PRODUÇÕES LITERÁRIAS DEDICADAS À FORMAÇÃO
DE REVOLUCIONÁRIOS MARXISTAS QUE ATUAM NO DOMÍNIO DO
DIREITO, DO ESTADO E DA JUSTIÇA DE CLASSE
KARL MARX E FRIEDRICH
ENGELS SOBRE O DIREITO E O ESTADO, OS JURISTAS E A JUSTIÇA
Carta a Eduard Bernstein
O Proletariado Vitorioso Tem
de Transformar o Velho Poder Burocrático e Administrativo-Centralizado do
Estado,
Antes de Poder Utilizá-lo
Para Os Seus Objetivos
FRIEDRICH ENGELS[1]
Concepção e
Organização, Compilação e Tradução
Emil Asturig von
München, Dezembro de 2013
Para Palestras,
Cursos e Publicações sobre o Tema em Destaque
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Geral
http://www.scientific-socialism.de/KMFEDireitoCapa.htm
Londres, 1° de janeiro de 1884
Caro Bernstein,
(...) No que respeita à sua precendente consulta sobre a passagem contida
no Prefácio
ao “Manifesto do Partido Comunista” (EvM.: da Edição Alemã de 1872), extraída
da “Guerra
Civil na França”, o Sr. há de se declarar, provavelmente, de acordo com
a resposta que se encontra fornecida no original (“Guerra Civil na França”, pp.
19 e s).[2]
Envio-lhe um exemplar deste, para a hipótese de o Sr. não possuir nenhum
por aí.
Trata-se apenas da comprovação de que o proletariado vitorioso tem de
transformar (EvM.: no original alemão umformen, reconformar,
converter, remodelar, transformar) o velho poder burocrático e
administrativo-centralizado do Estado, antes de poder utilizá-lo para os seus
objetivos.
Enquanto todos os republicanos burgueses desde 1848 derrubaram-no - na
medida em que se encontravam na oposição -, assumiram-no e utilizaram-no, pelo
contrário, sem qualquer mudança, logo que chegaram ao poder, em parte contra a
reação, muito mais, porém, contra o proletariado.
Era justificável, sob as circunstâncias dadas, e, até mesmo, necessário
que, na “Guerra Civil”, as tendências inconscientes da Comuna
de Paris lhe favorecessem, com planos mais ou menos conscientes.
Os russos apensaram, com um tato muito correto, essa passagem, extraída da
“Guerra
Civil na França”, à sua tradução do “Manifesto do Partido Comunista”.
Se, outrora, a remessa (EvM.: do prefácio especial de Engels à edição alemã de
1883 do “Manifesto do Partido Comunista”) não tivesse sido tão apressada,
poder-se-ia ter feito isso e ainda outras coisas mais. [3]
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E
INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA
REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E
DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS
OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE –
PARIS
[1] Cf. ENGELS, FRIEDRICH. Brief an Eduard Bernstein in Zürich (Carta a E.
Bernstein em Zurique)(1° de Janeiro de 1884), in : ibidem, Vol. 36, Berlim :
Dietz, 1967, pp. 78 e 79.
[2] Anotação de Emil
Asturig von München: Destaco que, na Edição
Alemã de 1872 do “Prefácio ao Manifesto do Partido Comunista”, Marx
e Engels
remetem-nos à passagem, contida na obra de Marx, intitulada “A
Guerra Civil na França”, a qual afirma que, tendo-se em conta a
experiência da Comuna de Paris, a classe
trabalhadora não poderia mais simplesmente
apossar-se da maquinaria
acabada do Estado, movimentando-a a favor de seus próprios objetivos. Nesse sentido, vide MARX, KARL. Der Bürgerkrieg in
Frankreich. Adresse des Generalrats der Internationalen Arbeiterassoziation (A
Guerra Civil na França. Informe do Conselho Geral da Associação Internacional dos Trabalhadores)(Abril – Maio de 1871), in : ibidem, Vol.
17, Berlim : Dietz, 1962, p. 336.
[3] Impende ressaltar que,
na Edição
Russa de 1882 do “Manifesto do Partido Comunista”,
foi publicada, em seu apenso, a retro-mencionada passagem de Marx,
contida em sua obra “A Guerra Civil na França” de 1871. Ademais disso, Engels
indica, em sua presente carta, que, pelos motivos referidos, a Edição
Alemã de 1883 do “Manifesto do Partido Comunista” –
para o qual redigiu um prefácio especial – foi publicada sem apenso, não
contando, por isso, com a passagem em realce de Marx, reproduzida, porém,
precedentemente na Edição Alemã de 1872 do “Prefácio ao Manifesto do Partido Comunista”.