MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO,
E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO
SOCIALISTA INTERNACIONALISTA
TEXTOS DE LUKÁCS – EM SEU IMPLACÁVEL
COMBATE STALINISTA-RECICLADO CONTRA TROTSKY,
O TROTSKYSMO E A REVOLUÇÃO PERMANENTE, EM
DEFESA DA CONSTRUÇÃO STALINISTA DO “SOCIALISMO EM UM PAÍS” :
EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA VERBATIM DO ALEMÃO E DO HÚNGARO PARA O PORTUGUÊS,
ESPECIALMENTE DIRIGIDA CONTRA O
GRAMISCISMO LUKÁCSIANO
DAS UNIVERSIDADES BURGUESAS GALLICAE LUSITANAEQUE LINGUARUM
A Herança de Mehring Assumida de Modo
Acrítico
Fomentou o Trotskysmo em “Nossa”
Literatura e Cultura,
Todo Rebaixamento Mecanicista de Nossos
Objetivos Literários
Há de Tombar na Vala Trotskysta :
Trotsky Opõe Rigidamente Luta de Classes e Socialismo,
Para Trotsky, Literatura Revolucionária é »Arte de
Tendência«, enquanto que
a Cultura Assume o Mesmo Lugar que a »Arte Pura«
(Kantista) Assume para Mehring
GYÖRGY LUKÁCS[1]
(tb. GEORG LUKACS)
Concepção e Organização Portau Schmidt von
Köln
Compilação e Tradução Asturig Emil von
München
Dezembro de 2005 emilvonmuenchen@web.de
Voltar ao Índice Geral http://www.scientific-socialism.de/LukacsStalinTrotskyCapa.htm
Die
Frage, ob unsere Literatur tendenziös ist, ist keineswegs eine terminologische
Angelegenheit. Wenn wir zur Bezeichnung eines der wesentlichsten Kennzeichnen
unserer Literatur das Wort »Parteilichkeit« (statt »Tendenz«) vorschlagen, so
ist es klar, dass hierin eine neue theoretische Erkenntnis über das Wesen
unserer Literatur enthalten ist. Wir wollen damit einen Komplex von
theoretischen Schiefheiten und Halbheiten aus unserer Literaturauffassung
ausschneiden; wir wollen das Eigenartige unserer Literatur klarer und
unmissverständlicher als bisher formulieren. …
A questão de saber se nossa literatura é tendenciosa não é
absolutamente uma matéria terminológica. Quando propomos a palavra “partidarismo” (em vez de “tendência”) para a designação
de uma das características mais essenciais de nossa literatura, fica claro que
nisso está contido um novo conhecimento teórico sobre a essência de nossa
literatura. Com isso, queremos extirpar
um complexo de obliqüidades e imperfeições de nossa concepção literária;
queremos formular o componente peculiar de nossa literatura, de modo mais claro
e mais categórico do que antes. ...
Man
denke an beliebige Schriftwerke und Literaturtheorie des 19. Jahrhunderts und
man wird sehen, dass keine von ihnen den notwendigen Konsequenzen dieser
Fragestellung, die aus dem gesellschaftlichen Sein der bürgerlichen Klasse und
insbesondere der Schriftsteller notwendig entstand (Fetischismus usw.),
entgehen konnte.
Pensemos em qualquer obra escrita e
teoria literária do século XIX e veremos que nenhuma delas pôde furtar-se às necessárias
conseqüências dessa postulação do problema que emergiu necessariamente do ser
social da classe burguesa e, em particular, dos escritores (fetichismo etc.).
Es
gab nur die Wahl, entweder bewusst (aber eben deshalb: nur scheinbar) auf die
»Tendenz« zu verzichten und »reine Kunst« zu schaffen, wodurch eine tendenziös
zurechtgemachte Wirklichkeitsschilderung entstand, also »Tendenzliteratur« im
schlechtesten Sinne des Wortes. Oder die »Tendenz« subjektivistisch,
moralisierend, predigthaft der gestalteten Wirklichkeit gegenüberzustellen,
wodurch sie ein fremdes Element in der Gestaltung wurde.
