MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO
E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO
SOCIALISTA INTERNACIONALISTA
TEXTOS DE GRAMSCI, LUKÁCS E KORSCH –
SOLERTES PROPUGNADORES DO IDEALISMO SUBJETIVISTA -,
EM SUA LUTA SEM TRÉGUAS A FAVOR DO
REVISIONISMO METAFÍSICO-VOLUNTARISTA DO MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO
DE MARX, ENGELS, LENIN, SVERDLOV E
TROTSKY :
EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA VERBATIM DE LÍNGUAS ALIENÍGENAS PARA O
PORTUGUÊS,
ESPECIALMENTE DIRIGIDA CONTRA O
GRAMISCISMO APÓSTATA NOS PARTIDOS MARXISTAS, SINDICATOS OPERÁRIOS
E MOVIMENTOS REVOLUCIONÁRIOS URBI ET ORBI
EM MARX, O PENSAMENTO ITALIANO E ALEMÃO
HAVIA-SE CONTAMINADO
COM INCRUSTAÇÕES POSITIVISTAS E
NATURALISTAS,
OS CÂNONES DO MATERIALISMO HISTÓRICO NÃO
SÃO TÃO FÉRREOS,
COMO SE PODERIA PENSAR E PENSOU,
OS BOLCHEVIQUES RENEGARAM KARL MARX :
A Revolução contra o « CAPITAL » de Karl Marx
ANTONIO GRAMSCI[1]
Concepção e Organização Portau Schmidt von
Köln
Compilação e Tradução Asturig Emil von
München
Março de 2004 emilvonmuenchen@web.de
Voltar ao Índice Geral http://www.scientific-socialism.de/GramsciLukacsKorschIdealismoSubjetivistaCapa.htm
“Fundando-se no
modo como Marx aplicou, de modo
materialista, a concepção dialética de Hegel,
podemos e devemos desenvolver essa dialética em todos os
seus aspectos ..,. interpretá-los de
modo materialista,
comentando-os, com
exemplos, da aplicação da dialética por
Marx,
bem como com
exemplos da aplicação da dialética, no campo das relações econômicas,
políticas,
exemplos esses que a história mais recente, em particular a
Guerra Imperialista e a Revolução dos nossos dias,
fornecem-nos em quantidade extraordinamente ampla.”
Vladimir Ilitich Lenin[2]
“Então, o que fazer,
porém, se as circunstâncias peculiares levaram a Rússia,
primeiro, à guerra imperialista mundial, na qual se
envolveram todos os países
mais ou menos influentes
da Europa Ocidental, colocando seu desenvolvimento
à beira das revoluções no
Oriente que estão começando e, em parte, já começaram,
em condições tais que pudemos aplicar precisamente aquela aliança
de « guerra camponesa » com movimento operário, sobre a
qual escreveu,
como sendo uma das prováveis perspectivas, um «marxista»,
como Marx, em 1856,
referindo-se à Prússia ?”
Vladimir Ilitch Lenin[3]
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Gramsci : La rivoluzione dei
bolscevichi si è definitivamente innestata nella rivoluzione generale del
popolo russo. I massimalisti che erano stati
fino a due mesi fa il fermento necessario perché gli avvenimenti non
stagnassero, perché la corsa verso il futuro non si fermasse, dando luogo ad
una forma definitiva di assestamento – che sarebbe stato un assestamento
borguese, - si sono impadroniti del potere, hanno stabilito la loro dittatura,
e stanno elaborando le forme socialiste in cui la rivoluzione dovrà finalmente
adagiarsi per continuare a svilupparsi armonicamente, senza troppo grandi urti,
partendo dalle grandi conquiste realizzate ormai.
No vernáculo : A revolução dos
bolcheviques implantou-se definitivamente na revolução geral do povo russo. Os
maximalistas que foram, até dois meses atrás, o fermento necessário para que os
acontecimentos não se estagnassem, para que a corrida rumo ao futuro não se
detivesse, dando lugar a uma forma definitiva de acordo – que teria sido um
acordo burguês -, assenhoraram-se do poder, estabeleceram a sua ditadura e
estão elaborando as formas socialistas, nas quais a revolução deverá,
finalmente, posicionar-se para continuar a desenvolver-se harmonicamente, sem
colisões grandes demais, partindo das grandes conquistas já realizadas.
