ACADEMIA VERMELHA DE ARTE MILITAR PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA MIKHAIL V. FRUNZE :

A ARTE PROLETÁRIA DA INSURREIÇÃO SOCIALISTA

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

 

Relatório sobre as Experiências do Trabalho Bolchevique

Entre as Tropas Regulares do Estado Burguês

  

EMELIAN M. YAROSLAVSKY[1]

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução Rochel von Gennevilliers

Fevereiro 2005 emilvonmuenchen@web.de

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Companheiros!

Gostaria de apresentar-lhes um relato sobre as experiências que realizamos em nosso trabalho bolchevique entre as tropas regulares governamentais, no exército, na marinha, na aeronáutica etc.  

Acredito que nossos Partidos Comunistas possam apreciar muitíssimo essas experiências, delas se valendo ao utilizarem-nas conseqüentemente.

Recordo-lhes que trabalhávamos entre as tropas do Estado Czarista sob as mais severas condições de ilegalidade, existentes por todos os lados, em um tempo em que nosso Partido Russo era inteiramente ilegal.

Apesar de muitos Partidos Comunistas encontrarem-se, presentemente, em situações mais favoráveis do que as que possuíamos naqueles dias no que concerne a essas relações de trabalho revolucionário, temos todos de admitir que, até o presente momento, nem um único Partido Comunista logrou criar uma organização militar revolucionária tão ampla quanto a do nosso Partido Russo, no período da Primeira Revolução de 1905 a 1907 e, particularmente, no período da Segunda Revolução de 1917.

Certamente, o Partido Comunista da Alemanha (Kommunistische Partei Deutschlands) possui uma organização no estilo da Liga Vermelha dos Lutadores do Fronte (Roter Frontkämpferbund) que, relativamente à sua dimensão e ao seu significado, representa, em medida expressiva, algo que, até agora, não se encontrava disponível e que, em relação às possibilidades de desenvolvimento subseqüente, já está ultrapassando aquilo que pudemos criar em condições de ilegalidade.[2]

 

Porém, também o Partido Comunista da Alemanha (KPD) deve abordar, com toda a seriedade, a questão de sua atuação entre as filerias das forças armadas regulares, existentes no Estado Alemão.

 

INÍCIO DO TRABALHO REVOLUCIONÁRIO

ENTRE AS TROPAS GOVERNAMENTAIS

 

Companheiros!

Demos início a nossa atividade organizada entre as tropas regulares do Estado Czarista, aproximadamente em 1902 e 1903.

À época da Primeira Revolução Russa, em 1905, ainda não possuíamos, porém, nenhuma organização militar revolucionária tão forte sobre a qual pudéssemos nos apoiar.

Apenas no curso de 1905 e 1906, simultaneamente com o movimento que ascendia e se desenvolvia, estendemos nossa organização militar revolucionária.

 

MODO INICIAL DO TRABALHO MILITAR REVOLUCIONÁRIO

 

Como trabalhávamos ?

Dedicávamos uma atenção especial aos jovens trabalhadores que se encontravam prestes a serem incorporados à prestação do serviço militar.

Preparávamo-los para impulsionar uma propaganda socialista-revolucionária, no interior das forças armadas regulares.

Em diversas localidades, organizávamos campanhas especiais entre os recrutas, entre os convocados para formação militar.

Quase em todas ocasiões de realização de exames físicos de seleção para o serviço militar sacávamos boletins e distribuíamos nas fábricas, nas indústrias, bem como nos locais de ocorrência dos processos de seleção.

Nesses boletins, descrevíamos as tarefas do revolucionário socialista, no interior das forças armadas governamentais.

Sob as condições mais difíceis de ilegalidade, criamos, de 1905 a 1907, mais de 20 jornais ilegais, dedicados à propaganda revolucionária impulsionada no seio das forças armadas do Estado Czarista.

Todas as grandes cidades dotadas de guarnição, tais quais Reval (RvG.: Tallin, capital da Estônia), Riga, Dvinsk, Batum, Odessa, Yekaterinoslav, Varsóvia, Sveaborg, Kronstadt, Petesburgo, Moscou e outras, possuíam seus jornais de soldados, editados por nossa organização ilegal e distribuidos nas forças armadas governamentais por nossos membros e trabalhadores que possuíam ligações com as tropas.

Quanto ao número dos panfletos que editávamos, devo dizer que não existiu nenhum acontecimento político relativamente significativo sob cujo pretexto não tivéssemos editado um panfleto endereçado aos soldados.

Esses panfletos eram editados em quantidades bastante grandes e, dado o caso, contando até mesmo com alguns milhares de exemplares.

Eram distribuidos não apenas na cidade da guarnição respectiva, senão ainda em todo o distrito militar, resultando explorada toda e qualquer possibilidade, por mais ínfima que fosse.