Havia apenas a seguinte escolha: ou renunciar conscientemente à tendência
(porém, precisamente, por isso mesmo : apenas de modo aparente) e produzir »arte pura«, por meio do que surgia uma
descrição da realidade tendenciosamente ajustada, i.e. »literatura de tendência«, no pior sentido da palavra; ou confrontar a »tendência« com a realidade conformada, de modo subjetivista,
moralizador, predicante, através do que esta se tornava um elemento estranho ao
ato de modelação.
Auch
Mehring kann – in nunmehr verständlicher Weise – aus diesem Fangnetz der
Widersprüche keinen Ausweg finden. Wenn er etwa bei »Wilhelm Tell« von Schiller
»unkünstlerische Tendenz«, bei Heinrich von Kleist »unkünstlerische Mitteln«
tadelt, so sind diese Antworten nur eklektische Lösungen, denn er ist nicht
imstande und kann bei seinen Voraussetzungen nicht imstande sein, konkret
aufzuzeigen, was denn eine »künstlerische Tendenz« theoretisch wie praktisch
sei.
Também Franz Mehring não pode encontrar nenhuma saída dessa cilada – tal
como a partir de agora se tornará compreensível. Se Mehring,
p.ex., censura, na obra »Wilhelm Tell«
de Friedrich von Schiller, sua »tendência não artística«, em Heinrich von Kleist, seus »meios não artísticos«, essas suas
respostas são tão somente soluções ecléticas, pois Mehring é incapaz e não pode mesmo ser capaz, no quadro de seus
próprios pressupostos, de concretamente demonstrar o que, então, constituiria
uma »tendência artística«, tanto em
sentido teórico quanto prático.
Er
kann dazu nicht imstande sein, denn aus der bürgerlichen Kunstauffassung, deren
Boden er nicht konsequent verlassen konnte, folgt, dass »Ideal« der Kunst eben
die »Tendenzlosigkeit« sei, dass nur die für die Kunstentwicklung ungünstigen
Umstände (also Verschärfung der Klassengegensätze) der Kunst die »Tendenz«
aufzuzwingen.
Mehring não o consegue fazer, posto que da concepção de arte burguesa - cujo terreno
não foi capaz de abandonar conseqüentemente - decorre que o »ideal« da arte seria precisamente a »ausência de tendenciosidade«, sendo
que apenas as circunstâncias desfavoráveis ao desenvolvimento da arte
(portanto, o aguçamento das contradições de classes) imporiam à arte a »tendência«.
Als
ehrlicher Revolutionär bemüht sich Mehring, die richtigen, klassenmäßigen
Konsequenzen zu ziehen, d.h. er bejaht die »Tendenz«. Aber seine
politisch-klassenmäßige Stellungnahme steht in unlösbarem Widerspruch zu seinem
künstlerischen Einsichten.
Por ser um autêntico revolucionário, Mehring esforçou-se por extrair disso
as conseqüências corretas, classistas, i.e. afirmou a »tendência«. Porém, seu posicionamento político-classista situa-se
em contradição insolúvel com suas elocubrações artísticas.
Er
spricht auch diesen Zusammenhang, freilich, ohne seine Tragweite zu übersehen,
in klaren Worten aus: »In allen revolutionären Zeiten, in allen um ihre
Befreiung kämpfenden Klassen wird der Geschmack immer reichlich durch Logik und
Moral getrübt sein, was ins Philosophische übersetzt nur heißt, dass, wo
Erkenntnis und Begehrungsvermögen stark angespannt sind, die ästhetische
Urteilskraft immer ins Gedränge kommen wird.«
Mehring enuncia evidentemente também esse
contexto, com palavras claras, sem ignorar sua dimensão : »Em todas as épocas
revolucionárias, em todas as classes que lutam por sua libertação, o gosto
tornar-se-á, cada vez mais abundantemente, obnubilado pela lógica e pela moral,
o que, traduzido em termos filosóficos, significa que : onde conhecimento e
capacidade de desejar estejam fortemente enrijecidos, a força estética de
julgamento sempre cairá em apuros.«
Hier
haben wir im Keime bereits die Literaturtheorie des Trotzkismus. Denn es ist klar,
dass, wenn nach Trotzki »die Diktatur des Proletariats keine
kulturell-produktive Organisation einer neuen Gesellschaft, sondern eine
revolutionäre Kampfesordnung zu deren Erkämpfung« ist, wenn er später
Sozialismus und Klassenkampf einander starr entgegensetzt, so nimmt bei ihm,
der Verschärfung des Klassenkampfes und der Konkretisierung aller Probleme in
ihm entsprechend, Kultur überhaupt dieselbe Stelle ein, die bei Mehring die
(kantische) »reine Kunst« einnahm.
