MARXISMO REVOLUCIONÁRIO, TROTSKYSMO
E QUESTÕES ATUAIS DA REVOLUÇÃO
SOCIALISTA INTERNACIONALISTA
TEXTOS DOS MAIS EXPRESSIVOS
INTELECTUAIS CONTEMPORÂNEOS DAS UNIVERSIDADES BURGUESAS URBI ET ORBI
-MAX WEBER, ALBERT EINSTEIN, JEAN
PIAGET, JÜRGEN HABERMAS, ESCOLA DE FRANKFURT –
EM SUA LUTA ARDILOSA PELA RELATIVIZAÇÃO
DOS FUNDAMENTOS DO MATERIALISMO HISTÓRICO – DIALÉTICO
DE MARX E ENGELS, LENIN, SVERDLOV E
TROTSKY, EMPREENDIDA DESDE UMA PERSPECTIVA IDEALISTA -
SEJA POSITIVISTA, SEJA
EMPIRIOCRITICISTA, SEJA GENÉTICO-EPISTEMOLÓGICA, SEJA CÉTICO-CRÍTICA
SUBJETIVISTA –
SUPOSTAMENTE CONSTRUTIVISTA E
EMANCIPADORA
EDIÇÃO SIMULTÂNEA ELABORADA VERBATIM DE LÍNGUAS ALIENÍGENAS PARA A
NEOLATINIDADE PORTUGUESA
“AH, MUITO BEM, E QUEM É O MATERIALISTA
QUE VOCÊ ENCONTROU EM GENEVA ?” ...,
“QUEM EU, MATERIALISTA ?”
“CLARO, CLARO, ENTÃO MATERIALISMO, SE
MATERIALISMO É ISSO, CONCORDO”:
O Objeto que Acreditamos Atingir é Sempre
Objeto Representado
e Interpretado pela Inteligência do
Sujeito,
O Materialismo Ingênuo quer que o
Conhecimento seja Apenas uma Cópia da Realidade,
O Conhecimento é Totalmente o Contrário
de uma Cópia da Realidade,
É uma Reconstituição da Realidade através
de Conceitos do Sujeito
JEAN PIAGET[1]
Concepção e Organização Portau Schmidt von
Köln
Compilação e Tradução Asturig Emil von
München
Março de 2006 emilvonmuenchen@web.de
Voltar ao Índice Geral http://www.scientific-socialism.de/WeberEinsteinPiagetHabermasCapa.htm
“Para
Hegel, o processo do pensamento
- o
qual é transformado até mesmo sob o nome de idéia, em um sujeito autônomo –
é o
demiurgo da realidade (EvM.: o criador da realidade),
que apenas
constrói a sua manifestação exterior.
Para
mim, inversamente, o ideal nada é senão
o material,
transposto e traduzido na cabeça do ser
humano.“
KARL MARX[2]
“Foi necessário eliminar essa inversão ideológica.
Voltamos a conceber os conceitos de nossas cabeças de
modo materialista,
enquanto imagens (EvM.: cópias, retratações, reflexos)
das coisas reais,
ao invés de conceber as coisas reais enquanto imagens
desse ou daquele nível
do conceito absoluto. ... Porém,
desse modo, a própria dialética dos
conceitos
tornou-se apenas o reflexo consciente do movimento dialético
do mundo real e,
com isso, a dialética
hegeliana foi colocada de cabeça para cima, ou melhor ainda,
estando de cabeça para baixo,
foi colocada novamente de pé.”
FRIEDRICH ENGELS[3]
-------------------------------------------------------------------
Jean-Claude Bringuier : Je repense à ce travail sur la causalité, et à votre
hypothèse de départ. Vous dites que ce sont les opérations du sujet qui lui
servent à expliquer les phénomènes, lorsqu’elles sont atribuées aux objets eux
mêmes.
Jean Piaget : C’est ça. Dans leurs actions, leurs interactions, leurs
actions réciproques.
Jean-Claude Bringuier : Volto a pensar
nesse trabalho sobre a causalidade e em sua hipótese inicial. Você afirma que
são as operações do sujeito que servem a ele para explicar os fenômenos, quando
tais operações são atribuídas aos próprios objetos.
Jean Piaget : É isso. Em suas ações, em
suas interações, em suas ações recíprocas.
Jean-Claude Bringuier : Et j’ai envie de vous demander, mais c’est
peut-être trop trivial, trop simple, est-ce que c’est vrai ? Je veux dire,
est-ce que les objets possèdent réellement les propriétés qu’on leur attribue ?
Jean Piaget : L’objet est une limite au sens mathématique, on se rapproche
sans cesse de l’objectivité, on n’atteint jamais l’objet lui-même. L’objet qu’on croit atteindre, c’est toujours l’objet
représenté et interprété par l’intelligence du sujet.
Jean-Claude Bringuier: E tenho a
vontade de perguntar-lhe, mas talvez seja demasiadamente trivial,
demasiadamente simples, será que é verdade ? Quero dizer, os objetos possuem
realmente as propriedades que lhes são atribuídas ?
Jean Piaget : O objeto é um limite no
sentido matemático, aproximamo-nos, sem cessar, da objetividade, não atingimos
jamais o próprio objeto. O objeto que
acreditamos atingir é sempre o objeto representado e interpretado pela
inteligência do sujeito.
Jean-Claude Bringuier : C’est de l’idéalisme, ça ?
