90 ANOS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA
PROLETÁRIA RUSSA DE OUTUBRO DE 1917
MORAL E CONSCIÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E
DIREÇÃO DAS LUTAS REVOLUCIONÁRIAS
DE EMANCIPAÇÃO
PROLETÁRIO-SOCIALISTA
TEXTOS DE CÉLEBRES
DIRIGENTES BOLCHEVIQUES SOBRE J. M. SVERDLOV
SOBRE J. M. SVERDLOV :
Uma Apreciação
Oportunista Elaborada pelo Máximo Dirigente
da Contra-Revolução
Burocrática e Nacionalista que Estrangulou
o Partido de Lenin e
Conquistas do Outubro Vermelho de 1917
IOSSIF
V. D. STALIN[1]
Concepção e Organização, Compilação e Tradução Asturig Emil von München,
Novembro de 2003 emilvonmuenchen@web.de
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„Ao Conselho de Guerra
(VoenSovet) de Tsaritsyn, a Stalin, Minin e Voroshilov,
Hoje, ocorreu a reunião
do Bureau do Comitê Central (TsK)
e, a seguir, de todo o
Comitê Central (TsK).
Entre outros temas, foi discutida a questão relativa à obediência
de todos os companheiros
do Partido às decisões, emanadas dos órgãos centrais.
Não é necessário
demonstrar a necessidade da mais incondicional subordinação.
A posição do Conselho de
Guerra Revolucionário da República (RevVoenSoviet)
foi acolhida pelo Comitê
Executivo Central de Toda a Rússia (VTsIK).
Amanhã, elaborarei uma
ordem e a transmitirei por telégrafo.
Todas as decisões do
Conselho de Guerra Revolucionário da República (RevVoenSoviet)
são obrigatórias para os
Conselhos de Guerra dos Frontes (VoenSoviet Frontov).
Sem obediência não
existem Forças Armadas Unificadas.
Não deixando de
suspender a execução da decisão, pode-se dela recorrer a órgãos superiores
– ao Conselho dos
Comissários do Povo (SovNarkom) ou ao Comitê Executivo Central de Toda a Rússia
(VTsIK)
e, em casos extremos, ao
Comitê Central (TsK).
Propomos, assim,
insistentemente, que vocês apliquem as decisões
do Conselho de Guerra
Revolucionário da República (RevVoenSoviet).
No caso de considerá-las
prejudiciais, incorretas, propomos que venham até aqui,
para que debatamos em
conjunto, dando, porém, acolhimento à correspondente decisão.
Nenhum tipo de conflito
deverá existir. Transmitirei a incumbência ao Comitê Central (TsK). ...
Na Alemanha,
desencadeou-se uma crise política, o Governo encontra-se desordenado
e não conta com o apoio
das massas.
A questão há de findar
com a passagem do poder para as mãos do proletariado. …
É necessário começarmos
a preparar-lhes pão. ...
Comunicarei a resolução
da reunião de amanhã, por meio de telégrafo.
Respondam,
imediatamente, com uma decisão acerca da questão da subordinação.”
JAKOB
MIKHAILOVITCH SVERDLOV[2]
Há pessoas, dirigentes do proletariado, em relação às quais
não se promove barulho na imprensa, talvez porque elas mesmas não gostem de
fazer barulho em relação a si mesmas.
Porém, apesar disso
são seivas vitais e dirigentes legítimos do movimento revolucionário.
A esse número de
dirigentes, pertenceu Jakob
Mikhailovitch Sverdlov.
Organizador até à medúla
óssea, organizador por natureza, por experiência prática, por educação
revolucionária, por predisposição, organizador de toda a sua própria atividade
incansável : eis a figura de J. M. Sverdlov.
O que poderia
significar ser um dirigente-organizador nas nossas condições, em que o
proletariado encontra-se no poder ?
Certamente, não
siginifica escolher auxiliares, estabelecer um escritório e dar-lhes
ordens.
Em nossas condições,
ser um dirigente-organizador significa, em primeiro lugar, conhecer os
companheiros, saber reconhecer suas qualidades e desvantagens, saber deles
aproximar-se.
Em segundo lugar,
saber distribuí-los, a fim de que :
1)
cada companheiro
sinta-se em seu devido lugar ;
2)
cada companheiro
possa dar à revolução o máximo daquilo que, em geral, é capaz de dar, segundo
suas qualidades pessoais ;
3)
a repartição
realizada de tal maneira promova, enquanto seu resultado, não uma perturbação,
mas sim uma harmonia, uma unidade, um incremento geral do trabalho, considerado
em seu conjunto ;
4)
a direção geral do
trabalho, organizado dessa forma, sirva à expressão e à concretização da idéia
política em cujo nome se executa a distribuição dos companheiros por postos.