Aqui, já temos, em seu embrião, a teoria literária do trotskysmo. Pois, é
claro que, se, segundo Trotsky, »a
Ditadura do Proletariado não é nenhuma organização produtivo-cultural de uma
nova sociedade, senão uma ordem de luta revolucionária para sua conquista«, e
se, posteriormenter, Trotsky opõe,
ridgidamente, socialismo e luta de classes, é porque, em Trotsky – em conformidade com o aguçamento da luta de classes e a
concretização de todos os problemas para ele – a cultura assume, em geral, o
mesmo lugar que a »arte pura« (kantista) assume, em Mehring.
»Die
revolutionäre Literatur muss vom Geiste des sozialen Hasses durchdrungen sein …
(ist also bloß eine »Tendenzkunst« G.L.) Im Sozialismus bildet die Grundlage
der Gesellschaft die Solidarität (also ist eine »reine Kunst«, eine »wirkliche
Kultur« möglich G.L.)«
»A literatura revolucionária deve ser penetrada pelo espírito do ódio
social ... (portanto, trata-se aqui meramente de
uma »arte de tendência« : György Lukács). No socialismo, o fundamento da sociedade constrói a solidariedade
(portanto, aqui é possível uma »arte
pura«, »cultura verdadeira« : György Lukács)«.
Es
ist also kein Zufall, dass das unkritisch übernommene Mehringsche Erbe in
unserer Literatur- und Kulturtheorie den Trotzkismus gefördert hat. Ebenso
wenig, wie jede mechanistische Herunterzerrung unserer Literaturziele – bewusst
oder unbewusst, gewollt oder ungewollt -
in ein trotzkistisches Fahrwasser geraten muss.
Não se trata, pois, de nenhum acaso o
fato de que a herança de Mehring,
assumida de modo acrítico, fomentou o trotskysmo, em nossa teoria literária e
cultural. Tão pouco é casual o fato de que todo rebaixamento mecanicista de nossos objetivos literários –
consciente ou inconscientemente, desejada ou indesejadamente – há de tombar na
vala trotskysta.
Es
kann hier nicht unsere Aufgabe sein, sämtliche theoretischen Fehler dieser
Auffassung zu analysieren; dies ist ja auch weitgehend im Kampf gegen den
Trotzkismus bereits getan worden. Wir haben hier bloß auf den für unsere gegenwärtige
Frage entscheidenden Fehler in diesem ganzen Fragenkomplex hinzuweisen: auf die
falsche, undialektische Auffassung des subjektiven Faktors. …
Aqui, nossa tarefa não pode ser a de analisar todos os erros teóricos dessa
concepção; isso já foi mesmo também amplamente realizado na luta contra o
trotskysmo. Devemos indicar, nessa sede, apenas o erro, decisivo para nossa
questão atual, situada nesse inteiro complexo de questões: relativo à concepção
falsa, adialética, do fator subjetivo. ...
Die
Klarheit über diese Zusammenhänge, die Klarheit über ihre Entwicklungsgesetze
bedeutet zugleich die Klarheit über die geschichtliche Wirksamkeit des
Proletariats selbst, über die Rolle des subjektiven Faktors in dieser
Entwicklung. Sowohl über die Bestimmtheit dieses subjektiven Faktors durch die
objektive, ökonomisch-historische Entwicklung, wie über die aktive Funktion
dieses subjektiven Faktors auf die Umgestaltung der objektiven Umstände.
