SOBRE OS 100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA

DE OUTUBRO DE 1917 

 

Texto de autoria de

Emil Asturig von München & Portau Schmidt von Köln

Outubro de 2004

 

ÍNDICE

Introdução

I.) Direção Marxista das Lutas Proletárias na Revolução de Outubro

II.) Dialética da Teoria e da Política no Programa da Revolução do Proletariado Hegemônico

III.) Tática Revolucionária do Proletariado para a Tomada do Poder na Rússia de 1917

IV.) Estratégia Revolucionária Proletária

V.) Dialética da Luta de Classes na Vitória do Proletariado Hegemônico

Uma Conclusão em Aberto: Abandono e Deformação contra a Defesa da Revolução de Outubro e de Lenin 

 

 

INTRODUÇÃO

 

“Revoluções são locomotivas da história, disse Marx.

Revoluções são festas dos oprimidos e explorados.

Em nenhum outro momento, as massas populares encontram-se

em condição de avançarem tão ativamente

enquanto criadores de uma nova ordem social como no tempo da revolução.”

Lenin[1]

 

Na história da humanidade de todos os tempos, a Grande Revolução Russa de Outubro de 1917, enquanto prólogo da revolução socialista mundial, é o marco real e triunfante de maior relevância na longa luta de classes internacionalista, travada pelos trabalhadores e todos os seus aliados oprimidos por Pão, Paz e Terra, rumo à edificação de um novo mundo : um mundo sem fronteiras, autenticamente humanizado, imune a todas as formas de exploração do homem pelo homem e de nações por nações, livre de toda a opressão dos Estados e das dilacerações sociais sangrentas, emergentes das sociedades cindidas em classes irrenconciliavelmente hostis.

 

Entrevendo o jubileu dos 80 anos do desaparecimento de Lenin não como um evento estático, regulado por um calendário de um período definitivamente concluído, contemplamos sua morte e o Outubro Vermelho de 1917 como ocorrências dinâmicas de um fluxo permanente em que assumem colossal importância para a vitória das lutas revolucionárias de emancipação dos explorados e oprimidos, seja do nosso presente histórico, seja do futuro vindouro das novas gerações. 

 

I.) DIREÇÃO MARXISTA

DAS LUTAS PROLETÁRIAS NA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO

 

 

Se a história da Revolução de Outubro de 1917 consagrou da maneira mais plena, em meio às atrocidades da I Grande Guerra Mundial, o método marcadamente consciente, programático e organizado de intervenção dirigente do Partido Bolchevique - vanguarda de luta do proletariado hegemônico - na revolução socialista internacionalista, Lenin, enquanto principal protagonista desse partido e de uma nova Internacional Revolucionária, Presidente do Conselho dos Comissários do Povo do novo Estado Proletário e autor dos primeiros Decretos do Governo Revolucionário Operário e Camponês, mentor ideológico da Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado e inspirador da Primeira Constituição da República Socialista Soviética, elevou o Outubro de 1917, ocorrido em um dos países mais atrasados no âmbito da cadeia européia do imperialismo capitalista, povoado por uma vasta massa de camponeses pobres, à condição de paradigma maior a ser tomado sempre em consideração por todos os modernos projetos de vitória proletária na revolução mundial contra o capital e o latifúndio.[2]

 

Em meio a legiões de centenas de milhares de lutadores operários e camponeses pobres, soldados e marinheiros, intelectuais e profissionais revolucionários, prodigiosamente perspicazes, tenazes e abnegados – entre os quais se destacaram Trotsky e Sverdlov, Smilga e Muralov, Frunze e Antonov-Ovseienko tais como tantos outros - Lenin foi a estrela guia de primeira grandeza no cenário da Revolução de Outubro de Toda a Rússia Soviética, a tal ponto que o próprio esplendor histórico dessa revolução encontra-se inseparavelmente associado ao seu nome, à sua vida e atividade.

 

Ingressando no movimento revolucionário russo em 1887, aos 17 anos, e não abandonando jamais a concepção de mundo de Marx e Engels, Lenin emergiu, no cenário político contemporâneo, marcado pelo advento e agonia do imperialismo, como o mais expressivo dirigente partidário da conquista da hegemonia do proletariado sobre os demais setores, estamentos e classes sociais oprimidas, enquanto estratégia político-revolucionária de incorporação das mais amplas massas populares nos processos revolucionários violentos, voltados à tarefa histórica decisiva de destruição do Estado da ínfima minoria dos exploradores e opressores, na prolongada trilha de construção de uma sociedade sem classes e de emancipação de toda a humanidade confrangida[3].

 

As vitórias que conduziram ao Outubro de 1917 e dela decorreram foram factíveis, em primeiro lugar, porque soube desenvolver, incansavelmente e com agudeza de espírito, a dialética no trato da teoria científico-socialista de Marx e Engels, compreendendo que os proletários, por não poderem, por seus próprios esforços, atingir senão uma consciência sindical-econômica mais ou menos nítida – em cujo quadro prevalece, então, inevitavelmente a dominação ideológico-burguesa, historicamente mais sólida, complexa e opulenta -, necessitam do partido marxista-revolucionário para transformarem em consciência toda a sua intuição acerca das novas tarefas que envolvem a luta revolucionária de edificação do socialismo[4][5].

 

Assim como Engels, Lenin destacou que o socialismo, uma vez tornado ciência, exige ser tratado como tal, i.e. deve ser sistematicamente estudado, tudo dependendo de se propagar, com zelo crescente, entre as massas trabalhadoras a visão cada vez mais clarificada da luta socialista, fundindo, encadeando, unindo (zusammenschliessen), sempre mais firmemente, partido revolucionário e organizações sindicais[6].

 

Em sua concepção, a educação efetiva das massas lutadoras não pode assumir jamais caráter escolástico ou acadêmico - o qual as desmoraliza e lhes insufla preconceitos burgueses-liberais, sociais-reformistas e classistas-colaboracionistas acerca da mitologia moderna das Deusas da Justiça, Igualdade e Fraternidade -, mas sim deve estar sempre integrada à sua própria luta política independente e especialmente revolucionária, posto que apenas essa é capaz de realmente formar as classes exploradas e oprimidas, desvendando-lhes a magnitude de seu próprio poder, estimulando suas habilidades e  forjando sua vontade revolucionária[7]. 

 

Por sua vez, o partido marxista-revolucionário deve aprender a descobrir, estimular, promover, dinamizar o enorme talento prático-organizativo possuído pelas próprias massas lutadoras, impedindo resolutamente que o capital e o latifúndio o golpeie, destruindo-o completamente[8].

 

Lenin manejou a dialética de Marx e Engels sobretudo contra sua degeneração sofístico-metafísica, destituída de conteúdo revolucionário, promovida não apenas pelos próceres do socialismo da colaboração de classes nacional-chauvinista (no estilo Scheidemann, Plekhanov etc.), reformista-pacifista (Bernstein, Martinov) e paficista-democrático (Kautsky, Martov), mas também por renomados bolcheviques frente-populistas e defensistas da pátria burguesa reacionária na guerra imperialista (Stalin, Kamenev, Muranov, Rykov), opositores declarados do método da insurreição socialista para a destruição do Estado Burguês e edificação da Ditadura Revolucionária do Proletariado (Kamenev, Zinoviev, Lunatcharsky, Riazanov), conciliadores de bolcheviques insurrecionais com antípodas da insurreição (Stalin, Miliutin, Sokolnikov), antagonistas da formação de um governo revolucionário exclusiva ou hegemonicamente bolchevique (Lunatcharsky, Kamenev, Riazanov), propugnadores do esquerdismo comunista, contrário ao defensismo da pátria socialista na Guerra Civil e Revolucionária com forças armadas proletárias realmente existentes e aptas a impulsioná-lo (Bukharin, Radek, Kollontai). 

 

Mais do que isso : sem qualquer temor de permanecer em minoria ou de modo até mesmo isolado, sem qualquer receio de resultar derrotado ou ser tachado de excêntrico no quadro do movimento revolucionário russo e internacional, Lenin combateu todas as diversas vertentes políticas que fomentavam direta ou indiretamente o socialismo pequeno-burguês e utópico, o terrorismo populista, o espontaneísmo criticista, o economicismo sindicalista, o reformismo social,  o inorganicismo menchevique-partidário, a subalternidade ou o isolacionismo do proletariado na revolução em face do campesinato e da burguesia, o liquidacionismo do partido legal e clandestino, o eleitoralismo estatal-democratista, quer de linhagem chauvinista, quer de índole pacifista, como meios supostamente viáveis de atingir-se a vitória nas revoluções proletárias e o início da construção de uma sociedade socialista[9].

 

Desmascarando, sempre com palavras simples e contundentes, não apenas os sociais-oportunistas de todos os matizes situados fora, mas também protagonizando resolutamente tendências, frações e rupturas contra bolcheviques sectário-abstencionistas, eclético-conciliadores, komitetchik-burocratizados situados dentro do próprio partido revolucionário, como forma de depurar, fortalecer e aprimorar o instrumento orgânico de preparação e direção das lutas do proletariado contra a selvajeria do capital e do latifúndio, Lenin defendeu inabalavelmente o princípio maior da unidade do partido revolucionário proletário, fundado na rigorosa observância do centralismo democrático, exercido em congressos, conferências, comitês, células distritais e fabris, regularmente operantes e ocupados não exclusivamente com discussões sobre regras organizativas internas, mas sobretudo com o exercício concreto da apreciação marxista dos novos fatos objetivos e definição de tarefas revolucionárias atualizadas, com base em informações específicas sobre funções desempenhadas e a desempenhar no cenário da luta de classes.[10]

 

Nesse preciso contexto, estimulou constantemente processos de fusão das forças bolcheviques com novos agrupamentos combativos que, em dado momento histórico, regressaram ao legítimo sendeiro da revolução proletária.

 

Entendendo que um partido marxista-revolucionário não pode ser erigido sem a mais perfeita e fiel clareza acerca dos matizes essenciais nele existentes, sem luta aberta entre suas várias tendências, sem informar as massas sobre que dirigentes e agrupamentos partidários perseguem essa ou aquela linha política em dado momento histórico, salientando, porém, a importância da disciplina de ferro do partido proletário enquanto forma de combater a desorganização e definindo-a como unidade da ação revolucionária, liberdade de discussão e criticismo – sendo apenas essa disciplina digna de um partido democrático da classe avançada -, a concepção de vida político-partidária de Lenin veio a revelar-se como sendo o oposto diametral do monolitismo cripto-partidário de Stalin e seus asseclas, praticado a pretexto de impulsionarem a “bolchevização” dos partidos da Internacional Comunista, logo após o desaparecimento de Lenin, em 1924[11][12].

 

Permanecendo sempre muito distante de ser adulado pela grei de todos os que alegadamente se reivindicavam como autênticos porta-vozes e defensores da causa dos trabalhadores, Lenin prestou com sua atividade perseverante e sagaz um valioso exemplo para a luta inquebrantável a ser impulsionada pelos marxistas revolucionários não apenas contra os paredros do oportunismo e do ecletismo teórico-politico, senão também contra os corifeus do indiferentismo crítico e do relaxamento organizativo, em questões relacionadas com as perspectivas de novos Outubro Revolucionários.  

 

 

II.) DIALÉTICA DA TEORIA E DA POLÍTICA

NO PROGRAMA DA REVOLUÇÃO DO PROLETARIADO HEGEMÔNICO

 

 

E, com efeito : a personificação máxima de direção teórico-doutrinária e político-pedagógica do partido bolchevique e do Estado Soviético em sua fase efetivamente revolucionária encontra-se condensada na militância de Lenin.

 

Lenin entendeu, em toda a sua mais profunda plenitude, que a genial teoria revolucionária do socialismo científico de Marx e Engels, por exigir permanentemente uma análise estritamente exata e concretamente verificável, não pode ser jamais considerada como uma crença doutrinária enrijecida, composta por categorias analógicas abstratas e genéricas, decoradas e recitadas irrefletidamente por centenas de vezes, profissão de fé apostólica, credo metafísico petrificado e imutável.

 

Pelo contrário, operou com os ensinamentos do marxismo de modo dialético-revolucionário, considerando-os como um guia para a ação (Anleitung zum Handeln), orientação para o agir, instrução para a prática não de colaboração de classes e prostração diante da dominação burguesa e latifundiária, mas de organização, mobilização e luta permanente, independente e implacável das mais amplas massas revolucionárias, sob a direção hegemônica do proletariado[13].

 

A derrubada do capitalismo e a construção do socialismo – por constituirem objetivos fundamentais e de maior alcance em nossa idade histórica – subordinam outros objetivos programáticos interconexos e condições específicas de agir revolucionário, estratégico e tático, de menor amplitude histórica e geográfica, emergentes de modificações e variações circunstanciais que alteram, mais freqüentemente, com energia e rapidez inusitadas, estágios, períodos e situações da dinâmica viva da luta de classes[14].

 

Quanto ao critério de prova de sua vigorosa dialética do marxismo revolucionário, Lenin compreendeu inteiramente que a questão consistente em saber se dadas posições subjetivas correspondem à verdade objetiva pode ser apenas decidida enquanto questão prática, pois é na prática que se há de demonstrar a verdade, i.e. a realidade e o poder de determinado pensamento.  Fora dela, a questão da realidade ou irrealidade do pensamento é uma questão puramente escolástica e acadêmica[15].

 

Sem pretender reduzir a dialética materialista a uma simples filosofia da práxis, Lenin destacou que a prática é sempre superior ao conhecimento teórico : ela possui não apenas a dignidade da universalidade, senão também é portadora da atualidade imediata[16].

 

Assim, ao chegar à Rússia em 3 de abril de 1917, poucos dias após a conclusão vitoriosa da Revolução Democrático-Burguesa Russa de Fevereiro de 1917, Lenin trazia consigo uma clara compreensão do novo estágio de contradições materiais e superestruturais do capitalismo, estágio esse surgido desde o início do século XX e agravado com a explosão da I Grande Guerra Mundial, em 1914.

Considerando o programa da revolução como uma verdadeira conclamação de concepções e consignas – palavra de origem grega πρόγραμμα -, Lenin posicionou-se, então, em suas Teses de Abril, em favor de uma ampla revisão do antigo Programa do Partido Operário Social-Democrático Russo (POSDR), adotado em 1903, no II Congresso de Bruxelas e Londres[17].