J. M. Sverdlov
foi precisamente um tal tipo de dirigente-organizador do
nosso Partido e do nosso Estado.
O intervalo de tempo,
compreendido entre os anos de 1917 e 1918, representou um período de
transformação para o Partido e para o Estado.
Nesse período, o
Partido tornou-se, pela primeira vez, uma força governante.
Pela primeira vez na
história da humanidade, surgiu um novo poder : o Poder Soviético, um Poder dos Trabalhadores e Camponeses.
A mais complexa
tarefa organizativa que se colocava, então, diante do Partido era a seguinte : conduzir
o Partido - que até então era ilegal – aos novos trilhos, criar os fundamentos
organizativos do novo Estado
Proletário, encontrar as formas organizativas da
interconexão entre Partido e Sovietes, assegurando à direção do Partido e aos Sovietes seu desenvolvimento normal.
No interior do nosso
Partido, não se encontram pessoas que se resolveriam a negar o fato de que J. M. Sverdlov
foi um dos primeiros – senão o primeiro – a saber dar cumprimento, sem
embaraços, a essa tarefa organizativa, em favor da construção da nova Rússia.
Os ideólogos e os
agentes da burguesia adoram repetir a frase batida de que os bolcheviques não
saberiam construir nada, que seriam apenas capazes de destruir.
J. M. Sverdlov
e todo o seu trabalho representam uma viva contestação a
essas fábulas.
J. M. Sverdlov
e seu trabalho, exercido em nosso Partido, não
constituem nenhum acaso.
O Partido que gerou
um tão grandioso mestre de construção, como J. M. Sverdlov, pode afirmar, sem margem de erro, que sabe, precisamente,
tanto construir o novo como destruir o velho.
Estou longe de
pretender possuir um perfeito conhecimento sobre todos os organizadores e
construtores de nosso Partido.
Porém, devo afirmar
que, dentre todos aqueles extraordinários organizadores por mim conhecidos, distinguo,
depois de Lenin,
apenas dois, de quem nosso Partido pode e deve orgulhar-se.
São eles : I. F. Dubrovinsky, falecido
durante o exílio, em Turukhansk, e J. M. Sverdlov, que feneceu em seu trabalho em prol da construção do Partido e do Estado.[3]
EDITORA
DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. STALIN, IOSSIF VISSARIANOVITCH DJUGASCHVILI. O Y. M. Sverdlove (Sobre J. M. Sverdlov)
(Novembro de 1924), in : Yakov Mikhailovitch Sverdlov. Sbornik
Vospominanii i Statei (Jakob Mikhailovitch Sverdlov. Coletânea de Recordações e
Ensaios), ed. ISTPART : Otdel TS.K.R.K.P.(b.) po Izutcheniiu Istorii
Oktiabrskoi Revoliutsii i R.K.P.(b.), Leningrad : Gosudarstvennoe Izdatelstvo
Leningrad, 1926, pp. 57 e s. Vide IDEM. O
Sverdlove (Sobre Sverdlov)(Novembro
de 1924), in : I.V.D. Stalin, Polnoe Sobranie Sotchinenia (Obras Completas),
Moscou : GIPL, Vol. 6. O presente texto de Stalin foi escrito em
1924, especialmente para compor o compêndio de recordações e ensaios sobre Sverdlov,
que haveria de ser publicado, então, pelo ISTPART. Porém, em
vista do pronunciado atraso da publicação do compêndio referido - que veio
apenas a surgir em 1926, o texto em tela de Stalin foi publicado,
antecipadamente, pela primeira vez, no Vol. 34, Nr. 11, (34) da Revista
“Proletarskaia
Revoliutsia (Revolução
Proletária)”, em Novembro
de 1924, p. 107. Anoto, ainda, que a designação ISTPART corresponde à
abreviação relativa à Comissão de Coletânea e Estudo dos Materiais
acerca da História da Revolução de Outubro e do Partido que, adjunta ao
Comitê
Central do Partido Comunista Russo, dirigido por Lenin, prestou, no
quadro da I República Socialista Federativa Soviética Russa, importantes
contribuições à valorização e à preservação da história da Grande
Revolução Proletária de Outubro. O colegiado dirigente dessa
mencionada comissão foi integrado, nos anos imediatamente posteriores à Revolução
de Outubro, pelo célebre bolchevique da velha guarda dos Urais N. N.
Baturin – nome de guerra de Nikolai Nikolaievitsch Samiatin -,
quando esse último lecionou na Universidade Comunista J. M. Sverdlov, de
Moscou. Após a morte de Lenin, o ISTPART passou
a, crescentemente, responder aos interesses das troikas, comandadas
por Stalin, para então, a partir de 1927, degenerar-se, completa
e irreversivelmente, em ferramenta de luta contra os fatos e valores
autenticamente proletários-revolucionários e internacionalistas de Outubro.