 

FORMA DE ORGANIZAÇÃO

DO TRABALHO MILITAR REVOLUCIONÁRIO

 

Nossa forma de organização militar revolucionária era a seguinte :

Tinhamos em conta o fato de que as forças armadas do Estado Czarista não eram homogêneas.

Além disso, não nos colocávamos a tarefa de trazer, a todo custo, para o nosso lado, todos os setores das tropas, mas sim selecionávamos os setores que, de acordo com sua composição de classe, encontravam-se maximamente inclinados a seguir nossa propaganda revolucionária.

Escolhíamos os setores das tropas em que existia maior número de trabalhadores, p. ex. os artilheiros, os sapadores, os marinheiros e todos setores técnicos das tropas, nos quais o número de trabalhadores era maior.

A esses setores, dirigíamos nossa principal atenção.

Evidentemente, o papel desses setores das tropas, i.e. a marinha, a artilharia e as tropas de engenharia, é, nas forças armadas modernas, por todos os lados, de grande importância.

Em dimensão mínima, lográvamos obter êxito em setores das tropas como o da cavalaria, composta preponderantemente por camponeses abastados, precisamente como sucedia na Europa Ocidental, onde a cavalaria é constituida, principalmente, por elementos pertencentes ao campesinato rico.

 

SOBRE OS GRUPOS E AS CÉLULAS CONSPIRATIVAS

FORA E DENTRO DOS QUARTÉIS

 

Segundo a possibilidade, criávamos, em todos os setores das tropas governamentais, pequenos grupos conspirativos, cujos representantes formavam os comitês ilegais de batalhões e regimentos.

Eles permaneciam em contato com nossas células militares conspirativas, situadas fora dos quartéis.

É obviamente compreensível o fato de que todos os contatos, mantidos com as organizações militares revolucionárias, fossem particularmente conspirativos.

Para isso, escolhíamos companheiros particularmente confiáveis.

Jamais prevíamos o número de membros dessas organizações, pois que não as considerávamos, de nenhuma maneira, como uma força acabada que pudesse intervir autonomamente.

Considerávamo-las como uma força de organização que, no momento necessário, poderia arrastar para a revolução proletária a massa dos soldados e marinheiros que conosco simpatizavam.

Por isso, jamais fizemos previsões sobre um número determinado.

Contudo, devo dizer que, nessa organização, possuíamos, às vezes, algumas centenas de homens, como p.ex. em Kronstadt, Sevastopol e outras localidades.

 

NOSSAS CONSIGNAS REVOLUCIONÁRIAS

ENTRE AS TROPAS GOVERNAMENTAIS

 

Nossas consignas eram dos mais diversos tipos.

Considerávamos, sobretudo, como indispensável impulsionar uma agitação revolucionária abrangente.

Dinamizávamos uma ampla agitação não apenas relacionada com importantes eventos políticos, mas sim abordávamos, em sua total dimensão, as condições peculiares de vida do soldado que, por vezes, fornecia-nos rico material para propaganda e agitação revolucionárias.

Valíamo-nos da falta de direitos do soldado, da disciplina cruel, da relação de subordinação humilhante, mantida entre oficiais e soldados.

 

 

ANÁLISE DE CLASSE DO CORPO DE OFICIAIS

 

O exame dessas questões – tal qual, em particular, a análise da relação existente entre oficiais e soldados – é tanto mais importante, na medida em que, em muitos países da Europa Ocidental, particularmente nos setores das tropas de guarda governamentais, o corpo de oficiais pertence às classes dominantes.

Esse corpo é composto por nobres ou por representantes da classe capitalista.

 

SOBRE A ERUPÇÃO IMPENSADA

NAS FORÇAS ARMADAS DO ESTADO BURGUÊS

 

Assim, preparávamos as massas sobre o terreno da luta de classes, a fim de que se voltassem, no momento necessário, contra o sistema capitalista.

Porém, sempre velamos para que não surgisse nenhuma erupção despropositada.

Pois, na organização militar revolucionária, há que contar sempre com a circunstância de que uma rebelião impensada nas forças armadas do Estado Burguês é reprimida, habitualmente, com a maior crueldade, conduzindo a uma séria derrota organizativa para a revolução.

Uma tal erupção despedaça, em certos casos, por um longo tempo, a organização revolucionária do setor de tropa da cidade, da guarnição em questão etc.

Por isso, atentávamos muito para o fato de que não surgisse nenhuma ação putchista, nenhum motim despropositado.

A despeito disso, algumas ocorreram.

Cumpre-me referir, aqui, a Insurreição de Sveaborg e toda uma série de outras sublevações que, em todos os casos, rebentaram em oposição às resoluções de nossos centros políticos, precisamente porque nelas, além de nós, atuaram também outras organizações de luta, tais quais as dos socialistas-revolucionários (SRs), especialmente inclinadas a todos os tipos de aventuras, a todos os tipos de ações sediciosas que, acidentalmente, permitiam estourar, com volúpia, em um desses golpes de força impensados.

