MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO,

 E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA INTERNACIONALISTA

 

TEXTOS DE GRAMSCI - FIEL APOLOGISTA DE STALIN E ENGENHOSO ESCUDEIRO DO CONCILIACIONISMO DE CLASSES -,

EM SUA LUTA SEM QUARTEL CONTRA TROTSKY E A REVOLUÇÃO PERMANENTE :

EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA VERBATIM DO ITALIANO PARA O PORTUGUÊS,

ESPECIALMENTE DIRIGIDA CONTRA O GRAMISCISMO CATEDRÁTICO DAS UNIVERSIDADES BURGUESAS LUSITANAE LINGUAE

 

Passagem da Guerra Manobrada à Guerra de Posição :

Trotsky, Teórico Político do Ataque Frontal em um Período em que

é Apenas Causa de Fiasco 

 

ANTONIO GRAMSCI[1]

Concepção e Organização Portau Schmidt von Köln

Compilação e Tradução Asturig Emil von München

Março de 2004 emilvonmuenchen@web.de

Voltar ao Índice Geral http://www.scientific-socialism.de/GramsciStalinTrotskyCapa.htm

 

 

 

“Apenas depois de termos derrubado, finalmente vencido e expropriado a burguesia no mundo inteiro

 - e não apenas em um único país -, as guerras se tornarão impossíveis.

De um ponto de vista científico, seria plenamente incorreto – como extremamente não revolucionário –

contornamos ou obscurecermos o mais importante :

a destruição da resistência da burguesia,

 i.e. a tarefa mais difícil, a tarefa que exige o maior volume de luta na transição para o socialismo.

Os padres e os oportunistas "sociais" estão sempre dispostos a construir sonhos sobre o socialismo pacífico do futuro.

Porém, eles distinguem-se dos sociais-democratas revolucionários precisamente

pelo fato de que não querem pensar nem se preocupar com a ferozes lutas e guerras de classes,

necessárias para tornarem esse belo futuro uma realidade.

Não nos podemos deixar enganar com palavras.”

VLADIMIR ILITCH LENIN[2]

 

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[Passato e Presente. Passaggio dalla Guerra Manovrata (e dall’Attacco Frontale) alla Guerra di Posizione Anche nel Campo Politico.] Questa mi pare la quistione di teoria politica la più importante, posta dal periodo del dopo guerra e la più difficile ad essere risolta giustamente. 

 

[Passado e Presente. Passagem da Guerra Manobrada (e do Ataque Frontal) à Guerra de Posição Também no Campo Político.] Essa me parece ser a questão de teoria política mais importante, posta pelo período do após-guerra e a mais difícil de ser resolvida justamente.

 

Essa è legata alle quistioni sollevate dal Bronstein, che in un modo o nell’altro, può ritenersi il teorico politico dell’attacco frontale in un periodo in cui esso è solo causa di disfatta. Solo indirettamente questo passaggio nella scienza politica è legato a quello avvenuto nel campo militare, sebbene certamente un legame esista ed essenziale.   

 

Ela está ligada às questões levantadas por Bronstein (i.e. Trotsky) o qual, de um modo ou de outro, pode ser considerado o teórico político do ataque frontal em um período em que este é apenas causa de fiasco. Apenas indiretamente, essa passagem na ciência política está ligada àquela ocorrida no campo militar, ainda que, certamente, exista um laço essencial.

 

La guerra di posizione domanda enormi sacrifizi a masse sterminate di popolazione; perciò è necessaria una concentrazione inaudita dell’egemonia e quindi una forma di governo più « intervenzionista », che più apertamente prenda l’offensiva contro gli oppositori e organizzi permanentemente l’« impossibilità » di disgregazione interna : controli d’ogni genere, politici, amministrativi, ecc., rafforzamento delle « posizioni » egemoniche del gruppo dominante, ecc. Tutto ciò indica che si è entrati in una fase culminante della situazione politico-storica, poiché nella politica la « guerra di posizione », una volta vinta, è decisa definitivamente.

