90 ANOS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA PROLETÁRIA RUSSA DE OUTUBRO DE 1917

MORAL E CONSCIÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO DAS LUTAS REVOLUCIONÁRIAS

DE EMANCIPAÇÃO PROLETÁRIO-SOCIALISTA

TEXTOS DE CÉLEBRES DIRIGENTES BOLCHEVIQUES SOBRE J. M. SVERDLOV

 

J. M. SVERDLOV : ORGANIZADOR

Uma Apreciação Formulada pelo Grande e Valioso Teórico Bolchevique

Marcado, Porém, Por Posições Manifestamente Escolásticas,

Autor, em Colaboração com Stalin, da Doutrina do “Socialismo em um País”

 

 

NIKOLAI I. BUKHARIN[1]

 

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução Asturig Emil von München,

Junho de 2002  emilvonmuenchen@web.de

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DISCURSO PRONUNCIADO

NA UNIVERSIDADE COMUNISTA SVERDLOV,

EM 16 DE MARÇO DE 1920

 

Companheiros !

 

A vida e a atividade de J. M. Sverdlov encontram-se inseparavelmente ligadas ao desenvolvimento do Partido, em cuja cumeeira ele se postou.

Estão, assim, vinculadas ao progresso do nosso Partido que percorreu três importantes etapas de desenvolvimento.

 

Inicialmente, nosso Partido constitui-se em rede de círculos ilegais.

Posteriormente, no período da Guerra Civil em Defesa da Ditadura do Proletariado, tornou-se o Partido combativo da classe proletária, possuindo já um sólido padrão revolucionário.

Por fim, converteu-se no cimento que fortaleceu todas as instituições do Poder Soviético.

Essas três etapas, havidas no desenvolvimento de nossa vida partidária, transformaram, gradativamente, Sverdlov, o organizador de círculos ilegais em membro do estado-maior da Grande Revolução Proletária e, posteriormente, em organizador de todas as partes da República Soviética da Rússia.

O itinerário e as etapas da vida que Sverdlov percorreu constituem os mesmos estágios e etapas percorridos por nossa organização, por nós todos reverenciada : o nosso querido Partido Comunista.

 

Tal como já mencionei, o estágio inicial de desenvolvimento de nosso Partido foi constituido por círculos ilegais, células embrionárias da futura poderosa organização de toda a Rússia.      

Apenas agora, no terceiro ano da Ditadura do Proletariado, logramos conceber, em toda a sua dimensão, todo o enorme significado daquele trabalho organizativo quotidiano e monótono, prestado por nosso Partido, passo a passo, em todos os longos caminhos de sua existência.

Se compararmos, agora, nosso movimento, nosso Partido, bem como a facilidade com que derrotamos nosso inimigo de classe, com o curso de desenvolvimento, verificado em outros países, em particular nos países mais avançados, tais qual, por exemplo, a Alemanha, saltará aos olhos de todos uma particularidade extraordinariamente característica.

Alcançamos a vitória com tanta facilidade e estamos podendo conservá-la, já ao longo de três anos de graves condições – em verdade, apesar da existência de um descomunal tensionamento –, e permanecemos como vencedores, porque nosso Partido, no período já de vários anos, foi construido, tijolo por tijolo, em sentido organizativo, tal qual um aparato centralizado e, em sentido principista, tal qual uma organização que possui uma clara ideologia profundamente elaborada, um objetivo perfeitamente definido, um programa e, assim também, uma tática, bem delineados.

 

Se considerarmos, agora, por exemplo, o movimento proletário alemão da atualidade, veremos que este segue por um caminho terrivelmente excruciante, porquanto desenvolve-se convulsivamente, sofrendo derrotas parciais.

Isso ocorre, em considerável medida, porque naquele país não existe uma experiência de vários anos, enrijecida nos diversos combates empreendidos pelo Partido e em virtude de, nesses combates, não ter-se distinguido um estado-maior revolucionário monolítico.

Nossas diferenças, de início, com os mencheviques, depois, com os liquidadores e, posteriormente, mais uma vez, com os mencheviques que a muitos companheiros – às vezes presentes, até mesmo, entre nossas próprias fileiras – poderiam parecer, tão somente, discórdias internas, possuiam, na realidade, um significado colossal.

