TEXTOS E FRAGMENTOS LITERÁRIOS
SELETOS SOBRE MORAL E CONSCIÊNCIA,
DIREÇÃO E ORGANIZAÇÃO
REVOLUCIONÁRIAS SOCIALISTAS-EMANCIPADORAS
EM
MEMÓRIA DE ROSA LUXEMBURGO :
A ÁGUIA DA REVOLUÇÃO
PROLETÁRIA MUNDIAL E DA INTERNACIONAL COMUNISTA
À ÉPOCA DE LENIN E
TROTSKY
VLADIMIR I. LENIN[1]
Concepção,
Organização Lo Scaltro von Genua
Compilação e
Tradução Arturig Emil von München
Janeiro de 2004 emilvonmuenchen@web.de
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Geral http://www.scientific-socialism.de/MCLiebkCapa.htm
A
história mundial seria, de fato, muito fácil de fazer, se a luta fosse assumida
apenas
em condições de chances infalivelmente favoráveis.
Por
outro lado, seria de natureza muito mística, se os “acasos” não desempenhassem papel
algum.
Naturalmente,
esses acasos mesmos precipitam-se no curso geral do desenvolvimento
e são,
novamente, compensados por outros.
Porém, aceleração
e atraso são muito dependentes desses “acasos” –
entre os
quais figura também o “acaso” do caráter daqueles que, primeiramente, encontravam-se
à cabeça do movimento.
Desta
vez, o “acaso” decisivamente desfavorável não deve ser, absolutamente, procurado
nas condições gerais da sociedade francesa,
mas sim
na presença dos prussianos na França e na posição destes, bem diante de Paris.
Disso, os
parisienses estavam muito perfeitamente conscientes.
Entretanto,
também os canalhas burgueses de Versalhes sabiam disso.
Por isso
mesmo, colocaram os parisienses diante da alternativa de assumirem a luta ou sucumbir
sem luta.
Nesse último
caso, a desmoralização da classe trabalhadora seria uma desgraça muito maior
do que a
perda de um número qualquer de “dirigentes”.
A luta
da classe trabalhadora contra a classe capitalista e seu Estado ingressou em
uma nova fase,
precisamente
por meio da luta, travada em Paris.
Seja lá qual
for o resultado imediato da questão, fato é que
um novo
ponto de partida de relevância histórico-mundial foi alcançado.
KARL MARX[2]
“Assim, não existe nada
mais míope do que a concepção de Plekhanov, defendida por todos os
oportunistas,
de que não teria sentido
algum começar uma greve inoportuna : “não se deveria ter pêgo em armas”.
Pelo contrário, dever-se-ia
ter recorrido às armas mais resolutamente, mas energicamenta e mais
ofensivamente,
dever-se-ia ter
esclarecido as massas sobre a impossibilidade de uma greve puramente passiva
e sobre a necessidade de
uma luta armada, corajosa e impiedosa.”
VLADIMIR I.
LENIN[3]
... Paul Levi quer agora cair nas graças
da burguesia – e, conseqüentemente,
de seus agentes, a II Internacional e
II ½ Internacional – através da republicação precisamente daqueles
escritos de Rosa Luxemburgo em
que ela se encontrava equivocada.
Devemos responder a isso, citando duas linhas de uma boa velha fábula
russa:
“As águias podem, às vezes, voar mais baixo do que as
galinhas, porém as galinhas não podem jamais subir às alturas das águias.”[4]
Rosa Luxemburgo equivocou-se na questão da independência da Polônia.
Equivocou-se, em 1903, em sua apreciação
do menchevismo.
Equivocou-se na teoria da acumulação do
capital.
Equivocou-se quando, em julho de 1914,
juntamente com Plekhanov, Vandervelde, Kautsky e outros, defendeu a unificação dos bolcheviques com os mencheviques.
Equivocou-se em suas anotações
redigidas no cárcere de 1918 (nesse sentido, corrigiu a maioria de seus erros, depois de abandonar o cárcere, no
fim de 1918 e no início de 1919).
Porém, apesar de todos os seus erros, Rosa foi e permanece sendo uma águia.
E não apenas os comunistas de todo o mundo irão velar pela sua memória,
senão ainda sua biografia e suas
obras completas (a publicação das quais está sendo incomensuravelmente
retardada pelos comunistas alemães que podem apenas ser em parte desculpados
por conta das tremendas perdas que estão sofrendo em sua severa luta) servirão
como úteis manuais para o treinamento de muitas gerações de comunistas em todo
o mundo.
