FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DO MARXISMO
REVOLUCIONÁRIO
PARA A LUTA DE CLASSES PROLETÁRIA,
TRAVADA EM PROL DA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE
MUNDIAL
SEM EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM, SEM
EXPLORAÇÃO DE NAÇÕES POR NAÇÕES
CARTA DE FRIEDRICH ENGELS
a Eduard Bernstein
27 de Agosto de 1883
FRIEDRICH ENGELS[1]
Concepção e Organização, Compilação e
Tradução Emil Asturig von
München
Publicação em Homenagem a Portau Schmidt von
Köln
Outubro 2007 emilvonmuenchen@web.de
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4, Cavendish Place, Eastbourne
27 de agosto de 1883
Caro Bernstein,
(...) Portanto, uma restauração
monárquica na França haveria de ter por conseqüência o fato de que a luta
pela restauração da República Burguesa viria, novamente, a ser colocada na ordem do
dia.
A persistência da república
significa, pelo contrário, aguçamento crescente da luta de classes
direta e flagrante do proletariado contra a burguesia, até à
crise.
Entre nós, o primeiro resultado
direto da revolução não pode e não deve ser, igualmente, nada diferente da República
Burguesa. Porém, trata-se aqui apenas de um curto momento de transição,
porquanto não possuimos, felizmente, nenhum partido burguês puramente
republicano.
A República Burguesa –
talvez com o Partido Progressista, à cabeça - há de nos servir, de início, para conquistar
as grandes massas dos trabalhadores para o socialismo revolucionário.[2]
Isso se concluirá em um ou dois anos
e será útil à erradicação e à auto-ruína de todos os partidos de centro ainda possíveis,
excetuando-se nossas forças.
Apenas então, poderemos avançar com
sucesso.
Entre os alemães, o grande erro é o
de imaginar-se que a revolução seja uma coisa que se deve concluir de um dia
para o outro. Na realidade, trata-se de um processo de desenvolvimento das
massas, ocorrido ao longo de diversos anos, sob circunstâncias aceleradoras.
Toda revolução que foi concluída de
um dia para o outro eliminou apenas uma reação, já de antemão desprovida de
qualquer esperança (1830) ou conduziu, diretamente, ao ao oposto do que se
desejava (1848, França).
Seu
F.E.
EDITORA
DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE
COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA
A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO
PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU
- SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. MARX, KARL. Brief an Eduard Bernstein in Zürich (Carta a Eduard
Bernstein em Zurique)(27 de Agosto de 1883), in : ibidem, Vol. 36, Berlim :
Dietz, 1967, pp. 54 e 55.
[2] Cumpre anotar que, na
Alemanha, o Partido Progressista (Fortschrittspartei) foi fundado em junho
de 1861, sendo caracterizado por uma orientação burguesa, liberal de esquerda.
Em seu programa partidário, defendia a unificação da Alemanha, sob a direção
prussiana, a convocação de um parlamento de todo o país e a formação de um
forte Governo liberal, responsável perante uma Assembléia dos Deputados. Após a
vitória da Prússia na Guerra contra a Áustria, em 1866, a
ala direita desse partido decidiu-se por rompê-lo, visando a formar o Partido
Nacional Liberal (Nationalliberale Partei), apoiador de Otto
von Bismarck, em todas as questões essencias de Governo. Os políticos
que permaneceram no Partido Progressista continuaram, preponderantemente, a
defender os interesses da burguesia comercial e da pequena burguesia das
cidades. Fundiram-se, em 1884, com a ala esquerda do Partido Nacional Liberal, dando surgimento, então, ao
Partido dos Liberais Alemães (Deutschfreisinnige Partei).