A clareza desses contextos, a clareza
em relação às suas leis de desenvolvimento, significa, ao mesmo tempo, possuir
clareza sobre a eficácia história do próprio proletariado, o papel do fator
subjetivo nesse desenvolvimento. Clareza tanto sobre a determinação desse fator
subjetivo através do desenvolvimento objetivo, econômico-histórico, quanto
sobre a função ativa desse fator subjetivo em relação à conformação das
circunstâncias objetivas.
Diese
Erkenntnis ist kein mechanisch-unmittelbares Produkt des gesellschaftlichen
Seins. Sie muss erarbeit werden. Der Prozess dieses Erarbeitens ist jedoch
ebenfalls zugleich Produkt der inneren (materiellen und ideologischen)
Schichtung des Proletariats, wie zugleich Förderer der Entwicklung des
Proletariats, von der »Klasse an sich« zur »Klasse für sich«; Förderer ihrer inneren
Organisation zur Erfüllung ihrer weltgeschichtlichen Aufgabe (Entstehung von
Gewerkschaft, Partei, ihre Weiterentwicklung usw.).
Esse conhecimento não é um produto
mecanicamente direto do ser social. Deve ser elaborado. Entretanto, o processo dessa
elaboração é, da mesma forma, simultaneamente, tanto produto da estratificação
interna (material e ideológica) do proletariado como promotor do
desenvolvimento do proletariado, da »classe em si« à »classe para si«; promotor
da organização interna, visando ao cumprimento de sua tarefa histórico-mundial
(surgimento do sindicato, partido, seu desenvolvimento subseqüente etc.)
Wird
der subjektive Faktor so gefasst – und so muss ihn der
proletarisch-revolutionäre Schriftsteller, der den dialektischen Materialismus
beherrscht, fassen – dann hören für ihn alle Probleme, die wir weiter oben im
Zusammenhang mit der »Tendenz« behandelt haben, auf, Probleme zu sein. Er
verwirft das Dilemma der »reinen Kunst«
und »Tendenzkunst«. Denn in seiner Darstellung, die eine Darstellung der
objektiven Wirklichkeit mit ihren wirklichen treibenden Kräften, mit ihren
wirklichen Entwicklungstendenzen ist, besteht kein Raum für ein »Ideal«, weder
für ein moralisches, noch für ein ästhetisches.
Concebendo-se o fator subjetivo desse
modo – e assim o deve conceber o escritor proletário-revolucionário que domina
o materialismo dialético -, deixam de ser problemas para ele todos aqueles
problemas de que tratamos mais acima, no contexto da »tendência«. Esse escritor repudia o dilema da »arte pura« e »arte de tendência«. Pois, em sua
representação que é representação da realidade objetiva, dotada de suas forças
reais de propulsão, de suas tendências reais de desenvolvimento, não existe
espaço algum para um »ideal «, nem de
ordem moral nem de ordem estético.
Er
bringt keine Forderungen »von außen« an seine Wirklichkeitsgestaltung heran,
denn seine Wirklichkeitsgestaltung selbst muss das Schicksal jener Forderungen,
die konkret und real aus dem Klassenkampf herauswachsen, als integrierende
Momente der objektiven Wirklichkeit, in ihrer Entstehung aus ihr, in ihrer
Wirkung auf sie, mit enthalten, wenn er die Wirklichkeit richtig – dialektisch
-, abbilden will.
Esse escritor não traslada nenhuma
reinvindicação vinda »de fora« para sua conformação da realidade, pois esta
mesma deve abranger o destino daquelas reivindicações que, concreta e
realmente, emergem da luta de classes, enquanto momentos integradores da
realidade objetiva, em seu surgimento a partir dela, em seu efeito sobre ela,
se quiser retratar a realidade corretamente – dialeticamente.