 

Em seus escritos revolucionários, defendeu que, já no início do século XX, o capitalismo mundial atingira o estágio do imperialismo, um estágio em que os conglomerados capitalistas – cartéis, trusts, consórcios internacionais – haviam assumido decisiva importância, ao substituirem o capitalismo competitivo pelo capitalismo monopolista, sendo que o capital bancário enormemente concentrado fundira-se com o capital industrial, gerando o capital financeiro, a exportação de capital para países estrangeiros assumira vastas dimensões e todo o mundo havia sido dividido, territorialmente, entre os países mais ricos, iniciando-se a partilha econômica do mundo entre as grandes firmas internacionais[18].

 

Na medida em que o imperialismo não modificara, entretanto, os caráteres essenciais do capitalismo, considerado enquanto sistema sócio-econômico, surgia propriamente como o estágio mais elevado e moribundo do capitalismo, no sentido de estágio de transição mais avançado rumo ao socialismo[19]. 

 

Assim, os novos tremendos obstáculos situados no caminho da luta econômica e política do proletariado, a ruína, os horrores e a brutalização da I Grande Guerra Mundial haviam transformado o estágio imperialista de desenvolvimento do capitalismo na era da revolução proletária socialista, em que a vitória final do proletariado tornara-se inevitável.

 

Fundando-se nos estudos militares de Marx e Engels e nos artigos sobre história e filosofia da guerra de Franz Mehring, Lenin comparou e diferenciou precisamente as diversas modalidades de conflagrações militares travadas entre nações e classes, contemplou as condições econômico-históricas, jurídico-diplomáticas e político-governamentais, os objetivos e o caráter de classe das guerras, constatou serem elas inseparáveis do sistema político que as engendraram, recuperando, com grande talento, para o marxismo revolucionário os ensinamentos dialético-hegelianos de Carl von Clausewitz, um dos mais expressivos teóricos militares do velho Império Prussiano[20][21][22].

 

Assim, demonstrou nitidamente que, nas sociedades cindidas em classes irreconciliavelmente antagônicas, sendo toda e qualquer conflagração bélica fenômeno inafastável e continuação da política através de outros meios, i.e. com meios violentos, as guerras travadas entre as nações capitalistas industrializadas já a partir do início do século XX davam continuidade à política de suas burguesias reacionárias, decrépitas, rapazes, predatórias, dedicadas à pilhagem das colônias, opressão da nações e aniquilação dos movimentos operários, bem como redivisão de sua supremacia econômica e militar, política essa praticada já ao longo de diversas décadas anteriores à eclosão do conflito armado.

 

As novas guerras pela dominação do mundo e de mercados para o capital financeiro, pela subjulgação de nações menores tornado-se inevitáveis, haviam adquirido a natureza de guerras imperialistas, i.e. guerras de continuação da política de anexações, conquista e roubo, dinamizadas por diferentes grupos de potências, gigantes supremos, bandos de ladrões capitalistas nelas envolvidos, em cujo contexto resultaria absurdo culpar ou defender o imperialismo de um ou de outro bloco.

 

Apoiando-se no Manifesto da Basiléia de 24 de Novembro de 1912 e estigmatizando os sociais-patrióticos da II Internacional, Lenin desvendou corretamente os objetivos perseguidos pelos dois principais grupos inimigos de governos burgueses imperialistas reacionários na I Grande Guerra Mundial, secundados por seus aliados menores o grupo de potências anglo-francês-russo e o austro-húngaro-alemão -, defendeu o derrotismo para todos esses governos - inclusive o desbarato do governo patriótico-beligerante de seu próprio país -, bem como a transformação da guerra imperialista em guerra revolucionária em prol da erradicação da dominação capitalista, como a única forma efetiva de por termo à guerra então em andamento[23].

 

Além disso, Lenin defendeu a criação de uma nova Internacional Revolucionária, enquanto a melhor forma de aproveitamento da crise econômica e política gerada pelos recontros militares e intensificação da luta em prol da revolução socialista em todo o mundo e, em particular, na Rússia, elo mais débil da cadeia mundial do imperialismo capitalista[24].

 

Destacando a sempre mais acentuada desigualdade de desenvolvimento econômico e político dos países capitalistas na época imperialista, Lenin confirmou a possibilidade de vitória insurrecional da Revolução Socialista, de início em alguns países capitalistas - ou, até mesmo, em um único deles, considerado isoladamente – os quais, dando os primeiros passos na trilha do longo processo de construção do socialismo, levantar-se-iam, em armas, contra o mundo capitalista restante[25].

 

Assim, posicionou-se, programaticamente, em favor das consignas de “milícia” e “armamento do povo”, fundadas no fomento da instrução militar do proletariado pela organização marxista-revolucionária, visando à necessária deflagração da insurreição, repudiando, inversamente, as reinvidicações de “desarmamento”, “social-pacifismo” e “repúdio de todas as formas de guerra”. 

 

Divergindo de Rosa Luxemburg, a grande águia revolucionária do marxismo revolucionário, Lenin defendeu também a possibilidade e os objetivos das guerras de libertação das nações subjulgadas contra a anexação imperialista, praticadas em defesa de seu direito de secessão e auto-determinação, em plena época do imperialismo.

 

Seguindo Marx e Engels, Lenin destacou que os marxistas revolucionários não são oponentes desqualificados de todas as guerras, senão muito pelo contrário: atuam como fervorsos adeptos e combativos participantes seja das Guerras de Libertação Nacional, seja das Guerras Civis e Revolucionárias, podendo conduzir essas últimas diretamente ao defensismo da pátria socialista.

Repudiando a velha designação social-democrática, o novo nome partidário que, segundo Lenin, deveria ser doravante adotado pelos marxistas revolucionários russos, seja sob o ângulo científico, seja sob o aspecto da mais eficiente conscientização do proletariado, haveria de ser Partido Comunista (Bolchevique)[26].

 

Ainda no domínio da dialética da teoria política marxista, Lenin foi capaz de concluir, genialmente, logo após o encerramento do período pacífico do processo revolucionário russo, em 3 e 4 de julho de 1917, que, com a deflagração da I Guerra Mundial Imperialista, a reserva de Marx, contida no 18 Brumário de Luis Napoleão, concernente à necessidade de despedaçamento da máquina militar e burocrática do Estado Burguês apenas no quadro das revoluções proletárias do continente Europeu, estava, essencialmente, envelhecida[27][28].

 

Na Inglaterra e nos Estados Unidos da América, últimos representantes da antiga liberdade anglo-saxônica - consagradora da ausência do militarismo e da burocracia administrativa existentes nos Estados Burgueses da Europa continental -, já haviam emergido as mesmas instituições militaristas e burocráticas características da violenta dominação burguesa.

 

A partir de então, a condição preliminar de toda e qualquer revolução proletária também nesses dois países passava a ser, igualmente, a ruptura e destruição de suas máquinas estatais burguesas, engendradas para reprimir violentamente as classes dominadas.

 

Essa sua nova formulação, posicionou, em escala incomparavelmente mais ampla, a tarefa de concentração de todas as forças da revolução proletária para a destruição do poder dos Estados Burgueses da atualidade.

 

Não descurando jamais da imensa importância que possuem os métodos de esgotamento gradual das forças dos inimigos de classe, através do fortalecimento e conquista permanente de novas posições revolucionárias do proletariado na conquista da maioria das massas revolucionárias, Lenin destacou que se mostra ainda decisiva e atualíssima a política marxista-revolucionária de derrubada do capitalismo pela via insurrecional violenta da luta de classes, hegemonizada pelo proletariado no quadro de coalizão selada com seus mais autênticos aliados oprimidos, sendo que apenas com o despedaçamento do aparelho do Estado colocado a serviço das ínfimas minorias exploradoras e opressoras, autocráticas, latifundiárias e burguesas, resulta, pois, aberto o sendeiro de construção de um Estado tipo Comuna (Gemeinwesen), a Ditadura Revolucionária do Proletariado, incorporadora da mais ampla e mais avançada Democracia Proletária, forma transitória rumo ao atingimento de uma sociedade sem classes e sem Estado, i.e. o socialismo, fase inferior da sociedade comunista[29].

 

 

III.) TÁTICA REVOLUCIONÁRIA DO PROLETARIADO

PARA A TOMADA DO PODER NA RÚSSIA DE 1917

 

 

Propagandear o marxismo revolucionário como doutrina abstrata, deduzida a partir de uma fórmula lógico-imutável, como teoria da qual emerge uma gama de corolários universalvemente válidos para ascender à verdade a ser por todos finalmente admitida, significou sempre para Lenin difundir metafísica entre as massas exploradas e oprimidas, ignorando que também o socialismo científico encontra-se exposto à dialética da mutação histórica, partindo não de princípios, mas sim de fatos objetivos que avançam segundo processos vivos da luta de classes e do mundo circundante[30].

 

Já nos primeiros dias após a mais completa conclusão vitoriosa da espontânea Revolução Democrático-Burguesa de Fevereiro de 1917 que, em meio à I Grande Guerra Mundial, trouxe novamente à luz os Sovietes, antes liquidados na Revolução de 1905 – 1907, e derrubou o milenar absolutismo czarista e sua nobreza latifundiária, levando ao poder um Governo Provisório de Capitalistas e Latifundiários, declaradamente pró-imperialista e patriótico-beligerante, encabeçado por Miliukov e Guchkov, Kerensky e Lvov -, Lenin compreendeu, ainda em seu exílio na Suíça, a necessidade de ser elaborada, imediatamente, em palavras simples e claras, uma nova tática revolucionário-permanentista de continuada transição na revolução russa, a ser desenvolvida nos meses a seguir, como forma de consolidar a aliança de poder entre o proletariado hegemônico e o campesinato pobre: nenhuma confiança, nenhum apoio ao novo governo provisório burguês-latifundiário; Kerensky é especialmente suspeito; o armamento e a milícia do proletariado são as únicas garantias; eleições imediatas para o Conselho Municipal de Petrogrado; nenhuma aproximação com outros partidos[31].

 

Por não representarem, então, as eleições para a Assembléia Constituinte nada mais do que promessa vazia e distante, Lenin referiu-se muito mais às eleições imediatas para o Conselho Municipal de Petrogrado, destacando que serviriam para organizar e fortalecer as posições revolucionárias do proletariado[32].

 

Em suas 5 Cartas de Longe, redigidas todas elas ainda na Suíça, Lenin desenvolveu essa sua nova tática revolucionária, posicionando-se, além disso, claramente, contra o patriotismo burguês, exigindo a denúncia dos tratados de aliança com os imperialistas, a transformação da guerra imperialista em guerra revolucionária, bem como a formação de uma milícia e uma República do Proletariado, apoiada pelos trabalhadores rurais, setores mais pobres dos camponeses e moradores das cidades, como meio de assegurar Pão, Paz e Liberdade[33].

 

Lenin posicionou-se, então, em favor da luta por um Estado Proletário Revolucionário mediante o impulsionamento de uma segunda revolução na Rússia: uma Revolução Proletária, apoiada pela vasta maioria revolucionária dos camponeses pobres, que, destruindo completamente a velha máquina de Estado, transferiria o poder político dos capitalistas e latifundiários para um Governo dos Trabalhadores e Camponeses Pobres, organizado segundo o modelo dos Sovietes e baseado na organização da milícia proletária e de todo o povo oprimido em armas, a fim de serem empreendidos os primeiros passos rumo ao socialismo que, na Rússia, não poderia ser atingido de um só golpe, senão enquanto resultado de uma séria de medidas de transição[34].

 

Para Lenin, o êxito definitivo da construção do socialismo na Rússia poderia, porém, apenas ser atingido se estimulado ativamente pela vitória da revolução proletária socialista nos principais países capitalistas da Europa Ocidental e dos EUA, emergindo das contradições insolúveis decorrentes da guerra imperialista[35].

 

Em seu modo profundamente internacionalista de apreciar a luta de classes, Lenin entendeu que o proletariado russo não poderia, com suas próprias forças, conduzir a Revolução Socialista a uma conclusão vitoriosa, porém poderia, em certo sentido, iniciá-la, devendo tomar o poder e criar as melhores condições para que seu principal e mais confiante aliado de classe - o proletariado da Europa Ocidental e dos EUA – aderisse à batalha decisiva pelo socialismo[36].

 

Tendo justamente em conta os prerequisitos econômicos de uma Revolução Socialista, sabia perfeitamente que, na Rússia, seria incomensuravelmente mais fácil para o proletariado iniciá-la e imensamente mais difícil continuá-la, ao passo que, no ocidente industrializado, mais difícil seria iniciá-la e mais fácil, continuá-la[37].

 

Não lutando apenas em benefício próprio, senão em prol da construção do socialismo em escala mundial, o proletariado hegemônico e triunfante na Rússia haveria de perecer, a menos que fosse capaz de resistir até receber o poderoso apoio dos trabalhadores revolucionários vitoriosos nos principais países do imperialismo capitalista.

 

Porém, se houvesse de sucumbir, teria iniciado a Revolução Socialista Mundial e servido de exemplo para que outros aprendessem com a sua exemplar experiência de luta[38].

 

Em virtude de sua nova elaboração tática opor-se abertamente à orientação defendida pela maioria de seu próprio partido, composta, em março de 1917, por bolcheviques frente-populistas, irrestritos e condicionados, bem como etapistas-defensistas da pátria burguesa reacionária na guerra imperialista e apoiadores da mais indistinta unificação dos adeptos de todos os gêneros da Social-Democracia Russa (Stalin, Kamenev, Muranov, Rykov, Noguin e seus seguidores), apenas a primeira das cartas de Lenin foi publicada no “Pravda (A Verdade)”, em 21 e 22 de março, ainda assim com diversas censuras.

Por iniciativa desses bolcheviques, todas as demais cartas de Lenin não vieram a ser publicadas em 1917.  Surgiriam apenas em 1924, ao passo que a redação integral de sua primeira carta viria a ser conhecida tão somente em 1949.

 

Sobre a política inteiramente anti-marxista dos bolcheviques frente-populistas e defensistas do patriotismo burguês, pronunciou-se, com grande hipocrisia, Stalin, um de seus principais porta-vozes, fazendo-o da seguinte forma, sem demonstrar, porém, ter apreendido efetivamente algo de efetivamente revolucionário, a partir desse lamentável episódio histórico:   

 

“Tratava-se de uma poderosa virada na história da Rússia e de um giro jamais existente na história do nosso Partido. A velha plataforma prérevolucionária de derrubada direta do governo era clara e determinada, porém não correspondia mais às novas condições de luta.