Sempre advertíamos contra isso, aspirando a impedir que a energia revolucionária dos soldados e marinheiros fosse desperdiçada despropositadamente.

 

CONFERÊNCIAS MILITARES REVOLUCIONÁRIAS

 

Gostaria igualmente de mencionar que, sob condições de ilegalidade, dificultosas em todos sentidos, conseguimos organizar uma série de conferências militares revolucionárias.

No início de 1906, tivemos uma destas aqui em Moscou.

Entretanto, já na sua primeira sessão, foram presos quase todos os seus participantes.

Porém, essa conferência não passou em brancas nuvens.

Em novembro de 1906, tivemos um ampla conferência de organizações militares revolucionárias e de luta que se reuniu em Tammersfors, na Finlândia.

Essa conferência assumiu grande importância, em todos os sentidos.

Vocês podem examinar um artigo especial de Lenin dedicado a ela.

Nesse artigo, Lenin ocupa-se exaustivamente com as resoluções nela adotadas, tendo em grande apreço seu significado para a execução dos protocolos da Conferência de Novembro das Organizações Militares e de Luta do Partido Operário Social-Democrático Russo (POSDR).

 

SOBRE O TRABALHO REVOLUCIONÁRIO ENTRE OS OFICIAIS

 

Chamaria ainda a atenção dos ouvintes para outras questões que permanecem em conexão com o trabalho revolucionário a ser realizado entre as tropas. Trata-se do trabalho entre os oficiais.

Uma certa parte de nossos companheiros muito se ocupou com o pensamento relativo a ser ou não possível criar uma forte organização militar revolucionária com a participação de oficiais.

Em particular, Georgy Plekhanov censurou-nos por pouco fazermos para conquistar os oficiais.

Na história,  os revolucionários que trabalharam antes de nós, marxistas-bolcheviques – estou-me referindo aos decembristas e aos militantes do “Nadornaia Volia (Vontade do Povo)” – criaram, principalmente, organizações militares de oficiais.

Estas não eram, porém, organizações de massas, senão organizações puramente conspirativas, destinadas à conspiração militar, à revolução militar.

Não nos entregávamos a nenhuma ilusão : já defendíamos a concepção de que é necessário trazer para o nosso lado os oficiais que simpatizam conosco.

Porém, no que concerne a seus membros, devem ser trazidos para a própria organização militar revolucionária apenas pessoas absolutamente confiáveis, absolutamente provadas.

Cumpre dizer, porém, que, na revolução proletária, os oficiais demonstraram-se menos confiáveis do que a massa de soldados.

Por isso, admitimos como membros de nossas organizações militares revolucionárias apenas oficiais isolados, tal como também o admitimos como membros de nosso Partido Bolchevique.

Já então, possuíamos em nossa organização partidária significativas forças militares.

Pudemos empregá-las na tomada de deliberações técnicas, bem como fomos capazes de utilizar suas experiências militares.

Muitas dessas forças militares eram instrutores de nossos grupos revolucionários de luta.

Além disso, serviamo-nos de seus conhecimentos para nos informar, diretamente, sobre as forças de nossos inimigos de classe.

 

ARTICULAÇÃO E PREPARAÇÃO DA INSURREIÇÃO PROLETÁRIA

 

É necessário dizer que todo e qualquer Partido Comunista que se ocupe seriamente com a questão da insurreição proletária há de se colocar diante desses problemas.

Todo Partido que se ocupe seriamente com a questão da insurreição proletária não pode ignorar e nem deixar desconsiderados os problemas relacionados com a sua articulação e com a sua preparação.

Levantamentos sobre as forças do adversário de classe, sobre sua técnica, sobre seus meios, formam uma parte dessa articulação e dessa preparação.

Constituem uma tarefa séria, em todos os sentidos, a qual pode ser apenas cumprida exitosamente se a organização revolucionária destinar pessoas para o cumprimento dessa tarefa, consagrando a essa questão uma séria e destacada atenção.

Já ao tempo da Primeira Revolução de 1905 a 1907, perdemos muito por freqüentemente conhecermos apenas de modo ruim as forças de nosso inimigo de classe, bem como por não conseguirmos nos orientar, oportunamente, no domínio de saber quais forças o inimigo poderia dinamizar contra nós.

Em seu artigo intitulado “Lições da Revoluçao de 1905”, Lenin chama a atenção, com toda a ênfase, para esse fato.

Na época da Segunda Revolução de 1917, quando a massa de soldados se encontrava revolucionada pela Guerra Imperialista, essa tarefa foi facilitada pelo fato de que nossa organização militar revolucionária abarcava, já então, quantidades amplamentes grandes de soldados.

Não se pode, porém, admitir que a conquista das massas de soldados seja um processo espontâneo.

