do proletariado há de assentar sobre as massas trabalhadoras - fábricas, indústrias, empresas etc.-, devendo essas unidades ser numericamente fortes.

Sua estrutura organizativa deverá assemelhar-se, mais ou menos, à Guarda Vermelha, na Rússia, às centúrias proletárias, na Alemanha de 1923, as centúrias de luta, na China etc.

 

SOBRE A SITUAÇÃO POLÍTICA

DE ORGANIZAÇÃO DA GUARDA VERMELHA

 

Porém, uma Guarda Vermelha não pode ser organizada em toda e qualquer situação política. (...)

A organização revolucionária da luta de massas do proletariado, representada como Guarda Vermelha, deve ser formada quando a direção revolucionária do proletariado colocar na ordem-do-dia a questão da edificação da Ditadura do Proletariado, assumindo o curso de direta preparação da tomada do poder do Estado.

As experiências de Petrogrado e Moscou, na Rússia de 1917, na Alemanha de 1923, em Cantão e Shangai de 1927, bem como em outras localidades, demonstram que, no contexto de uma situação agudamente revolucionária, pode ser criada uma organização revolucionária de luta abrangente, de maneira relativamente rápida.

Em regra, para isso são necessários alguns meses.

 

 

SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS

QUADROS REVOLUCIONÁRIOS DA GUARDA VERMELHA FORMADOS MILITARMENTE

 

Entretanto, a rápida criação de uma organização revolucionária de luta capaz de agir torna-se apenas possível na hipótese de encontrar-se disponível um número suficiente de quadros revolucionários, formados politica e militarmente para esse objetivo.

Sem a existência de tais quadros - que atuarão como invólucro das formações revolucionárias de luta, como seu núcleo de comando -, a organização proletária de luta não possuirá nenhuma grande importância, no sentido de sua capacidade combativa.

Em Petrogrado, em Moscou e em outras cidades da Rússia de 1917, as condições eram inteiramente favorável no que diz respeito a esse aspecto da questão.

Os dirigentes e os instrutores da Guarda Vermelha eram soldados comunistas e também, freqüentemente, oficiais.

Durante as lutas de Outubro, dirigiram as ações de combate das unidades revolucionárias da Guarda Vermelha como comandantes, instruindo, no período da criação desse organismo militar revolucionário, os guardas vermelhos no manuseio das armas, ensinando-lhes, de maneira geral, os fundamentos da tática e do sistema militar.

Observamos um quadro inteiramente diferente na Alemanha de 1923.

Na Alemanha, foram organizados, no curso de poucos meses, cerca de 250.000 guardas vermelhos em centúrias proletárias.

Faltavam, porém, quadros militarmente formados.

Em meio a essa massa de guardas vermelhos, existiam apenas alguns antigos oficiais entre os comunistas.

Os dirigentes das centúrias proletárias de então não estavam nem familiarizados com os fundamentos da tática e o sistema das lutas de rua, nem tampouco, de modo geral, com a tática da insurreição proletária.

Não possuíam nenhuma noção de organização e tática das forças armadas militares do Estado Burguês, razão pela qual a qualidade e o valor de luta dessas centúrias proletárias deixaram muito a desejar, por todos os lados.

E, em verdade, tanto mais na medida em que existia à disposição destas um número extremamente limitado de armas.

O mesmo vale para a Insurreição de Cantão.  

A Guarda Vermelha possuía ali – tal como já observamos – uma percepção excessivamente limitada da aplicabilidade das armas, situadas à sua disposição, sendo certo que não soube as empregar durante a luta, sofrendo, assim, pesadas perdas, depois de empreender uma série de operações de combate com resultados infelizes.

A razão disso é que haviam sido nomeados como dirigentes das unidades revolucionárias da Guarda Vermelha companheiros inexperientes e debilmente formados no sistema militar.

Em Cantão, existiam extremamente poucos companheiros familiarizados com o sistema militar.

Além disso, o Partido Comunista Chinês não dedicou suficiente atenção, na prática, ao problema da formação dos quadros revolucionários da Guarda Vermelha.

