PRODUÇÕES LITERÁRIAS DEDICADAS À FORMAÇÃO
DE REVOLUCIONÁRIOS MARXISTAS QUE ATUAM NO DOMÍNIO DO
DIREITO, DO ESTADO E DA JUSTIÇA DE CLASSE
KARL MARX E FRIEDRICH
ENGELS SOBRE O DIREITO E O ESTADO, OS JURISTAS E A JUSTIÇA
Informe do Órgão Central à Liga dos Comunistas
Programa dos Pequenos Burgueses Democráticos:
Forma de Estado Democrática,
Transferência do Principal Imposto para os
Latifundiários e Burgueses,
Preservação doTrabalho Assalariado,
Intervenção do Estado Empregador, Medidas
Carativas, Modificação da Propriedade Privada,
Dissimulação da Oposição de Classes etc.
Programa do Partido Proletariado:
Fazer a Revolução de Modo Permanente,
Excluir Todas as Classes Proprietárias da
Dominação,
Conquista do Poder do Estado pelo Proletariado,
Associação dos Proletários no País e no Mundo
Inteiro,
Aniquilação da Propriedade Privada, Supressão
das Classes Sociais etc.
KARL MARX E FRIEDRICH ENGELS[1]
Concepção e
Organização, Compilação e Tradução
Emil Asturig von
München, Agosto de 2008
Para Palestras,
Cursos e Publicações sobre o Tema em Destaque
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Geral
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Irmãos !
Em ambos os anos revolucionários de 1848
e 1849, a Liga (EvM.: a Liga Comunista) firmou-se de duas maneiras:
Em primeiro lugar, porque seus membros
intervieram energicamente no movimento em todos os lugares, porque estiveram à
frente, na imprensa, nas barricadas e nos campos de batalha, nas primeiras
filas da única classe decididamente rervolucionária, o proletariado.
A Liga firmou-se, além disso, porque
sua concepção do movimento, tal qual se encontrava plasmada nas circulares dos
congressos e do Comitê Central de 1847 e no “Manifesto Comunista”,
demonstrou-se como a única correta, porque as expectativas declaradas naqueles
documentos foram inteiramente cumpridas, encontrando-se, agora, na boca do povo
a concepção acerca da atual situação social, propagada antes pela Liga
apenas sigilosamente. Hoje, ela é apregoada publicamente nos mercados.
(...) Bem longe de querer revolucionar
a sociedade por inteiro para os proletários revolucionários, os
pequenos-burgueses democráticos aspiram por uma modificação dos
estamentos sociais, por meio da qual a sociedade existente se lhes torne
suportável e cômoda, do modo mais amplo possível.
Exigem, por isso, sobretudo, a redução
das despesas do Estado mediante a limitação da burocracia e a transferência
do principal imposto para os latifundiários e burgueses.
Exigem, além disso, a eliminação
da pressão, exercida pelo grande capital sobre o pequeno, através das
instituições de crédito públicas, bem como leis contra a usura, de modo
que seja possível a eles e aos camponeses, receber, em condições favoráveis,
adiantamentos do Estado, em vez de recebê-los dos capitalistas.
Ademais, exigem a introdução das relações burguesas
de propriedade no campo, mediante total eliminação do feudalismo.
A fim de implementar tudo isso,
necessitam de uma forma de Estado democrática, seja constitucional, seja
republicana, que conceda a maioria a eles e a seus correligionários, os
camponeses, como também carecem de um sistema municipal democrático que dê
em suas mãos o controle direto sobre a propriedade municipal e sobre uma série
de funções, que, presentemente, são exercidas pelos burocratas.
A dominação e a rápida acumulação do
capital deve, além disso, ser contra-atacada, em parte, por meio da limitação
do Direito de herança, em parte, por meio da transferência de tantos trabalhos
quanto possíveis ao Estado.
No que diz respeito aos trabalhadores,
uma coisa é sobretudo certa : devem continuar sendo trabalhadores
assalariados como até o presente.
Só que os pequenos-burgueses
democráticos desejam aos trabalhadores um melhor salário e uma existência mais
segura, esperando alcançar isso, em parte, através de emprego, realizado por parte do
Estado, em parte, através de medidas caritativas.
Em suma: esperam corromper os
trabalhadores com esmolas mais ou menos disfarçadas e quebrar sua força
revolucionária, na medida em que tornem momentaneamente a sua situação
mais suportável.
As reivindicações da democracia
pequeno-burguesa, aqui resumidas, não são
defendidas, simultaneamente, por todas as suas frações, sendo que, em seu
conjunto, são perseguidas apenas por poucas pessoas, enquanto objetivo
determinado.
Quanto mais longe avançarem certas
pessoas individuais entre eles, mais assumirão tais reivindicações como as suas
próprias e os poucos que, no que foi dito acima, reconhecerem o seu próprio
programa, poderiam acreditar também que, com isso, levantaram, porém, o máximo
que poderia ser exigido da revolução.
Essas reinvindicações não podem, porém,
satisfazer absolutamente ao Partido do Proletariado.
Enquanto os pequenos-burgueses
democráticos querem conduzir a revolução ao seu encerramento, do modo mais
rápido possível e, no máximo, com a execução das pretensões acima indicadas,
nosso interesse e nossa tarefa é fazer a Revolução de modo permanente, até
que todas as classes mais ou menos proprietárias sejam excluídas da dominação, seja
conquistado o poder do Estado pelo proletariado e impulsionada tão
longe a associação dos proletários, não apenas em um país, senão em todos os
países dominantes do mundo inteiro, até ter cessado a concorrência dos
proletários nesses países, concentrado-se, no mínimo, as forças produtivas
decisivas, nas mãos dos proletários.
Para nós, não se pode tratar da modificação
da propriedade privada, senão apenas da sua aniquilação, não se pode
tratar da dissimulação das oposições de classe, senão da supressão
das classes, não pode se tratar da melhoria da sociedade existente,
senão da criação de uma nova.
Não resta nenhuma dúvida quanto ao fato
de que a democracia pequeno-burguesa adquirirá, por um momento, durante
o subseqüente desenvolvimento da revolução, influência preponderante na Alemanha.
Pergunta-se, portanto, qual será a
posição do proletariado e, especialmemente, da Liga dos Comunistas em
relação a ela. (...)
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO
MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. MARX, KARL & ENGELS,
FRIEDRICH. Ansprache der Zentralbehörde an den Bund – Rundschreiben
(Informe do Órgão Central à Liga dos Comunistas – Circular) (Março de 1850), in
: ibidem, Vol. 7, p. 247.