La rivoluzione dei bolscevichi è
materiata di ideologie piú che di fatti. (Perciò, in fondo, poco ci importa
sapere piú di quanto sappiamo.) Essa è la rivoluzione contro il Capitale di
Carlo Marx. Il Capitale era, in Russia, il libro dei borghesi, piú che dei
proletari. Era la dimostrazione critica della fatale necessità che in Russia si
formasse una borghesia, si iniziasse un’èra capitalistica, si instaurasse una
civiltà di tipo occidentale, prima che il proletariato potesse neppure pensare
alla sua riscossa, alle sue rivendicazioni di classe, alla sua rivoluzione.
A revolução dos bolcheviques é materializada com ideologias muito mais do
que com fatos. (Por isso, no fundo, pouco nos importa dela saber mais do que
sabemos.) Essa é a revolução contra “O
Capital” de Karl Marx. “O Capital” era, na Rússia, o livro dos
burgueses, muito mais do que dos proletários. Era a demonstração crítica da
necessidade fatal de que, na Rússia,
se formasse uma burguesia, se iniciasse uma era capitalista, se instaurasse uma
civilização de tipo ocidental, antes de que o proletariado pudesse ao menos pensar
na sua conquista, nas suas reivindicações de classe, na sua revolução.
I fatti hanno superato le ideologie. I
fatti hanno fatto scoppiare gli schemi critici entro i quali la storia della
Russia avrebbe dovuto svolgersi secondo i canoni del materialismo storico. I bolscevichi
rinnegano Carlo Marx, affermano con la testimonianza dell’azione esplicata,
delle conquiste realizzate, che i canoni del materialismo storico non sono così
ferrei como si potrebbe pensare e si è pensato.
Os fatos superaram as ideologias. Os fatos fizeram explodir os esquemas
críticos, nos quais a história da Rússia haveria de desenvolver-se segundo os
cânones do materialismo histórico. Os bolcheviques renegam Karl Marx, afirmam com o testemunho da
ação explicada, das conquistas realizadas, que os cânones do materialismo histórico não são tão férreos como se
poderia pensar e se pensou.
Eppure c’è una fatalità anche in questi
avvenimenti, e se i bolscevichi rinnegano alcune affermazioni del Capitale, non
ne rinnegano il pensiero immanente, vivificatore. Essi non sono « marxisti »,
ecco tutto; non hanno compilato sulle opere del Maestro una dottrina esteriore,
di affermazioni dogmatiche e indiscutibili. Vivono il pensiero marxista, quello
che non muore mai, che è la continuazione del pensiero italiano e tedesco, e
che in Marx si era contaminato di incrostazioni positivistiche e
naturalistische.
Sem embargo, há uma fatalidade também
nesses acontecimentos e, se os bolcheviques renegam algumas afirmações de “O Capital”, dele não renegam o
pensamento imanente, vivificador. Os
bolcheviques não são “marxistas”, eis tudo; não compilaram com base nas
obras do Mestre uma doutrina exterior, de afirmações dogmáticas e
indiscutíveis. Vivem o pensamento
marxista aquele não morre jamais, que é a continuação do pensamento italiano e
alemão e que, em Marx, havia-se contaminado com incrustações positivistas e
naturalistas.
E questo pensiero pone sempre come
massimo fattore di storia non i fatti economici, bruti, ma l’uomo, ma le
società degli uomini, degli uomini che si accostano fra di loro, si intendono
fra di loro, sviluppano attraverso questi contatti (civiltà) una volontà
sociale, collettiva, e comprendono i fatti economici, e li giudicano, e li
adeguano alla loro volontà, finché questa diventa la motrice dell’economia, la
plasmatrice della realtà oggettiva, che vive, e si muove, e acquista carattere
di materia tellurica in ebulizione, che può essere incanalata dova alla volontà
piace, come alla volontà piace.
E esse pensamento coloca sempre como máximo
fator da história não os fatos
econômicos, brutos, senão o ser
humano, senão a sociedade dos homens, dos homens que se aproximam uns dos
outros, entendem-se uns com os outros, desenvolvem
através desses contatos (civilização) uma vontade social, coletiva e
compreendem os fatos econômicos, julgando-os, adequando-os à sua vontade, até
que esta se torna o motor da economia, a modeladora da realidade objetiva que
vive e se move, adquirindo caráter de matéria telúrica em ebulição, podendo ser canalizada para onde é de
agrado à vontade, como é de agrado à vontade.
Marx ha preveduto il prevedibile. Non poteva prevedere la guerra europea, o
meglio non poteva prevedere che questa guerra avrebbe avuta la durata e gli
effetti che ha avuto. Non poteva prevedere che questa guerra, in tre anni di
sofferenze indicibili, di miserie indicibili, avrebbe suscitato in Russia la
volontà collettiva popolare che ha suscitata. Una volontà di tal fatta
normalmente ha bisogno per formarsi di un lungo processo di infiltrazioni
capillari; di una larga serie di esperienze di classe.