 

A guerra de posição exige enorme sacrifícios de massas ilimitadas da população; por isso, é necessária uma concentração inaudita da hegemonia e, assim, uma forma de governo “intervencionista”, que mais abertamente assuma a ofensiva contra os opositores e organize, permanentemente, a “impossibilidade” de desagregação interna : controles de todos os gêneros, políticos, administrativos etc., fortalecimento das “posições” hegemônicas do grupo dominante, etc. Tudo isso indica que se entrou em uma fase culminante da situação político-histórica, posto que, na política, a “guerra de posição”, uma vez vencida, é decidida definitivamente.

 

Nella politica cioè sussiste la guerra di movimento fino a quando si tratta di conquistare posizioni non decisive e quindi non sono mobilizzabili tutte le risorse dell’egemonia e dello Stato, ma quando per una ragione o per l’altra, queste posizioni hanno perduto il loro valore e solo quelle decisive hanno importanza, allora si passa alla guerra d’assedio, compressa, difficile, in cui si domandano qualità eccezionali di pazienza e di spirito inventivo.

 

Quer dizer que, na política, subsiste a guerra de movimento até quando se trate de conquistar posições não decisivas, não sendo, assim, mobilizados todos os recursos da hegemonia do Estado, mas quando, por uma razão ou por outra, essas posições perderam o seu valor e apenas as posições decisivas têm importância, passa-se, então, à guerra de assédio, comprimida, difícil, em que se exigem qualidades excepcionais de paciência e de espírito inventivo.[3]

 

 

Nella politica l’assedio è reciproco, nonostante tutte le apparenze e il solo fatto che il dominante debba fare sfoggio di tutte le sue risorse dimostra quale calcolo esso faccia dell’avversario. ...

 

Na política, o assédio é recíproco, apesar de todas as aparências, e tão somente o fato de que o dominante deva fazer demonstração de todas as suas reservas demonstra qual seja o cálculo que ele faz acerca do adversário....

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

 

 

 

 

 

 



[1] Cf. GRAMSCI, ANTONIO. Quaderni del Carcere, Nr. 6 (1930-1932) – Passato e Presente. Passaggio dalla Guerra Manovrata (e dall’Attacco Frontale) alla Guerra di Posizione Anche nel Campo Politico (Passado e Presente. Passagem da Guerra Manobrada (e do Ataque Frontal) à Guerra de Posição Também no Campo Político), in : Antonio Gramsci. Quaderni del Carcere (Cadernos do Cárcere), Vol. 2, ed. V. Gerratana, Torino : Einaudi Editore, 1975, pp. 801 e s.