Agora, já não era mais possível orientar-se diretamente para a derrubada do governo, pois esse último se encontrava ligado com os Sovietes, os quais estavam sob a influência dos “defensores da pátria”, sendo que o Partido teria de conduzir uma luta superior às suas forças tanto contra o governo como contra os sovietes.

Porém, não se podia impulsionar uma política de apoio ao Governo Provisório, pois era um governo do imperialismo. Era necessário uma nova orientação do Partido, nas novas condições de luta. O Partido (sua maioria) procurou, tateando, alcançar essa nova orientação.

Adotou uma política de pressão dos Sovietes sobre o Governo Provisório na questão da paz e não se pôde decidir a marchar imediatamente para diante, saindo da velha consigna, Ditadura do Proletariado e do Campesinato, rumo à nova consigna Poder dos Sovietes.

Essa política do meio termo havia sido calculada para dar oportunidade aos Sovietes de contemplarem, através das questões concretas da paz, a verdadeira essência imperialista do Governo Provisório, dela, assim, afastando-se.

Porém, foi uma posição profundamente errada, pois fazia proliferar ilusões pacifistas, entornava água no moinho dos “defensistas da pátria”, dificultando a educação revolucionária das massas.

Essa posição equivocada compartilhei, então, com outros companheiros do Partido, dela afastando-me inteiramente ao aderir às Teses de Lenin.”[39]

 

Lenin conseguiu negociar seu regresso à Rússia, independentemente de compromisso de sustentação do defensismo patriótico-burguês, após impedimentos de todas as espécies opostos seja pelos governos imperialistas da Inglaterra e da França, seja pelo novo Governo Provisório Burguês-Latifundiário Russo[40].   

 

Chegando em Petrogrado, na noite de 3 de abril, e defrontrando-se com a Dualidade de Poderes Sovietes e Governo Provisório - então objetivamente existente, Lenin ouviu com atenção e apoiou-se na vanguarda proletária para defender, intrepidamente, a continuidade do processo revolucionário rumo ao socialismo e a luta pela conquista da maioria nos Sovietes, visando a tornar possível a passagem de todo o poder de Estado para as mãos do proletariado e de seus aliados de luta[41].

 

Tendo em conta que as primeiras semanas posteriores à Revolução Democrático-Burguesa de Fevereiro de 1917 permitiram à Rússia tornar-se o país dotado da mais ampla liberdade política entre todos os demais beligerantes - não se recorrendo momentaneamente ao emprego de violência para repressão das massas exploradas e oprimidas -, Lenin entendeu que o primeiro passo a ser dado no sentido da Revolução Proletária  seria a paciente e persistente conscientização das massas, adaptada às suas necessidades práticas, sobre a nova situação política e os erros táticos da direção soviética menchevique-chauvinista e socialista-revolucionária(SRs) que promovia voluntariamente a transferência do poder dos Sovietes à aliança burguesa-latifundiária e seu Governo Provisório.

 

Sustentando-se sobretudo nas forças proletárias de Vyborg, em Petrogrado, dos Urais e de outros grandes centros da Rússia, Lenin seguiu precisando, em suas Teses de Abril, sua dialética tática em face da Dualidade de Poderes, de modo a conduzir o proletariado hegemônico à vitória na revolução: nenhuma concessão ao «defensismo», nenhum apoio ao governo provisório burguês-latifundiário; os Sovietes de Deputados Trabalhadores, Soldados e Camponeses são a única forma possível de governo revolucionário; nenhuma República Parlamentar, mas sim República dos Deputados Trabalhadores, Soldados e Camponeses da base ao vértice; confisco e nacionalização de todas as terras, a serem tomadas e colocadas à disposição dos Sovietes de Deputados Trabalhadores Rurais e Camponeses; fusão de todos os bancos em um único banco nacional, submetido ao controle dos Sovietes de Deputados Trabalhadores; criação de uma nova Internacional Revolucionária contra os chauvinistas e os centristas-conciliacionistas[42].

 

E destacou: sem os Sovietes de Deputados Trabalhadores, Soldados e Camponeses, a convocação da Assembléia Constituinte é uma promessa vazia e o seu sucesso é impossível[43].

 

Opondo-se à tática precipitada de simples e imediata transformação da revolução democrático-burguesa em revolução socialista na Rússia de 1917, bem como à consigna de instauração de um isolado “Governo dos Trabalhadores”, Lenin frizou que a tarefa do proletariado na próxima revolução seria não a de “introduzir” imediatamente o socialismo, mas sim apenas permitir que, nesse domínio, a produção social e a distribuição dos produtos fossem colocados prontamente sob o controle dos Sovietes de Deputados Trabalhadores, enquanto sólidos passos iniciais rumo ao socialismo[44].

 

Nesse sentido, ressaltou que seria necessário clarificar a consciência das pessoas e levar o proletariado e o campesinato pobre para adiante, para longe do “Poder Dual”, rumo ao Poder Total dos Sovietes, sendo esse poder a Comuna de Paris, no sentido de Marx, no sentido da experiência de 1871[45].

 

Em aberta oposição às posições defendidas por Stalin e Kamenev, Lenin destacou a importância da dialética no domínio da formulação da tática revolucionária, demonstrando a mais plena inatualidade da velha fórmula bolchevique de luta por uma Ditadura Democrática Revolucionária do Proletariado e do Campesinato, em face do novo contexto histórico[46].

 

Com efeito, em seu modo de ver, essa ditadura já havia, em certa medida e de maneira extremamente original, tornado-se realidade na revolução em curso, incorporando-se, a partir de Fevereiro de 1917, na instituição dos Sovietes dos Trabalhadores, Soldados e Camponeses, que cedera, porém, voluntariamente todo o seu poder ao Governo Provisório Burguês-Latifundiário, de tal sorte que uma nova tarefa haveria de ser encaminhada: efetuar a ruptura no interior dessa Ditadura entre os proletários revolucionários – anti-frente-populistas, anti-defensistas da pátria burguesa reacionária e favoráveis à transição para o regime de poder integral de tipo da Comuna de Paris -  e os elementos pequeno-burgueses ou pequeno-proprietários – mencheviques-chauvinistas e socialistas-revolucionários (SRs), apoiadores da dominação burguesa-latifundiária e do seu Governo Provisório, na guerra imperialista[47].

 

Sustentadas pela rápida dinâmica dos novos fatos objetivamente revolucionários, as Teses de Abril, formuladas por Lenin, prevaleceram, então, largamente, tanto na Conferência de Toda a Cidade de Petrogrado, ocorrida entre 14 e 22 de abril, como na VII Conferência do POSDR – Bolchevique de Toda a Rússia, realizada entre 24 e 29 de abril de 1917[48][49].

 

Nessa última instância, as Teses de Abril venceram por 142 votos contra 7, na questão da luta pela transformação da guerra imperialista em guerra revolucionária; por 122 votos contra 3 e 8 abstenções, na questão da transferência de todo o poder aos Sovietes ; por 71 votos a 47, em favor de ingressar imediatamente na via da revolução proletária. Lenin resultou vencido apenas no ponto de abandono da designação social-democrática do partido para a adoção do nome Partido Comunista – Bolchevique[50].

 

Apesar de a composição do novo órgão de direção partidária eleito não se ter demonstrado plenamente adequada à mais conseqüente implementação das Teses de Abril - entre 9 membros eleitos, 4 eram opositores (Kamenev, Noguin, Miliutin e Fiedorov) e 1 entre eles, Stalin, votara apenas no último momento pelas teses leninistas –, o Partido Bolchevique, valendo-se da direção de Lenin, foi capaz não apenas de apreciar e antever, justamente e com impressionante prontidão, as situações políticas subseqüentes, como também formular acertadas palavras-de-ordem de transição para que o proletariado e seus aliados marchassem rumo à tomada do poder[51].

 

Exemplo disso foram as magistrais consignas dirigentes bolcheviques, levantadas por cerca de meio milhão de manifestantes, em 18 de junho de 1917, ponto de virada na história revolucionária de todos os tempos : “Todo o Poder aos Sovietes!”, “Abaixo os Dez Ministros Capitalistas!”, “Nenhuma Paz em Separado com a Alemanha, Nenhum Tratado Secreto com os Capitalistas Anglo-Franceses!”[52] 

 

 

IV.) ESTRATÉGIA REVOLUCIONÁRIA PROLETÁRIA

 

 

Lenin defendeu de modo aguerrido, ao longo de toda a sua vida, que o método histórico-materialista de Marx e Engels converter-se-ia em idealismo subjetivista supra-histórico, chave universal de teoria geral político-filosófica, molde doutrinário inteiramente oco e abstrato, se não fosse abordado enquanto fio condutor da análise de períodos e situações especificamente cambiantes no tempo e no espaço, fatos objetivos modificados e em processo de mutação, realidade omnilateral e incomensuravelmente multifacetada[53].

 

Nesse sentido, um dos mais brilhantes aspectos da dialética de Lenin no domínio da estratégia revolucionária constituiu, inegavelmente, sua magistral compreensão da necessidade de construção de um partido proletário marxista-revolucionário de massas e de vanguarda, dirigido preponderantemente por revolucionários profissionais e trabalhadores conscientes jovens, assentado sobre o princípio organizativo do centralismo democrático, de modo que se tornasse efetivamente materializável, na época do imperialismo capitalista, marcado por regimes burgueses-oligárquicos à maneira de autocracias, a perspectiva formulada originariamente por Marx e Engels de derrubada violenta de toda exploração sócio-econômica e dominação intelectual-ideológica, geradas inevitavelmente pela subsistência das decrépitas leis internas, inerentes à barbárie do capital e do latifúndio[54].

 

E, de fato : Lenin planejou, organizou, formou, construiu e impulsionou um partido dirigente de massas, democraticamente centralizado e largamente isento de traços burocráticos degeneradores, partido esse que se apoiou crescentemente na práxis revolucionária de Babushkin e Sverdlov, consagrou articulistas revolucionários do calibre de Vorovsky, bem como deu vida a brilhantes órgãos jornalísticos, legais e clandestinos – tais como ”Iskra(A Centelha)”, “Vperiod!(Avante!)”, “Proletarii(O Proletário)”, “Svezda(A Estrela)”, “Rabotchaia Gazeta (Diário Operário)”, “Pravda(A Verdade)”, “Soldatskaia Pravda(A Verdade do Soldado)” etc. etc., concebidos eles mesmos como organizadores, propagandistas e agitadores coletivos da dialética do marxismo revolucionário-, constituindo-se, a partir de 1903, em fração interna bolchevique do POSDR, transformando-se, no início de 1912, como partido integral e irreversivelmente rompido com o oportunismo e o liquidacionismo de todos os matizes, em POSDR – Bolchevique[55][56][57][58].      

 

Lenin demonstrou que o partido revolucionário não pode cumprir jamais o seu papel histórico embrigando-se em suas próprias vitórias, deixando de reconhecer as deficiências de seu trabalho de ligação com as mais amplas massas trabalhadoras, proletárias e não proletárias, temendo tratar de seus erros e debilidades, renunciando a corrigí-los resolutamente e negando-se a dizer às massas revolucionárias o pleno conteúdo da verdade, em todas as circunstâncias, fornecendo-lhes respostas concretas a seus problemas concretos[59].

 

No quadro da nova situação política russa e internacional, surgida com a Revolução Democrático-Burguesa de Fevereiro de 1917, os partidos dos socialistas-revolucionários (SRs) e dos mencheviques chauvinistas posicionaram-se publicamente, nos Sovietes e diante das massas, em favor do defensismo da pátria burguesa reacionária russa na guerra imperialista, vontando pelos créditos de guerra, e postularam seu próprio ingresso na composição do Governo Provisório Burguês-Latifundiário, alegando ser, assim, possível mudar a política imperialista por este praticada.

 

Diante desse fato político objetivo, Lenin defendeu, tanto na Conferência de Toda a Cidade de Petrogrado, ocorrida entre 14 e 22 de abril, como na VII Conferência do POSDR – Bolchevique de Toda a Rússia, ocorrida entre 24 e 29 de abril de 1917, a estratégia de promover intensamente relações mais estreitas e até mesmo a fusão de suas forças apenas com grupos e tendências proletárias – advindas p.ex. dos mencheviques internacionalistas, dos sociais-democratas independentes, dos unionistas interdistritais -, que se encontravam sustentando posição política realmente revolucionário-internacionalista, fazendo-o com o objetivo de profligar a política de traição pequeno-burguesa do socialismo e alcançar a mais sólida hegemonia do proletariado na revolução[60][61].

 

Desse modo, conseguiu derrotar a concepção estratégica colaboracionista de Stalin e Kamenev de composição de uma comissão mista, visando ao fomento da unidade de todos os sociais-democratas, incluindo os denfesistas da pátria burguesa reacionária na guerra imperialista.

 

É precisamente essa concepção de Lenin concernente à hegemonia do proletariado que permite divisar, nitidamente, na Revolução de Outubro de 1917 seu inconfundível caráter de ação histórica impulsionada pelas mais largas massas exploradas e oprimidas da sociedade, resultando absolutamente vulgar e equivocado equipará-la a um Golpe de Estado de uma Minoria ou às iniciativas revolucionárias-insurrecionais de Auguste Blanqui, tal como celebremente o fez Max Weber, ou ainda concebê-la em paralelo com uma Revolução de Ultra-Esquerdistas Iluminados, tal como entrevista por Herbert Marcuse[62][63].   

 

A concepção de Lenin acerca da conquista da hegemonia do proletariado nos processos revolucionários da Rússia – não perdendo jamais de vista a necessidade inafastável de destruição do Estado Burguês para a edificação da Ditadura Revolucionária do Proletariado no sendeiro da luta pelo socialismo – encontra-se, plenamente, revestida da mais rigosa aplicação do materialismo histórico e da dialética materialista de Marx e Engels[64].  