Marx previu o previsível. Não podia prever a
guerra européia, ou melhor, não podia prever que essa guerra tivesse tido a
duração e os efeitos que teve. Não podia prever que essa guerra, em três anos
de sofrimentos indizíveis, de misérias indizíveis, tivesse suscitado na Rússia a vontade coletiva popular que
suscitou. Uma vontade feita assim necessita, para formar-se, de um longo
processo de infiltrações capilares; de uma larga série de experiências de
classe.
Gli uomini sono pigri, hanno bisogno di
organizarsi, prima esteriormente, in corporazioni, in leghe, poi intimamente,
nel pensiero, nelle volontà ... di una incessante continuità e molteplicità di
stimoli esteriori. Ecco perché, normalmente, i canoni di critica storica del
marxismo colgono la realtà, la irretiscono e la rendono evidente e distinta.
Os seres humanos são preguiçosos,
possuem a necessidade de organizarem-se, em primeiro lugar, exteriormente, em
corporações, em ligas, depois, intimamente, no pensamento, nas vontades ... de
uma incessante continuidade e multiplicidade de estímulos exteriores. Eis por
que, normalmente, os cânones de
crítica histórica do marxismo captam a realidade, envolvem-na e tornam-na
evidente e distinta.
Normalmente, è attraverso la lotta di
classe sempre piú intensificata, che le due classi del mondo capitalistico
creano la storia. Il proletariado sente la sua miseria attuale, è continuamente
in istato di disagio e preme sulla borghesia per migliorare le proprie
condizioni. Lotta, obbliga la borghesia a migliorare la tecnica della
produzione, a rendere piú utile la produzione perché sia possibile il
soddisfacimento dei suoi bisogni piú urgenti.
Normalmente, é através da
luta de classe, cada vez mais intensa, que as duas classes do mundo capitalista
criam a história. O proletariado sente a sua atual miséria, encontra-se,
continuamente, em estado de dissabor e pressiona a burguesia, para melhorar as
suas próprias condições. Luta, obriga a burguesia a melhorar a técnica da
produção, a tornar a produção mais útil, para que seja possível a satisfação de
suas necessidades mais urgentes.
È una corsa affanosa verso il meglio,
che accelera il ritmo della produzione, che dà continuo incremento alla somma
dei beni che serviranno alla collettività. E in questa corsa molti cadono, e
rendono piú urgente il desiderio dei rimasti, e la massa è sempre in sussulto,
e da caos-popolo diventa sempre piú ordine nel pensiero, diventa sempre piú
cosciente della propria potenza, della propria capacità ad assumersi la
responsabilità sociale, a diventare l’arbitro dei propri destini. Ciò
normalmente. Quando i fatti si ripetono con un certo ritmo. Quando la storia si
sviluppa per momenti sempre piú complessi e ricchi di significato e di valore,
ma pure simili.
Trata-se de uma corrida afanosa rumo ao
melhor, que acelera o ritmo da produção, que proporciona crescimento contínuo à
soma dos bens que servirão à coletividade. E, nessa corrida, muitos caem e
tornam mais urgente o desejo dos que ficam, a massa encontra-se sempre em
sobressalto e, a partir do caos-povo, resulta sempre mais ordem no pensamento,
tornando-se sempre mais consciente da sua própria potência, da sua própria
capacidade de assumir a responsabilidade social, de tornar-se o árbitro do seu
próprio destino. Isso, em condições normais. Quando os fatos se repetem com um
certo ritmo. Quando a história se desenvolve através de momentos sempre mais
complexos e ricos de significado e de valor, mas, apesar disso, semelhantes.
Ma in Russia la guerra ha servito a
spoltrire le volontà. Esse, attraverso le sofferenze accumulate in tre anni, si
sono trovate all’unisono molto rapidamente. La carestia era imminente, la fame,
la morte per fame poteva cogliere tutti, maciullare d’un colpo diecine di
milioni di uomini. Le volontà si sono messe all’unisono, meccanicamente prima,
attivamente, spiritualmente dopo la prima rivoluzione (la rivoluzione del
febbraio – marzo 1917).
Porém, na Rússia, a guerra serviu
para galvanizar as vontades. Através dos sofrimentos
acumulados ao longo de três anos, estas se encontraram em uníssono muito
rapidamente. A carestia era
iminente, a fome, a morte por fome podia todos agarrar,
esmagar, de um golpe, milhões de seres humanos. As vontades puseram-se em uníssono, de início, mecanicamente, depois,
ativamente, espiritualmente, após a a primeira revolução (a Revolução de
Fevereiro – Março de 1917).