Essa questão é, entretanto, de colossal importância, particularmente em países como a China e outros, em que o proletariado revolucionário possui apenas limitadas possibilidades para a formação de quadros militares próprios, no interior das forças armadas regulares lá existentes.

A tática da insurreição proletária e a tática das lutas de rua  - e, cumpre destacar, toda e qualquer insurreição proletária em uma cidade adquire a forma de lutas de rua - são extremamente complicadas em decorrência de uma série de características específicas que se distinguem da costumeira tática, praticada pelas tropas regulares do Estado Burguês.

Sobre essas características ainda teremos oportunidade de falar.

Seu estudo exige um trabalho prolongado e pertinaz daqueles que a ele se dedicam.

 

SOBRE A FORMAÇÃO DOS FUTUROS QUADROS MILITARES DIRIGENTES DA INSURREIÇÃO PROLETÁRIA

 

Seja como for, a direção revolucionária do proletariado que pretenda permanecer sendo conseqüentemente marxista até o fim, i.e. que se comporte em face da insurreição proletária tal como uma arte, difundindo na classe trabalhadora a idéia de uma insurreição armada, deve colocar, na prática, a questão da formação dos quadros que serão os futuros dirigentes militares de uma insurreição proletária, resolvendo essa mesma questão de um modo ou de outro.

A direção revolucionária do proletariado de todo e qualquer país deve abordar essa tarefa sem esperar pelo o amadurecimento de uma situação diretamente revolucionária, caso contrário tornar-se-á demasiadamente tarde.

Deve fazê-lo desde já, independemente da situação política do país.

Essa tarefa é executável, a despeito das imensas dificuldades.

Paralelamente ao estudo do marxismo e do leninismo revolucionário, a direção revolucionária em causa deve organizar também o estudo do sistema militar junto a seus membros, nomeadamente o estudo das experiências das insurreições  armadas no mais diversos países, em primeira linha, porém, na Rússia de 1917, na Alemanha de 1923 e na China de 1927.

Esse estudo pode ser organizado:

 

1)           em círculos e escolas - de modo legal, semi-legal ou ilegal, conforme à situação -;

 

2)           com a edição de literatura revolucionária sobre as experiências da luta armada do proletariado;

 

3)           com a simulação de jogos de guerra, tendo como fundamento um plano de insurreição – à semelhança dos jogos de guerra das forças armadas regulares do Estado Burguês;

 

4)           com o estudo do sistema militar, na prática, mediante envio de certas pessoas para o interior das forças armadas regulares do Estado Burguês;

 

5)           com  a construção do trabalho nas organizações militares legais e semi-legais do proletariado, vale dizer a Guarda Vermelha, a Liga Vermelha dos Lutadores do Fronte da Alemanha, a Associação Revolucionária dos Lutadores Veteranos do Fronte da França etc.

 

Evidentemente, tão somente a apropriação da teoria não assegura a possibilidade de formar, em todos os sentidos, dirigentes experientes nas ações de combate das unidades  revolucionárias da Guarda Vermelha.

De toda sorte, essa é uma das possibilidades existentes, não se devendo, em nenhum caso, a ela renunciar.

 

SOBRE O CARÁTER DIFERECIADOR

DAS LIGAS DE LUTADORES DO FRONTE

E  DA GUARDA VERMELHA

 

Tanto na formação de quadros militares dirigentes das vindouras insurreições proletárias, quanto na educação das massas proletárias no sistema militar, as organizações de massas semi-militares do proletariado – i.e. a Liga Vermelha dos Lutadores do Fronte, na Alemanha, a Associação Revolucionária dos Lutadores Veteranos do Fronte, na França - desempenham um papel primordial.

Entretanto, essas organizações não podem, de forma alguma, ser identificadas com a Guarda Vermelha.

Pois, não são órgãos das lutas diretas em prol da Ditadura do Proletariado.

Tal como já ficou demonstrado anteriormente, os objetivos decisivos das organizações de lutadores do fronte são :

 

1)           a mobilização e a formação das massas proletárias no espírito da luta de classes; e

 

2)           a luta política contra as organizações militares e para-militares do Estado Burguês.

 

Além disso, nelas são formados milhares de proletários no sistema militar, como também educados no espírito da Guerra Civil.