 

Com efeito, para Lenin, a arte do político consiste em apreciar corretamente as condições e o momento em que a vanguarda do proletariado pode tomar o poder com sucesso, de modo que consiga contar suficientemente, durante e depois da tomada do poder, com um largo apoio de amplas camadas da classe trabalhadora e das massas semi-proletárias, afirmando e expandindo sua dominação, depois da tomada do poder através da educação, formação e incorporação de forças humanas cada vez mais amplas[65].

 

Destacando que o grande mérito histórico de Marx e Engels foi o de terem indicado aos trabalhadores de todo o mundo sua tarefa de serem os primeiros a levantarem-se na luta revolucionária contra o capital e reunirem, em torno de si, nessa luta, todo o povo trabalhador e explorado, Lenin foi capaz de retomar a questão da hegemonia do proletariado, desde um ângulo dialético-materista, situando-se, assim, em diametral oposição ao que viria ser a versão idealista-subjetivista da hegemonia de Gramsci, para quem a estratégia revolucionária do “ataque frontal”, da “guerra de movimento” do proletariado revolucionário, subsistiria apenas “até quando se trate de conquistar posições não decisivas, não sendo, pois, mobilizados todos os recursos da hegemonia do Estado.” [66][67]

 

Embriagado em seu radical anti-trotskysmo e sem contar com suficiente experiência prático-revolucionária para versar sobre um tema dessa envergadura, Gramsci acaba opondo-se a Lenin e equivoca-se redondamente na apreciação da importância da luta insurrecional do proletariado para a tomada do poder e defesa de seu Estado Proletário Revolucionário, não a considerando como sendo a “fase culminante da situação político-histórica”, durante e depois da tomada do poder.  

 

Pelo contrário, Lenin nos indica que o “ataque frontal” do proletariado contra o Estado Burguês, visando à tomada do poder e a derrota das forças contra-revolucionárias mediante “guerra de movimento”, como forma de conquista e defesa de sua Ditadura Revolucionária - por exigir ele sim uma “concentração inaudita de hegemonia”  é a “fase culminante” e como tal centraliza estrategicamente todos os demais esforços revolucionários despendidos em “guerra de posição”, i.e. em conquista de posições revolucionárias, “trincheiras, fortalezas e casamatas”, instituições sindicais, bastiões parlamentares, espaços culturais, políticos e econômicos, públicos e privados, que ampliam o potencial das lutas revolucionárias do proletariado[68].

 

Na época do imperialismo capitalista, pretender propugnar a “guerra de posição” como “fase culminante da situação político-histórica”, em detrimento do “ataque frontal” significa difundir fantasias acerca de uma possível derrota do assim chamado “Império Biopolítico” e passagem ao socialismo, mediante abertura de “brechas democráticas” cada vez maiores na sociedade civil burguesa e “hiperbólica” democratização da cidadania e do Estado Burguês[69].

 

Mesmo encontrando-se Lenin provisoriamente refugiado na Finlândia, teve lugar, entre 26 de julho e 3 de agosto, o VI Congresso da Unificação do Partido Bolchevique (POSDR-B), sob a presidência de Sverdlov, que, seguindo a orientação estratégica prédefinida e representando cerca de 200.000 militantes, reunidos em 162 organismos partidários, em contraste com os 80.000 militantes, reunidos em 78 organismos partidários, do mês de abril de 1917 -, formalizou solenemente a incorporação nas fileiras bolcheviques dos unionistas interdistritais – sem prejuízo do fato de Trotsky e Lunatcharsky encontrarem-se, então, nos cárceres do Governo Provisório Burguês-Latifundiário, integrado, agora, também por mencheviques sociais-chauvinistas[70].

 

A incorporação de novos agrupamentos e tendências realmente revolucionários e internacionalistas fortaleceu gigantescamente o potencial de luta do antigo partido bolchevique, aglutinando unificadamente todos os melhores lutadores do movimento proletrário russo de então na luta comum em prol da revolução proletária.

 

Embora permanecendo ainda relativamente reduzido para a execução da imensa tarefa a ser cumprida, o novo partido de Lenin e Trotsky demonstrou que, em um cenário de profunda crise revolucionária, seu impacto de luta poderia aumentar exponencialmente, encabeçando ações muito superiores à sua dimensão puramente quantitativa.

 

A duradoura e sistemática orientação dos bolcheviques de lutarem, constantemente, pela conquista da hegemonia do proletariado na revolução, no sentido estritamente dialético-materialista que Lenin conferia a essa concepção estratégica de Marx e Engels, permitiu ao proletariado russo, nos mêses subseqüentes, exercer a direção política sobre seus aliados revolucionários, i.e. camponeses pobres, soldados marinheiros, setores oprimidos em geral, na permanente e imediata luta por romper com a burguesia e o latifúndio, conquistar a maioria da população para si, concentrar todo o poder nos Sovietes, empreender medidas visando ao despedaçamento do Estado Burguês, mediante insurreição armada, e, no contexto de um novo processo revolucionário, edificar uma Ditadura Revolucionária, hegemonizada pelo proletariado e incorporadora da mais ampla e historicamente mais avançada democracia das classes exploradas e oprimidas daquele país[71][72].

 

Nesse contexto histórico, emergiu o Estado Proletário Revolucionário, fundado em uma aliança de classes, entre o proletariado hegemônico - vanguarda composta pela maioria esmagadora dos trabalhadores da cidade e do campo -, e inúmeras camadas subalternas semi-proletárias (pequenos-burgueses arruinados, camponêses pobres, intelectuais sublevados etc.), uma aliança selada no quadro da insurreição armada e da guerra civil para a integral derrubada do capitalismo, repressão da resistência burguesa e latifundiária, bem como de suas tentativas restauracionistas: uma aliança entre firmes adeptos da revolução proletária e setores aliados vacilantes ou neutros, integrantes de classes distintas em sentido econômico, político, social e ideológico[73].

 

V.) DIALÉTICA DA LUTA DE CLASSES

NA VITÓRIA DO PROLETARIADO HEGEMÔNICO

 

Como se isso tudo por si só não bastasse para a configuração de um revolucionário marxista de colossal envergadura, Lenin foi também a expressão mais elevada de direção político-prática do partido bolchevique e do Estado Soviético na Revolução de Outubro de 1917.

 

Apesar dos atos de traição pública e sabotagem interno-partidária praticados pelos bolcheviques Kamenev e Zinoviev contra a preparação por Lenin da insurreição proletária, apesar da permissão conferida por Stalin de publicação no “Pravda(A Verdade) de artigos abertamente anti-insurrecionais (“O Que não se Deve Fazer”, de Zinoviev) e sua tentativa de conciliação da “rispidez” de bolcheviques insurrecionais (Lenin, Trotsky, Sverdlov, Smilga e outros) com a condescendência dos bolcheviques anti-levante (Kamenev, Zinoviev e seus seguidores), o partido dirigente de Lenin mostrou-se capaz de intervir, com inigualável arte e talento prático-revolucionários, enquanto o estado-maior tático e estratégico das lutas de libertação do proletariado russo e seus aliados.

 

Demonstrou-se apto a concentrar massas sempre maiores de explorados e oprimidos, calcular com grande precisão a correlação das diferentes forças envolvidas na luta, deslocando-as em inúmeros movimentos dirigidos e em variadas campanhas coordenadas, intervir em eleições burguesas, sindicais e soviéticas, como forma de fortalecimento e conquista de novas posições revolucionárias, manter linhas de defesa já conquistadas, comandar tanto recuos, desvios e evasões ordenadas em face de enfrentamentos provocativos e desvanjatosos, protagonizar reagrupamentos e ações militares insurrecionais e bélicas impetuosas que contribuíram para desferir pesados golpes de misericórida sobre pontos cardeais das formações políticas e militares capitalistas e latifundiárias, russas e intervencionistas.

 

Com disciplina, ousadia, habilidade e moral revolucionárias, os bolcheviques sob a direção máxima de Lenin conseguiram combinar, dialeticamente, estratégia de esgotamento e estratégia de derrubada dos inimigos de classe (Ermattungs- und Niederwerfungsstrategie), operações ofensivas e defensivas, assaltos frontais e de flanco, frentes e reservas, linhas e pontos estratégicos nos teatros de luta, guerra de posição e guerra de movimento (guerre de position et de mouvement, Stellungs- und Bewegungskrieg), em meio à rapidez inacreditável do furacão revolucionário[74].

 

Apenas desse modo, tornaram-se possíveis ações revolucionárias aparentemente irrealizáveis, tal como a dissuassão no Palácio Kshessinskaya do processo insurrecional espontâneo dos trabalhadores e soldados de Vyborg – após as demissões dos ministros burgueses Shingariov, Manuilov e Shakhovskoi -, o recuo organizado, diante da ofensiva contra-revolucionária da burguesia com Kerensky e os Sovietes ainda majoritariamente mencheviques e socialistas-revolucionários (SRs), em 3 e 4 de julho – conduzindo, provisoriamente, à retirada da ordem do dia da consigna de “Todo o Poder aos Sovietes!” -, a passagem para a clandestinidade e a rejeição de Lenin e Zinoviev – acusados de agentes do militarismo alemão – de entregarem-se à Justiça Burguesa e Latifundiária, a despeito da prisão de inúmeros dirigentes bolcheviques de grande prestígio, como Kamenev, Lunatcharsky e Trotsky, entre 7 e 22 de julho, a eficiente reativação de toda a rede de clandestinidade do Partido Bolchevique, sem prejuízo do crescimento deste, a realização do VI Congresso da Unificação, entre 26 de julho e 3 de agosto, o repúdio à proposta de “armistício entre capital e trabalho” e à Conferência de Estado de Kerensky, a antecipada percepção da Kornilovada, a retomada das ações de luta dos bolcheviques e do proletário para o destroncamento da Divisão Selvagem de Cossacos, comandada por Kornilov, o “Salvador Supremo”, em 25 de agosto, a abertura das prisões, a reativação da Guarda Vermelha, o desferimento de golpes mortais em corpos de oficiais kerenkystas e kornilovistas[75].

 

Apenas desse modo, foi possível, já em 31 de agosto, a conquista da maioria nos Sovietes pelos bolcheviques nas principais cidades – restituindo atualidade à palavra de ordem “Todo o Poder aos Sovietes!” -, a intervenção revolucionária no âmbito da Conferência Democrática e o boicote do Pré-Parlamento, a partir de 14 de setembro, bem como a eleição de Trotsky para a Presidência do Soviete de Petrogrado, em 23 de setembro, e a criação do Comitê Militar Revolucionário (CMR), quartel-general da insurreição armada, órgão esse situado sob o direto comando revolucionário de Trotsky[76]. 

 

Uma vez obtida a maioria nos Sovietes, Lenin passou a defender, sob pena de demitir-se da direção partidária, que os bolcheviques deviam e podiam tomar imediatamente o poder, marcando antecipadamente a data para a deflagração da insurreição, sem deixarem escapar a ocasião, sem causarem a perda da revolução, sem aguardarem pelo início do novo Congresso dos Sovietes, destacando que a história jamais os perdoaria se o deixassem de fazer tempestivamente[77][78][79].  

 

Presente clandestinamente em Petrogrado já em 10 de outubro, Lenin contribuiu decisivamente para que sua proposta de preparação e desencadeamento imediato da insurreição fosse aprovada por 10 votos a 2, no âmbito da reunião do Comitê Central do Partido Bolchevique[80]. 

 

Assim, o partido dirigente de Lenin, sob o comando imediato de Trotsky, foi capaz de desempenhar, em 25 de outubro de 1917,  com talento e habilidade, a Arte da Insurreção Socialista, tendo em conta as experiências práticas da Comuna de Paris de 1871 e da Insurreição de Moscou de Dezembro de 1905, observando, com triplicada audácia, as regras de atuação revolucionária de Georges-Jacques Danton e recomendadas com perspicácia proletária por Marx e Engels[81][82].

 

O impacto da vitória revolucionária pôde, então, ser lida nos olhos do bolchevique Antonov-Ovseienko, às 2 horas e 10 minutos da madrugada, de 26 de outubro de 1917, quando, na Tomada do Palácio de Inverno, exclamou, em nome do Comitê Militar Revolucionário : “- Comunico-lhes, membros do Governo Provisório, que vocês estão todos presos.”[83]

 

Varrendo da face da terra os órgãos de poder da burguesia e do latifúndio russos, o dispositivo insurrecional consagrou a passagem de todo o poder de Estado ao II Congresso dos Sovietes de Toda a Rússia, composto por 650 deputados, eleitos entre as massas revolucionárias, ao mesmo tempo em que a maioria desse último, saudou-a entusiasticamente, aprovou os novos Decretos sobre Pão, Paz e Terra e elegeu o novo Governo de Comissários do Povo, representante da aliança selada entre proletariado e campesinato pobre de toda a Rússia Soviética[84].       

 

Encabeçada pelo partido dirigente de Lenin, a Revolução Russa de Outubro de 1917, dando os primeiros passos rumo ao socialismo, desencadeou energia revolucionária de explorados e oprimidos de todo o mundo em dimensão jamais vista ao longo de vários séculos, espalhando-se rapidamente pelas principais capitais e rincões do maior país do nosso planeta – com menor voragem revolucionária em Petrogrado e outras localidades, com maior violência libertadora em Moscou e alhures -, inspirando, desde então, novos movimentos revolucionários proletários, populares e nacionais-libertadores, em todo o orbe terrestre.   

 

Desse modo, demonstrou possuir uma criatividade gigantesca inigualável ao persuadir, conscientizar, organizar e dirigir massas revolucionárias, ao remodelar todo o sistema de Estado e de Direito, todas as relações sociais e econômicas, toda a estratégia e tática política, conhecidas até então pelo mundo burguês imperialista, rompendo com as velhas tradições e métodos militares, gerando novas forças armadas proletárias e populares revolucionárias, que converteram, sob o comando de Trotsky, Smilga, Frunze, Tukhatchevsky, a Guarda Vermelha Proletária em Exército Vermelho Revolucionário, instituindo resolutamente a Tcheka enquanto Comitê de Saúde Pública para a rigorosa repressão à contra-revolução e coroando com atos de elevada bravura a luta inicial pela edificação do socialismo, muito além das fronteiras nacionais-russas.

