90 ANOS DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA
PROLETÁRIA RUSSA DE OUTUBRO DE 1917
MORAL E CONSCIÊNCIA, ORGANIZAÇÃO E
DIREÇÃO DAS LUTAS REVOLUCIONÁRIAS
DE EMANCIPAÇÃO
PROLETÁRIO-SOCIALISTA
TEXTOS DE CÉLEBRES
DIRIGENTES BOLCHEVIQUES SOBRE J. M. SVERDLOV
J. M. SVERDLOV :
Fundador, Mestre de
Construção e Pedreiro
do
Nosso Partido
HELENA
D. STASSOVA[1]
Concepção e Organização, Compilação e Tradução Asturig Emil von München
Setembro de 2002 emilvonmuenchen@web.de
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Há muito tempo, conheci Jakob Mikhailovitch Sverdlov e, logo a seguir, ligamo-nos um ao outro, através de um trabalho
comum.
Na Sibéria,
também estivemos próximos: ele, na região de Turukhansk, eu, na de Minusinsk.
Isso ocorreu,
precisamente, durante a Guerra Imperialista.
Encontrávamo-nos inteiramente
separados do centro, porém Jakob Mikhailovitch
conseguia, de uma maneira fantástica e para
nós inteiramente incompreensível, manter viva conexão com o mundo inteiro.
Concentrava todas
as suas forças em levantar a moral dos companheiros e aquecer o esplendor da
luz que nos iluminava o caminho e nos conduzia ao sendeiro de Zimmerwald.
Tudo isso
realizava não apenas nos distritos, situados mais próximos, não apenas por meio
de palestras, senão também à medida que se esforçava por assegurar as ligações
com todos os companheiros espalhados pela Sibéria, imensamente abrangente.
A comunicação,
i.e. a transmissão de todas as notícias e de todas as novidades que conseguiam
chegar até nós, apesar da censura e dos obstáculos de todos os gêneros, era a
tarefa mais importante de Jakob Mikhailovitch.
Recordo ainda, até
nos dias de hoje, com que impaciência aguardávamos o correio que, uma vez por
mês, trazía-nos brilhos animadores de luz, injetando-nos forças para viver,
lutar e esperar o momento em que surgiria a ocasião de impulsionarmos nossa
causa para diante, não apenas no estreito círculo dos desterrados, mas também
em meio às amplas massas trabalhadoras.
Quando irrompeu a Revolução
de Fevereiro, Jakob Mikhailovitch aproveitou a primeira oportunidade, para
dirigir-se a Petersburgo.
Com efeito,
conseguiu estar presente na Conferência de Representantes dos Sovietes
(Conselhos) de Toda a Rússia e,
precisamente a partir da primeira sessão, tornou-se-lhe absolutamente claro que
havíamos ingressado em uma via inteiramente nova, sendo imprescindível
construir a organização.
Permanecer em Petersburgo não era o seu pensamento, haja vista que, ali,
existiam forças suficientes.
Por isso, Jakob Mikhailovitch dirigiu-se para os Urais, onde
se dedicou, inteiramente, ao trabalho partidário-organizativo, até às vésperas
da Conferência
de Abril de 1917.
Em verdade, Jakob Mikhailovitch
foi a alma da Conferência de Abril em foco.
Aspirou a todos conhecer,
tomou vivamente parte em tudo e, quando chegou o momento da eleição do nosso
primeiro Comitê Central Bolchevique em situação de legalidade, Jakob Mikhailovitch
recebeu uma esmagadora maioria de votos.
O trabalho
adquiria, agora, um outro caráter : ante nós, situava-se uma tarefa prática
inteiramente determinada, consistente na criação de Comitês de Fábrica e de
Indústria.
Quem foi que se
ocupou, em primeiro lugar, com essa tarefa ?
Quem reuniu os
companheiros por grupos, a fim de cumprir essa tarefa, a fim de impulsionar a Conferência
dos Comitês de Fábrica ?
Mais uma vez,
ninguém senão J. M. Sverdlov.
No primeiro dia do
Congresso
dos Sovietes (Conselhos): quem foi que
executou, nesse congresso, todo o trabalho organizativo mais importante ?
J. M. Sverdlov.
Surgiram os Dias
de Julho de 1917.
Fomos forçados, em
um grau considerável, a passar novamente para a clandestinidade.
E, aqui, o
trabalho organizativo mais relevante foi também executado por Jakob Mikhailovitch, assim como todo o trabalho mais importante que envolveu o nosso VI
Congresso do Partido, ocorrido entre 26 de julho e 3 de agosto de 1917.
Depois desse
congresso, levantou-se, diante do Partido, a questão das eleições para a Assembléia
Constituinte.