Enquanto organizações de lutadores do fronte, voltadas à auto-defesa proletária, essas ligas e associações  são, simultaneamente, portadoras da idéia de Guerra Civil, representando, assim, um poderoso meio de propaganda dessa idéia no seio da classe trabalhadora, considerada como um todo.

 

SOBRE A FORMAÇÃO MILITAR REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO

 

A formação militar revolucionária do proletariado, empreendida em escala de massas, pode ser igualmente impulsionada, em certa medida, no âmbito das diversas organizações legais do proletariado, incluindo as organizações esportivas, os círculos de tiro de pequeno calibre etc.

O proletariado revolucionário deve-se servir dessas organizações proletárias, nos lugares possíveis, a fim de empreender a formação militar da juventude proletária simpática à revolução socialista.

Com o surgimento de uma situação diretamente revolucionária cumpre impulsionar, com grande intensidade, a formação das massas no sistema militar, difundindo :

 

1)a familiarização com as armas;

 

2)a aquisição de conhecimentos elementares da tática da insurreição proletária e das lutas de rua, do serviço de informação e interconexão;

 

3) a realizaçao do estudo da organização e da tática das forças armadas regulares do Estado Burguês, do exército, da polícia etc.;

 

4) a provisão do armamento das massas;

 

5) a constituição de unidades revolucionárias da Guarda Vermelha em todas as localidades.

 

Nesse sentido, há que dedicar particular atenção aos centros decisivos da vida política e econômica do país  - i.e. capital, grandes centros industriais, pontos nodais das estradas de ferro etc.

Caso haja negligência em atribuir suficiente atenção a essas questões revolucionárias, semelhante descaso acarretará conseqüências extraordinariamente desastrosas nos momentos críticos da sublevação.

A Insurreição de Cantão demonstrou que cerca de 75 % dos trabalhadores que participaram ativamente nas lutas de rua não sabiam disparar com os fuzis nem utilizar as armas que haviam sido capturadas das mãos do inimigo de classe, já no primeiro momento da insurreição.

Ocorreu até mesmo o fato de certos trabalhadores, que haviam recebido armas, estando, porém, desacostumados com o ato de atirar, matarem seus próprios companheiros de luta.

Os sublevados sofreram, assim, duras perdas nas lutas travadas contra seus adversários de classe, sumariamente pelos seguintes motivos:

 

1)           por desconhecerem as regras mais elementares do manejo de armas;

 

2)           por ignorarem a tática das lutas de rua;

 

3)           por faltar-lhes perícia na técnica do serviço de reconhecimento e manutenção dos serviços de informação e interconexão;

 

4)           por estarem desinformados acerca dos lados fortes e débeis dos setores das tropas regulares do Estado Burguês.

 

Nesse sentido, a Insurreição de Cantão revela todos os erros que o Partido Comunista da China cometera na execução de seu trabalho militar revolucionário, no curso do período precendente à deflagração da sublevação.  

Ademais, cumpre enfatizar que, em julho de 1905, Lenin escreveu, em um artigo, intitulado “O Exército Revolucionário e o Governo Revolucionário”, as seguintes palavras acerca da questão da imprescindibilidade do estudo do sistema militar :

 

"Nenhum social-democrata, familiarizado, ainda que apenas parcialmente com a ciência história - em cujo domínio Engels foi o grande conhecedor -, jamais duvidou do grande significado dos conhecimentos militares, da extraordinária importância da técnica militar e da organização militar enquanto ferramenta da qual se servem as massas populares e as classes populares para a resolução dos grandes conflitos históricos.

A Social-Democracia jamais se rebaixa ao ponto de jogar com conspirações militares. 

Jamais colocou as questões militares à frente do palco, quando não se encontravam disponíveis as condições da Guerra Civil iniciada.

Agora, porém, todos os social-democratas ainda que não situem as questões militares em primeiro lugar, posicionam-nas, entretanto, em um dos primeiros lugares, colocando na ordem do dia tanto o  estudo dessas questões quanto a promoção da familiarização das massas populares com elas.

O Exército Revolucionário tem de aplicar praticamente os conhecimentos militares e os meios militares, visando à decisão do destino subseqüente do povo russo, à resolução da primeira questão mais urgente : a questão da liberdade."