Er
verwirft aber zugleich damit das andere Dilemma von »tendenziöser« Einarbeitung
der »Tendenz« in die Gestaltung der nackt unvermittelten Gegenüberstellung von
»Tendenz« und Wirklichkeitsbild. Er braucht die Wirklichkeit nicht zu
entstellen, nicht zurechtzurücken, nicht »tendenziös« umzufärben, denn seine
Darstellung – wenn sie eine richtige, dialektische ist – ist gerade auf die
Erkenntnis jener Tendenzen (im berechtigten Marxschen Sinne des Wortes)
aufgebaut, die sich in der objektiven Entwicklung durchsetzten. Und keine
»Tendenz« kann und muss dieser objektiven Wirklichkeit als »Forderung«
gegenübergestellt werden, denn die Forderung, die der Schriftsteller vertritt,
sind integrale Teile der Selbstbewegung dieser Wirklichkeit selbst, zugleich
Folgen und Voraussetzungen ihrer Selbstbewegung. …
Esse escritor rechaça, porém, ao mesmo
tempo, o outro dilema da incorporação
»tendenciosa« da »tendência« na conformação da oposição despidamente abrupta
entre »tendência« e quadro da realidade. Não necessita desfigurar a
realidade, ajustá-la, matizá-la »tendenciosamente«, pois sua representação – se
esta é correta, dialética – constrói-se sobre o conhecimento daquelas
tendências (no sentido justamente marxista da palavra) que se impõem no
desenvolvimento objetivo. E nenhuma »tendência«
pode e deve ser confrontada com essa realidade objetiva enquanto »reivindicação«, pois a reinvidicação
que defende o escritor são partes integrais do auto-movimento dessa própria
realidade e, ao mesmo tempo, conseqüências e pressupostos de seu
auto-movimento. ...
Heute,
wo wir an allen Punkten das ideologische Erbe der II. Internationale in unserer
eigenen Theorie und Praxis einer gründlichen Revision unterwerfen, müssen wir
auch in unserer Literaturtheorie und –praxis scharf darauf achten, dass wir
nicht ein durch die II. Internationale übermitteltes bürgerliches Gepäck weiter
mit uns schleppen, das unser Weiterschreiten behindert.
Hoje, quando, submetemos, em todos os
pontos, a herança ideológica da II.
Internacional a uma revisão fundamental, em nossa própria teoria e prática,
devemos, também em nossa teoria e práxis literária, ter extremo cuidado para
que não continuemos a arrastar conosco um fardo burguês, transmitido pela II. Internacional, que impeça nossa
progressão.
Was
die Theorie der »Tendenz« bedeutet, haben wir kurz anzudeuten versucht. Zum
Schluss wollen wir nur noch die Frage stellen: Ist diese Theorie ohne Einfluss
auf unsere Praxis gewesen? Selbstverständlich nicht ohne Einfluss. Wir denken
dabei nicht bloß an die literarische Praxis des Trotzkismus in allen seinen –
bewussten und unbewussten – Abarten, sondern meinen auch unsere bisher beste
Literatur.
Procuramos brevemente esboçar, aqui,
qual é o significado da teoria da
»tendência«. Por fim, desejamos ainda apenas levantar a seguinte questão :
permaneceu essa teoria sem exercer influência sobre nossa atividade prática?
Evidentemente que não. Nesse contexto, cogitamos
não apenas da práxis literária do
trotskysmo em todas as suas variantes – conscientes ou inconscientes -, senão
ainda nos referimos à nossa melhor literatura, existente até o presente
momento.
Ist in ihr wirklich jener Durchbruch zur
Parteilichkeit gelungen, der eine dialektisch-objektive Gestaltung des
Gesamtprozesses unserer Epoche möglich macht ? Die Frage klarzustellen, ist
gleichbedeutend mit ihrer Verneinung. Unsere Literatur, auch in ihren besten
Produkten, ist noch voll von »Tendenz«. Denn es gelingt ihr bei weiten nicht
immer das, was der klassenbewusste Teil des Proletariats aus Einsicht in die
treibenden Kräfte des Gesamtprozesses, als Vertreter der großen
welthistorischen Interessen der Arbeiterklasse will und tut, als eine Willen
und eine Tat zu gestalten, die dialektisch aus diesem Gesamtprozeß selbst
entsprungen, die unerläßlichen Momente dieses objektiven Wirklichkeitsprozesses
selbst sind.