 

Posteriormente à vitória de Outubro de 17, a continuação da política do proletariado hegemônico russo com meios violentos, seguiu, sob a direção de Lenin, não apenas derrotando efetivamente sua própria burguesia, seus próprios senhores latifundiários, socialistas pequeno-burgueses e anarquistas contra-revolucionários, no quadro da Guerra Civil de 1918 a 1921, mas também foi capaz de despedaçar a sagrada coalizão de exércitos imperialistas-intervencionistas, posta em marcha pelas principais nações imperialistas da Europa Capitalista Unificada contra a Rússia Soviética Revolucionária. 

 

„- Ленина неt. Неt более Ленина” : “Perdemos Lenin. Lenin já não mais existe”, exclamou Trotsky, por ocasião da morte de Lenin em 21 de janeiro de 1924[85]. 

 

Lenin tombou em meio à luta travada contra o ascenso operário-burocrático contra-revolucionário, encabeçado por Stalin e seus aliados, fazendo, porém, com que o legado de sua atividade revolucionária e da Revolução Russa de Outubro de 1917 demonstrasse a todas as novas gerações de revolucionários marxistas que a luta de classes internacionalista moderna, travada entre burguesia e proletariado, há de necessariamente conduzir à mais irrestrita vitória do socialismo em todo os pontos do planeta terra: 

 

 

“Sabemos que os abutres capitalistas ainda são mais fortes do que nós.

Podem ainda infligir amplamente danos, brutalidades e atrocidades sobre nosso país.

Porém não podem derrotar a revolução mundial. ...

Não importam as desgraças que os imperialistas possam nos impor, isso não os salvará.

Apesar de todas as eventualidades,

o imperialismo perecerá e triunfará a revolução socialista mundial!”

Lenin[86] 

 

 

UMA CONCLUSÃO EM ABERTO:

ABANDONO E DEFORMAÇÃO CONTRA A DEFESA

DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E DE LENIN

 

O mais total abandono dos ensinamentos do Outubro Vermelho de 17 e do legado revolucionário de Lenin, tal como empreendido por Ernst Mandel, e, atualmente, por seus epígonos do Secretariado Unificado, Bensaïd, Löwy e Vercammen, a deturpação da teoria e da prática da política revolucionária de Lenin, de modo a convertê-la em um guia para a ação (Anleitung zum Handeln) inteiramente oportunista, sustentadora de frente-populares e fomentadora de burocracias partidárias, sindicais e estatais-operárias, tal como o fez Stalin e seguem fazendo seus seguidores “marxistas-leninistas” dos velhos e novos “Partidos “Comunistas”, a veneração superticiosa de Stalin como se fosse o legítimo herdeiro histórico de Lenin e de sua política socialista e internacionalista, tal como o fazem Mao, Gramsci e seus sequazes, a conversão gramsciana da concepção histórico-materialista de Lenin sobre a conquista da hegemonia do proletariado na revolução em uma versão idealista-subjetivista, segmentadora e privilegiadora da “guerra de posição” para alcançar a “fase culminante” na luta pelo socialismo, em prejuízo da “guerra de movimento” e do “ataque frontal”, protagonizadas – segundo Gramsci - por Trotsky “em um período em que esse é apenas causa de fiascos, todos esses aspectos demonstram-nos nitidamente que permanece sendo imprescindível, 80 anos após a morte de Lenin, seguir reivindicando e defendendo as “Lições de Outubro” e a “História da Revolução Russa”, como forma de prosseguir reconstruindo conseqüentemente a IV Internacional de Trotsky, sob pena de dever-se dizer com Marx : “tout ce que je sais, c’est que moi, je ne suis pas marxiste (tudo o que sei, é que marxista eu não sou)”. [87][88][89][90][91]

 

[92][93][94][95][96][97]

 

Ao mesmo tempo, é imprescindível conceber o marxismo revolucionário impulsionado por Lenin não como um conjunto de axiomas imutáveis a ser apreendido de memória, conformador de uma seita apriorista (pure Sekte), despojada de toda a realidade da vida prática e cambiante da luta de classes, de modo a transformá-lo em um “fenômeno cômico (komische Erscheinung)”[98].  

 

E, de fato: é inteiramente impossível compreeder-se bem as questões mais decisivas não só da Revolução de Outubro de 1917, mas também de todas as iniciativas revolucionárias subseqüentes e vindouras, a serem empreendidas pelas massas exploradas e oprimidas de todo o mundo na busca de sua emancipação socialista, sem um dedicado estudo da obra paradigmática e da vida revolucionária de Vladimir Ilitch Lenin.

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

 

 

 

 



[1] Cf. LENIN, V. I. Dvie Taktiki Sotsial-Demokratii v Demokratitcheskoi Revoliutsii (Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução), Cap. 13: Zakliutchenie. Smeem li my Pobiedit’? (Conclusão. Conseguiremos Vencer?), in: V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), Moscou : GIPL, 1961, Vol. 11, pp. 93 e s.

[2] Vide IDEM. Detskaia Bolezn’ “Levizny” v Kommunizme (Doença Infantil de “Esquerda” no Comunismo) (Abril-Maio de 1920), Cap. 1: V Kakom Smysle Mojno Govorit’ o Mejdunarodnom Znatchenii Russkoi Revoliutsii? (Em Que Sentido é Possível Falar de Significado Internacional da Revolução Russa?), in: Vol. 41, pp. 3 e s.; IDEM. Sed’maia Aprel’skaia Vcerossiiskaia Konferentsia RSDRP(b) (VII Conferência de Abril do POSDR-B de Toda a Rússia) (24-29.04.1917), Parte 2: Doklad o Tekuschem Momente (Relatório sobre o Momento Atual) in: ibidem, Vol. 31, pp. 361 e s. 

[3] Vide IDEM. Retch Pri Otkrytii Pamiatnika Marksu i Engel’su (Discurso na Inauguração do Memorial a Marx e Engels)(07.11.1918), in: ibidem, Vol. 37, pp. 169 e s.  

[4] Nesse sentido, vide sobretudo IDEM. Karl Marx. Kratkii Biografitcheskii Otcherk s Izlojeniem Marksizma (Karl Marx. Breve Quadro Biográfico com Exposição do Marxismo) (Julho – Novembro de 1914), in: ibidem, Vol. 26, pp. 43 e s.  

[5] Vide IDEM. Shto Delat ? Nabolevshie Voprosy Nashevo Dvijenia (Que Fazer? Questões Candentes do Nosso Movimento)(Outono 1901 – Fevereiro 1902), Parte 2: Stikhiinost’ Mass i Soznatel’nost’ Sotsial-Demokratii (Espontaneidade das Massas e Consciência dos Sociais-Democratas), Letra B: Preklonennie Pred Stikhiinost’iu “Rabotchaia Mysl’” (Prostração diante do Espontaneísmo de “Pensamento Operário”), in: ibidem, Vol. 6, pp. 33 e s.; tb. IDEM. O Reorganizatsii Partii (Sobre a Reorganização do Partido)(10-16.11.1905), Parte 1, in: ibidem, Vol. 12, pp. 83 e s.       

[6] Vide ENGELS, FRIEDRICH.  Ergänzung der Vorbemerkung von 1870 zu „Der deutsche Bauernkrieg”(Suplemento à Prenotação de 1870 acerca da „Guerra Camponesa na Alemanha“)(1° de Julho de 1874), in: ibidem, Vol. 18, p. 513.; tb. LENIN, V. I. Shto Delat ? Nabolevshie Voprosy Nashevo Dvijenia (Que Fazer? Questões Candentes do Nosso Movimento)(Outono 1901 – Fevereiro 1902), Parte 1: Dogmatizm i “Svoboda Kritiki” (Dogmatismo e Liberdade de Crítica), Letra D: Engels o Znatchenii Teoretitcheskoi Borby (Engels sobre o Significado da Luta Teórica), in: ibidem, Vol. 6, pp. 22 e s.  

[7] Cf. IDEM. Predislovie k Russkomu Perevodu Knigi “Pis’ma I. F. Bekkera, I. Ditsgena, F. Engel’sa, K. Marksa i dr. k F. A. Sorge i dr.”(Prefácio à Tradução Russa das “Cartas de I. F. Becker, J. Dietzgen, F. Engels, K. Marx e outros a F. A. Sorge e outros”)(06.04.1907), in: ibidem, Vol. 15, pp. 229 e s.; IDEM. Doklad o Revolutsii 1905 g. (Palestra sobre a Revolução de 1905)(09.01.1917), in: ibidem, Vol. 30, pp. 311 e s.; IDEM. Uspiekhi i Trudnosti Sovietskoi Vlasti (Sucessos e Dificuldades do Poder Soviético)(Março de 1919), in: ibidem, Vol. 38, pp. 39 e s.     

[8] Cf. IDEM. Otcherednye Zadatchi Sovetskoi Vlasti (Tarefas Imediatas do Poder Soviético)(Março – Abril de 1918), Parte 6: Organizatsia Sovernovania (Organização da Competição), in: ibidem, Vol. 36, pp. 190 e s. 

[9] Vide IDEM.  O Bor’be Vnutri Ital’ianskoi Sotsialistitcheskoi Partii (Sobre a Luta no Interior do Partido Socialista Italiano)(4-12.11.20), in: ibidem, Vol. 41, pp. 409 e s.

[10] Nesse sentido, vide IDEM. Pis’mo k Tovarishu o Nashikh Organizatsionnykh Zadatchakh (Carta a um Companheiro Sobre Nossas Tarefas Organizativas)(Setembro de 1902), in: ibidem, Vol. 7, pp. 5 e s.    

[11] Cf. IDEM. A Sud’i Kto? (Mas Quem são os Juízes?)(05.11.1907), in: ibidem, Vol. 16, pp. 159 e s.

[12] Cf. IDEM.  Svoboda Kritiki i Edinstvo Deistvii (Liberdade de Crítica e Unidade de Ação)(20.05.1906), in: ibidem, Vol. 13, pp. 128 e s.; IDEM. Obraschenie k Partii Delegatov Ob’edinitel’novo S’ezda, Prinadlejavshikh k Byvshei Fraktsii “Bol’shevikov” (Apelo aos Delegados do Partido do Congresso da Unidade que Pertenceram à Antiga Fração dos “Bolcheviques”)(25-26.04.1906), in: ibidem, Vol. 12, pp. 395 e s.; IDEM. Bor’ba s Kadetstvuiuschimi S.-D. i Partiinaia Distsiplina (Luta contra Sociais-Democratas Pró-Cadetes e Disciplina Partidária)(23.11.1906), in: ibidem, Vol. 14, pp. 125 e s.  

[13] Acerca do tema, vide ENGELS, F. Brief an F. A. Sorge (Carta a F. A. Sorge)(29.11.1886), in: Marx und Engels Werke (Obras de Marx e Engels), Berlim : Dietz Verlag, 1962, Vol. 36, p. 578.

[14] Nesse sentido, LENIN, V. I. O Nekotorykh Ossobennostiakh Istoritcheskovo Rasvitia Marksisma (Sobre Algumas Particularidades do Desenvolvimento Histórico do Marxismo)(02.12.1910), in: ibidem, Vol. 20, pp. 84 e s.; IDEM. Pis’ma o Taktike (Cartas sobre Tática)(08-13.04. 1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 131 e s.

[15] Acerca do tema, vide MARX, K. Thesen über Feuerbach (Teses sobre Feuerbach), in: Marx und Engels Werke (Obras de Marx e Engels), Berlim : Dietz Verlag, 1962, Vol. 3, p. 533.   

[16] Cf. LENIN, V. I. Konspekt Knigi Hegelia “Nauka Logiki” (Conspecto do Livro de Hegel “Ciência da Lógica”)(Setembro - Dezembro de 1914), Parte 3: Sub’ektivnaia Logika ili Utchenie o Poniatii (Lógica Subjetiva ou Doutrina do Entendimento), Cap. 3: Ideia (Idéia), in: ibidem, Vol. 29, pp. 174 e s. Sobre a vulgar conversão reducionista do marxismo revolucionário em filosofia da práxis, vide sobretudo GRAMSCI. ANTONIO. Quaderni del Carcere, Nr. 13 (1928-1937) – Noterelle sulla Politica del Machiavelli, in: Antonio Gramsci. Note sul Machiavelli sulla Politica e sullo Stato Moderno, Torino : Editori Riuniti, 1991, pp.  3 e s. ; tb. IDEM. Quaderni del Carcere, Nr. 12 (1928-1937) – La Formazione degli Intellettuali, in: Antonio Gramsci. Scritti Politici, Roma, 1967, p. 836.

[17] Cf. LENIN, V. I. O Zadatchakh Proletariata v Dannoi Revoliutsii (Sobre as Tarefas do Proletariado na Presente Revolução)(04.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 113 e s

[18] Cf. IDEM. Materialy Po Peresmotru Partiinoi Programmy (Materiais Relativos à Mudança do Programa do Partido), Cap. 2 : Proiekt Izmenenii Teoretitcheskoi, Polititcheskoi i Nekotoryx Drugikh Tchastei Programmy (Propostas de Emenda às Partes Doutrinária, Política e Outras do Programa)(24-29.04.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 139 e s.; IDEM. Tetradi Po Imperializmu (Cadernos sobre o Imperialismo)(1915 - 1916), in: ibidem, Vol. 28, pp. 3 e s.; IDEM. Imperializm, Kak Vysshaia Stadia Kapitalizma. Populiarnyi Otcherk (Imperialismo, Enquanto Estágio Mais Elevado do Capitalismo. Ensaio Popular)(Janeiro – Junho de 1916), in: ibidem, Vol. 27, pp. 299 e s.   

[19] Cf. IDEM. in: ibidem, Cap. 3 : Soobrajenia Po Povodu Zametchanii Sektsii VII (Aprel’skoi) Vcerossiiskoi Konferentsii RSDPR(b) (Comentários às Observações feitas em Seção da VII Conferência de Abril de Toda a Rússia do POSDR-B)(24-29.04.1917), Vol. 32, pp. 145 e s.  

[20] Vide MARX, K. & ENGELS, F.  Artikel aus „The New American Cyclopædia (Artigos da “Nova Enciclopédia Americana”)(Julho de 1857 – Novembro de 1860), in: ibidem, Vol. 14, pp. 6 e s.; ENGELS, F. Die Armeen Europas (As Forças Armadas da Europa)(Julho – Setembro de 1855), in: ibidem, Vol. 11, pp. 411 e s.; IDEM. Herrn Eugen Dühring's Umwälzung der Wissenschaft (A Subversão da Ciência do Sr. Eugen Dühring) (Setembro 1876 – Junho 1878), in: ibidem, Parte 2, Cap. 2. Gewalttheorie (Teoria do Poder), Vol. 20, pp. 147 e s.; IDEM. Einleitung zu S. Borkhheims Broschüre (Introdução à Brochura de S. Borkheims)(15.12.1887), in: ibidem, Vol. 21, p. 350.; IDEM. Kann Europa abrüsten? (Pode a Europa Desarmar-se?), in: ibidem, Vol. 22, pp. 371 e s. 