 

SOBRE A QUESTÃO DA OBTENÇÃO DE ARMAS

 

Uma das questões mais difíceis de resolver na preparação da insurreição armada do proletariado é aquela relacionada com a obtenção de armas.

Essa questão possui um extraordinário significado político.

Sob a Ditadura da Burguesia - i.e. em "tempos de paz" -, o proletariado encontra-se subtraído à possibilidade de se armar.

Porém, esse inconveniente é solucionável, apesar das grandes dificuldades.

A situação política, em cujo contexto a conquista do poder há de se tornar uma questão de realização prática - i.e. uma situação de rápida dinâmica revolucionária das massas trabalhadoras, de tempestuosas oscilações da pequena-burguesia e de inevitável hesitação do aparato do Estado Burguês - possibilitará ao proletariado adquirir armas, sob a respectiva direção revolucionária do proletariado:

 

1)           seja mediante compra;

 

2)           seja através do desarmamento das organizações fascistas;

 

3)           seja por meio da apreensão de determinados depósitos;

 

4)           seja mediante a organização de uma produção, ainda que primitiva, de armas.

 

Desse modo, é possível assegurar às próprias organizações de luta do proletariado revolucionário armamentos, no mínimo, em dimensão necessária a garantir lutas vitoriosas em torno de armas, no momento da deflagração e durante a insurreição.

Na elaboração do plano da insurreição deve ser dedicada, por parte da direção insurrecional, particular atenção à questão da apreensão de armas e do subseqüente armamento das tropas de choque proletárias até então desarmadas e dos trabalhadores revolucionários, disposto a junto com elas lutarem.

Impende recordar que, em 1905, Lenin escreveu, em seu artigo intitulado "As Tarefas das Unidades de Luta do Exército Revolucionário" o seguinte :

 

"As próprias unidades devem-se armar a si mesmas.

Cada qual como o que possui  - fuzis, revólveres, bombas, facas, socos ingleses, bastões, trapos encharcados com gasolina, destinados a serem incendiados, cabos de ferro ou cabos condutores, pás para a construção de barricadas, cartulhos explosivos, arames farpados, agulhas (contra a cavalaria) etc. etc.

Em nenhuma circunstância, pode-se esperar por ajuda, vinda de baixo ou de cima.

É necessário fazer tudo sozinho.”[4]

 

Além disso, Lenin faz referência ao fato de que não podemos renunciar, em nenhum caso, à organização de uma unidade revolucionária, e tampouco postergarmos essa organização, sob o pretexto de que não existem armas para tanto.

Lenin formulou a seguinte instrução, em uma contestação ao relatório do Comitê de Luta da Direção de Petersburgo do Partido Operário Social-Democrático Russo - Bolchevique (POSDR-B) que alegava estar transcorrendo com lento andamento a criação das unidades revolucionárias de luta por causa da falta de armas :

 

"Vocês tem de ir à juventude.

Organizem imediatamente tropas de luta por todos os lados possíveis, em particular compostas tanto com estudantes quanto com trabalhadores etc. etc.

Devem ser constituídos, imediatamente, grupos de luta de três (3) a dez (10), de três (3) a trinta (30) e mais pessoas.

Eles mesmos devem-se armar, impostergavelmente, tão bem quanto o possam fazer, com revólveres, facas, com trapos encharcados com gasolina, para atear fogo etc. etc."

 

Esse posicionamento de Lenin, registrado em 1905, referentemente à criação de unidades revolucionárias de luta do proletariado e à forma de obtenção de armas, não perdeu absolutamente em nada o seu vigor, até os dias de hoje.

Deve-se contar com o fato de que, nas futuras insurreições proletárias, tanto nos países capitalistas altamente desenvolvidos, como nos países do leste, o proletariado ou, no mínimo, algumas de suas unidades - enquanto não for apreendida uma quantidade suficiente de armas modernas  - em particular, no primeiro momento da insurreição -, terão de recorrer, freqüentemente, a quaisquer tipos de armas, incluindo as mais imperfeitas, a isso não se renunciando, em hipótese alguma.

