PRODUÇÕES LITERÁRIAS DEDICADAS À FORMAÇÃO
DE REVOLUCIONÁRIOS MARXISTAS QUE ATUAM NO DOMÍNIO DA
PRODUÇÃO E DA CIRCULAÇÃO CAPITALISTAS,
NO MUNDO DAS FINANÇAS E DAS UNIVERSIDADES DE ECONOMIA
BURGUESAS
PEQUENOS ENSAIOS POLÊMICOS
SOBRE MARXISMO E A CRÍTICA DA ECONOMIA CAPITALISTA
Sobre as Leis de
Desenvolvimento e Decadência do Capitalismo :
Relações de Produção e
Formas Sociais de Produção
LEV RHONANOVITCH SEGAL[1]
Concepção e
Reconfiguração, Tradução e Organização
Emil Asturig von
München, Março de 2009
Para Palestras e
Cursos sobre o Tema em Destaque
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Geral
http://www.scientific-socialism.de/PEEcoPol.htm
O
fundamento de toda e qualquer vida em sociedade são as relações de produção,
havida entre os seres humanos.
Isso
é o que demonstram os dois economistas e sociólogos Karl Marx e Friedrich Engels,
descobridores e expositores das leis de desenvolvimento da sociedade.
Tal
como assinalaram Marx e Engels, o proletariado revolucionário precisa conhecer
as leis
que regem o desenvolvimento e a decadência do capitalismo, bem como
saber quais são as condições mais precisas para o atingimento da derrubada do
poder do Estado burguês, a fim de conduzir as massas trabalhadoras à vitória.
Da
mesma forma que não é possível dominar as forças da natureza sem
tê-las estudado e sem conhecer as leis da própria natureza, o proletariado
revolucionário não poderá elaborar nem aplicar uma política justa, uma boa
estratégia e uma boa tática, visando à derrocada do capitalismo e a edificação
da sociedade socialista e comunista, se ignorar as leis que regem o desenvolvimento
da sociedade em geral e do capitalismo em particular.
Na
dicção de Lenin, um partido proletário pode apenas desempenhar o papel de
lutador de vanguarda se for dotado de uma teoria avançada, pois é a teoria
revolucionária que fornece as armas à classe proletária em sua luta,
destinada a aniquilar o capitalismo e erigir a sociedade comunista.
Não
há sociedade que possa viver e desenvolver-se sem que obtenha as utilidades
necessárias à sua existência.
Pois
bem: nem todas essas utilidades são fornecidas espontaneamente pela natureza.
O ser
humano deve produzí-las, em grande parte, com o seu trabalho.
Fabricando
objetos
de uso, o ser humano transforma as substâncias da natureza,
modificando-as e adaptando-as, de modo a que satisfaçam as suas necessidades.
Assim,
pode-se definir o ato de produção como a ação laboral exercida pelo ser humano
sobre a natureza.
Porém,
o ser humano não vive e nem produz como indivíduo isolado, senão como membro de
uma sociedade.
Dest’arte,
o processo
de produção supõe não somente determinada relação, mantida entre a
sociedade e a natureza, senão ainda relações, mantidas entre os
próprios seres humanos.
Todas
essas relações, havidas no quadro do processo de produção social, são chamadas
de relações
de produção.
No
curso do desenvolvimento histórico da sociedade humana, as relações de produção
foram transformadas, como também o foram as formas sociais de produção.
As
formas sociais de produção, desenvolvidas historicamente através dos tempos,
foram as seguintes: o comunismo primitivo, o modo asiático-antigo de produção,
a escravidão antiga greco-romana, o servilismo feudal e o capitalismo burguês,
fundado na exploração do trabalho assalariado.
Processaram-se
seja na Comuna de Paris – em menor escala -, seja na Rússia
Soviética – após a Revolução Proletária de 1917 – as
primeiras transformações embrionárias e rudimentares do capitalismo em
socialismo.
Tomemos,
agora, exemplificativamente, uma fábrica têxtil.
A
matéria prima, o algodão, é transformada com o auxílio de máquinas que são, do
mesmo modo, uma força natural transformada e submetida pelos seres humanos ao
seu domínio.
Na
fábrica em tela, observamos determinadas relações, travada entre os seres
humanos.
De um
lado, encontram-se os trabalhadores que não são proprietários dos meios de
produção, instalados na fábrica.
D’outro
lado, está o capitalista, proprietário desses meios de produção, que explora os
trabalhadores.
Consideremos,
depois desse exemplo, uma fábrica têxtil que operará em sua sociedade
proletária, em transição ao socialismo.
Nela,
o algodão é submetido ao mesmo processo de transformação, com a ajuda de
máquinas semelhantes.
Os
trabalhadores que nela produzem são tão especializados quanto aqueles da
fábrica capitalista.
Porém,
aqui, as relações, travadas entre os seres humanos, no processo de produção,
são absolutamente diferentes.
Os
meios de produção já não pertencem aos capitalistas, senão à classe proletária
em seu conjunto.
Não
existe, portanto, exploração do homem pelo homem.
O
diretor que se encontra à frente da fábrica proletária não é um proprietário
dos meios de produção, mas sim um funcionário da indústria, aprovado pelas
assembléias dos trabalhadores fabris, um membro do Estado proletário,
encarregado de contribuir para a direção da produção, realizada em conformidade
com um plano prefixado pelos conselhos dos trabalhadores, soldados e
marinheiros do Estado proletário.
A organização
do trabalho nessa fábrica é diferente da organização da fábrica
capitalista, fundada na exploração e opressão dos trabalhadores.
A atitude
dos trabalhadores para com o trabalho é também completamente diferente.
Em
conseqüência, vemos que, em sua sociedade que ruma para o socialismo, a forma
social da produção, assim como as relações de produção, mantidas entre
os seres humanos, são integralmente distintas daquelas, havidas no sistema
socialista.
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO
MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. SEGAL, LEV RHONANOVITCH. Kratky Kurs Polititcheskoi Economii (Breve Curso de Economia Política),
1a. Edição, Moscou : Gosudartvennoe Izdatel’stvo, 1928, pp. 17 e s.