Sem uma especial seleção de pessoas correspondentes, sem a organização, sem a análise extraordinariamente abrangente das forças armadas do Estado Burguês, sem a propaganda e sem a agitação, realizadas no seio daquelas, sem a organização das forças proletárias revolucionárias não é concebível o fato de que pudemos nos valer das forças armadas do inimigo de classe não como uma força neutra, mas sim como uma força que conosco simpatizava.

 

COMO COMBATER AS TROPAS E AS FORÇAS ARMADAS

 DO ESTADO BURGUÊS

 

Lenin salientou, repetidamente, que temos de aprender a combater as tropas e as forças armadas do Estado Burguês.

Combater as forças armadas do Estado Burguês não significa, porém, impulsionar apenas agitação e propaganda em seu seio, senão ainda criar, no interior dessas forças, um poder organizado, capaz de arrastar os elementos hesitantes, no momento necessário.

Gostaria de chamar atenção para o fato de que nossos Partidos Comunistas que já desenvolvem uma tal atividade – quero dizer isso de uma maneira um pouco reservada -, não possuem ainda o impulso necessário para desencadear uma atmosfera revolucionária determinada, capaz de arrastar consigo as massas.

Todo e qualquer indício de clima revolucionário entre as tropas regulares governamentais repercute, muito densamente, sobre as massas de camponeses e, particularmente, sobre as massas de trabalhadores.

Não existe, provavelmente, nenhum outro fator que revolucione as massas em grau mais elevado do que um movimento entre as tropas.

Tais movimentos revolucionam nossas massas de trabalhadores.

Se o proletariado -  ainda que ainda provisoriamente desarmado -, começa a reconhecer que a simpatia das tropas regulares governamentais, o apoio das forças armadas do Estado Burguês ou, como mínimo, de um ou alguns de seus setores, encontra-se de seu lado, passa, então, a colocar para si o cumprimento de muito mais objetivos e tarefas revolucionárias do que se poderia imaginar.

 

SOBRE A SITUAÇÃO DE GUERRA VINDOURA

 

Em atenção ao perigo da guerra vindoura, devemos, creio eu, dedicar mais atenção às tropas multifacetadas das forças armadas burguesas imperialistas.

Não resta a menor dúvida de que se, no mínimo, chegarmos a uma tal guerra no estilo da I Guerra Mundial Imperialista, vivenciada há 14 anos, essa conflagração bélica abarcará as mais amplas massas dos povos e tribos subjulgados pelos países imperialistas.

Tropas  combatentes da África e da Ásia serão trazidas para combater as massas proletárias da Europa e da União Soviética.

Colocamo-nos diante de uma grande tarefa.

Devemos levar o trabalho revolucionário nos países atrasados a sua máxima expressão, a fim de que esses povos e tribos já agora, antes de que intervenha o momento da guerra, compreendam que forjarão para si mesmos uma cadeia dupla de escravidão em seus países se auxiliarem o capitalismo imperialista a combater o movimento dos trabalhadores na Europa, bem como o proletariado na União Soviética.

Devemos demonstrar-lhes que sua tarefa e seu dever do momento, na medida em que sejam convocados a lutar, não consiste em que se neguem a abrir fogo, mas sim em que auxiliem a organizar a luta contra os burgueses imperialistas, na medida em que lhes forem dadas armas, destinadas ao empreendimento da luta contra a revolução proletária.

 

Companheiros !

É precisamente para isso que gostaria de direcionar-lhes a atenção.

Lamentavelmente, as experiências de nossa atividade não foram ainda suficientemente provadas e estudadas.

A nós, bolcheviques russos, deva talvez ser atribuida a culpa de não compreendermos como fazer propaganda em favor dessas experiências extremamente ricas, tal como haveria de ser feito.

Não tenho aqui a possibilidade de abordar essa questão, em todos os seus detalhes.

Creio que o Comitê Executivo da Internacional Comunista deveria ser, ao final, encarregado de providenciar a literatura necessária para atingir esse objetivo.

Refiro-me a uma série completa de brochuras que familiarize, em primeiro lugar, os Partidos Comunistas com as experiências realizadas pelos bolcheviques no quadro do trabalho revolucionário, dinamizado entre as tropas regulares governamentais – i.e. no exército, na marinha, na aeronáutica etc. – e, em segundo lugar, esclareça as experiências efetuadas durante a I Guerra Mundial Imperialista já transcorrida, relativamente à propaganda a ser impulsionada no seio das tropas do Estado Burguês.

É necessário editar uma série inteira de escritos populares para diversos países, visando a fazer desse trabalho entre as tropas do regime uma atividade sérissima, sem a qual é impossível a correta articulação e preparação das massas trabalhadores para a luta a  ser travada contra os burgueses imperialistas, no caso de uma guerra vindoura.