Pois, com auxílio dessas armas primitivas, extremamente impróprias, as unidades revolucionárias de luta do proletariado poderão e deverão adquirir, então, armas realmente modernas, armando-se a si mesmas, de modo mais adequado.

 

PROLETARIADO INSURRECIONAL E SEUS SOLDADOS

 

O proletariado revolucionário tem de formar a direção da insurreição e cada um de seus membros é um soldado da Guerra Civil.

Por consegüinte, essa regra obriga aos proletários a possuirem os seus próprios armamentos.

Essa consigna deve ser executada precisamente nos países em que a luta de classes alcançou o mais profundo aguçamento, sendo muito grande a probabilidade de rápido amadurecimento de uma aguda situação revolucionária, em decorrência de toda uma série de circunstâncias específicas.

 

CRIAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO

DAS UNIDADES REVOLUCIONÁRIAS DA GUARDA VERMELHA

 

Doravante, quando nos estivermos referindo à questão da criação das unidades revolucionárias da Guarda Vermelha, i.e. do Exército Revolucionário, e à problemática de sua estruturação organizativa, teremos de considerar, nesse contexto, os determinados momentos principais, resultantes da experiência haurida no trabalho comunista-revolucionário realizado nesse domínio, experiência esta constatada em diversos países.

Com o surgimento de uma situação diretamente revolucionária, a criação das unidades da Guarda Vermelha deve ser impulsionada em todos os lugares, i.e. nas cidades e nas fábricas, onde a direção revolucionária do proletariado há de levantar incessantemente suas consignas, conclamando as massas abertamente à preparação da insurreição armada.

As unidades revolucionárias da Guarda Vermelha devem ser constituídas, em seu conjunto, por trabalhadores com ou sem partido, por estudantes e por pobres dos vilarejos.

A direção revolucionária do proletariado deve aspirar a assegurar para si mesmo a direção das unidades revolucionárias da Guarda Vermelha, bem como colocar seus militantes mais provados nos postos militares dirigentes, velando para que as unidades revolucionárias sejam formadas no sistema militar etc.

Em uma série de países, não está excluída a possibilidade de as unidades revolucionárias da Guarda Vermelha terem de ser criadas de modo ilegal, no mínimo durante o período inteiramente inicial de sua organização.

O grau de legalidade da Guarda Vermelha dependerá de toda uma série de circunstâncias.

Em primeira linha dependerá de quão fortemente o impulso do movimento revolucionário envolver as classes opressoras e de quão amplamente dilatar-se a desintegração do aparelho de Estado Burguês das classes dominantes.

Tendo em consideração a situação política real, a tarefa da direção revolucionária do proletariado é a de levar às massas, em cada um dos diversos territórios do país, consignas de luta, cuja concretização assegure a existência legal e o desenvolvimento das organizações de luta dos trabalhadores, entre elas a Guarda Vermelha.

De nenhuma maneira, deve-se desconsiderar o fato de que a questão da legalidade da Guarda Vermelha deve ser decidida, em última instância, através da luta das massas trabalhadoras e apenas através dela.

Com todas as suas forças, a direção revolucionária deve esclarecer às massas o fato de que uma luta vitoriosa em prol da criação das forças armadas revolucionárias antecipará, em grande dimensão, o resultado exitoso durante a insurreição proletária, visto que esta luta e o desenvolvimento subseqüente de uma Guarda Vermelha representa uma contenda em torno dos postos mais importantes de avanço rumo às posições decisivas que significa o início das lutas diretas pelo poder proletário.

Nesse período, são inevitáveis os embates parciais – que, entretanto, não decidem o desfecho da luta armada - travados contra as forças militares regulares e para-militares do Estado Burguês - i.e. contra os setores do exército, marinha, aeronáutica, polícia militar, polícia civil, bandos fascistas etc.

As experiências realizadas durante a organização das unidades revolucionárias da Guarda Vermelha em diferentes países demonstram que sua estrutura organizativa, no essencial, reside em que as forças militares de luta do proletariado, enquanto existirem de modo ilegal, constituirão pequenos grupos, organizados por fábricas, por indústrias etc. - grupos de três, de cinco e de dez.