Muitas indagações que, em certos momentos, agitam hoje o movimento proletário europeu-ocidental e surgem, na prática, junto às massas trabalhadoras e aos partidos operários, incluindo-se entre estes os partidos comunistas, revelaram-se, freqüentemente, já formuladas no interior do Partido, de vez que já nos havia sido indispensável conduzir essa luta que a muitos poderia parecer despida de qualquer sentido ou simplesmente expressão de uma discórdia.

 

Assim, emergiram naqueles círculos ilegais, dirigidos por pessoas semelhantes a Jakob Mikhailovitch Sverdlov, os primeiros rudimentos da poderosa organização que, posteriormente, romperia o fronte do imperialismo, convertendo-se no Partido dirigente da República Soviética.  

Aquele mesmo trabalho que, a seu tempo, poderia parecer ínfimo, proporciona, no momento atual, os frutos mais valiosos.

Em todos os estágios de desenvolvimento de nosso Partido o falecido Sverdlov foi, antes de tudo, um organizador.

Quando o Partido consistia em uma rede de círculos ilegais, Sverdlov foi o seu organizador.

Quando nosso Partido cresceu, transformando-se em organização poderosa, quase de tipo de guerra, o falecido Sverdlov converteu-se em seu líder, um de seus maiores organizadores.

Quando essa organização tomou em suas mãos o poder e quando, após o desmoronamenrto do fronte imperialista e a vitória da classe trabalhadora, foram colocadas na ordem do dia a reconstrução da economia, surgiram diante de nós, ao lado das tarefas de guerra, também as tarefas de edificação – um trabalho em prol da reestruturação da economia do país destruída -, mais uma vez aqui, na primeira fileira dos principais organizadores, encontrava-se Jakob Mikhailovitch Sverdlov.      

 

Em essência, qual é o traço distintivo de todo e qualquer organizador ?

Que qualidades, propriamente, deve possuir um certo ser humano, a fim de tornar-se um bom organzador ?

A essas perguntas,  os cientistas burgueses alemães fornecem a seguinte definição :

 

“O organizador é aquela pessoa que possui a capacidade de colocar pessoas adequadas nos lugares adequados.”                       

 

Essa fórmula é absolutamente correta.

 

O traço distintivo do bom organizador é, por um lado, o seu profundo conhecimento das pessoas, i.e. sua capacidade de avaliá-las corretamente e, por outro lado, seu conhecimento de suas condições de vida, bem como, finalmente, sua habilidade de encontrar o verdadeiro lugar para cada uma delas, consideradas individualmente, baseando-se no saber que possui acerca de pessoas e condições.

Essa particularidade que todo e qualquer organizador deve possuir foi o principal traço distintivo de Sverdlov.

O grande e genial talento do organizador expressa-se no fato de que possui experiência no reconhecimento dos traços mais importantes das pessoas, partindo não de construções abstratas, situadas em sua própria cabeça, mas sim graças ao talento nele depositado de desenvolver um sentimento de reconhecimento das pessoas.

 

No mundo capitalista, os organizadores são extremamente apreciados.

Se tomarmos em consideração o maior país capitalista do mundo, os Estados Unidos da América, verificaremos que lá se possui um tipo especial de organizadores da produção, organizadores de grandes conglomerados, organizadores de trustes.

No que se resume as funções executadas por esses organizadores ?

Por que os empresários capitalistas apreciam tão extraordinariamente a prestação de seus serviços ?  

Esses organizadores de trustes fazem apenas uma única coisa : reconhecem, permanentemente, as características das pessoas empregadas e fixam-nas nas posições em que podem ser utilizadas da melhor maneira possível.

 

Entre nós, na Rússia, essa arte encontra-se ainda pouco desenvolvida.

Junto a nós, localizamos extremamente poucas pessoas que possuem a capacidade de reconhecer rapidamente a qualidade de outras e apreciá-las corretamente, a fim de conceder-lhes, de imediato, o lugar em que sejam aproveitadas da melhor maneira possível.

Pode-se sentir essa grande deficiência no movimento desordenado que se possui, tão freqüentemente, na vida de nossa República Soviética.

Não se escolhem corretamente as pessoas, não se as distribuem corretamente.      