[21] Nesse sentido, vide MEHRING, F. Lessing-Legende (A Lenda de Lessing)(Junho de 1893), in: Franz Mehrig. Gesammelte Schriften (Escritos Reunidos), Berlim : Dietz Verlag, 1967, Vol. 9, pp. 164 e s.; IDEM. Zur Kriegsgeschichte und Militärfrage (História da Guerra e Questão Militar)(Agosto 1891 a Março de 1917), in: ibidem, Vol. 8, pp. 1 e s., porém sobretudo IDEM. Miliz oder stehendes Heer (Milícia ou Exército Permanente)(Julho – Agosto de 1913), in: ibidem, Vol. 8, pp. 223 e s.; IDEM. Vom Wesen des Krieges (Essência da Guera)(20.11.1914), in : ibidem, Vol. 8, p. 291.;  

[22] A esse respeito, vide LENIN V. I. Krakh II Internatsionala (A Falência da II Internacional)(Maio – Junho de 1915), in: ibidem, Vol. 26, Nr. 3, pp. 222 e s.; IDEM. Sotsializm i Voina (Socialismo e Guerra)(Julho – Agosto de 1915), Parte: “Voina iest Prodoljenie Politiki Inymi (imenno : nasil’stvennymi) Sredstvami”(Guerra é a Continuação da Política com outros Meios (i.e. Violentos), in: ibidem, Vol. 26, pp. 316 e s.; IDEM. Voina i Revoliutsia (Guerra e Revolução)(14.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 77 e s.; IDEM. O “Levom” Rebiatchestve i o Melkoburjuaznosti (Infantilidade de Esquerda e Mentalidade Pequeno-Burguesa)(Março – Julho 1918), in: ibidem, Vol. 36, p. 292.; IDEM. Clausewitz’ Werk “Vom Kriege”(A Obra de Clausewitz “Sobre a Guerra”), Berlim Oriental, 1957, pp. 3 e s.                

[23] Vide IDEM. Zadatchi Proletariata v Nashei Revoliutsii. Proiekt Plataformy Proletarskoi Partii(Tarefas do Proletariado em Nossa Revolução. Projeto de Plataforma para o Partido Proletário)(Meados de Abril de 1917),  Parte 5: Revoliutsionnoe Oborontchestvo i Evo Klassovoe Znatchenie (O Defensismo Revolucionário e o Seu Significado de Classe), Parte 6: Kak Mojno Kontchit’ Voinu?(Como é Possível Encerrar a Guerra), in: ibidem, Vol. 31, pp. 159, 161 e s. 

[24] Cf. IDEM. ibidem,  Parte 11: Krakh Zimmerval’dskovo Internatsionala – Neobkhodimo Osnovat’ Tretii Internatsional (Falência da Internacional de Zimmerwald – Necessidade de Fundação da III Internacional), in: ibidem, Vol. 31, pp. 175 e s.   

[25] Vide IDEM. O Lozungie Soedinennykh Shtatov Evropy(Acerca da Consigna dos Estados Unidos da Europa) (23 de Agosto de 1915) in :  ibidem, Vol. 26, pp. 351 e s.; IDEM. Voennaia Programma Proletarskoi Revoliutsii(O Programa Militar da Revolução Proletária)(Setembro de 1916), in :  ibidem, 30, pp. 131 e s.  

[26] Cf. IDEM. Zadatchi Proletariata v Nashei Revoliutsii. Proiekt Plataformy Proletarskoi Partii(Tarefas do Proletariado em Nossa Revolução. Projeto de Plataforma para o Partido Proletário)(Meados de Abril de 1917), Parte 12: Kakovo Doljno Byt’ Nautchno-Pravil’noe i Polititcheski Pomogaiuschee Proiasneniu Soznania Proletariata Naznavanie Nashei Partii? (Qual Deve Ser o Nome de Nosso Partido, Cientificamente Correto e Útil à Clarificação da Consciência do Proletariado?), in: ibidem, Vol. 31, pp. 179 e s.

[27] Acerca da oposição de Lenin à caracterização esquerdista de Molotov e Schliapnikov, consistente em afirmar o caráter contra-revolucionário do Governo Provisório Burguês-Latifundiário Russo já nos primeiros dias após a conclusão vitoriosa da Revolução Democrático-Burguesa de Fevereiro de 1917 e, portanto, mesmo antes do encerramento do período pacífico, em 3 e 4 de julho, vide IDEM. Sed’maia Aprel’skaia Vcerossiiskaia Konferentsia RSDRP(b) (VII Conferência de Abril do POSDR-B de Toda a Rússia) (24-29.04.1917), Parte 2: Doklad o Tekuschem Momente (Relatório sobre o Momento Atual) in: ibidem, Vol. 31, pp. 361 e s.; IDEM. Polititcheskoe Polojenie (Situação Política)(10.07.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 1 e s.   

[28] Vide IDEM. Gosudarstvo i Revolutsia. Utchenie Marksisma o Gosudarstve i Zadatchi Proletariata v Revoliutsi (Estado e Revolução. A Doutrina do Marxismo sobre o Estado e as Tarefas do Proletariado na Revolução)(Agosto de 1917), in: ibidem, Cap. 3.: Gosudarstvo i Revoliutsia. Opyt Parijskoi Kommuny 1871 g. Analiz Marksa (Estado e Revolução. A Experiência da Comuna de Paris de 1871. Análise de Marx), Nr. 1: V Tchiom Geroizm Popytki Kommunarov? (Em que consiste o Heroísmo da Tentativa dos Communards), Vol. 33, pp. 36 e s.

[29] Nesse sentido, vide tb. MARX, K. & ENGELS, F. Der Bürgerkrieg in Frankreich (A Guerra Civil na França)(Abril – Maio de 1871), in: ibidem, Vol. 17, pp. 336 e s.; IDEM. Die Partei und die Internationale (O Partido e a Internacional) (5 de Maio de 1875), in: ibidem, Vol. 19, pp. 6 e 7.; tb. LENIN, V. I. Zadatchi Revolutsii (Tarefas da Revolução) (09.10.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 229 e s. 

[30] Acerca do tema, vide ENGELS, F.  Die Kommunisten und K. Heinzen (Os Comunistas e K. Heinzen)(03.10.1847), in: ibidem, Vol. 4, pp. 321 e 322.; IDEM. Brief an Karl Kautsky (Carta a Karl Kautsky)(09.01.1884), in: ibidem, Vol. 36, p. 81. 

[31] Cf. LENIN. V. I. Telegramma Bol’shevikam, Ot’ezjaiuschim v Rossiu (Telegrama aos Bolcheviques que Partem para a Rússia)(06.03.1917), in: ibidem, Vol. 31, p. 7. ; IDEM. Zadatchi Proletariata v Nashei Revoliutsii. Proiekt Plataformy Proletarskoi Partii(Tarefas do Proletariado em Nossa Revolução. Projeto de Plataforma para o Partido Proletário)(Meados de Abril de 1917), especialmente Parte 1: Klassovoi Kharakter Proisshedshei Revoliutsii (Caráter de Classe da Revolução Transcorrida), in: ibidem, Vol. 31, pp. 151 e s. 

[32] Cf. IDEM. Zaiavlenie v Gazetu “Volksrecht” (Declaração ao Jornal “Direito do Povo”)(06.03.1917), in: ibidem, Vol. 31, p. 8.  

[33] Cf. IDEM. Pis’ma iz Dalieka (Cartas de Longe)(07.03 a 26.03.1917), Carta 2: Novoe Pravitel’stvo i Proletariat(O Novo Governo e o Proletariado), Carta 3: O Proletarskoi Militsii (Sobre a Milícia Proletária) e Carta 4: Kak Dobit’sa Mira?(Como Alcançar a Paz), in: ibidem, Vol. 31, pp. 23, 34, 48 e s.; IDEM. O Proletarskoi Militsii (Sobre a Milícia Proletária)(20.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 286 e s.

[34] Cf. IDEM. ibidem, Carta 5: Zadatchi Revoliutsionnovo Proletarskovo Gosudarstvennovo Ustroistva (Tarefas de Construção de um Estado Proletário Revolucionário) tb. in: ibidem, Vol. 31, pp. 55 e s. Acerca da oposição de Lenin seja contra as posições céticas de Preobrajensky relativas à impossibilidade de o processo revolucionário russo avançar rumo ao socialismo, a menos que revoluções socialistas ocorressem nos países capitalistas mais avançados da Europa Ocidental, seja contra as de Bukharin relacionadas com a inviabilidade de conquistar-se a hegemonia do proletariado em relação ao campesinato pobre e demais setores oprimidos, vide IDEM. Polititcheskoe Polojenie (Situação Política)(10.07.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 1 e s.; IDEM. Groziaschaia Katastrofa i Kak s Niei Borot’sa (A Catástrofe que nos Ameaça e como Combatê-la)(10-14.09.1917), Parte 11: Mojno li Idti Vpered, Boias’ Idti k Sotsializmu?(Pode-se Seguir Adiante se Tememos Lutar pelo Socialismo?), in: ibidem, Vol. 34, pp. 190 e s.  

[35]Vide IDEM. Zadatchi Proletariata v Nashei Revoliutsii. Proiekt Plataformy Proletarskoi Partii(Tarefas do Proletariado em Nossa Revolução. Projeto de Plataforma para o Partido Proletário)(Meados de Abril de 1917), Parte 10: Polojenie Del v Sotsialistitcheskom Internatsionale (A Situação das Coisas na Internacional Socialista), in: ibidem, Vol. 31, pp. 169 e s. 

[36] Nesse sentido, vide precisamente TROTSKY, L. D. Istoria Russkoi Revolutsii (História da Revoluçao Russa)(1930-1933), Sotsializm v Otdel’noi Strane? (Socialismo em um País Isolado), Berlim : Granit, 1931 e New York : Monad Press, 1975, Vol. 2, Parte 2, pp. 415 e s.; tb. LENIN, V. I. Proschal’noe Pis’mo k Shveitsarskim Rabotchim (Carta de Despedida aos Trabalhadores Suíços)(26 de Março de 1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 87 e s.     

[37] Cf. LENIN, V. I. Sed’moi Ekstrennyi S’ezd RKP(b)(VII Congresso Extraordinário do PCR-B)(06-08.03.1918), Parte 1: Polititcheskii Ottchet Tsentral’novo Komiteta (Apreciação Política do Comitê Central), in: ibidem, Vol. 36, pp. 3 e s.; tb. TROTSKY, L. D. ibidem, pp. 419 e s.  

[38]Nesse sentido, vide, da maneira mais clara, LENIN, V. I.  Retch v Moskovskom Soviete Rabotchikh, Krest’ianskikh i Krasnoarmeiskikh Deputatov(Discurso no Soviete de Moscou de Trabalhadores, Camponeses e Soldados Vermelhos)(23.04.1918), in: ibidem, Vol. 36, pp. 232 e s.  

[39]  Cf. STALIN, J. V. Trotskizm ili Leninizm? (Trotskysmo ou Leninismo?)(19.11.1924), in : J. V. Stalin Werke (Obras de J. V. Stalin), Dortmund, 1976, Parte 2: Partia  i Podgotovka Oktiabria(O Partido e a Preparação do Outubro), Vol. 6, pp. 333 e s

[40] Vide LENIN, V. I. Postanovlenie Zagranitchnoi Kollegii Tsk RSDRP (Decisão do Colegiado Estrangeiro do CC do POSDR)(Março de 1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 83 e s. 

[41] Vide IDEM. Retch na Ploschadi Finliandskovo Vokzala k Rabotchim, Soldatam i Matrossam (Discurso na Praça da Estação da Finlândia aos Trabalhadores, Soldados e Marinheiros)(03.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 98.; IDEM. O Dvoevlastii (Sobre o Duplo Poder)(09.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 145 e s.

[42] Acerca da luta travada no interior da Rússia - antes mesmo da chegada de Lenin e das Teses de Abril - por Sverdlov e outros bolcheviques em prol da continuação das mobilizações rumo à Revolução Proletária, bem como contra o frente-populismo e o defensismo burguês reacionário na guerra imperialista de Stalin, Kamenev e seus seguidores, vide p.ex. SHUMIATSKY, BORIS Z. Vosvraschenie Tcherez G. Krasnoiarsk iz Ssylki t. J. M. Sverdlov (O Regresso do Companheiro J. M. Sverdlov do Exílio pela Cidade de Krasnoiarsk), in : Jakov Mikhailovitch Sverdlov. Sbornik Vospominanii i Statei, ed. ISPART : Otdel TS.K.R.K.P.(b.) po Izutcheniiu Istorii Oktiabrskoi Revoliutsii i R.K.P.(b.), Leningrad : Gosudarstvennoe Izdatelstvo Leningrad, 1926, pp. 115 e s.; tb. VINOGRADSKAIA, P. Poslednii Jiznenyi Reis J. M. Sverdlova (Última Viagem em Vida de J. M. Sverdlov), in : ibidem, pp. 184 e s.   

[43] Cf. IDEM. O Zadatchakh Proletariata v Dannoi Revoliutsii (Sobre As Tarefas do Proletariado na Presente Revolução)(04.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 113 e s.   

[44] Cf. IDEM. ibidem, Tese 8.; tb. IDEM. Pis’ma o Taktike (Cartas sobre Tática)(08-13.04. 1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 131 e s.

[45] Cf. IDEM. Nabrosok Stat’i ili Retchi v Zaschitu Aprel’skikh Tezissov (Notas do Artigo ou Discurso em Defesa das Teses de Abril) (04-12.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 123 e s.; IDEM. Zadatchi Proletariata v Nashei Revoliutsii. Proiekt Plataformy Proletarskoi Partii(Tarefas do Proletariado em Nossa Revolução. Projeto de Plataforma para o Partido Proletário)(Meados de Abril de 1917), Parte 7: Novyi Tip Gosudarstva, Vyrastaiuschii v Nashei Revoliutsii (Novo Tipo de Estado Emergente de Nossa Revolução) in: ibidem, Vol. 31, pp. 162 e s.