Acredito, companheiros, que vocês conferirão ao Comitê Executivo da Internacional Comunista um tal encargo e, através disso, facilitarão nosso trabalho revolucionário, a ser realizado seja no exército, seja na marinha, seja na aeronáutica, elevando-o à sua necessária altura revolucionária.

 

 

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                     BREVES REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS DE

 

                YAROSLAVSKY, EMELIAN MIKHALOVITCH

por Rochel von Gennevilliers

 

 

 

 

Mine Israilievitch Gubelman possuiu os seguintes pseudônimos partidários e literários: “Emelian”, “Ilian” ou ainda “Emelian Mikhailovitch Yaroslavsky”.

Foi um dos mais antigos participantes ativos do movimento marxista-revolucionário da Rússia Czarista, bem como um renomado protagonista do bolchevismo, seja sob a direção revolucionária de V. I. Lenin, até 1924, seja, posteriormente, sob a burocracia soviética contra-revolucionária de Iossif Stalin.

Yaroslavsky veio também a ser conhecido como historiador, publicista e, a partir de 1939, como professor universitário.

Nasceu em 1878, na cidade de Tchit, em uma família de colonos agrícolas. Concluiu a terceira série da Escola Municipal.

A partir dos 9 anos, começou a trabalhar em uma oficina de encadernação de livros e, a seguir, em uma farmácia. Posteriormente, foi aprovado em um exame da quarta série ginasial.

Em 1898, ingressou nas fileiras do Partido Operário Social-Democrático Russo (POSDR), passando a ser responsável pela organização das primeiras células social-democráticas de trabalhadores ferroviários e estudantes de Zabaikalsk.

Em 1901, viajou ao exterior.

Regressou, posteriormente, à Rússia Czarista com um grande transporte de literatura ilegal.

Ingressou, então, na composição do Comitê de Tchit do POSDR.

Em 1903, foi preso e, a seguir, libertado, sendo colocado sob vigilância policial.

Depois disso, passou a desenvolver intensamente atividades clandestinas.

Tendo-se transferido para Petersburgo, Yaroslavsky entrou na composição do Comitê do POSDR dessa cidade.

A partir de então, trabalhou como propagandista e organizador de iniciativas políticas bolcheviques, realizadas junto a Guarda de Narvsk. Em abril de 1904, à época da preparação das Festas do 1° de Maio, foi novamente preso e mantido no “Presídio das Cruzes”, até meados de dezembro daquele mesmo ano. Libertado sob fiança, dedicou-se, mais uma vez, ativamente, ao trabalho partidário.

Depois do Domingo Sangrento, ocorrido em 9 de janeiro de 1905, Yaroslavsky viu-se obrigado a deixar Petersburgo.

A seguir, realizou importante trabalho partidário em Tver, Nijn Novgorod, Kiev e Odessa.

Em 13 de fevereiro de 1905, foi novamente preso, em Odessa, permanecendo no cárcere até a Insurreição de Potiomkin, ocorrida em junho de 1905.

Depois de 10 dias de greve de fome, foi libertado e regressou ao trabalho partidário, inicialmente em Odessa e, a seguir, em Tula.

Entre os meses de outubro e dezembro de 1905, Yaroslavsky tornou-se um dos dirigentes do movimento revolucionário de Yaroslavl.

Na Conferência de Tammersfors do POSDR, ocorrida em dezembro de 1905, interviu como delegado da organização bolchevique de Yaroslavl. Recordando-se dessa conferência, escreveu Nadejda Krupskaya :

 

“Que pena que não tenham sido preservados os protocolos dessa conferência. Com quanta animação ela ocorreu !

Estávamos no próprio clímax da revolução, estando cada um dos nossos companheiros tomado pelo entusiasmo de combater.

Nos intervalos das sessões, praticavam tiros ...

Nenhum dos então delegados a essa conferência podê-lo-ia ter esquecido.

Lá estavam Lozovsky, Baransky, Yaroslavsky e muitos outros.

Recordo-me desses companheiros porque seus informes sobre as condições locais eram excepcionalmente interessantes.”

(citado in: Trotsky, Lev D. Stalin (1941), Livro II, Capítulo : Pervaia Revolutsia (A Primeira Revolução), Benson-Vermont : Felshtinsky, 1985, p. 107).

 

A seguir, Yaroslavsky deslocou-se para Moscou, para ingressar no Comitê do POSDR dessa grande cidade e, por determinação desse organismo, começou a atuar em sua organização militar revolucionária, tomando parte da edição do jornal “Jizn Soldata (Vida de Soldado)”.

No outono de 1906, foi preso, no quadro da Conferência da Organização Militar Bolchevique de Moscou.

Tendo conseguido fugir da Centro de Polícia de Suschiovsk, dirigiu-se para Stokholm, munido de um mandato da organização de Yaroslavl, a fim de participar do IV Congresso da Unificação do POSDR.

