PRODUÇÕES LITERÁRIAS DEDICADAS À FORMAÇÃO
DE REVOLUCIONÁRIOS MARXISTAS QUE ATUAM NO DOMÍNIO DO
DIREITO, DO ESTADO E DA JUSTIÇA DE CLASSE
KARL MARX E FRIEDRICH
ENGELS SOBRE O DIREITO E O ESTADO, OS JURISTAS E A JUSTIÇA
Carta a Eduard Bernstein
Desaparecidas as
Diferenças de Classes,
no Curso do
Desenvolvimento,
e Concentrada Toda a
Produção nas Mãos dos Indivíduos Associados,
o Poder Público Perderá
Seu Caráter Político
FRIEDRICH ENGELS[1]
Concepção e
Organização, Compilação e Tradução
Emil Asturig von
München, Dezembro de 2013
Para Palestras,
Cursos e Publicações sobre o Tema em Destaque
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Geral
http://www.scientific-socialism.de/KMFEDireitoCapa.htm
Londres, 28 de janeiro de 1884
Caro Bernstein,
(...) No caso de o Sr. von der Mark ou de alguma outra
pessoa continuar a falar ainda de “concessões”, feitas por nós aos anarquistas,
as seguintes passagens demonstram que proclamamos a cessação do Estado (EvM.:
no original alemão das Aufhören des Staats), antes mesmo que existissem qualquer
tipo de anarquistas : “Misère de la Philosophie (EvM.:
Miséria da Filosofia), p. 177[2] :
„No curso do
desenvolvimento, a classe trabalhadora substituirá a velha sociedade burguesa por uma associação que excluirá as classes e o seu antagonismo.
E não existirá
mais nenhum poder propriamente politico,
porque precisamente o poder político
é a expressão oficial do antagonismo de classes, existente no interior da
sociedade civil.” [3]
“Manifesto do Partido Comunista”, conclusão da Parte II :
“Uma vez desaparecidas as
diferenças de classes, no curso do desenvolvimento, e concentrada toda produção
nas mãos dos indivíduos associados, o
poder público perderá seu caráter político.
O poder político, em sentido próprio, é o poder organizado de uma
classe para a repressão de uma outra.” [4]
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E
INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA
REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E
DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS
OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE –
PARIS
[1] Cf. ENGELS, FRIEDRICH. Brief an Eduard Bernstein in Zürich (Carta a E.
Bernstein em Zurique)(28 de Janeiro de 1884), in : ibidem, Vol. 36, Berlim :
Dietz, 1967, p. 92.
[2] Anotação de Emil
Asturig von München: Cumpre destacar que, em 20 de dezembro de 1883, Eduard
Bernstein fez publicar, em “Der Sozial-Demokrat (O
Social-Democrata)”, órgão da Social-Democracia Alemã, um artigo
de sua autoria, valendo-se do pseudônimo Leo, em que refutava as posições
contidas em uma matéria surgida, em 2 de dezembro de 1883, no “New Yorker Volkszeitung (Jornal do
Povo de Nova Iorque)”, de autoria de Wilhelm Ludwig Rosenberg, assinando
com o pseudônimo von der Mark, em que se alegava que o Estado nada mais seria
senão um conceito abstrato que remeteria à idéia de uma união de indivíduos. Bernstein,
por sua vez, apoiando-se nos pensamentos elencados por Engels na Parte III de
sua obra “O Desenvolvimento do Socialismo da Utopia à Ciência” sobre a
função histórica do Estado e a crítica da concepção lassalleana de “Estado
Livre do Povo”, pretendeu desencadear uma polêmica, seja contra a
concepção do Estado dos lassalleanos, seja contra aquela dos anarquistas.
Porém, dirigindo-se aos anarquistas, Bernstein sustentou que seria
necessário conquistar o poder no Estado. Seu célebre artigo de 20 de dezembro
de 1883, é finalizado com a seguinte declaração : “Portanto, nenhum engano
sobre nosso objetivo final e também nenhum equívoco sobre o caminho a ser percorrido
rumo a esse objetivo! Vale dizer : conquistemos o poder no Estado
(EvM.: no original alemão : die Macht im Staat erobern.).” Em
seguida, em 3 de janeiro de 1884, Rosenberg publicou, no “New
Yorker Volkszeitung (Jornal do Povo de Nova Iorque)”, uma segunda
matéria, intitulada “O Sr. Leo”, em que, embaralhando as coisas, procurou
demonstrar a seus leitores que Friedrich Engels havia, de fato,
defendido a idéia de perecimento do Estado, i.e. das Absterben des Staats,
bem como a idéia de uma sociedade sem dominação, o que comprovaria ter Engels
feito concessões aos anarquistas, em suas idéias de supressão ou abolição
imediata do Estado. Sobre o tema, vide ENGELS, FRIEDRICH. Die
Entwicklung des Sozialismus von der Utopie zur Wissenschaft (O Desenvolvimento
do Socialismo da Utopia à Ciência)(Janeiro - Março de 1880), especialmente Parte III, in :
ibidem, Vol. 19, pp. 223 e 224.; BERNSTEIN,
EDUARD. Der Sozialismus und der Staat (O Socialismo e o Estado), in : Der
Sozial-Demokrat, 20 de Dezembro de 1883, pp. 3 e s.
[3] Cf. MARX, KARL. Das Elend der Philosophie.
Antwort auf Proudhons “Philosophie des Elends” (A Miséria da Filosofia.
Resposta à “Filosofia da Miséria” de Proudhon) (Dezembro de 1846 – Abril de
1847), especialmente Capítulo II: A Metafísica
da Economia Política, §5. Greves e Coalizões de Trabalhadores, in : ibidem, Vol. 4, p. 182.
[4] Cf. MARX, KARL & ENGELS, FRIEDRICH. Manifest
der Kommunistischen Partei (Manifesto do Partido Comunista)(Dezembro 1847 –
Janeiro de 1848), especialmente Capítulo II : Proletários
e Comunistas, in : ibidem, Vol.
4, Berlim : Dietz, 1972, p. 482.