Estes permanecerão, através de seus comandantes de grupo e dirigentes, subordinados às instâncias superiores, i.e. aos dirigentes de fábrica da Guarda Vermelha, aos dirigentes distritais etc.

Nesse período, a criação de grandes unidades revoluionárias - colunas e batalhões - da Guarda Vermelha é inconveniente, em razão de considerações concernentes à conspiração.

 

PLANO DE ESTRUTURAÇÃO DA GUARDA VERMELHA

 

Com o desenvolvimento da luta revolucionária pela criação de uma Guarda Vermelha,  no momento em que a formação das unidades das forças militares revolucionárias adquirir inequívoco caráter de massas e as amplas massas de trabalhadores simplesmente implodirem todos os limites da ilegalidade, encontrando-se já penetradas pela idéia da necessidade de criação dessa guarda, deverá a direção revolucionária do proletariado intervir com um plano adequado visando à estruturação da Guarda Vermelha.

Em verdade, cumprirá, nesse sentido, partir das exigências das modernas lutas de rua, tendo em consideração tanto o armamento disponível quanto aquele que pode ser ainda adquirido no processo das lutas pelo poder.

Esse plano de estruturação deve ser simples e compreensível para todo e qualquer trabalhador.

É necessário permanecer-se distante seja da criação de uma estrutura organizativa complicada, seja da criação de grandes formações de unidades revolucionárias da Guarda Vermelha.

 

SÓLIDA CENTRALIZAÇÃO DA GUARDA VERMELHA

 

O peso decisivo das atividades de criação e de estruturação das unidades revolucionárias da Guarda Vermelha deve ser colocado na atividade de sólida centralização dos elos inferiores e menores da Guarda Vermelha, segundo a forma historicamente necessária: 

 

1)           os grupos de luta revolucionários de 10 a 20 lutadores;

 

2)           as colunas revolucionárias de 35 a 45 lutadores e

 

3)           as centúrias das tropas de choque revolucionárias, compostas por duas ou três colunas.

 

4)           Aqui e ali, a centralização de duas ou três centúrias em batalhões revolucionários pode ser amplamente conveniente.

 

A centralização das unidades revolucionárias da Guarda Vermelha mediante grandes associações – regimentos revolucionários, divisões revolucionárias, tal qual se deu na Alemanha de 1923 - é inadequada e até mesmo prejudicial, dado que, desse modo, os elos inferiores da Guarda Vermelha ficarão mais ou menos despidos de sua determinação e iniciativa nas lutas de rua.

De toda sorte, isso depõe a favor de uma falta de compreensão da essência das lutas de rua, uma vez que todo o peso precisamente dessas lutas recai, antes de tudo, sobre os grupos de luta revolucionários, cuja força em unidade corresponde à de uma coluna ou centúria.

A organização de maiores formações será necessária depois da conquista do poder na cidade e com o início das lutas, travadas fora da cidade, quando as condições estiverem dadas para a condução da guerra em campo de batalha.

 

UNIDADES ESPECIAIS DE SERVIÇO

E TROPAS DE CHOQUE REVOLUCIONÁRIAS

 

Na criação, estruturação e formação militar da Guarda Vermelha, deve-se dedicar especial atenção à organização, na composição de seus elos inferiores intermediários – colunas e centúrias revolucionárias -  de determinadas unidades de serviço e tropas de choque revolucionárias também para  execução de tarefas especiais, tais quais as de interconexão, informação, reconhecimento, tarefas sanitárias, guarda de metralhadoras, operações de artilharia, comandos para explosões, motoristas etc.

Essa exigência é de crucial importância para todas as localidades, a fim que os sublevados proletários – no caso de entre seus elos intermediários se encontrarem operadores de metralhadoras, lançadores de bombas e artilheiros, ainda que a Guarda Vermelha não disponha inicialmente de tais gêneros de armas - adquiram a possibilidade de conduzir exitosamente, em primeiro lugar, as lutas contra esses gêneros de armamento e, em segundo lugar - depois da captura dessas armas -, empreguem-nas imediatamente para os seus próprios objetivos de luta.

Lutadores do serviço de interconexão - preferentemente bicicletistas - e de informação, em serviços de rua, serão sempre necessários.