Concluído o congresso em tela, dedicou-se ao trabalho partidário bolchevique em Ekaterinoslav, Moscou e Petersburgo, onde se tornou responsável pela redação do jornal militar-clandestino “Kazarma (Caserna)”.

Em fins de 1906, participou da I Conferência Militar-Combativa do POSDR, em Tammersfors, que deu vida ao ”Bureau Provisório das Organizações Militares e de Combate”.

Acerca de seu papel na organização dessa conferência, assinalou Trotsky :

 

“Contra a resistência direta do Comitê Central Menchevique, porém com a ativa cooperação de Lenin, os grupos de luta do Partido conseguiram, em novembro de 1906, convocar sua própria conferência, em Tammersfors.

Entre os participantes dirigentes dessa conferência, encontramos nomes de revolucionários que, em seguida, desempenharam um papel grandioso ou notável no Partido: Krassin, Yaroslavsky, Zemliatchka, Lalaiants, Trilisser e outros.

Stalin não estava entre eles, apesar de se encontrar então em liberdade, na cidade de Tiflis.”

(Trotsky, Lev D. Stalin (1941), Livro II, Capítulo : Period Reaktsy (O Período da Reação), Benson-Vermont : Felshtinsky, 1985, p. 148).

 

No outono de 1907, Yaroslavsky participou do V Congresso do POSDR, realizado em Londres, na condição de delegado das organizações militares revolucionárias de Petersburgo e Kronstadt.

Preso em Petersburgo, depois de seu regresso do congresso, Yaroslavsky foi mantido em detenção no “Presídio das Cruzes” por mais meio ano, até ser sentenciado.

Foi absolvido no processo relativo à impressão do jornal “Rabotchy (O Trabalhador)”, porém condenado pelo Tribunal Distrital Militar a 7 anos de trabalhos forçados, no caso da organização militar revolucionária de combate – condenação essa reduzida, em instância de cassação, a 5 anos de trabalhos forçados.

Os primeiros dois anos de trabalhos forçados foram prestados por Yaroslavsky, na Prisão de Escala de Petersburgo, nas Prisões de Moscou e de Butyrsk.

A partir de 1912, prestou trabalhos forçados na Prisão de Gorn Zerentua.

Depois disso, foi desterrado, na Província de Yakutsk, onde permaneceu em um assentamento, até o advento da Revolução de Fevereiro de 1917.

Em julho de 1917, regressou a Moscou, passando a ativamente tomar parte da organização militar revolucionária bolchevique dessa cidade. Atuou, então, como um dos dirigentes do jornal bolchevique “Social-Demokrat (O Social-Democrata)”.

No outono de 1917, passou a redigir o jornal bolchevique “Derevenskaia Pravda (A Verdade do Campo)”.

Yaroslavsky participou dos trabalhos do VI Congresso da Reunificação do POSDR (Bolchevique), ocorrido em agosto de 1917.

Durante a Revolução Proletária Socialista de Outubro de 1917, ingressou na composição do Comitê Militar Revolucionário (CMR) do Soviete de Moscou, tornando-se um dos dirigentes da insurreição armada dessa cidade.

A seguir, veio a ser eleito pelos bolcheviques de Moscou membro da Assembléia Constituinte.

Nomeado, em 1918, representante e, posteriormente, Comissário do Distrito Militar de Moscou, passou a trabalhar ativamente no domínio da educação política das Forças Armadas Vermelhas.

Relativamente à questão da Paz de Brest-Litovsk, Yaroslavsky pertenceu à fração dos “comunistas de esquerda”, encabeçada por Nikolai Bukharin.

Em 1920, militou em Perm e, depois, em Omsk, no Comitê da Provícia Siberiana e no Comitê do Partido de Omsk.

Foi eleito nos VIII e IX Congressos candidato e, nos X e XI Congressos, membro do Comitê Central do Partido Comunista Russo (Bolchevique).

Em 1921, trabalhou como Secretário do Comitê Central.

De outono de 1921 até o fim de 1922, atuou na Sibéria, como membro do Comitê da Província Siberiana do PCR (Bolchevique).

A partir de 1923, Yaroslavsky foi nomeado Secretário do Colegiado Partidário do Comitê Central do PCR (Bolchevique).

 

Em 1924, aderiu, abertamente, ao stalinismo contra-revolucionário e à burocracia soviética, passando a lutar, despudoradamente, contra a Oposição de Esquerda de Lev D. Trotsky, sobretudo no campo histórico-ideológico.

Nessa condição, foi eleito membro do Comitê Central, nos XII, XIII, XIV, XV e XVI Congressos do PCR (Bolchevique).

Foi também membro do Comitê Executivo Central do PCR (Bolchevique), da Direção do Instituto Lenin e do Colegiado de Redação do “Pravda (A Verdade), bem como dos jornais “Bolshevik (O Bolchevique)”, “Istorik-Marxist (O Historiador Marxista)” entre outros.

