90 ANOS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA PROLETÁRIA RUSSA DE OUTUBRO DE 1917

JAKOB MIKHAILOVITCH SVERDLOV

(tb. YAKOV MICHAILOVITCH SVERDLOV)

 

TEXTOS DE VLADIMIR I. LENIN SOBRE SVERDLOV

DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO DE 1917 À MORTE DE J. M. SVERDLOV

 

Discurso em Homenagem ao Primeiro Aniversário da Revolução Proletária:

Sobre J. M. Sverdlov e o Poder Soviético

 

6 DE NOVEMBRO DE 1918

 

VLADIMIR I. LENIN[1]

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução Asturig Emil von München

Janeiro de 2006 emilvonmuenchen@web.de

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Companheiros !

Encontramo-nos no Primeiro Aniversário de nossa Revolução em um momento em que se desenvolvem grandes acontecimentos para o movimento internacional dos trabalhadores.

Mesmo para os mais céticos elementos da classe trabalhadora e dos produtores - aqueles mais assaltados por dúvidas -, torna-se claramente visível que a Guerra Mundial não será encerrada mediante acordos ou atos de violência, impulsionados pelo velho governo e pela velha classe burguesa dominante.

Torna-se-lhes, portanto, evidente que, não apenas a Rússia, senão ainda o mundo inteiro, são conduzidos à Revolução Mundial Proletária, à vitória dos trabalhadores sobre o capital que afogou o mundo em correntes de sangue, demonstrando que, depois de todos os atos de violência e bestialidades do Imperialismo Alemão, persegue-se, do lado do Imperialismo Franco-Britânico, a mesmíssima política defendida pela Áustria e pela Alemanha. 

Nesse dia em que nos encontramos com o aniverário da Revolução Proletária, convém lançar um olhar no caminho que percorremos.

Tivemos de iniciar nossa Revolução em condições extraordinariamente difíceis, em condições que jamais serão defrontadas por nenhuma das futuras revoluções dos trabalhadores.

E, por isso, torna-se particularmente importante tentarmos iluminar e entrever o caminho por nós percorrido em seu conjunto, bem como aquilo que foi atingido durante esse tempo e em que medida nos preparamos, ao longo desse ano, para nossa própria tarefa, para nossa tarefa principal, a mais importante e decisiva.

Devemos ser uma seção, uma parte do Exército Socialista e Proletário Mundial.

Sempre tivemos em conta, por termos de iniciar a revolução, emergida a partir de uma luta mundialmente abarcadora, que essa tarefa não nos foi reservada, de nenhuma forma, em razão de algum mérito particular do proletariado russo ou porque o proletariado russo estivesse situado à frente dos demais.

Pelo contrário : tão somente as debilidades particulares, o atraso do capitalismo e a situação estratégico-militar particularmente premente levaram a que fossemos forçados a assumir, mediante o curso dos acontecimentos, uma posição avançada em relação às demais seções, sem esperar que estas tivessem marchado, após haverem-se levantado.

Hoje, damo-nos conta disso a fim de atestar em que medida estamos preparados para afrontar as batalhas que surgem diante de nós agora e  na próxima revolução que se aproxima.

E então, companheiros, se colocarmo-nos a questão de saber o que em grande medida fizemos, nesse ano transcorrido, temos de dizer que o seguinte foi realizado:

 

Partindo do controle operário, partindo dos primeiros passos da classe trabalhadora, partido do gerenciamento de todos os meios do país, passamos à criação da administração operária na indústria.

 

Partindo da luta do inteiro campesinato pela terra e pelo solo, partindo da luta dos camponeses contra os latifundiários, partindo da luta que possuía um caráter nacional-geral, democrático-burguês, chegamos a que, nos vilarejos, viessem a se destacar os elementos proletários e semi-proletários.

 

Esses elementos que trabalham de modo particularmente duro e são explorados, passaram a construir uma nova vida.

 

O setor mais oprimido do vilarejo assumiu a luta conseqüente contra a burguesia, incluindo contra a própria burguesia kulakiana do vilarejo.

 

Além disso, partindo dos primeiros passos da organização dos Sovietes (Conselhos), avançamos até o ponto de que, na Rússia  – tal como observou, de modo inteiramente correto, o companheiro Jakob Michailovitch Sverdlov na abertura de nosso congresso -, não existe mais nenhum recanto, ainda que tão longínguo seja, em que a organização dos Sovietes (Conselhos) não se tenha consolidado, onde não constituam um parte integrante indispensável do sistema soviético, formado sobre a base de longas experiências de luta de todos os trabalhadores e oprimidos.    

 

Partindo de nossa total incapacidade de defesa, partindo da guerra que se pronlogou durante os últimos 4 (quatro) anos – guerra essa que, nas massas, deixou não apenas o ódio contra as pessoas opressoras, senão ainda, igualmente, a aversão, o terrível esgotamento e cansaço, guerra essa que condenou a revolução a percorrer um período extremamente difícil, ao ver-nos expostos, de modo indefeso, aos golpes do Imperialismo Alemão  e Austríaco – partindo dessa incapacidade de defender-nos, avançamos no sentido de que possuimos, hoje, um poderoso Exército Vermelho.        

 

Finalmente – e isso é o mais importante – transitamos de um isolamento internacional, com o qual sofremos, seja em outubro de 1917, seja no início desse ano de 1918, rumo a uma situação em que, por fim, levantaram-se nossos únicos, porém confiáveis, companheiros aliados – os trabalhadores e oprimidos de todos os países.

 

Chegamos a um contexto em que estão em liberdade dirigentes do proletariado europeu-ocidental, tal como Karl Liebknecht e Friedrich Adler, os quais tiveram de pagar com muitos meses de penitenciária suas tentativas corajosas e heróicas de levantar a voz contra a guerra imperialista.

 

Sua libertação foi forçada pelas revoluções em Viena e em Berlim, que, dia a dia e de hora em hora, defronta-se com sua escalada.

Do isolamento, chegamos a uma situação em que nos situamos de mãos dadas, de ombros cerrados, com nossos aliados internacionais.

Esse é o fator essencial que foi alcançado, nesse ano de 1918. (...)

 

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS

 

 

 

 

 

 

 



[1] Cf. LENIN, VLADIMIR ILITCH. Rede zum Jahrestag der Revolution (Discurso em Homenagem ao Aniversário da Revolução) (6 de Novembro de 1918), in : W. I. Lenin, Werke, Vol. 28, Julho de 1918 - Março de 1919, Berlim : Dietz Verlag, 1959, pp. 129 e s.  O relatório elaborado sobre o presente discurso foi publicado, pela primeira vez, em 9 de novembro de 1918, no “Pravda (A Verdade)”, Nr. 242 e no “Izvestia (Notícias)”, Nr. 244. A publicação integral desse discurso de Lenin surgiu, a seguir, em 1919, no livro intitulado “O VI Congresso Extraordinário Soviético de Toda a Rússia. Relatório Estenográfico”, publicado em Moscou. O presente discurso foi proferido por Lenin em homenagem ao Primeiro Aniversário da Revolução Proletária, perante o VI. Congresso Extraordinário dos Sovietes de Deputados dos Trabalhadores, Camponeses, Cossacos e Soldados Vermelhos, em 6 de Novembro de 1918.