Por isso, em toda coluna e em toda centúria, é obrigatória, em todos os casos, a formação de certos companheiros ou grupos de companheiros revolucionários, dedicados ao cumprimento dos serviços de interconexão, informação e reconhecimento.

 

SOBRE OS COMANDANTES DIRIGENTES REVOLUCIONÁRIOS

 

Na nomeação e formação dos comandantes dirigentes  revolucionários da Guarda Vermelha, é imperioso proceder segundo a consciência de que desses companheiros proletários há que exigir, nas lutas, uma grande autonomia, iniciativa e capacidade de organização na complicada situação de combates de rua, coragem pessoal e habilidade para assumir a responsabilidade em decisões adotadas autonomamente, relativas às tarefas de luta, e, naturalmente, fidelidade inteiramente devotada à causa da revolução socialista proletária.

A seleção do núcleo de comando revolucionário da direção da Guarda Vermelha deve ser processada, incondicionalmente, tendo em conta essas exigências.

Há que ter em consideração que a personalidade dos comandantes dirigentes das lutas de rua da insurreição proletária desempenha um papel extraordinário.

 

 

 

ACADEMIA VERMELHA DE ARTE MILITAR PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA MIKHAIL V. FRUNZE

ESTUDOS MILITARES SOCIALISTAS-INTERNACIONALISTAS

DEDICADOS À FORMAÇÃO

DE TRABALHADORES, SOLDADOS E MARINHEIROS MARXISTAS REVOLUCIONÁRIOS

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

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UNSCHLICHT, IOSSIF STANISLAVOVITCH  

 

por Rochel von Gennevilliers

 

Iossif Stanislavovitch Unschlicht foi um bolchevique da velha guarda e revolucionário profissional.

Nasceu em 1879, na cidada de Mlava, na Polônia, e ingressou nas fileiras do Partido Operário Social-Democrático Russo(POSDR), em 1900.

Em virtude de suas atividades revolucionárias, sofreu inúmeras prisões e foi por três vezes desterrado.

Unschlicht gozou de grande popularidade entre os trabalhadores de Varsóvia, Lodzi e outras cidades da Polônia.

Em 1914, ao eclodir a I Guerra Mundial Imperialista, foi detido em Moscou.

Em 1916, o Tribunal de Alçada dessa cidade condenou-o ao exílio, em um assentamento na aldeia de Tutur, na Província de Irkutsk.

Poucas semanas antes da vitória da Revolução Democrático-Burguesa de Fevereiro de 1917, fugiu de seu cativeiro, em Tutur.

Permaneceu, a seguir, em ativo contato com militantes bolcheviques locais dessa região. Depois da derrubada da autocracia czarista, em fevereiro de 1917, tornou-se membro do Comitê Executivo de Irkutsk.

Em abril do mesmo ano, chegou a Petrogrado, onde foi eleito membro do Soviete de Deputados Trabalhadores e Soldados dessa cidade.

Nos Dias de Julho, foi preso pelo Governo Provisório Frente-Populista e encarcerado em penitenciária.

Depois de sua libertação, participou da preparação da Insurreição Socialista de Petrogrado.

No quadro da Revolução Proletária de Outubro, Unschlicht tornou-se membro do Comitê Militar Revolucionário (CMR) do Soviete de Petrogrado – presidido por Pavel Lazimir –, órgão militar esse siituado sob a presidência geral do Soviete Petrogrado, exercida por Léon D. Trotsky.

Nos primeiros meses de 1918, ocupou-se com a organização da defesa da cidade de Pskov, assediada pelas forças militares do imperialismo alemão.

A seguir, tornou-se membro do Comissariado do Povo para Assuntos Internos.

No final de 1918, comandou atividades de luta deflagradas contra a ocupação das tropas alemães na cidade de Minsk, na Belorússia.

Aqui, foi eleito membro do Comitê Central do Partido Comunista da Lituânia e da Belorússia (PCLB) e assumiu o posto de Comissário do Povo para Assuntos de Guerra da então emergente República Soviética Belorussa-Lituana.