Jean Piaget : Non, parce que l’objet existe. L’objet existe mais vous n’en
découvrez les propriétés que par approximations sucessives. C’est le contraire
de l’idéalisme. Vous vous en rapprochez sans cesse, mais vous ne l’atteignez
jamais parce que pour l’atteindre il faudrait sans doute une infinité de
propriétés dont une très grand nombre vous échappe. C’est tellement peu de
l’idéalisme que je vais vous raconter une petite histoire. Nous avions invité
une fois une spécialiste de mathématiques, de l’épistémologie des
mathématiques, de Berlin-Est. Et puis, elle m’a dit que pour venir à Genève et
obtenir son visa, elle avait besoin de faire la preuve qu’elle était invitée
par un matérialiste. Alors, je lui a dit : « Ah, très bien, et qui est le
matérialiste que vous avez trouvé à Genève ?» Elle m’a dit : « Mais vous !»
Alors, j’ai manifesté quelque surprise.
Jean-Claude Bringuier : Isso é
idealismo, não ?
Jean Piaget : Não, porque o objeto existe.
O objeto existe, mas você não descobre as propriedades dele senão por
aproximações sucessivas. Isso é o contrário do idealismo. Você se aproxima dele
sem cessar, mas não o atinge jamais, porque, para o atingir, seria necessário,
sem dúvida, uma infinidade de propriedades, dentre as quais um grande número
escapa a você. É tão pouco idealismo que vou contar-lhe uma pequena história.
Uma vez, convidamos uma especialista em matemática, de epistemologia da
matemática, de Berlim Oriental. E, a seguir, ela me disse que, para vir à
Geneva e obter um visto, tinha necessidade de provar que fora convidada por um
materialista. Então, eu lhe disse : «Ah, muito bem, e quem é o materialista que
você encontrou em Geneva ? » Ela me disse : «Mas como, você ! » Então, manifestei
uma certa surpresa.
Jean-Claude Bringuier : Vous voyez bien, vous avez manifesté quelque
surprise.
Jean Piaget : Attendez. J’ai dit : « Moi, matérialiste ? » « Mais, bien
sûr, vous croyez, comme moi, que l’objet existe et vous croyez, comme moi,
qu’on ne l’atteint jamais parce qu’il n’est qu’une limite mathématique» Et je
lui ai dit : « Oui, oui, alors le matérialisme, si c’est ça, d’accord. »
Jean-Claude Bringuier : Está vendo,
você manifestou uma certa surpresa.
Jean Piaget : Espere. Disse, então : «
Quem, eu materialista ? » « Mas, seguramente, você acredita, tal como eu, que o
objeto existe e crê, tal como eu, que jamais o atingimos, porque não é senão um
limite matemático. » E lhe disse : «
Claro, claro, então o materialismo, se materialismo é isso, concordo. »
Jean-Claude Bringuier : Mais vous étiez surpris quand même ?
Jean Piaget : De quoi ?
Jean-Claude Bringuier : Mas, de todo
modo, você ficou surpreso ?
Jean Piaget : Com o quê ?
Jean-Claude Bringuier : Qu’elle vous taxe de matérialiste.
Jean Piaget : Quand on parle de matérialisme sans préciser, ça a l’air
d’être du matérialisme naïf et qui veut
que la connaissance ne soit qu’une copie de la
réalité. Mais, pour elle comme pour moi, c’est tout le contraire d’une
copie de la réalité, c’est une reconstitution de la
réalité par les concepts du sujet qui, par efforts progressifs et toutes
sortes de sondages expérimentaux, se rapproche de l’objet, mais sans
l’atteindre jamais en lui-même. ...
Jean-Claude Bringuier : Que ela o taxou
de materialista.
Jean Piaget : Quando se fala de
materialismo sem precisar, este possui a aparência de um materialismo ingênuo e que quer que o conhecimento não seja senão uma
cópia da realidade. Mas, tanto para ela quanto para mim, o conhecimento é totalmente o contrário de
uma cópia da realidade, é uma reconstituição da realidade através de conceitos
do sujeito que, por esforços progressivos e todos os tipos de sondagens experimentais,
aproxima-se do objeto, mas sem o atingir jamais nele mesmo. ...
EDITORA DA ESCOLA DE AGITADORES E
INSTRUTORES
“UNIVERSIDADE COMUNISTA
REVOLUCIONÁRIA J. M. SVERDLOV”
PARA A FORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E
DIREÇÃO MARXISTA-REVOLUCIONÁRIA
DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS
OPRIMIDOS
MOSCOU - SÃO PAULO - MUNIQUE –
PARIS
[1] Cf. PIAGET, JEAN. Conversations
Libres avec Jean Piaget (Conversações Livres com Jean Piaget), ed. Jean-Claude
Bringuier, Collection « Réponses », Paris : Robert Laffont, 1977, pp. 98 e
s.
[2] Cf. MARX, KARL HEINRICH. Nachwort zur zweiten Auflage des “Das Kapital” (Posfácio à Segunda Edição de “O Capital”)(24 de Janeiro de 1873), in : Marx & Engels Werke (Obras de Marx e Engels), Berlim : Dietz, Vol. 23, pp. 27 e s.
[3] Cf. ENGELS,
FRIEDRICH. Ludwig Feuerbach und der Ausgang der klassischen deutschen
Philosophie (Ludwig Feuerbach e o Fim da Filosofia Clássica Alemã)(1886), in :
ibidem, Vol. 21, pp. 292 e s.