FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DO MARXISMO REVOLUCIONÁRIO

PARA A LUTA DE CLASSES PROLETÁRIA,

TRAVADA EM PROL DA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MUNDIAL

SEM EXPLORAÇÃO DO HOMEM PELO HOMEM, SEM EXPLORAÇÃO DE NAÇÕES POR NAÇÕES

 

QUANDO O TROTSKYSMO ACONSELHA A GREVE DE FOME

 

LÉON TROTSKY[1]

 

Concepção e Organização, Compilação e Tradução  Emil Asturig von München

Publicação em Homenagem a Portau Schmidt von Köln

Outubro 2007 emilvonmuenchen@web.de

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A espada da Ditadura que feria, outrora, os partidários da restauração burguesa abate-se, agora, sobre os que se rebelam contra a burocracia.

Fere a vanguarda do proletariado e não os seus inimigos de classe.

Em conformidade com essa mudança básica de suas funções, a Polícia Política, formada antes pelos bolcheviques mais dedicados e dispostos ao sacríficio, está composta, agora, pela parte mais desmoralizada da burocracia.

Na perseguição aos revolucionários, os termidorianos descarregam todo o seu ódio contra aqueles que os fazem recordar o passado e temer o futuro.

Os mais firmes e leais bolcheviques, a nata do Partido, são enviados às prisões, aos rincões mais distantes da Sibéria e da Ásia Central, aos campos de concentração, cada vez mais numerosos.

Até mesmo nos centros de isolamento e na Sibéria, os oposicionistas continuam a ser martirizados com buscas domiciliares, bloqueio de corrrespondências e fome.   

No desterro, as mulheres são arrancadas violentamente de seus maridos, com o único objetivo de romper-lhes a espinha dorsal e coagí-los a fornecer declarações de arrependimento.

Porém, também os arrependidos não obtém salvação : em face da mínima suspeita ou de um sinal de denúncia, são duplamente punidos, de maneira pesada.

O auxílio prestado aos desterrados – mesmo por parte dos parentes – é castigado como crime.  A ajuda mútua é qualificada de conspiração.

 

Nessas condições, o único meio de auto-defesa que resta aos perseguidos é a greve de fome.

A isso, a GPU responde com a alimentação forçada ou concede aos seus prisioneiros a liberdade de morrer.  

Centenas de oposicionistas russos e estrangeiros foram fuzilados nos últimos anos, forçados a greves de fome mortais ou ao suicídio.  

Desde doze anos, o Governo tem anunciado ao mundo, por dezenas de vezes, a erradicação definitiva da oposição.

Porém, durante a “depuração”, ocorrida nos últimos meses de 1935 e na primeira metade de 1936, foram expulsos, novamente, centenas de milhares de membros do Partido, entres estes algunas dezenas de milhares de “trotskystas”.

Os ativistas foram presos imediatamente, lançados nas prisões e nos campos de concentração.

No que diz respeito aos outros, Stalin ordenou às autoridades locais, abertamente, por meio do “Pravda (A Verdade)”, que não lhes concedesse nenhum trabalho.

Em um país, em que o Estado é o único empregador, essa medida significa morrer lentamente de fome.

O velho princípio : “quem não trabalha, não come”, passa a ser substituído por outro “quem não obedece não come”.  

Até que se abram os arquivos da Polícia Política de Stalin, não saberemos quantos bolcheviques foram expulsos, encarcerados, desterrados, eliminados, desde 1923, ano do início da Era Bonapartista.

Quando se iniciar o colapso da burocracia, revelar-se-á quantos ativistas permaneceram na ilegalidade.

 

 

EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E INSTRUTORES

“UNIVERSIDADE COMUNISTA REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”

PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA

DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS OPRIMIDOS

MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE – PARIS



[1] Cf. TROTSKY, LÉON. Predanaia Revoliutsia (A Revoluçao Traída) (1936), especialmente Cap. 11. Aonde Vai a União Soviética, A Luta da Burocracia Contra “Os Inimigos de Classe”, Moscou, 1991, p. 146