Nela, conseguiu-se realmente atingir
aquela ruptura rumo ao partidarismo
que uma conformação dialético-objetiva de todo o processo de nossa época torna
possível? Clarificar essa questão equivale a responder negativamente. Nossa
literatura – também em seus melhores produtos – ainda está repleta de »tendência«. Pois, nem de longe, ela
sempre consegue aquilo que a parte dotada de consciência de classe do
proletariado, devido à sua compreensão das forças propulsoras do processo em
seu conjunto, enquanto representante dos grandes interesses histórico-mundiais
deseja e faz, conformando-o como uma vontade e um fato, surgidos dialeticamente
desse inteiro processo mesmo, os quais constituem elementos indispensáveis
desse mesmo processo objetivo da realidade.
An die Stelle der Gestaltung des
subjektiven Faktors der revolutionären Entwicklung tritt nur allzu häufig ein
bloß subjektiver (weil ungestalteter) »Wunsch« des Verfassers: eine »Tendenz«.
Und wenn der Verfasser diesen Wunsch als objektiv und erfüllt hinstellt, statt
den subjektiven Faktor mit seinem Wollen und Tun, wahrheitsgemäß, dialektisch
zu gestalten, so wird die Darstellung »tendenziös« .
No lugar da confomação do
desenvolvimento revolucionário pelo fator subjetivo surge, porém, de modo
demasiadamente freqüente, um »desejo« do
autor, meramente subjetivo (posto que não conformado) : uma »tendência«. E, se o autor posiciona
esse seu desejo como sendo objetivo e cumprido, em vez de conformar,
dialeticamente e segundo a verdade, o fator subjetivo com sua vontade e o seu
fazer, torna-se sua representação
»tendenciosa«.
Wir haben keinen Grund, diese Fehler
und Mängel abzuleugnen. Noch weniger, sie auf das Gebiet der »technischen
Fehler«, der »technischen Unbeholfheit« abzuschieben. Die Methode, die unsere
Fehler entlarvt, die ihre Wurzel – das unliquidierte Erbe der II. Internationale
– aufdeckt, ist zugleich die Methode, die uns zur Überwindung dieser Fehler
verhilft : die materialistische Dialektik, der Marxismus-Leninismus.
Não possuimos nenhum motivo para negar
a existência desses erros e deficiências. Tanto menos para os empurrar para o
domínio dos »erros técnicos«, das »inépcias técnicas«. O método que
desmascara nossos erros, que revela suas raízes – a herança não liquidada da II. Internacional – é, simultaneamente,
o método que nos auxilia a superar esses mesmos erros : a dialética materialista, o marxismo-leninismo.
Parteilichkeit an der Stelle von
»Tendenz« ist ein – wichtiger – Punkt, wo wir diesen Durchbruch zur Auswertung
des Marxismus-Leninismus für unsere schöpferische Methode vollziehen können und
müssen.
Partidarismo em vez de »tendência« é um – importante – ponto no qual podemos e devemos executar essa ruptura,
visando à apreciação do marxismo-leninismo para nosso método criativo.
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO
MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. LUKÁCS, GYÖRGY SZEGREDI. Tendenz oder Parteilichkeit? Aufsäzte aus “Die
Linkskurve” (Tendência ou Partidarismo? Ensaios de “A Curva da
Esquerda”)(1932), in: Georg Lukács Werke (Obras de György Lukács), Vol. 4 :
Probleme des Realismus. Essays über den Realismus. (Problemas do Realismo.
Ensaios sobre o Realismo), Neuwied – Berlin : Luchterhand, 1962, pp. 663 e 712
e s.