La predicazione socialista ha messo il
popolo russo a contatto con le esperienze degli altri proletariati. La predicazione
socialista fa vivere drammaticamente in un istante la storia del proletariato,
le sue lotte contro il capitalismo, la lunga serie degli sforzi che deve fare
per emanciparsi idealmente dai vincoli del servilismo che lo rendevano abietto,
per diventare coscienza nuova, testimonio attuale di un mondo da venire.
A prédica socialista colocou o povo
russo em contato com as experiências dos outros proletariados. A prédica
socialista faz viver, dramaticamente, em um instante a história do proletariado,
as suas lutas contra o capitalismo, a longa série dos esforços que deve fazer
para emancipar-se idealmente dos vínculos do servilismo que o tornavam abjeto,
para tornar-se consciência nova, testemunho atual de mundo vindouro.
La predicazione socialista ha creato la
volontà sociale del popolo russo. Perché dovrebbe egli aspettare che la storia
dell’Inghilterra si rinnovi in Russia, che in Russia si formi una borghesia,
che la lotta di classe sia suscitata, perché nasca la coscienza di classe e
avvenga finalmente la catastrofe del mondo capitalistico?
A prédica socialista criou a vontade social do povo russo. Por que deveria ele esperar que a história da Inglaterra se renovasse na Rússia, que, na Rússia, se formasse uma burguesia, que a luta de classe fosse
suscitada, para que nascesse a consciência de classe e ocorresse, finalmente, a
catástrofe do mundo capitalista?
Il popolo russo è passato attraverso
queste esperienze col pensiero, e sia pure col pensiero di una minoranza. Ha
superato queste esperienze. Se ne serve per affermarsi ora, come si servirà
delle esperienze capitalistiche occidentali per mettersi in breve tempo
all’altezza di produzione del mondo occidentale.
O povo russo passou através dessas experiências com o pensamento, mesmo que
seja, pelo menos, com o pensamento de uma minoria. Superou essas experiências. Delas se serve para
afirmar-se agora, tal como se servirá das experiências capitalistas ocidentais
para meter-se, em breve tempo, à altura da produção do mundo ocidental.
L’America del Nord è capitalisticamente
piú progredita dell’Inghilterra, perché nell’America del Nord gli anglosassoni
hanno incominciato di un colpo dallo stadio cui l’Inghilterra era arrivata dopo
lunga evoluzione. Il proletariato russo, educato socialisticamente, incomincerà
la sua storia dallo stadio massimo di produzione cui è arrivata l’Inghilterra
d’oggi, perché dovendo incominciare, incomincerà dal già perfetto altrove, e da
questo perfetto riceverà l’impulso a raggiungere quella maturità economica che
secondo Marx è condizione necessaria del colletivismo. I rivoluzionari
creeranno essi stessi le condizioni necessarie per la realizzazione completa e
piena del loro ideale. Le creeranno in meno tempo di quanto avrebbe fatto il
capitalismo.
Os Estados
Unidos da América do Norte são, em modo capitalista, mais adiantados do que
a Inglaterra, porque nos Estados Unidos da América do Norte os
anglo-saxões começaram, subitamente, a partir do estágio a que a Inglaterra havia chegado, depois de uma
longa evolução. O proletariado russo,
educado de modo socialista, começará a sua história a partir do estágio máximo
de produção a que chegou a Inglaterra hoje, porque devendo começar, começará a partir do já
completado alhures e desse completado receberá o impulso para atingir aquela
madurez econômica que, segundo Marx, é condição necessária do coletivismo. Os
revolucionários, eles mesmos, criarão as condições necessárias para a completa
e plena realização do seu ideal. Hão de criá-las em menos tempo do que o
capitalismo teria feito.
Le critiche che i socialisti hanno
fatto al sistema borghese, per mettere in evidenza le imperfezioni, le
dispersioni di ricchezza, serviranno ai rivoluzionari per far meglio, per
evitare quelle dispersioni, per non cadere in quelle deficienze.
As críticas que os socialistas fizeram
ao sistema burguês, a fim de evidenciar as imperfeições, as dispersões de
riquezas, servirão aos revolucionários para fazerem melhor, para evitarem
aquelas dispersões, para não caírem naquelas deficiências.
Sarà in principio il collettivismo della miseria, della sofferenza. Ma le
stesse condizioni di miseria e di sofferenza sarebbero ereditate da un regime
borghese. Il capitalismo non potrebbe subito fare in Russia piú di quanto potrà
fare il collettivismo. Farebbe oggi molto meno, perché avrebbe subito di contro
un proletariato scontento, frenetico, incapace ormai di sopportare per altri
anni i dolori e le amarezze che il disagio economico porterebbe.
