FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DO MARXISMO REVOLUCIONÁRIO

PARA A LUTA DE CLASSES PROLETÁRIA,

TRAVADA EM PROL DA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MUNDIAL

SEM EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM, SEM EXPLORAÇÃO DE NAÇÕES POR NAÇÕES

 

Socialismo Científico  versus Utopismo Vazio

da Liberdade Pura e Simples de Bakunin 

 

FRIEDRICH ENGELS[1]

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução  Emil Asturig von München

Publicação em Homenagem a Portau Schmidt von Köln

Março 2008 emilvonmuenchen@web.de

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(...) O programa do Pan-Eslavismo Democrático encontra-se a nossa frente, contido em uma brochura : “Conclamação aos Eslavos, Por um Patriota Russo, Mikhail Bakunin, Membro do Congresso dos Eslavos, em Praga” Köthen, 1848. ...

Já nessa passagem, reencontramos todo o entusiasmo exaltado dos primeiros meses, posteriores à Revolução (EvM.: Européia de 1848 e 1849).

Nada se fala, porém, dos obstáculos existentes na realidade, envolvendo uma tal libertação universal. Nada se fala dos níveis de civilização tão inteiramente diferentes e das necessidades políticas, igualmente tão diversas, de cada um dos povos, necessidades essas condicionadas por aqueles níveis de civilização.

A palavra “liberdade” substitui tudo.

Não se fala absolutamente nada sobre a realidade ou – na medida em que é considerada – é descrita como algo absolutamente censurável, produzida arbitrariamente por “congressos despóticos” e “diplomatas”.

Em oposição a essa realidade perversa, surge a fictícia “vontade do povo”, com o seu imperativo categórico, com a reivindicação da “liberdade” , pura e simples.[2]

 

(…) “Justiça”, “humanidade”, “liberdade”, “igualdade”, “fraternidade”, “independência” : até o presente momento, não encontramos, no Manifesto Pan-Eslavista,  nada mais do que essas categorias mais ou menos morais que, em verdade, soam de modo bonito, mas que, absolutamente, nada provam, em questões históricas e políticas.

A “igualdade”, a “humanidade”, a “liberdade” etc. podem reivindicar isso ou aquilo, por milhares de vezes.

Mas, se a questão em causa é impossível, não acontecerá de jeito nenhum e, apesar de tudo, permanece sendo uma “criação utópica vazia”.[3]  

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS



[1] Cf. ENGELS, FRIEDRICH. Der demokratische Panslawismus (O Pan-Eslavismo Democrático)(15 de Fevereiro de 1849), in: ibidem, Vol. 6, Berlim : Dietz, 1961, pp. 270 e s. Cumpre-me assinalar que o presente texto de  Engels foi publicado, pela primeira vez, na “Nova Gazeta Renana”, Nr. 222 de 15 de Fevereiro de 1849.

[2] Cf. IDEM. ibidem, Vol. 6, Berlim : Dietz, 1961, pp. 271 e 272.

[3] Cf. IDEM. ibidem, Vol. 6, Berlim : Dietz, 1961, p. 273.