Nesse domínio, Jakob Mikhailovitch demonstrou uma tal amplitude de visão relativamente à apreciação da
situaçao geral que, permito-me afirmar, não a terem ainda alcançado muitos de
nossos companheiros, até o dia de hoje.
Para Sverdlov, tornara-se também inteiramente, claro que, caso
não tensionássemos todas as nossas forças, com vistas a incorporar as mais amplas massas do
proletariado feminino ao trabalho,
perderíamos a metade das pessoas.
Quem foi, pois,
que começou a falar, em primeiro lugar, do trabalho a ser desenvolvido entre as
mulheres ?
Em
Petersburgo, existia, então,
uma organização destinada a impulsionar o trabalho entre as mulheres.
Essa organização
editava o jornal “A Trabalhadora” e tinha como objetivo abranger toda a Rússia.
Na realidade, esse
trabalho era conduzido, efetivamente, apenas em Petersburgo e em Moscou.
Por todas as
outras partes restantes da Rússia, não
existia nada de semelhante.
Assim, o primeiro
inspirador da criação de um bureau, ocupado do impulsionamento do trabalho a
ser realizado entre as mulheres foi Jakob Mikhailovitch.
Os acontecimentos
da Revolução
de Outubro empurraram,
evidentemente, o trabalho em referência para um plano secundário.
Porém, a despeito
disso, já em novembro de 1917, teve início, com a participação de Sverdlov,
a I Conferência
das Mulheres de Toda a Rússia, na
qual foram postuladas as atividades fundamentais a serem desenvolvidas entre as
mulheres.
Tais atividades
continuam também sendo dinamizadas até hoje.
Jakob Mikhailovitch também tomou parte, da maneira mais viva, séria e
candente, na convocação do I Congresso de Mulheres de Toda a Rússia.
Foi Sverdlov quem dirigiu o congresso em foco.
Não obstante seus
diversos deveres partidários e soviéticos, encontrou possibilidade e tempo
para, juntamente com as companheiras Kollontai e Nikolaieva, elaborar instruções para os trabalhos a serem realizados entre as
mulheres e suas redações de imprensa.
Não foi apenas
essa esfera de trabalho que atraiu a atenção de Jakob Mikhailovitch.
Tomemos, p.ex., o trabalho
impulsionado entre a juventude.
Outrora, a questão do movimento da
juventude era ainda mais
importante do que hoje.
Naquele então,
resultava absolutamente necessário relacionar nosso movimento comunista da
juventude com o exterior.
Ainda aqui, quem
foi que conseguiu vivificar essa relação?
A quem se
reportava o companheiro membro organizador do Komsomol (i.e. da Juventude
Comunista) ?
Reportava-se a Jakob Mikhailovitch.
Tomemos em conta,
igualmente, a massa de prisioneiros de guerra que
então possuíamos.
Quais deles e de
que modo deveriam ser incorporados nas atividades, a fim de converterem-se em
quadros formados, capazes de assumir um trabalho revolucionário na Europa
?
Quem é que se
ocupava deles ?
Deles se ocupava Jakob Mikhailovitch.
Não existiu
nenhuma esfera de trabalho de nosso Partido em que o espírito de Jakob Mikhailovitch não penetrou.
Pedra por pedra, Sverdlov
consolidou o fundamento do nosso Partido.
Nosso Partido, tal
como afirmou o companheiro Bukharin,
é a rocha sobre a qual se construiu toda a
revolução.
O fundador, o
mestre de construção, o pedreiro do nosso Partido foi Jakob Mikhailovitch.
Conseguiu ser tudo
isso, principalmente porque concretizou, em si mesmo, o ideal de organizador :
por tudo se interessava, em tudo intervinha, apreciando até mesmo as pequenas
coisas, desde o ponto de vista dos interesses do todo vivo.
Nesse horizonte,
nada e nunca considerou apenas a partir do lado formal, exterior, extrínseco.
Pelo contrário : tudo contemplou também tendo em vista a essência das questões
...
EDITORA
DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS
[1] Cf. STASSOVA, HELENA DMITRIEVNA. Y. M. Sverdlov, in : Yakov Mikhailovitch Sverdlov. Sbornik
Vospominanii i Statei (Jakob Mikhailovitch Sverdlov. Coletânea de Recordações e
Ensaios), ed. ISTPART : Otdel TS.K.R.K.P.(b.) po Izutcheniiu Istorii
Oktiabrskoi Revoliutsii i R.K.P.(b.), Leningrad : Gosudarstvennoe Izdatelstvo
Leningrad, 1926, pp. 83 e s. O presente texto de Stassova representa
uma transcrição literal de seu discurso, pronunciado, em 16 de março de 1920,
na Universidade Comunista J. M. Sverlov, precisamente à época da
comemoração do primeiro ano da morte de Jakob Mikhailovitch.