Um homem que seria eficiente, em um certo lugar, é encontrado em outro lugar, no qual não pode ser aproveitado e, como resultado, em face da limitação do material humano, ao invés de sua correta utilização, obtém-se um tumulto, tal como no caso de falta de uma correta distribuição e utilização de forças.

Precisamente tal qual um homem, que possuiu, em grau elevado, a capacidade de reconhecer as qualidades das pessoas, colocando-as nos lugares em que são por todos necessitadas, assim, exatamente, sobressaiu-se J. M. Sverdlov, enquanto genial organizador.

 

É imprescindível recordar que, em certas ocasiões, exigem-se capacidades organizativas extraordinariamente maiores do que, por exemplo, no caso de uma pessoa que se especializou na organização de empresas capitalistas.

Isso porque, no mundo capitalista, o ser humano vive, ininterruptamente, no quadro de condições definidas que se encontram expostas a transformações extremamente insignificantes e onde se organiza sempre a mesma coisa.

Têm-se, eternamente, problemas com os mesmos fenômenos e, de dia a dia, faz-se sempre a mesmíssima coisa, de tal sorte que, rapidamente, tudo se transforma em rotina.

De maneira inteiramente diversa, apresenta-se essa questão, em nosso Partido.

Aqui, a situação modifica-se, permanentemente.

De início, nosso Partido constitui-se como um círculo ilegal, competindo a seus líderes a tarefa de serem encarcerados, atravessarem rios, percorrerem florestas.

 

A seguir, esse Partido converteu-se em uma organização aberta que passou para o ataque, com bandeiras desfraldadas.

 

Por fim, transformou-se em Partido dominante, no país.

Precisamente, essa passagem de sua existência ilegal à situação de Partido dominante provocou uma condição inteiramente nova, criou um contexto integralmente diferente.

Para nós, iniciou-se, então, o tempo de construção, mais ou menos pacífico, e todas as novas forças encontram-se voltadas, em primeira linha, à organização de nossas forças de trabalho, i.e. à colocação de cada um em seu lugar, à construção pacífica e à reconstrução econômica do país.

 

No primeiro período de construção do Poder Soviético, tivemos de pensar, antes de tudo, em organizar as pessoas para o ataque contra as fortalezas capitalistas, por isso as tarefas diante das quais se situava nosso Partido eram de ordem inteiramente diversa.

Eram, quase exclusivamente, tarefas de guerra, tarefas de caráter beligerante.

Se considerarmos esse primeiro período, verificaremos que, juntamente com a tarefa de organização das pessoas, havíamos ainda de ocupar-nos com a circunstância de que tais pessoas ainda se encontravam despreparadas, ainda se movimentavam tateando, elaborando uma complexa concepção de mundo, colocando em ordem seus pensamentos, criando um plano, esboçando um programa de trabalho.

Tudo isso ocorria em condições completamente novas, sendo indispensável um impulso genial para que alguém se convertesse em organizador de primeira classe, em um contexto que, às vezes, modificava-se tão rapidamente quanto a velocidade da luz, transformava-se a tal ponto que início e fim não se conectavam entre si, de maneira alguma.

 

Se considerarmos um especialista burguês qualquer, contemplando-o desde o prima da questão organizativa, veremos que, quando organiza um truste, organiza apenas o truste propriamente.

Não carece jamais de organizar um exército ou tornar-se um dirigente militar - tal como um general propriamente -, não se convertendo jamais nem em organizador da produção nacional nem em organizador do aparato de administração pública do país.

O próprio destino do nosso Partido encerra-se no fato de que nossas organizações e os organizadores são forçados a transitar de um domínio de trabalho para um outro inteiramente diferente, que, às vezes, nada possui em comum com o anterior.

Com efeito, resulta plenamente evidente que uma coisa é organizar círculos ilegais para as futuras lutas partidárias, que vão até os combates, travados com armas na mão, e outra coisa é ser um bom organizador do trabalho de reconstrução que possui o objetivo de edificar um novo aparato de administração.

No entanto, tornou-se-nos imprescindível realizar tudo isso.

Necessitamos percorrer todos esses estágios, razão por que exigiu-se de nossos organizadores qualidades quase sobre-humanas.       