[46] Acerca do tema, vide tb. os comentários de TROTSKY, L. D. Uroki Oktiabria(Lições de Outubro)(1924), Parte 2: Demokratitcheskaia Diktatura Proletariata i Krest’ianstva. Febral’ i Oktiabr’ (A Ditadura Democrática do Proletariado e do Campesinato. Fevereiro e Outubro) e Parte 3: Bor’ba s Voinoi i Oborontchestvom (A Luta contra a Guerra e o Defensismo), Leningrado : Lenizdat, 1991, pp. 7, 13 e s.    

[47] Vide IDEM. Pis’ma o Taktike (Cartas sobre Tática)(08-13.04. 1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 131 e s. ; IDEM. Zadatchi Proletariata v Nashei Revoliutsii. Proiekt Plataformy Proletarskoi Partii(Tarefas do Proletariado em Nossa Revolução. Projeto de Plataforma para o Partido Proletário)(Meados de Abril de 1917), Parte 3: Svoeobraznoe Dvoevlastie i Evo Klassovoie Znatchenie (Peculiaridade do Duplo Poder e Seu Significado de Classe), in: ibidem, Vol. 31, pp. 154 e s.

[48] Vide IDEM. Petrogradskaia Obschegorodskaia Konferentsia RSDRP (b)(Conferência de Toda a Cidade de Petrogrado do POSDR-B)(14-22.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 237 e s.  

[49] Vide IDEM. Sed’maia Aprel’skaia Vcerossiiskaia Konferentsia RSDRP(b) (VII Conferência de Abril do POSDR-B de Toda a Rússia) (24-29.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 339 e s.

[50] Acerca do tema, vide tb. criticamente os dados numéricos de BROUÉ, PIERRE. Le Parti Bolchevique. Histoire du P.C. de L’U.R.S.S., Paris : Minuit, pp. 86 e s.

[51] Nesse sentido, vide LENIN, V. I. K Tchemu Vedut Kontrrevoliutsionnye Shagi Vremennovo Pravitel’stva (A Que Conduz os Passos Contra-Revolucionários do Governo)(28.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 462 e s.; IDEM. Tainy Vneshnei Politiki (Segredos da Política Externa)(10.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 55 e s.; IDEM. Ischut Napoleona (Em Busca de um Napoleão)(10.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 61 e s.; IDEM. Retch na Mitinge Putilovskovo Zavoda (Discurso na Assembléia da Fábrica Putilov)(12.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 67 e s.; IDEM. Perekhod Kontrrevoliutsii v Nastuplenie “Iakobintsy bez Naroda” (Passagem da Contra-Revolução à Ofensiva “Os Jacobinos sem o Povo”)(28.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 215 e s.; IDEM. Tysiatcha Pervaia Loj’ Kapitalistov (A Milésima Primeira Mentira dos Capitalistas)(17.06.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 295 e s.; IDEM. Soiuz dlia Ostanovki Revoliutsii (Aliança para Parar a Revolução)(19.06.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 300 e s.; IDEM. O Vragakh Naroda (Os Inimigos do Povo)(20.06.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 306 e s.     

[52] Cf. IDEM. Vocemnadtsatoe Iniunia (Dezoito de Junho)(20.06.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 360 e s.

[53] Acerca do tema, vide MARX, K. Brief an F. Engels (Carta a F. Engels)(08.01.1868), in: ibidem, Vol. 32, p. 9.; IDEM. Brief an F. Engels (Carta a F. Engels)(12.12.1868), in: ibidem, Vol. 32, p. 229; IDEM. Brief an die Redaktion der “Otetshestvennie Zapiski” (Carta à Redação de “Recordações da Pátria”)(Novembro de 1877), in: ibidem, Vol. 19, pp. 108 e 112.; ENGELS, F. Antwort an Herrn P. Ernst (Resposta ao Sr. P. Ernst)(05.10.1890), in: ibidem, Vol. 22, p. 81.

[54] Acerca do tema, vide sobretudo LENIN, V. I. III S’ezd RSDRP (III Congresso do POSDR-B)(12-27.04.1905), in : ibidem, Vol. 10, pp. 87 e s.

[55] Acerca de ambos, vide sobretudo IDEM. Ivan Vasil’evitch Babushkin. Nekrolog (Ivan V. Babuschkin. Necrológio)(18.12.1910), in: ibidem, Vol. 20, pp. 79 e s.; IDEM. Pamiati J. M. Sverdlova. Retch V. I. Lenina. „Pravdy“ i „Izvestia“ ot 20 Marta 1919. Tcherezvytchainoe Zacedanie VTsIK. 18 Marta, Posviaschschennoe Pamiati Predcedatelia VTsIK Tav. Sverdlova (Em Memória de J. M. Sverdlov. Discurso de V. I. Lenin. “Pravda” e “Izvestia” de 20 de março de 1919. Sessão Extraordinária do CEC dos Sovietes de Toda a Rússia de 18 de Março. Discurso Dedicado à Memória do Presidente do CEC dos Sovietes de Toda a Rússia, Companheiro Sverdlov), in: Jakob Michailovitch Sverdlov. Sbornik Vospominanii i Statei(Jakob Michailovitch Sverdlov. Compêndio de Recordações e Artigos), ed. ISPART - Otdel TS.K.R.K.P.(b.) po Izutcheniiu Istorii Oktiabrskoi Revoliutsii i R.K.P.(b.), Leningrad : Gosudarstvennoe Izdatelstvo Leningrad, 1926, pp. 53 e s.   

[56] Acerca do tema, vide VOROVSKY, V. V. Sotchinenia (Obras), Vol. 1 – 3, Moscou: Russ. Literatura, pp. 7 e s.     

[57] Nesse sentido, vide LENIN, V. I. Shto Delat ? Nabolevshie Voprosy Nashevo Dvijenia (Que Fazer? Questões Candentes do Nosso Movimento)(Outono 1901 – Fevereiro 1902), Parte 5: “Plan” Obscherusskoi Polititcheskoi Gazety (“Plano” de um Jornal Político para Toda a Rússia), in: ibidem, Vol. 6, pp. 154 e s.  

[58] Acerca do tema, vide IDEM. II S’ezd RSDRP(II Congresso do POSDR)(17 de Julho – 10 de Agosto de 1903), in: ibidem, Vol. VII, pp. 259 e s.;  IDEM. VI Prajskaia Vcerossiiskaia Konferentsia RSDRP (VI Conferência de Praga do POSDR-B de Toda a Rússia)(05-17.01.1912), in: ibidem, Vol. 21, pp. 121 e s.     

[59] Vide IDEM. Nikakoi Fal’shi ! Nasha Sila v Zaiavlenii Pravdy ! (Sem Mentiras ! Nossa Força Reside na Declaração da Verdade!)(Setembro de 1905), in: ibidem, Vol. 11., pp. 328 e s.; IDEM. Detskaia Bolezn’ “Levizny” v Kommunizme (Doença Infantil de “Esquerda” no Comunismo)(Abril-Maio de 1920), Parte 2. Odno iz Osnovnykh Uslovii Uspekha Bol’shevikov (Uma das Condições Fundamentais dos Sucessos Bolcheviques) e Parte 7. Utchastvovat’ li v Burjuaznykh Parlamentakh? (Devemos Participar dos Parlamentos Burgueses), in: ibidem, Vol. 41, pp. 5, 39 e s.

[60] Acerca do tema, vide TROTSKY, L. D. Vokrug Oktiabria (Em Torno de Outubro)(06.04.1924), Parte 1: Pered Oktiabriem (Antes de Outubro), in: L.D. Trotsky. Iz Arkhivov Russkoi Revoliutsii 1917-1937 (Dos Arquivos da Revolução Russa. 1917-1937) Moscou :  Biblioteca Magister-MSK, pp. 1 e s.    

[61] Cf. LENIN, V. I. Petrogradskaia Obschegorodskaia Konferentsia RSDRP(b). (Conferência de Toda a Cidade de Petrogrado do POSDR(B))(14-22.04.1917), Nr. 7: Proiekt Resoliutsii Ob Otnoshenii k Partiam Sotsialistov-Revoliutsionerov, Sotsial-Demokratov Men’shevikov, Partii tak Nazyvaemykh “Nefraktsionnykh” Sotsial-Demokratov i t.p. Rodstvennym Polititcheskim Tetcheniam(Projeto de Resolução sobre o Comportamento em face dos Partidos dos Socialistas-Revolucionários, Sociais-Democratas Mencheviques, Partido dos assim chamados Sociais-Democratas “Não-Fracionalistas” e outras Tendências Políticas Semelhantes)(14-22.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 257 e s.; IDEM. Sed’maia Aprel’skaia Vcerossiiskaia Konferentsia RSDRP(b)(VII Conferência de Abril do POSDR-B de Toda a Rússia) (24-29.04.1917), Parte 18: Resoliutsia ob Ob’edinenii Internatsionalistov protiv Melkoburjuaznovo Oborontcheskovo Bloka (Resolução sobre a Unificação dos Internacionalistas contra o Bloco Defensista Pequeno-Burguês), in: ibidem, Vol. 31, pp. 429 e s.

[62] Cf. IDEM. Doklad o Revolutsii 1905 g. (Palestra sobre a Revolução de 1905)(09.01.1917), in: ibidem, Vol. 30, pp. 306 e s.     

[63] Nesse sentido, MARCUSE, H. An Essay on Liberation, London : Penguin, 1969, pp. 5 e s.; IDEM. Soviet Marxism. A Critical Analysis, London : Routledge & Paul, 1958, pp. 15 e s.

[64] Acerca do tema, vide, LENIN, V. I.  Pis’ma iz Dalieka (Cartas de Longe)(07-26.03.1917) in: ibidem, Vol. 31, pp. 9 e s..; IDEM. Proschal’noe Pis’mo k Shveitsarskim Rabotchim (Carta de Despedida aos Trabalhadores Suíços)(26 de Março de 1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 87 e s.; IDEM. Petrogradskaia Obschegorodskaia Konferentsia RSDRP(b). (Conferência de Toda a Cidade de Petrogrado do POSDR(B))(14-22.04.1917), Nr. 2: Zakliutchitel’noe Slovo Po Dokladu o Tekuschem Momente (Encerramento do Informe sobre a Situação Política)(14.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 247 e s.; IDEM. Resoliutsia Tsk RSDRP (b) o Krizisse (Resolução do CC do POSDR(B) sobre a Crise)(20.04.1917), in: ibidem, Vol. 31, pp. 291 e s.; IDEM. K Lozungam (Acerca das Consignas)(Julho de 1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 10 e s.; IDEM. Iz Dnevnika Publitista (Do Diário de um Publicista) (11.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 108 e s.  

[65] Cf. LENIN, V. I. Detskaia Bolezn’ “Levizny” v Kommunizme (Doença Infantil de “Esquerda” no Comunismo) (Abril-Maio de 1920), Parte 6: Sledyiet li Revoliutsioneram Rabotat’ v Reaktsionnykh Profsoiuzakh? (Devem os Revolucionários Trabalharem nos Sindicatos Reacionários?), in: ibidem, Vol. 41, pp. 29 e s.

[66] Vide LENIN, V. I. Retch Pri Otkrytii Pamiatnika Marksu i Engel’su (Discurso na Inauguração de um Memorial a Marx e Engels) (07.11.1918), in: ibidem, Vol. 37, pp. 169 e s. Acerca da concepção relativa à conquista da hegemonia na luta de classes em Marx e Engels, Lenin e Trotsky, vide SCHMIDT VON KÖLN, P. A Enfermidade Gramsciana no Movimento Trotskysta Contemporâneo e nas Lutas de Emancipação do Proletariado. O SU-QI e a Corrente Franco-Gramsciana de Atualização, Correção e Superação do Marxismo (O Meta-Marxismo de Actuel Marx), Moscou–São Paulo– Munique-Paris : Uni Jakob Sverdlov para a Organização e Direção Marxista-Revolucionária do Proletariado, 2000-2003, Parte II.A.2. Conquista da Hegemonia do Proletariado na Perspectiva do Idealismo Gramsciano para a Colaboração de Classes e Capitulação Diante do Estado Burguês,  pp. 75 e s.

[67] Cf. GRAMSCI, A. Quaderni del Carcere (1928-1937) - Passagio dalla Guerra Manovrata (e dall’Attacco Frontale) alla Guerra di Posizione anche nel Campo Politico, in: Antonio Gramsci. Scritti Politici, Roma, 1967, pp. 821 e s.

[68] Nesse sentido, vide p.ex. de maneira extremamente clara LENIN, V. I. Pis’mo Tchlenam Tsk (Carta aos Membros do CC)(24.10.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 435 e s., bem como seus demais escritos sobre a Guerra Civil e Revolucionária do proletariado e do campesinato pobre na Rússia.    

[69] Acerca do tema, vide, entre outros, NEGRI, ANTONIO. Il Declino della Civiltà, Alias. Il Manifesto, Nr. 16, 17 de Abril de 1999.; BALIBAR, ETIENNE. Droit de Cité. Culture et Politique en Démocratie, Paris : Editions de l’Aube,  1998, pp. 5 e s.; tb. ASSOCIATION POUR UNE TAXATION DES TRANSACTIONS FINANCIÈRES POUR L’AIDE AUX CITOYENS. Informer. ATTAC?, 3 de Junho de 1998.

[70] Cf. SVERDLOV, J. M. VI Sezd RSDRP (B). Doklad Organizatsionnovo Biuro Po Sozyvu Sezda Partii.  (VI Congresso do POSDR (B). Informe do Bureau de Organização para a Convocação do Congresso do Partido)(26.07 – 03.08.1917), in: J. M. Svedlov. Izbrannye Proizvedenia (Obras Escolhidas), Vol. 2, Moscou: Gosudarstvennoe Izdatel’stvo. Polititcheskoi Literatury, 1959, pp. 32 e s. 

[71] Acerca do tema, vide MARX, KARL. Brief an F. Engels (Carta a F. Engels)(16.04.1856), in: Der Briefwechsel zw. F. Engels und K. Marx (Correspondência mantida entre F. Engels e K. Marx), Vol. 2, Stuttgart, 1913, pp. 108 e s.