[2] Cf. SVERDLOV, JAKOB MIKHAILOVITCH. Telegramma Iossif V. Stalinu, Sergei
K. Mininu, Kliment E. Voroshilovu (Telegrama à Iossip V. Stalin, a Sergei K.
Minin, a Kliment E. Voroshilov) (2 de Outubro de 1918), in: Yakov M. Sverdlov.
Izbrannye Proizvedenia v Trekh Tomakh (J. M. Sverdlov. Obras Escolhidas em Três
Volumes), Vol. 3, Moscou : Gosudarstvennoe Izdatel’stvo – Polititcheskoi
Literatury, 1960, p. 28.
[3] Anoto,
por oportuno, que o presente artigo de Stalin
deu início, outrora, na União Soviética,
à ideologia fetichista que se dedicou a apresentar as atividades militantes de Sverdlov, realizadas ao longo de toda a sua
exuberante vida revolucionária, como se possuíssem o mesmíssimo caráter
essencialmente nacional-burocrático, incorporado pelo “Secretário Geral”
do Partido em exercício,
encabeçador, então, da contra-revolução burocrática que estrangulou o Partido Bolchevique e as conquistas do Outubro Vermelho. Repare-se que Stalin refere-se supersticiosa e
metafisicamente às qualidades organizativas de Sverdlov, na medida em que o amolda à sua própria visão
manifestamente vulgar-mecanicista, burocrático-nacionalista de apreciação de
fatos e pessoas. Omite o fato de que tais qualidades de Sverdlov associavam-se plenamente à sua indômita energia
revolucionário-insurrecional permanentista e internacionalista,
inspirada na orientação teórico-doutrinária e político-prática de Lenin e do Partido Bolchevique de que foi o fundador e dirigente mais excelso :
“Organizador até à medúla óssea, organizador por natureza, por experiência
prática, por educação revolucionária, por predisposição, organizador de toda a
sua própria atividade incansável : eis a figura de J. M. Sverdlov. (...) J. M. Sverdlov foi
precisamente um tal tipo de dirigente-organizador do nosso Partido e do nosso
Estado” ... Ademais disso, Stalin destaca, ainda de modo
tacanho, que, depois de Lenin, haveria apenas dois
organizadores de quem o Partido Bolchevique poder-se-ia
orgulhar, com o que menciona, em primeiro lugar, Dubrovinsky – falecido
durante o exílio -, e, então, Sverdlov. Desse modo,
dissimula, porém, o fato de que Dubrovinsky
celebrizou-se, entre os bolcheviques, no período de 1909 a 1912, por sua
insofreável luta fracional deflagrada contra Lenin, em defesa de um conciliacionismo virtuoso “não fracionalista” em relação aos mencheviques liquidacionistas de todos os
signos, posição essa também defendida veladamente por Stalin, durante vários anos de sua militância política.
Acerca do tema, vide EMIL
VON MÜNCHEN, ASTURIG. Lenin e o Regime de Funcionamento da Organização
Marxista-Revolucionária na Atual Época do Imperialismo Capitalista : Seus
Princípios, Seus Congressos, Suas Conferências, Seus Programas, Seus Estatutos,
Suas Direções Partidárias, Vistos à Luz de Suas Posturas em Face das Frações
Internas e Públicas, “Permanentes” ou “Virtualmente Permanentes”, Moscou – São
Paulo – Munique – Paris : Editora da Escola de Agitadores e Instrutores
“Universidade Comunista Revolucionária J. M. Sverdlov”, Julho de 2003, pp. 3 e
s. Destaco, por fim, que os editores da
Revista «Revolução Proletária» (Jornal do ISTPART) que
promoveram, outrora, a publicação do artigo de Stalin em tela, alertaram os
leitores, na ocasião, em nota de pé-de-página, sobre a falta de informações
adequadas, necessárias à elaboração de uma inteira biografia de Sverdlov, cuja inexistência propiciava uma grande lacuna na
história do Partido Comunista Russo (Bolchevique). Conclaram,
então, mais uma vez, os membros do Partido que haviam militado diretamente com Sverdlov a redigirem suas memórias, declarando que “o Partido produzirá uma imagem completa de um de seus melhores líderes
cuja vida inteira foi o Partido.” Vide
especificamente a noda de pé-de-página Nr. 1 ao artigo de STALIN, IOSSIF VISSARIANOVITCH DJUGASCHVILI. O J. M.
Sverdlove (Sobre J. M. Sverdlov) (Novembro de 1924), in : Proletarskaia Revoliutsia (Revista « Revolução
Proletária »), Vol. 34, Nr. 11, 1924, p. 107.