 

O traço mais notável e mais interessante do falecido Sverdlov foi o fato de que desempenhou, em todos os estágios de desenvolvimento do nosso Partido, em circunstâncias históricas inteiramente distintas, as funções de organizador, com igual genialidade.        

Assim, foi tanto um magnífico organizador de círculos ilegais como de organizações de luta do Partido que se lançam em combate aberto e, ainda, foi, de igual modo, um organizador do Poder Soviético.

 

Companheiros !

 

Vimos, aqui, a maneira segundo a qual desenvolveu-se a figura de J. M. Sverdlov, em consonância com o crescimento de nosso Partido, o qual se converteu de círculo ilegal em organização dirigente de um país dotado de várias milhões de pessoas.

Esse fato de Sverdlov ter avançado de organizador de um pequeno círculo ilegal para a condição de organizador de toda a Rússia, revestindo-se de impulso e dimensão colossais, é clarificado mediante a contemplação do próprio crescimento do nosso Partido e pelo ímpeto da Revolução Proletária.

Se tais pessoas do feitio de Sverdlov tivessem de permanecer no quadro da estrutura capitalista, a vida haveria de as partir em pedaços, sendo que jamais poderiam desenvolver suas forças e talentos na medida em que isso se demonstrou possível, através do crescimento e expansão da revolução.

Tal fenômeno contemplamos junto a Sverdlov.

 

Sverdlov converteu-se em uma figura poderosa, ao ocupar-se, no último período de sua atividade, com a organização do Poder Soviético.

Porém, também na qualidade de organizador de nosso avultado Partido, integrado por praticamente milhões de pessoas, Sverdlov foi aprovado no exame com a mesma distinção que conseguiu obter anteriormente, quando era organizador de círculos ilegais.

 

O que conferia forças a Sverdlov e que particularidades individuais ajudaram-no a ser aprovado nesse exame, em todos os períodos de desenvolvimento da Revolução Proletária ?

Tal indagação é elucidada através da análise relativa à original combinação de traços do caráter de Sverdlov.

O organizador da vida econômica pacífica haveria de possuir conhecimento das pessoas desse meio, capacidade e tendência naturais, bem como perseverança e tenacidade, relativamente à execução de decisões vitais.

Nada obstante, no período de guerra de desenvolvimento da revolução, não é absolutamente suficiente possuir apenas uma dessas qualidades.

O bom organizador da produção encontra-se ainda mais distante de ser um hábil general.

Há de ser, além disso, corajoso, mais do que de costume, incansável e tranqüilo.   

Sverdlov também possuia todas essas qualidades.

 

Companheiros o observaram, nos períodos mais candentes de nossa revolução.

Contarão a vocês suas recordações acerca disso.

O companheiro Riazanov lhes contará, seguramente, sobre os Dias de Julho de 1917.

Outros companheiros, sobre outros momentos.

Vocês verão que, nos minutos mais críticos, quando a vida de cada um se encontrava pendurada por um fio, Sverdlov manteve o mais intenso sangue frio e a mais inteira calma, demontrando sua mais grandiosa coragem.

 

Eis que, graças a isso, Sverdlov conseguiu afirmar-se como um grande organizador, seja nos momentos em que se tratou de efetuar um trabalho pacífico, puramente criativo, seja quando se tornou necessário posicionar-se firmemente, em meio aos estrondos e aos tumultos da guerra civil.

 

Companheiros !

 

Para nós, a perda de J. M. Sverdlov é ainda particularmente grave em virtude do fato especial de que, entre nós, apenas poucas pessoas possuem qualidades organizativas na dimensão em que Sverdlov as possuia e poderiam, tal como ele, adaptar-se a todas as mudanças das circunstâncias cambiantes.

Entre nós, existem extraordinariamente poucos organizadores, em particular, poucos grandes organizadores.

A fonte a partir da qual hemos de, permanentemente, receber ajuda de grande dimensão, encontra-se nas gigantescas reservas das forças trabalhadoras, nas quantidades colossais de forças úteis : é apenas necessário conhecê-las, encontrá-las e unificá-las.

Entretanto, nossas condições específicas tem conduzido a que não consigamos unificá-las, deixando, assim, de utilizar aquilo que possuimos.          