Será, em princípio, o coletivismo da
miséria, do sofrimento. Porém, as
próprias condições de miséria e de sofrimento seriam herdadas de um regime
burguês. O capitalismo não poderia, imediatamente, fazer, na Rússia, mais do que poderá fazer o
coletivismo. Hoje, faria muito menos, porque teria, subitamente, contra si um
proletariado descontente, frenético, incapaz já de suportar, por mais anos, as
dores e as amarguras que o mal-estar econômico traria.
Anche da un punto di vista assoluto, umano, il socialismo immediato ha in
Russia la sua giustificazione. La sofferenza che terrà dietro alla pace potrà
essere solo sopportata in quanto i proletari sentiranno che sta nella loro
volontà, nella loro tenacia al lavoro di sopprimerla nel minor tempo possibile.
Mesmo de um ponto de vista absoluto,
humano, o socialismo imediato possui, na Rússia,
a sua justificação. O sofrimento que agüentará, depois da paz, poderá ser
apenas suportado enquanto os proletários sentirem que reside em sua vontade, em
sua tenácia de trabalho, a possibilidade de suprimí-lo, no menor tempo possível.
Si ha l’impressione che i massimalisti siano stati in questo momento la
espressione spontanea, biologicamente necessaria, perché la umanitá russa non
cada nello sfacelo piú orribile, perché l’umanità russa, assorbendosi nel
lavoro gigantesco, autonomo, della propria rigenerazione, possa sentir meno gli
stimoli del lupo affamato e la Russia non diventi un carnaio enorme di belve
che si sbranano a vicenda.
Tem-se a impressão de que os
maximalistas tenham sido, nesse momento, a expressão espontânea, biologicamente necessária, para que a
humanidade russa não caia na mais horrível decomposição, para que a humanidade
russa, absoverdo-se a si mesma no trabalho gigantesco, autônomo, de sua própria
regeneração, possa sentir menos aguçadamente os estímulos do lobo faminto, não
se tornando a Rússia uma enorme carniceiria de bestas que se
devoram mutuamente.
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E
INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA
REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E
DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS
OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE –
PARIS
[1] Cf. GRAMSCI, ANTONIO. La
Rivoluzione contro il « Capitale » (24 de Dezembro de 1917), in: Antonio
Gramsci. Scritti Politici (Escritos Políticos), ed. Paolo Spriano, Roma :
Editori Riuniti, 1967, pp. 80 e s. O presente artigo de Gramsci foi publicado em
24 de novembro de 1918, nas colunas do jornal “Avanti! (Avante!)”, em
sua edição de Milão. A seguir, foi republicado no jornal “Grido del Popolo (O Grito do
Povo)”, em 5 de janeiro de 1918, com a seguinte advertência : “La censura torinese ha una volta
completamente imbiancato questo articolo nel Grido. Lo riproduciamo ora
dall’Avanti passato al crivello delle censure di Milano e di Roma” No
vernáculo : “A censura de Turim eliminou
completamente, certa feita, esse artigo em « Il Grido (O Grito) ».
Reproduzímo-lo, agora, a partir de « Avanti ! (Avante !) », depois de passar
pelo crivo das censuras de Milão e de Roma.”
[2] Cf. LENIN,
VLADIMIR ILITCH ULIANOV. O Znatchenii Voinstvuiuschevo Materializma (Sobre
o Significado do Materialismo)(12 de Março de 1922), in: V. I. Lenin. Polnoe
Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), Moscou : GIPL, 1961, Vol. 45, pp. 23 e
s.
[3] Cf. LENIN,
VLADIMIR ILITCH ULIANOV. O Nashei Revoliutsii - Po Povody Zapissok N.
Sukhanova (Acerca da Nossa Revolução. A Propósito das Notas de N. Sukhanov), in
: V. I. Lenin. Polnoe Sobranie
Sotchinenii (Obras Completas), Moscou : GIPL, 1961, Vol. 45, p. 380. Sobre a
aliança formulada por Karl Marx de « guerra camponesa » e
movimento operário, a que Lenin se refere, vide MARX, KARL HEINRICH. Der Briefweschsel
zwischen F. Engels und Karl Marx, Stuttgart, 1913, pp. 17 e s.; tb. IDEM. Letter to Engels (Carta a
Engels)(16.04.1856), in: Marx / Engels Collected Works, Vol 40 : Progress
Publishers of the Soviet Union – Lawrence & Wishart – International
Publishers, London – New York, 1975 p.
37.