Depois de ter sido escolhido como Decano da Sociedade de Exilados e Submetidos a Trabalhos Forçados, foi indicado, em 1931, para o exercício do cargo de Presidente da Sociedade dos Velhos Bolcheviques.

No XVII Congresso, Yaroslavsky foi eleito membro do Comitê Político e, no XVIII Congresso, novamente, membro do Comitê Central.

A partir de 1937, atuou como deputado do Soviete Supremo da URSS.

 

Yaroslavsky foi um dos mais populares publicistas e propagandistas de sua época, revelando-se, a partir de 1924, como célebre quadro do stalinismo contra-revolucionário, no fronte ideológico de defesa da burocracia soviética.

Tendo em conta esse período deslustrado da vida de Yaroslavsky, Trotsky atribuiu-lhe o epíteto de “historiador da corte”, destacando, porém, o seguinte significado de seus trabalhos literários :

 

“Em 1926, Stalin negou categoricamente o caráter oportunista de sua política de março de 1917 :

«Isso não é verdade, companheiros. Isso é tagarelice!» bradou, admitindo, meramente, haver tido “certas vacilações ..., porém quem, entre nós, não possui vacilações fugazes ?”, rematou.

Ainda quatro anos depois, Yaroslavsky, tendo mencionado, enquanto historiador, o fato de que Stalin, no início da Revolução, assumira “uma posição errada”, foi submetido a uma furiosa perseguição, vinda de todos os lados.

Já não era mais permitido referir-se também as  “vacilações fugazes”.

O ídolo do prestígio é um monstro voraz !”

(Cf. Trotsky, Lev D. Stalin (1941), Livro II, Capítulo : 1917 God (O Ano de 1917), Benson-Vermont : Felshtinsky, 1985, p. 274.)   

 

Nesse último contexto de sua vida, Yaroslavsky foi responsável pela autoria de uma série de trabalhos sobre a reconstituição ideológica da história do bolchevismo e do movimento revolucionário dos trabalhadores da Rússia.

Por ter, então, permanencido fiel a Stalin e à burocracia soviética no final de sua vida, foi condecorado com a Ordem Lenin e enterrado, em 1943, na Praça Vermelha, em Moscou, junto à Muralha do Kremlin.         

 

 

 

 

 

 

ACADEMIA VERMELHA DE ARTE MILITAR PROLETÁRIO-REVOLUCIONÁRIA MIKHAIL V. FRUNZE

ESTUDOS MILITARES SOCIALISTAS-INTERNACIONALISTAS

DEDICADOS À FORMAÇÃO

DE TRABALHADORES, SOLDADOS E MARINHEIROS MARXISTAS REVOLUCIONÁRIOS

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

 



[1] Cf. YAROSLAVSKY, EMILIAN M. Bericht über die Erfahrungen der bolschewistischen Arbeit unter den Truppen (Relatório acerca das Experiências dos Bolcheviques entre as Tropas), in : Protokoll des VI. Weltkongresses der Kommunistischen Internationale (Protocolo do VI Congresso Mundial da Internacional Comunista), Vol. IV, Hamburg : Carl Hoym, 1928, pp. 781 e s.