Em 27 de abril de 1919, Unschlicht foi nomeado membro do Conselho Militar-Revolucionário do 16° Exército e, em dezembro, membro do Conselho Militar-Revolucionário do Fronte Ocidental.

Em abril de 1921, tornou-se Vice-Presidente da Polícia Política Soviética (Tcheka - Comissão Extraordinária), posto que ocupou até o outono de 1923.

Depois disso, foi nomeado membro do Conselho Supremo Militar Revolucionário da URSS.

Tendo aderido ao stalinismo burocrático-soviético contra-revolucionário, em 1924, empreendeu, juntamente, com Mikhail Frunze – esse último adepto de Zinoviev e Kamenev e sustentador de sua política de Troika, mantida com Stalin - medidas de reforma do sistema militar.

Em sua implacável luta contra o burocratismo soviético-stalinista que penetrava no interior do Comissariado do Povo para a Guerra, Léon Trotsky referiu-se a Unschlicht, da seguinte maneira :

 

“O primeiro golpe no Departamento da Guerra foi desferido contra Sklyansky.

Foi ele que sobretudo teve de suportar a vingança de Stalin por seus próprios revéses em Tsaritsyn, seu fracasso no Fronte do Sudeste e sua aventura em Lvov.

A intriga soerguia para o alto a cabeça da serpente.

Visando a minar as posições havidas sob Sklyansky – e, no futuro, as minhas próprias – foi instalado diante dele, no Departamento da Guerra, pouco meses antes, Unschlicht, um intrigante ambicioso e deprovido de talento.

Sklyansky foi demitido.

Em seu lugar, foi nomeado Frunze, que se encontrava no comando dos exércitos da Ucrânia.”[5]

 

 

Em janeiro de 1925, por ocasião da nomeação de Frunze como Comissário do Povo para a Guerra – em substituição a Léon Trotsky – e Presidente do Conselho Militar-Revolucionário da URSS, Unschlicht foi indicado para assumir o cargo de Vice-Presidente desses órgãos de direção militar do Estado Soviético, em processo de crescente e irreversível burocratização.

Nesse posto, permaneceu até junho de 1930.

A seguir, alcançou a patente de General do Exército Vermelho e tornou-se coordenador da conexão mantida entre o Estado-Maior Geral desse exército e a Internacional Comunista (Komintern).

Após a morte de Felix Dzerjinky, ocorrida em 1926, foi nomeado, além disso, chefe da Polícia Política Soviética (Tcheca).

Por fim, sob as traiçoeiras acusações de “inimigo do povo” e “sabotador terrorista trotskysta”, formuladas por Stalin e seus asseclas, foi liquidado, em lugar e circunstâncias inteiramente desconhecidas, durante a “Depuração Stalinista” dos anos de 1936 a 1938, que aniquilou massivamente a vida de milhares de revolucionários bolcheviques, antigos companheiros indobráveis de luta de Lenin, Sverdlov e Trotsky.

 

 

 

 

 

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[1] O presente texto em língua portuguesa foi traduzido a partir do idioma alemão conforme UNSCHLICHT, IOSSIF STANISLAVOVITCH. Die Organisierung der Kräfte des Proletariats (A Organização  das Forças do Proletariato) (1928), in : A. Neuberg. Der bewaffnete Aufstand. Versuch einer theoretischen Darstellung(A Insurreição Armada. Tentativa de uma Apresentação Teórica), Frankfurt a. M. : Georg Wagner, 1971, pp. 175 e s.

[2] No que concerne a essa citaçao, cumpre assinalar que Unschlicht remete a LENIN, VLADIMIR ILITCH. Sämtliche Werke, Vol. X, p. 70. 

[3] LENIN, VLADIMIR ILITCH. Sämtliche Werke, Vol. VII, p. 517. 

[4] Com respeito a essa citação, cabe assinalar que Unschlicht nos remete a LENIN, VLADIMIR ILITCH. Sämtliche Werke, Vol. VIII, p. 442.

[5] Cf. IDEM. Moia Jizn. Opyt Avtobiografii (Minha Vida. Tentativa de Auto-Biografia), Cap. XLI : A Morte de Lenin e o Deslocamento do Poder, Berlim : Granit, 1930, pp. 253 e 254.