 

Devido ao fato de que trabalhou em nossa organização - nessa organização que possui centenas de milhares de membros – e devido à circunstância de ter-lhe sido necessário confrontar-se com grande quantidade de companheiros e membros do nosso Partido que chegavam a Moscou em razão de diferentes questões partidárias e soviéticas, J. M. Sverdlov conheceu, efetivamente, cada um dos companheiros – isso pode ser confirmado por todos - , tal como se existisse diante de si um mapa de distribuição de todas as forças que possuimos na República Soviética.

Conhecia literalmente cada um dos companheiros do Partido, mais ou menos notáveis.

Conhecia as particularidades singulares de cada uma de nossas mais significativas organizações.

Sabia que, nessa ou naquela outra cidadezinha, encontrava-se esse ou aquele companheiro e que esse último possuía tais ou quais qualidades.

Sabia o que ali estava ocorrendo e o que ocorreria, se Pedro viesse para cá e Paulo fosse para lá.

Possuia conhecimentos colossais.

Sentia e pressentia tudo isso.

Por isso, sua autoridade organizativa era tão grande e, por essa razão, possuía aquela tão colossal capacidade de melhorar os aparatos organizativos de nosso Partido e do Poder Soviético.  

Com um tal conhecimento é possível, por um lado, colocar cada um no lugar em que possa dinamizar suas forças da melhor maneira possível e, por outro, reduzir ao mínimo os atritos que emergem em segmentos parciais do nosso aparato organizativo durante o seu crescimento, no curso do qual levantam-se novas tarefas.

 

Todos nós sabemos quantos atritos desnecessários surgem entre as instâncias singulares das diversas instituições.

Aquele organizador genial, que foi J. M. Sverdlov, conseguiu sempre, como ninguém, regular esses atritos.

Por essa razão, cada assembléia, cada conferência e cada congresso que Sverdlov dirigia, transcorria, relativamente, de modo tão aplainado que de seus trabalhos decorria uma mínima quantidade de atritos.

 

As tarefas colocadas diante da classe trabalhadora revelam-se, em traços essenciais, como tarefas de caráter organizativo, i.e., diante de todos nós, situa-se a questão relativa à correta distribuição das nossas forças.

Presentemente, quando transitamos rumo à construção pacífica de nossa vida, quando devemos pensar na correta e adequada distribuição de centenas de milhares de forças laboriosas, i.e. resolver tarefas de caráter organizativo, sentimos, com uma dor particular, o peso da perda de Sverdlov.

 

Companheiros !

 

J. M. Sverdlov já não mais se encontra entre nós.

Porém, a partir da sua vida - tão frutífera para o nosso Partido e para o Poder Soviético – cumpre extrair uma lição.

Esta encerra-se no fato de que cada um de nós, em primeira instância, deve aspirar a transformar-se em um bom organizador, seja qual for o domínio em que trabalhe.

No quadro do próximo período, essa tarefa recairá sobre os ombros da classe trabalhadora.

Disso depende todo o nosso destino, admita-o ou não a classe trabalhadora.

E, assim, são as coisas não apenas entre nós, senão ainda no mundo inteiro.

No presente período, o trabalhador consciente é, em primeira linha, aquele que possui, mesmo que em pequeno dimensão, as qualidades, as capacidades, as habilidades que possuiu, em tão grande medida, o falecido companheiro Sverdlov.

Seja eterna a recordação de J. M. Sverdlov, a qual deve servir de paradigma para todos nós !

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 



[1] Cf. BUKHARIN, NIKOLAI IVANOVITCH. Organizator (Organizador), in : Yakov Mikhailovitch Sverdlov. Sbornik Vospominanii i Statei (Jakob Mikhailovitch Sverdlov. Coletânea de Recordações e Ensaios), ed. ISTPART : Otdel TS.K.R.K.P.(b.) po Izutcheniiu Istorii Oktiabrskoi Revoliutsii i R.K.P.(b.), Leningrad : Gosudarstvennoe Izdatelstvo Leningrad, 1926, pp. 61 e s. O presente texto de Bukharin é produto de uma transcrição literal de seu discurso, pronunciado, em 16 de março de 1920, na Universidade Comunista J. M. Sverdlov de Moscou, precisamente à época da comemoração do primeiro ano da morte de Jakob Mikhailovitch Sverdlov.