[72] Acerca da dialética materialista de Lenin relativa ao desenvolvimento pacífico e violento da revolução proletária, comprovando historicamente a via indispensável de destruição do Estado Burguês para a edificação da Ditadura Revolucionária do proletariado hegemônico, vide LENIN, V. I. Zadatchi Revolutsii (Tarefas da Revolução) (09.10.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 229 e s. Em perspectiva histórica, vide IDEM. Igra v Parlamentarizm(Jogando com Parlamentarismo)(26.09.1905), in : ibidem, Vol 11,  pp. 249 e s. Nessa sede, Lenin, fundando-se nas precisas lições de Marx e Engels acerca da arte da insurreição, escreve precisamente : “Para nós, sociais-democratas revolucionários, a insurreição não é nenhuma consigna abstrata, mas sim constitui uma consigna concreta. Em 1897, nós a retiramos da ordem do dia. Em 1902, nós a levantamos, no sentido de uma preparação geral e, apenas em 1905, depois do 9 de janeiro, colocamo-la na ordem do dia enquanto exigência imediata. Nós não nos esquecemos do fato que Marx estava em favor do levante, em 1848, mas que, em 1850, condenou as fantasias e o palavreado acerca de uma insurreição. Nós não nos esquecemos que Wilhem Liebknecht condenou, até a Guerra de 1870/1871, a participação no Parlamento Alemão, mas que, depois da guerra, dele tomou parte pessoalmente. Constatamos, de antemão, no Nr. 12, de “Proletarii(O Proletário)”, que seria ridículo louvar-se o fato de, no futuro, nao virmos a lutar sobre o terreno da Duma. Sabemos que não apenas o Parlamento, senão ainda a paródia acerca de um Parlamento, pode constituir o centro principal de toda a agitação, enquanto os pressupostos para uma insurreição não estão dados, e, em verdade, durante todo o tempo em que não se possa pensar em uma insurreição popular.” 

[73] Vide IDEM. Russkaia Revoliutsia i Grajdanskaia Voina (Revolução Russa e Guerra Civil)(29.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 214 e s.

[74] Nesse sentido, vide IDEM. Klassovoe Sotrudnitchestvo s Kapitalom ili Klassovaia Bor’ba protiv Kapitala (Colaboração de Classe com o Capital ou Luta de Classes Contra o Capital)(06.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 27 e s.; IDEM. Sdelka s Kapitalistami ili Nizverjenie Kapitalistov? (Negociação com o Capitalistas ou Derrubada dos Capitalistas?)(25.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 198 e s.; IDEM. Nado Razoblatchat’ Kapitalistov (É Necessário Expor os Capitalistas)(27.05.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 203 e s.; IDEM. Bol’shevizm i “Razlojenie” Armii (Bolchevismo e “Desmoralização” do Exército)(03.06.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 255. Para um estudo dessa temática, vide adicionalmente TUKHATCHEVSTKY, MIKHAIL N. Die Kampfhandlungen von Aufständischen zu Beginn eines Aufstandes. Grundlegende taktische Regeln (As Ações de Luta dos Sublevados no Início de uma Insurreição. Regras Táticas Fundamentais), in: A. Neuberg. Der bewaffnete Aufstand. Versuch einer theoretischen Darstellung(A Insurreição Armada. Tentativa de uma Apresentação Teórica), Frankfurt a. M. : Georg Wagner, 1971, pp. 235 e s.; IDEM. Die Kampfhandlungen von Aufständischen während eines Aufstandes(As Ações de Luta dos Sublevados Durante uma Insurreição), in: ibidem, pp. 270 e s.

[75] Acerca do tema, vide IDEM. Gde Vlast’ i Gde Kontrrevoliutsia (Onde está o Poder e Onde está a Contra-Revolução)(05.07.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 410 e s.; IDEM. Zloslovie i Fakty (Calúnias e Fatos)(05.07.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 419 e s.; IDEM. Vozzvanie Ispolnitel’noi Komissii Peterburgskovo Komiteta RSDRP(b)(Conclamação da Comissão Executiva do Comitê de Petrogrado do POSDR-B)(06.07.1917), in:ibidem, Vol. 32, pp. 423 e s.; IDEM. K Voprossy ob Iavke na Sud Bol’shevistskikh Liderov(Sobre a Questão da Aparição dos Líderes Bolcheviques Perante os Tribunais)(08.07.1917), in: ibidem, Vol. 32, pp. 433 e s.; IDEM. Polititcheskoe Polojenie (Situação Política)(10.07.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 1 e s.; IDEM. K Lozungam (Acerca das Consignas)(Julho de 1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 10 e s.;  IDEM. O Konstitutsionnykh Illiuziakh (Sobre as Ilusões Constitucionais)(26.07.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 33 e s.; IDEM. Natchalo Bonapartizma (O Início do Bonapartismo)(29.07.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 48 e s.; IDEM. Uroki Revoliutsii (Lições da Revolução)(06.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 53 e s.; IDEM. Slukhi o Zagorove (Rumores de Conspiração)(18-19.08.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 73 e s.             

[76] Nesse sentido, vide sobretudo IDEM. O Kompromissakh (Sobre os Compromissos)(01-03-09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 133 e s.; IDEM. Kak Obiespetchit’ Uspiekh Utchreditel’novo Sobrania (Como Assegurar o Sucesso na Assembléia Constituinte)(28.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 208 e s.; IDEM. Iz Dnevnika Publitista (Do Diário de um Publicista) (11.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 108 e s.   

[77] Vide IDEM. Pis’mo v Tsk, Mk i Plenam Sovietov Pitera i Moskvy Bol’schevikam (Carta ao CC, ao Comitê de Moscou, à Plenária dos Sovietes de Petrogrado e aos Bolcheviques de Moscou) (01.10.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 340 e s.

[78] Vide IDEM. Bol’sheviki Doljny Vziat’ Vlast’ (Os Bolcheviques Devem Tomar o Poder)(12-14.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 239 e s.; IDEM. Pis’mo Predsedateliu Oblastnovo Komiteta Armii, Flota i Rabotchikh Finliandii I. T. Smilge(Carta ao Presidente do Comitê Regional do Exército, da Frota e dos Trabalhadores da Finlândia)(27.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 264 e s.; IDEM. Krizis Hazrel (A Crise Amadureceu)(Outubro de 1917), in : ibidem, Vol. 34, pp. 272 e s.; IDEM. Uderjat’ li Bol’sheviki Gosudarstvennuiu Vlast’(Manterão os Bolcheviques o Poder de Estado?)(01.10.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 287 e s.     

[79] Acerca do tema, vide sobretudo TROTSKY, L. D. Vokrug Oktiabria (Em Torno de Outubro)(06.04.1924), Parte 2: Perevorot (Revolução), in: L.D. Trotsky. Iz Arkhivov Russkoi Revoliutsii 1917-1937 (Dos Arquivos da Revolução Russa. 1917-1937) Moscou :  Biblioteca Magister-MSK, pp. 9 e s.    

[80] Acerca do tema, vide LENIN, V. I. Zassedanie Tsentral’novo Komiteta RSDPR (b)(Sessão do CC do POSDR)(10.10.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 391 e s.; IDEM. Zassedanie Tsentral’novo Komiteta RSDPR (b)(Sessão do CC do POSDR)(16 de Outubro de 1917), in: ibidem, Vol. 36, pp. 394 e s.

[81] Para um estudo mais amplo acerca do tema, vide BARBOSA, ASDRUBAL & SCHMIDT VON KÖLN, PORTAU. A Arte da Insurreição Socialista. Aspectos Introdutórios, São Paulo-Munique-Moscou : Ed. Militar Socialista da Classe Trabalhadora, 2001, pp. 7 e s.  

[82] Nesse sentido, vide ENGELS, F. Revolution und Konterrevolution in Deutschland (Revolução e Contra-Revolução na Alemanha) (Agosto de 1851 - Setembro de 1852), Cap. 17: Der Aufstand (A Insurreição) (Agosto de 1852), in: ibidem, Vol. 8, pp. 95 e s.; LENIN, V. I. Markiszm i Vosstanie(Marxismo e Insurreição)(13-14.09.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 242 e s.; IDEM. Soviety Postoronnevo (Conselhos de um Ausente)(08.10.1917), in: ibidem, Vol. 34, pp. 382 e s.    

[83] Cf. TROTSKY, L. D. Istoria Russkoi Revolutsii (História da Revoluçao Russa)(1930-1933), Vziatie Zimnevo Dvortsa (A Tomada do Palácio de Inverno), Vol. 2, Parte 2, Moscou : Terra – Respublika, 1997, pp. 261 e s.    

[84] Acerca do tema, vide LENIN, V. I. Vtoroi Vserossiiskii S’ezd Sovietov Rabotchikh i Soldatskikh Deputatov (II Congresso dos Sovietes de Deputados Trabalhadores e Soldados de Toda a Rússia)(25-26.10.1917), in: ibidem, Vol. 35, pp. 7 e s. 

[85] Cf. TROTSKY, L. D. Ob Umershem Lenine (Sobre a Morte de Lenin)(22.01.1924), in: L.D. Trotsky. Iz Arkhivov Russkoi Revoliutsii 1917-1937 (Dos Arquivos da Revolução Russa. 1917-1937) Moscou :  Biblioteca Magister-MSK, p. 1.

[86] Cf. LENIN, V. I.  VI Vserossiiskii Tchrezvytchainyi S’ezd Sovietov Rabotchikh, Krest’ianskikh, Kazatch’ikh i Krasnoarmeiskikh Deputatov (VI Congresso Extraordinário dos Deputados Trabalhadores, Camponeses, Cossacos e Soldados Vermelhos de Toda a Rússia)(06.09.11.1918), in: ibidem, Vol. 37, pp. 135 e s.

[87] Cf. MANDEL, E.  The Relevance of Marxist Theory for Understanding the Present World Crisis, in: Marxism in the Postmodern Age. Confronting the New World Order, Editors Antonio Callari, Stephen Cullenberg, Carole Biewener, New York-London : The Guilford Press, 1995, pp. 445 e 446. Acerca do tema, vide tb. MORENO, NAHUEL. The Revolutionary Dictatorship of the Proletariat, Bogotá : Partido Socialista de los Trabajadores of Colombia, 1979, pp. 15 e s.

[88] Cf. BENSAÏD, D. “Rentrons Dans La Rue”. Remettre Marx sur ses Pieds (“Reentremos na Rua” Coloquemos Marx de Pé), in : Actuel Marx Confrontation. Fin du Communisme ? Actualité du Marxisme ?, sob a direção de Jaques Bidet e Jacques Texiet, Paris : PUF, 1991,  pp. 213 e 214.

[89] Cf. LÖWY, M. Das „Manifest“ in Vergangenheit und Gegenwart(O „Manifesto“ no Passado e no Presente), in: INPREKORR. Internationale Pressekorrespondenz, Nr. 319, Mai 1998, pp. 22 e s.

[90] Cf. TONDEUR, A. & VERCAMMEN, F. Réinventer l’Espoir. Un Socialisme de la Libération pour le XXème Siècle, Bruxelles : Fondation Léon Lesoil, 1993, pp. 58 e s.

[91] Acerca do tema, vide STALIN, J. V. Über die Grundlage des Leninismus (Sobre os Fundamentos do Leninismo) (26.04.1924), in: J. V. Stalin Werke (Obras de J. V. Stalin), Vol. 6, Dortmund, 1976, Cap. V : A Questão Camponesa, pp. 112 e s.; IDEM. Zu den Fragen des Leninismus (Acerca das Questões do Leninismo)(25 de Janeiro de 1926), in: ibidem, Vol. 8, pp. 18 e s.

[92] Para o caso brasileiro, vide p.ex. QUARTIM DE MORAES, J. & REIS FILHO, D. A. História do Marxismo no Brasil, Vols. 1 e s.,  Campinas : Ed. UNICAMP, 1995, pp. 7 e s. No quadrante internacional,  vide MARTENS, LUDO. Een Andere Kijk op Stalin (Stalin Visto com um Outro Olhar), Berchem-Antwerpen : EPO-Boeken 1994, pp. 3 e s.; WAGENKNECHT, SAHRA. Marxismus und Opportunismus (Marxismo e Oportunismo), Berlim : Weißenseer Blätter, 4/1992, Archiv Glasnost,  2003, pp. 12 e s. 

[93] Vide TSE-TUNG, MAO. On Practice. On the Relation Between Knowledge and Practice, Between Knowing and Doing (Sobre a Prática. Sobre a Relação entre Conhecimento e Prática, entre Saber e Fazer)(Julho 1937), in: Selected Works of Mao Tse-Tung, Vol. 1, pp. 208 e s.    

[94] Vide GRAMSCI, A. Quaderni del Carcere, Nr. 14 (1928-1937) – Internacionalismo e Política Nacional, in : Antonio Gramsci. Note sul Machiavelli sulla Politica e sullo Stato Moderno, Torino : Editori Riuniti, 1991, pp. 144 e 145.

[95] Acerca dos epígonos de ambos, vide SCHMIDT VON KÖLN, P. A Enfermidade Gramsciana no Movimento Trotskysta Contemporâneo e nas Lutas de Emancipação do Proletariado. O SU-QI e a Corrente Franco-Gramsciana de Atualização, Correção e Superação do Marxismo (O Meta-Marxismo de Actuel Marx), Moscou – São Paulo – Munique, Paris : Universidade Jakob Sverdlov para a Organização e Direção Marxista-Revolucionária do Proletariado, 2000-2003, pp. 3 e s.

[96] Cf. GRAMSCI, A. Quaderni del Carcere (1928-1937) – Passagio dalla Guerra Manovrata (e dall’Attacco Frontale) alla Guerra di Posizione anche nel Campo Politico, in: Antonio Gramsci. Scritti Politici, Roma, 1967, pp. 821 e s.

[97] Cf. ENGELS, F. Antwort an die Redaktion der „Sächsischen Arbeiter-Zeitung“ (Resposta à Redação do „Jornal Operário Saxão“ (13.09.1890), in: Marx & Engels Werke (Obras de Marx e Engels), Berlim : Dietz Verlag, Vol. 22, p. 69.  

[98] Cf. IDEM, Brief an F. A. Sorge (Carta a F. A. Sorge)(10.06.1891), in: ibidem, Vol. 38, p. 112.