[2] Agrege-se, por oportuno, às palavras de Yaroslavsky que, em 1923, foram proibidos o Partido Comunista da Alemanha e as centúrias proletárias, os quais, até então, haviam operado como grupos de luta dos proletários revolucionários. Apesar da readmissão do PCA ao regime da legalidade burguesa, em 1° de março de 1924, permaneceram proibidas as centúrias proletárias. Diante disso, o PCA passou a agitar em favor da criação de uma nova formação de luta de massas que, em maio de 1924, assumiu a forma da "Roter Frontkämpferbund - RFB (Liga Vermelha dos Lutadores do Fronte)", criada nos Estados Alemães Federados da Saxônia e da Turíngea. Em 18 de julho de 1924, a Liga Vermelha dos Lutadores do Fronte (Roter Frontkämpferbund) foi, então, criada como organização de luta para-militar do Partido Comunista da Alemanha (KPD), sendo presidida por Wilhelm Pieck e Ernst Thälmann, segundo as instruções e determinações do stalinismo burocrático-internacional. Reivindicava-se como oposicionista tanto dos "Stahlhelm (Capacetes de Aço)", de orientação monárquico-burguesa, nacional-populista, quanto das "Reichsbanner (Bandeiras Vermelhas)", situadas sob a direção da Social-Democracia Alemã e o Centro, que reuniam grande número de trabalhadores alemães organizados. A intervenção da Liga Vermelha era preponderantemente de estilo militar, em cujo âmbito prevalecia a disciplina e a obediência enquanto importantes componentes de sua atuação, ainda que isso não impedisse atividades de formação de uma consciência de luta contra o militarismo burguês-imperialista. A partir de 1924, com o ascenso crescente e paulatina consolidação da burocracia stalinista contra-revolucionária no Partido Comunista da URSS e na Internacional Comunista (Komintern), a Liga Vermelha degenerou-se, rapidamente, contribuindo, a seguir, substancialmente para o processo de stalinização do Partido Comunista da Alemanha. Os grupos da Liga Vermelha encontravam-se dirigidos, em sua grande maioria, por funcionários quadros do PCA, em cuja direção encontraram-se, a partir de 1924, Ernst Thälmann e Willi Leov. A essa Liga Vermelha pertenceram, entretanto, mais de 100.000 membros. O primeiro grupo local da RFB surgiu em 31 de julho de 1924, na cidade de Halle. Também nesse ano, foi fundada a Sektion Rote Marine RFB (Seção da Marinha Vermelha da RFB), com o objetivo de arregimentar os lutadores ligados à vida marinha, nas cidades alemães portuárias. Além disso, criou-se, segundo esse critério, a Sektion Roter Sturmvogel RFB (Seção Pássaro Vermelho de Ataque da RFB). Já em 1927, a RFB contava com 110.000 lutadores combatentes. Nas fábricas alemães de então, criavam-se, por todos os lados, inúmeros grupos de trabalhadores de fábrica. O jornal da RFB chamava-se Die Rote Front (O Fronte Vermelho). Paralelamente à RFB, operava, também, sua organização de jovens, sob o nome Rote Jungfront (Fronte Vermelha da Juventude), reunindo jovens de 16 a 23 anos. A organização das mulheres da RFB chamava-se, por sua vez, Roter Frauen- und Mädchenbund (Liga Vermelha das Mulheres e Moças). No quadro do regime da República de Weimar e da Grande Depressão Norte-Americana de 1929, grande crise e enorme insatisfação campeavam pela Alemanha Imperial. No ato de 1° de Maio de 1929, iniciou-se, então, uma sangrenta confrontação entre a RFB e a Polícia do Estado Alemão  que se acabou prolongando, ativamente, até o dia 3 de maio. Nesse episódio, morreram 33 lutadores, aproximadamente 200 foram feridos e 1.200 aprisionados. Em 6 de maio, o Ministro do Império Alemão, Carl Severing, impôs a proibição da RFB, em todo o território nacional. Apesar de sua proibição, a RFB continuou a atuar no país. Sob a direção stalinista traidora do Partido Comunista da Alemanha (KPD), a RFB acabou sendo gravemente debilitada, em particular após a política falida de Stalin e Thälmann de apoiar os nazistas alemães contra a Social-Democracia Alemã, no quadro do “Plebiscito Vermelho” de 21 de julho de 1931. Com a tomada do poder por Adolf Hitler, a RFB foi despedaçada, no quadro de algumas lutas de rua, desprovidas de direção proletária revolucionária conseqüente, travadas contra as SA nazistas. Os nazistas eliminaram, subseqüentemente, mediante rigorosa perseguição, a continuidade de sua subsistência na ilegalidade, conduzida na base de células que constituíam unidades de um planejado futuro Exército Vermelho, articulado à maneira burocrática-stalinista. Trabalhadores alemães, membros da RFB, que, a seguir, emigraram para a União Soviética, fundaram, nesse último país, diversas células da Liga Vermelha. Alguns destes foram, a seguir, deslocados por Stalin para combaterem na Guerra Civil Espanhola, a serviço da Frente Popular. Muitos membros da RFB atuaram, porém, na resistência proletária à dominação nazista, sendo encarcerados, torturados e, finalmente, executados.  Sobre o tema, vide TROTSKY, LEV DAVIDOVITCH., Against National Communism. Lessons of the “Red” Referendum (Contra o Comunismo Nacionalista. Lições do Referendo “Vermelho”)(25 de Agosto de 1931), in: Bulletin of the Opposition, Nr. 24, Setembro de 1931; SCHUSTER, KARL.  Der rote Frontkämpferbund 1924-1929. Beiträge zur Geschichte und Organisationsstruktur eines politischen Kampfbundes (A Liga Vermelha dos Lutadores do Fronte de 1924-1929. Contribuições à História e à Estrutura Organizativa de uma Liga Política de Luta), Düsseldorf, 1975, pp. 7 e s.;  WEBER, HERMANN. Die Wandlung des deutschen Kommunismus. Die Stalinisierung der KPD in der Weimarer Republik (A Transformação do Comunismo Alemão. A Stalinização do Partido Comunista da Alemanha na República de Weimar), em 2 Volumes, Frankfurt a.M., 1968, pp. 13 e s.; FINKER, KURT. Geschichte des Roten Frontkämpferbundes (História da Liga Vermelha dos Lutadores do Fronte), Berlim, 1981, pp. 5 e s.