90 ANOS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA
PROLETÁRIA RUSSA DE OUTUBRO DE 1917
JAKOB MIKHAILOVITCH SVERDLOV
(tb. YAKOV MICHAILOVITCH SVERDLOV)
TEXTOS DE VLADIMIR I.
LENIN SOBRE SVERDLOV
DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
DE 1917 À MORTE DE J. M. SVERDLOV
Carta aos Trabalhadores de
Jelez
Sobre uma Conversação com
os Representantes do Governo Central : Avanesov, Sverdlov e Bontch-Brouevitch
6 DE AGOSTO DE 1918
VLADIMIR I. LENIN[1]
Concepção e
Organização, Compilação e Tradução Asturig Emil von
München
Janeiro de 2006 emilvonmuenchen@web.de
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Geral http://www.scientific-socialism.de/SverdParteIV.htm
Entregaram-me um excerto de um jornal surgido em Jelez,
contendo um relatório acerca da Assembléia Extraordinária da Organização
do Partido de Jelez dos socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda,
realizada em 27 de julho passado[2].
Nesse relatório, leio que Motschenov teria
produzido um relato sobre a Conferência de Saratov dos
Socialistas-Revolucionários (SRs), na qual 8 organizações declararam-se
a favor da tática de seu Comitê Central - tática essa defendida
pelo Sr. Kolegaiev – e 13 organizações, a favor de uma
reorganização do Partido e de uma mudança de tática.
Na Assembléia de Jelez, o companheiro Rudakov, entre
outros, insistiu “na reorganização de nosso Partido” (o do
socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda, na modificação de seu nome, em
sua depuração e no impedimento, a todo custo, de sua decomposição e perecimento.
Então, um tal Kriukov conta que teria tido,
em Moscou, uma conversação com os representantes do Governo
Central, em cujo âmbito os companheiros Avanesov, Sverdlov e
Bontch-Brouevitch ter-lhe-íam afirmado que a existência do Partido
dos Socialistas-Revolucionários (SRs) de Esquerda seria desejável ao Poder
Soviético.
Em uma conversação com Kriukov, teria eu
dito o mesmo e assinalado que os comunistas ter-se-iam distanciado tanto de sua
antiga teoria quanto de seus livros que, presentemente, não possuiriam programa
algum, por sua plataforma conter empréstimos indiretos, extraordinariamente
numerosos, vindos da teoria dos “populistas” etc. etc.
Considero ser meu dever esclarecer que tudo isso se trata
de uma falsificação e, ao mesmo tempo, que não conversei, absolutamente, com Kriukov.
Dirijo-me aos companheiros trabalhadores e camponeses da
circunscrição de Jelez com um urgente pedido de manterem o maior
dos cuidados em relação aos socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda que, muito
freqüentemente, dizem mentiras.
Na presente ocasião, eis algumas palavras acerca do que
penso sobre essas pessoas.
Esses sujeitos, tal como Kolegaiev e Cia., são,
ostensivamente, meras figuras de xadrez, nas mãos dos Guardas Brancos,
dos Monarquistas, dos Savinkov que, em Yaroslavl,
demonstraram quem são os “exploradores” da Insurreição
dos Socialistas-Revolucionários (SRs) de Esquerda.
A falta de cérebro e de caráter permitiu aos Srs.
Kolegaiev afundarem tão profundamente e, agora, lá se encontram onde
devem estar.
A história vai os denominar “lacaios de Savinkov”.
Porém, os fatos demonstram que, entre os
socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda, existem pessoas - e, em Saratov,
são elas a maioria - que se envergonham dessa falta de cérebro e de caráter,
desse papel de cúmplice do monarquismo e de representantes dos interesses dos
latifundiários.
Se essas pessoas pretendem até mesmo modificar o nome de
seu Partido - ouvi dizer que querem se auto-denominar “Comunistas do
Município” ou “Comunistas Populistas” ou coisa do gênero
-, cumpre-nos louvar inteiramente essa medida.
Eis aí os fundamentos puramente ideológicos dessa
orientação populista, com a qual os comunistas, os bolcheviques, jamais aceitaram
selar uma aliança: em primeiro lugar, a sua
discordância do marxismo e, em segundo lugar, a sua total concordância da
teoria da “utilização equilibrada da terra” - e
da lei relativa a ela :
Somos favoráveis a uma tal aliança, a um compromisso com
o campesinato
médio, pois dele nós, os comunsitas, não nos podemos desunir, sendo certo
que estamos dispostos a fazer-lhe uma série de concessões.
Provamos isso e não o provamos apenas com palavras, senão
também com atos, pois que executamos, de modo rigorosamente honesto, a Lei
sobre a Socialização do Solo e da Terra que seguiremos executando,
apesar de não estarmos de acordo com todos os seus elementos.
De modo geral, somos a favor de uma luta impiedosa contra
os kulaks, porém favoráveis a um compromisso com o campesinato
médio e à unificação com a pobreza dos vilarejos.
Não se deve conceber isso de modo a significar um
compromisso incondiconal com o campesinato médio, i.e. um compromisso com os
socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda.
Não se trata de nada do gênero.
Conduzimos à adoção a Lei sobre a Socialização do
Solo e da Terra em um momento em que não existia qualquer tipo de
acordo celebrado entre nós e os socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda.
Essa lei significa, porém, precisamente, nosso
compromisso selado com o campesinato médio, com as massas
camponesas, não porém com a inteligência dos
socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda.
Companheiros Trabalhadores e Camponeses !
Não
entrem em acordo com os socialistas-revolucionários (SRs) de esquerda, pois já
pudemos ver e sentir sua deslealdade.
Difundam
o comunismo entre os camponeses pobres.
A maioria
ficará do nosso lado.
Esforçem-se
por fazer concessões aos camponeses
médios.
Comportem-se
em relação a eles tão atenciosa e justamente quanto possível for.
Podemos e
devemos fazer-lhes concessões.
Sejam,
porém, desapiedados contra o pequeno punhado dos exploradores, inclusive contra
os kulaks, os que lucram
com os cereais e se enriquecem com a necessidade do povo e a fome das massas
trabalhadoras.
Sejam
desapiedados contra o punhado de kulaks
que sugam o sangue dos produtores.
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO
MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1]Cf. LENIN, VLADIMIR ILITCH. Brief
an die Arbeiter von Jelez (Carta aos Trabalhadores de Jelez) (6 de Agosto de
1918), in : W. I. Lenin, Werke, Vol. 28, Julho de 1918 - Março de 1919, Berlim
: Dietz Verlag, 1959, pp. 35 e s. O artigo ora traduzido de Lenin foi publicado, também, em 11 de agosto de 1918, no Nr. 73 do jornal “Sovietskaia
Gazieta (A Gazetal Soviética).
[2] Lenin refere-se
aqui ao jornal “Sovietskaia Gazieta (A Gazetal Soviética), órgão
do Comitê Executivo da Circunscrição
de Jelez, situada na Província de Oriol. O jornal
em tela foi editado de 16 de maio de 1918 a 2 de março de 1919.