«Desde 4 de agosto de 1914, a Social-Democracia Alemã
tornou-se um cadáver fedorento »
Essa declaração de Rosa
Luxemburgo há de tornar famoso o seu nome na história do movimento da
classe operária internacional.
E, naturalmente, no pátio traseiro do movimento da classe operária,
entre os montes de esterco, galinhas como Paul
Levi, Scheidemann, Kautsky e toda aquela sua fraternidade, vão piar
sobre os erros cometidos pela grande comunista.
A cada pessoa deve-se dar o que lhe pertence[5].
“Em nome do Comitê Central do
Partido Comunista da Rússia, declaro aberto o I Congresso da Internacional Comunista.
Em primeiro lugar, peço a todos os presentes que se levantem de suas
cadeiras em memória dos melhores
representantes da III Internacional : Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo.”
EDITORA
DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE
COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A
FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO
PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU -
SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. LENIN, VLADIMIR ILITCH ULIANOV. Retch Pri Otkrytii Kongressa 2.
Marta. I Kongress Kommunistitcheskovo Internatsionala (Discurso de Abertura do
Congresso de 2 der Março. I Congresso da Internacional Comunista), in: V. I.
Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas de V. I. Lenin), Vol. 37,
Moscou : GIPL, 1961, p. 489.
[2]
Cf. MARX, KARL HEINRICH. Brief an Kugelmann (Carta a
Kugelmann)(17.04.1871) in : Marx und Engels Werke (Obras de Marx e Engels),
Vol. 17, Belim : Dietz, 1962, p. 277.
[3] Cf. LENIN,
VLADIMIR ILITCH ULIANOV. Uroki Moskovskovo Vosstania (Lições da Insurreição de Moscou) (26 de Agosto
de 1906), in : V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas de V.
I. Lenin) , Vol. 13, Moscou : GIPL, 1961, pp. 369 e s.
[4] A fábula em referência é de autoria do
escritor russo Ivan Krylov.
[5] Cf. LENIN, VLADIMIR I. Zametki
Publitsista. O Voskhojdenii na Vysokie Gory, O Vrede Unynia, o Pol’zie
Torgovli, Ob Otnoshenii k Men’shevikam i.t.p. (Anotações de um Publicista.
Sobre a Subida de uma Alta Montanha, a Desgraça do Esmorecimento, a Utilidade
do Comércio, a Atitude em face dos Mencheviques etc)(Fevereiro de 1922), Parte
3: Ob Oxote na Lis – O Levi, O Serrati (Agarrando Raposas – Levi e Serrati),
in: V. I. Lenin. Polnoe Sobranie Sotchinenii (Obras Completas), Moscou : GIPL,
1961, Vol. 44, pp. 419 e s. Cumpre destacar que, “piando entre os montes de
esterco”, encontram-se também os dois principais dirigentes do Secretariado
Unificado (SU-QI) MANDEL, ERNST
& VERCAMMEN, FRANÇOIS. Oktober 1917 - Staatsreich oder Soziale
Revolution? Zur Verteidigung der Oktoberrevolution (Outubro de 1917 – Golpe de
Estado ou Revolução Social. Em Defesa da Revolução de Outubro), Karlsruhe:
Neuer ISP Verlag, Agosto de 1993, pp. 7 e s. Ignorando inteiramente a
referência de Lenin acerca dos equívocos de Rosa Luxemburgo e, ao
mesmo tempo, o fato de que Rosa corrigiu, no fim de 1918 e no
início de 1919, a maioria de seus erros contidos em suas anotações redigidas no
cárcere de 1918 sobre a Revolução Russa, Ernst
Mandel, alegando infundadamente que a criação da Tcheka houvera sido
necessariamente um erro cometido por Lenin, Sverdlov, Trotsky e os
bolcheviques, desenvolve uma defesa renitente e desavergonhada das teses de Rosa
Luxemburgo contidas no livro dessa última, intitulado “A
Revolução Russa”, redigido no cárcere de 1918, ocultando ao leitor que Rosa,
ela mesma, “corrigiu a maioria de seus
erros, depois de abandonar o cárcere, no fim de 1918 e no início de 1919)”. Para Mandel
- que pia como uma galinha - as teses do cárcere de 1918 de Rosa
Luxemburgo teriam-se demonstrado válidas não, porém, para 1918 – como
haveria pretendido sua própria autora -, mas sim perfeitamente para os anos a
partir de 1920 e 1921 da Revolução Proletária Russa. Como se
vê, mais uma brilhante falsificação histórica e extraordinária embrulhada
analítica de Ernst Mandel e de seu conivente seguidor François Vercammen.