[2] Cf. LENIN, VLADIMIR ILITCH ULIANOV. Voennaia Programma Proletarskoi Revoliutsii(O Programa Militar da Revolução Proletária)(Setembro de 1916), in : V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), Moscou : GIPL, 1961, Vol 30, pp. 131 e s.; IDEM. Das Militärprogram der proletarischen Revolution(O Programa Militar da Revolução Proletária)(Dezembro de 1916), in : W. I. Lenin Werke (Obras de V. I. Lenin), Vol. 23, Berlim : Dietz, 1962, pp. 72 e s. Em nossa Escola–Universidade Sverdlov e Academia Vermelha Frunze, vide http://www.scientific-socialism.de/ArtePrograma.htm O presente artigo encontra-se publicado, igualmente, em IDEM. Die Militärfrage der proletatischen Revolution (A Questão Militar da Revolução Proletária)(Setembro de 1916), in : Drei Aufsätze von W. I Lenin, Leo Trotzki, Karl Liebknecht. Gegen den bürgerlichen Militarismus ! Gegen den Pazifismus ! Für die Bewaffnung des Proletariats (Três Ensaios de V. I. Lenin, Léon Trotsky, Karl Liebknecht. Contra o Militarismo Burguês ! Contra o Pacifismo ! Pelo Armamento do Proletariado), Schriftreihe Internationale Jugendbibliothek (Série de Escritos da Biblioteca Internacional da Juventude), Nr. 17, Berlim : Verlag Jungendinternationale - Junge Garde, 1921, pp. 20 e s. Cumpre anotar, de modo elucidador, que o artigo em tela, objeto da presente tradução para o idioma português, surgiu, originalmente, em língua alemã, em setembro de 1916, tendo sido destinado à publicação na imprensa escandinava social-democrática de esquerda. Essa última havia intervindo, durante a guerra mundial imperialista de 1914-1918, contra o ponto do programa social-democrático de "armamento do povo", levantando a errônea consigna de "desarmamento". Em dezembro de 1916, o artigo objeto da presente tradução foi publicado, em língua russa, no Nr. 2 do "Sbornik Sozial-Demokrata(Compêndio Social-Democrata), em versão adaptada, sob o título "Acerca da Consigna de «Desarmamento»". Em abril de 1917, pouco antes de sua partida para a Rússia, Lenin repassou o primeiro artigo, redigido em língua alemã, à redação da revista alemã "Internacional da Juventude". Essa versão original foi publicada, então, em outubro de 1917, nos Nrs. 9 e 10 dessa revista.

[3] Contrariamente a essa posição idealista-subjetivista defendida por Gramsci, posicionam-se todos os melhores representantes do socialismo científico, com Marx e Engels, Liebknecht e Luxemburgo, Lenin, Sverdlov e Trotsky, à cabeça. Destacando que o grande mérito histórico de Marx e Engels foi o de terem indicado aos trabalhadores de todo o mundo sua tarefa de serem os primeiros a levantarem-se na luta revolucionária contra o capital e reunirem, em torno de si, nessa luta, todo o povo trabalhador e explorado, Lenin foi capaz de retomar a questão da hegemonia do proletariado, desde um ângulo dialético-materista, situando-se, assim, em diametral oposição ao que viria ser a versão idealista-subjetivista da hegemonia de Gramsci, para quem a estratégia revolucionária do “ataque frontal”, da “guerra de movimento” do proletariado revolucionário, subsistiria apenas “até quando se trate de conquistar posições não decisivas, não sendo, assim, mobilizados todos os recursos da hegemonia do Estado.” Vide LENIN, V. I. Retch Pri Otkrytii Pamiatnika Marksu i Engel’su (Discurso na Inauguração de um Memorial a Marx e Engels) (07.11.1918), in: V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), Moscou : GIPL, 1961, Vol. 37, pp. 169 e s. Acerca da concepção relativa à conquista da hegemonia na luta de classes em Marx e Engels, Lenin e Trotsky, vide SCHMIDT VON KÖLN, P. A Enfermidade Gramsciana no Movimento Trotskysta Contemporâneo e nas Lutas de Emancipação do Proletariado. O SU-QI e a Corrente Franco-Gramsciana de Atualização, Correção e Superação do Marxismo (O Meta-Marxismo de Actuel Marx), Moscou–São Paulo– Munique-Paris : Uni Jakob Sverdlov para a Organização e Direção Marxista-Revolucionária do Proletariado, 2000-2003, sobretudo Parte II.A.2. Conquista da Hegemonia do Proletariado na Perspectiva do Idealismo Gramsciano para a Colaboração de Classes e Capitulação Diante do Estado Burguês,  pp. 75 e s. e Parte III.D. A Via ao Socialismo Democrático-Pacifista da “Guerra de Posição” de Gramsci em Face da Revolução Socialista de Marx e Engels, Lenin, Sverdlov e Trotsky, para a Destruição do Estado Burguês e Edificação da Ditadura do Proletariado, Incorporadora da Mais Ampla Democracia Proletária, pp. 202 e s.